Mais um capítulo. No próximo chegaremos ao ponto em que parei.
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O Diário
Capítulo dezessete - Encaixe perfeito
Acordei no meio da manhã com o barulho do chuveiro ligado vindo do banheiro. Dormir depois do sexo não é lá uma atitude muito higiênica, me levantei e me guiei até o banheiro. Meu corpo estava um pouco dolorido, eu estava grogue. Tudo mudou com a cena que vi: O Léo nu, ensaboando seu mastro meia bomba, com aquele corpão com água escorrendo por toda sua extensão. Ele estava de olhos fechados, cantarolando baixinho alguma música que não fui capaz de identificar.
Sempre fui silencioso ao andar, meu pai sempre diz que eu pairo sobre o chão. Pigarreei e o Leonardo deu um pulo com o susto e por pouco não se machuca. Sorri e pedi-lhe desculpas.
— Só se tu vier ficar aqui comigo – disse, me convidando.
— Mas é claro!
Entrei no Box e ele me abraçou. Como é bom tomar banho quente bem abraçadinho com alguém! Enquanto nos banhávamos ele fazia carícias em mim, lembrou-me até daquele banho quando éramos adolescentes. Ele ensaboou meu corpo, mas não me permitiu fazer o mesmo com ele, me disse que era a hora dele cuidar de mim. Me abraçou por trás e eu sentia seu membro em minha bunda, que assim como o meu, estava rijo. Ignoramos esse fato porque aquilo não era apenas sexual, era amor também.
Senti seus braços me envolvendo e sua respiração na minha nuca. Suas grandes mãos percorriam meu abdome, podia sentir emanarem masculinidade. Eram firmes, mas gentis. A água quente escorria entre nossos corpos unindo nossas peles numa só temperatura. Era como se nos misturássemos, derramando nossa matéria em um só corpo fisicamente, pois nossas almas há muito já deviam ser uma só, gêmeas.
Ali, em êxtase, eu poderia não querer admitir, mas a vida a dois tem lá suas regalias. Ele encostou seus lábios em meu ombro e seu queixo áspero me provocou um arrepio. Senti cada beijinho que ele depositou ali. Em seguida senti uma de suas mãos me largarem e tatear por alguma coisa. Me pediu para que fechasse os olhos e eu o atendi. Senti uma coisa gelada tocar minha cabeça e em seguida seus dedos percorrerem os fios do meu cabelo, para frete e para trás... Seus dedos entravam entre os fios e massageavam meu couro cabeludo. Naquele dia descobri que o prazer do orgasmo não estava apenas no sexo, porque sim, eu senti todo meu corpo estremecer sem sequer tocar meu pau ou ejacular. Foi um tipo de “gozo seco”. Já tinha ouvido falar de algo parecido, mas sentir aquilo foi demais para mim.
Ele percebeu minha situação e seu braço ainda enlaçado em minha cintura me deu suporte para não escorregar para o chão molhado. Riu e pediu para continuar com os olhos fechados até que retirasse toda a espuma. Feito isso, desligou a ducha e me puxou para fora onde me secou com uma toalha previamente pendurada.
Aquela experiência parece ter sugado toda minha energia, pois segui até meu quarto e quase me atirava na cama suja outra vez caso o Leonardo não tivesse me puxado para seu quarto. Ele me colocou na cama e eu adormeci ali, inebriado com seu perfume emanado pelo travesseiro.
Acordei algumas horas depois, era umas duas horas da tarde. O Leonardo continuava dormindo, respirando profundamente e preferi não acordá-lo. Levantei-me numa felicidade indescritível, se tivesse asas sairia voando pela sacada! Fiz minha higiene e fui fazer suco de laranja e algumas torradas para comer enquanto via televisão.
O Leonardo acordou cerca de uma hora depois e me encontrou deitado no sofá da sala, se espremeu no espaço vago e se sentou. Pegou minha mão e a entrelaçou na minha e ficamos assim até o programa acabar, tempo suficiente para sentir fome. Comemos e fomos tomar sorvete numa pracinha próxima dali.
Voltamos para casa no cair da noite e senti que era necessário comentar sobre a noite passada com ele. O problema é que eu não fazia ideia de como ter aquela conversa ali. Por sorte ele pareceu ler meus pensamentos e me perguntou sobre o resultado da festa. Disse-lhe que ainda não sabia, porque não fiquei até o final lá.
— Mas você se arrependeu? – Léo perguntou sorrindo para mim.
— Ainda não — Respondi rindo e notei sua cara de confusão — É claro que não.
Ele avançou sobre mim e me beijou.
— Cara, eu só sei que o que aconteceu foi incrível! Nunca senti aquilo com outra pessoa, você me surpreendeu! – Ele sussurrou em meu ouvido.
— Léo, você mexe comigo, isso é um fato. Eu realmente gostei de tudo o que aconteceu.
— E o que vai ser da gente daqui para frente? — Me perguntou firme.
— Não sei, Léo. Tudo está acontecendo muito rápido! Eu tenho certeza que não teria coragem de ficar com você esta noite, se não estivesse tomado tantos drinks! Você sabe que eu nunca fui de beber.
— Então o que aconteceu entre nós foi apenas consequência de uma embriaguez!?! Eu não estava bêbado!
— Calma, não foi isto que eu quis dizer. Eu queria aquilo, mas eu sou covarde demais para permitir que isso ocorresse.
— Ah, você me assustou! Mas o que você quis dizer com rápido demais?
— Sei lá, Léo. Eu gosto de ir com calma, ok? De repente você reaparece e a gente se reaproxima...
— Eu te entendo, sei como você se sente. Sabe, tenho que te perguntar uma coisa sobre o passado...
— Olha, por favor, não quero pensar no passado. Não agora. Não estou pronto para ter esta conversa com você. Então, te peço, não tente tocar nesse assunto agora. Deixe estar que um dia vamos falar sobre isso,
— Tudo bem... —
Disse-me desapontado — Mas um dia precisaremos ter esta conversa.
Ele tinha razão: um dia teríamos que por todas as cartas na mesa e isso me assustava muito.
Saí e fui tomar banho pois fazia calor. Apenas encostei a porta e Léo apareceu depois perguntando se poderíamos nos banhar juntos e eu assenti. Ele se juntou a mim e trocamos muitas carícias durante o banho, mas nada de cunho sexual. Dormirmos em quartos diferentes naquela noite, pois eu voltaria ao trabalho no dia seguinte e precisava evitar qualquer possibilidade de ir dormir tarde.
Acordei cedinho naquele dia, tomei um longo banho e passei no quarto do Léo para dá-lo um selinho de bom dia. Foi muito lindo vê-lo acordar com uma cara amassada de sono e falar com aquela voz rouca da manhã “bom dia”. Desci rapidamente para a garagem e me dirigi ao hospital muito eufórico. Naquele dia eu estava com fôlego extra para trabalhar. A festa tinha dado ótimos resultados: um grande empresário da cidade fez uma doação bem alta, que cobriu 70% das expectativas. No total arrecadamos o triplo do número doações que esperávamos receber. Quase chorei de alegria. Saí do hospital com a alma lavada, uma criança da onco acabava de ser avisada do sucesso de seu tratamento e recebeu alta para voltar para casa no interior depois de cinco meses na capital.
Passei em casa e o Léo e eu fomos para a academia. Ele chamou atenção por ter um corpão e fez muito sucesso. As moças chegavam nele na cara de pau (certíssimas, faria o mesmo) e é claro que eu senti uma pontada de ciúmes, mas não demonstrei. Quando quero sou capaz de disfarçar muito bem o que estou sentindo.
Voltando de lá, tomamos banho (separados) e pedimos pizza. O telefone tocou e fui atender, para minha alegria era minha mãe.
— Alô
— Oi filho, é sua mãe. Como vai?
— Oi, mãe! Tudo bem por aqui e com vocês ai?
— Tudo bem sim. Seu pai tá aqui cochilando porque o dia hoje foi meio puxado.
— Meu pai está tomando os remédios dele?
— Você sabe como ele é teimoso! Mas está tomando sim. Passou no médico há poucas semanas e estava tudo bem.
— Que bom! Assim que puder trago ele para cá, vou levá-lo num amigo meu, um ótimo neurologista.
— Se você conseguir tirar ele daqui... sabe como ele é. Mas então, te liguei para saber como vocês estão ai, você e o Léo?
— Está tudo bem sim, pelo menos até agora ainda não brigamos.
— Já foram pra cama? ou ainda estão nos beij-
— Mãe...
— Meu filho, nem adianta reclamar com esta vozinha de indignado. Eu sou sua mãe e te conheço muito bem. Sei que você gosta dele e ele de você, por isso mandei ele para aí.
— Como é que é?
-Isso, eu encontrei com a irmã dele numa loja, daí ela me falou sobre as dificuldades dele e do pai. Quando cheguei aí fui direto conversar com o rapaz e quando citei você percebi que ele ficou muito inquieto. Ficou obvio ele ainda gostava de você. Quem é mãe sabe destas coisas. Além do mais, é hora de você encontrar alguém que cuide de você, meu filho. Fico preocupada em te deixar sozinho aí nessa cidade imensa. Você já está na idade de encontrar uma pessoa para dividir a vida.
— Mãe, eu não acredito no que a senhora está dizendo!
-Mas me fala, e não mente para mim, já se beijaram?
— Maãããe.
— Hein? Me fala!
— Já...
— Eu sabia, João! Levanta! Não te disse!
— Mãããããããeeeee.
— Desculpa, filho! Sabia que aí tinha coisa. Vou te visitar semana que vem, mas seu pai não vai poder ir. Ele tá mandando um beijo.
— Sério? Mas porque tão em cima assim? Venha mesmo, mande outro para ele.
-Eu não quero perder essa cena nem que me paguem! Nos falamos depois! Um beijo, meu amor.
— Outro, mãe.
Nossa, eu fiquei meio encabulado com aquilo. Não imaginava que minha mãe teria coragem de falar aquelas coisas comigo. As pessoas mudam! Sorri para o Léo, mas não comentei sobre o assunto no telefone. Dali fui tomar banho e ele perguntou se poderia me acompanhar. Relutei, mas no final disse que sim. Meu coração palpitava, não sei se era de vergonha ou ansiedade.
Entrei primeiro e ele me seguiu. Eu estava envergonhado e ele parecia agir com naturalidade, mas estava mais ansioso que eu, como me confessou depois. Eu liguei a ducha e fechei os olhos, sentindo as gotas de água morna lamberem minha face. Em seguida senti as suas mãos procurarem pelas minhas e os nossos dedos se entrelaçarem. Tomar banho com o Léo era revigorante, quase mágico. Eu me perdia em algum lugar dentro de mim, onde podia provar de uma fonte de sensações: desde arrepios pelo corpo, até um fervor que sentia em meu sangue. Meu coração acelerava e minha respiração buscava o ar com se ele fugisse das minhas narinas.
Quando senti o peito definido dele se encostar em minhas costas e nossas peles fazerem contato, não consegui conter a onda de prazer que senti. Principalmente quando senti os pequenos pelos do seu púbis tocarem minhas nádegas, assim com seu membro quente pulsante que estava se erguendo tamanha excitação. Nossos corpos se encaixam perfeitamente, isso é um fato. Somos como peças de quebra cabeça, seja na personalidade, seja nas horas de prazer. Não arrisco narrar muito daqueles momentos sob a água que caía, pois o êxtase que sentia não me permite descrever o montante de coisas que minha mente processava ali, a infinidade de sensações que meu tato, olfato, visão, audição e paladar capturaram.
Só sei que algum tempo depois estávamos em meu quarto, sobre o claro das lâmpadas dali, com ele lambendo meu rego. Parecia que quanto mais provava do prato daquele homem, mais meu apetite aumentava. Senti sua língua percorrer minhas costas ele sussurrar safadezas em meu ouvido, suas mãos másculas apertavam meu quadril no momento em que ele voltou a lamber meu orifício, como se puxassem meu corpo de encontro a sua cara. Sua barba para fazer arranhava levemente minha pele, o que me fazia delirar. Às vezes ele alternava entre lambidas e mordidinhas mal sucedidas às minhas pregas. Me puxou em direção ao seu pau e eu entendi seu desejo: caí de boca em seu mastro. Desta vez tentei caprichar como nunca antes, salivando muito e forçando minha língua a se movimentar, Ele gritava meu nome e acredito que meus vizinhos devem ter ouvido, pois eram urros. Enquanto fazia isso punhetava seu mastro e mexia em suas bolas fazendo com que ele jogasse sua cabeça para trás, como se sofresse devido tamanha excitação. Senti suas mãos tatearem minha cabeça, até que capturassem meus cabelos e os puxassem levemente.
Puxou-me para um beijo, daqueles desesperados, e depois forçou minha cabeça de volta ao seu sexo, porém desta vez senti sua mão forçarem minha cabeça de encontro a seu púbis, o que me fez engolir quase todo seu membro. Me engasguei, mas mesmo assim continuei a chupá-lo agora projetando meu peso sobre sua vara, na tentativa de engoli-la toda, o que consegui tempo depois. Senti sua mão massagear meu cabelo e seus dedos percorrerem minha nuca, sabia que ele estava a ponto de explodir em gozo e foi o que ocorreu alguns segundos depois. Senti muitos jatos fartos de esperma entrarem violentamente em minha boca, alguns foram direto na minha garganta e outros a língua. O último atingiu o lábio superior e nariz.
Engoli tudo o que pude e ele limpou o que vazou com seu dedo e colocou em minha boca enquanto olhava sorrindo para mim. Levantei-me, mas fui puxado para cama. Ele me elogiou e disse que agora iria degustar o prato principal que, segundo ele, havia me preparado com muito carinho. Seu mastro ficou em riste rapidamente, cerca de um minuto depois que ele passou a me masturbar. Senti a sua glande tocar meu anel e sem pedir permissão ele já foi me penetrando. Doeu, admito, porém o fato de estar sendo masturbado por ele, me ajudou a ignorar a dor. Suas estocadas começaram lentas e longas, ele enfiava tudo até a base depois retirava completamente e voltava a meter. Aquilo foi desconfortável no início, mas ajudou a relaxar meu esfíncter para o que me aguardava depois. Eu estava de bruços e ele sobre mim, podia sentir todo seu corpo sobro o meu e aquilo me excitou, pois pude sentir seu tamanho na pele. Ele meteu com força em mim, com violência mesmo. Parecia desesperado! Senti a cabeça do seu pau me alfinetar por dentro enquanto seu suor pingava em mim e o cheiro inebriante de sexo tomava conta do ar.
Ele alternava entre estocadas longas, onde podia ouvir o som de seu corpo ao se chocar contra o meu, e entre momento mais “calmos”, onde ele parecia rebolar fazendo seu cacete percorrer toda a parede do meu reto. Vários minutos depois, ele me puxou e me colocou de quatro na beirada da cama, apertou meu pau e passou a me punhetar ainda estando dentro de mim. Mesmo sem estocar, seu membro permanecia rígido. Minutos depois passou a me punhetar freneticamente e a estocar com violência, senti minhas pregas rasgarem, mas aquilo não doeu. Ele parecia um louco e em segundos gozamos juntos. Caí sobre a cama com ele ainda dentro de mim, sentia seu pau inundado dentro de meu ânus e sua respiração quente, cansada e de satisfação, na minha nuca.
Levantamos-nos depois de alguns minutos. Minha bunda ardia e eu senti uma queimação estranha na região anal. Fomos para o banheiro juntos e quando a água tocou meu corpo, soltei um pequeno grito de dor, meu esfíncter estava com uma fissura. Ele me olhou assustado e me puxou para si me pedindo desculpas olhando em meus olhos por ter se excedido. Desculpei, despreocupando-o, mas o adverti que ficaríamos sen sexo por alguns dias e ele foi compreensivo e voltou a pedir desculpas.
Terminado o banho, ele se secou e enquanto eu fazia minha higiene bucal, ele substituiu os lençóis sujos por limpos. Me mostrou uma mancha de sangue e esperma num dos lençóis e novamente me pediu desculpas. Dei-lhe um beijo calmo e afaguei seu rosto o despreocupando.
Assistimos um pouco de televisão e ele dormiu na minha cama. Encostei nele e ele despertou, me beijou e saiu. Pensei que me deixaria dormir só, mas ele voltou minutos depois perguntando se poderia usar minha escova de dentes. Disse que sim, mas estranhei aquela atitude. Em seguida ele voltou e me deu um beijo doce, se deitou ao meu lado e me puxou para si. Dormiu me abraçando por trás, de conchinha, e aquilo valeu por todo o dia. Peguei no sono minutos depois, sentindo a respiração suave dele atrás de mim.
Acordei cedo no dia seguinte, ainda estava escuro. O Léo me abraçava com força, parecia que queria me proteger. Tentei me livrar de seu abraço e ele acordou. Me beijou e me perguntou por que iria levantar tão cedo. Falei que queria ver o sol nascer na praia e ele se levantou num pulo porque queria me acompanhar. Nos vestimos rapidamente e corremos em direção à praia vazia daquela hora. Andamos na areia por alguns minutos, de chinelos nas mãos, enquanto conversávamos e ele ria das minhas historias. Nos sentamos de frente para o mar, no meio-fio do calçadão, e vimos o sol nascer vermelho entre a névoa daquela hora. Me deitei sobre o colo do Léo enquanto ele acariciava meu cabelo e o calor do seu corpo me aquecia mais que o próprio sol. Adormeci ali, recostado sobre ele, sentindo seu carinho e pensando que era o homem mais feliz do mundo.
CONTINUA...