ARMADILHA DO MAL - PARTE UM

Um conto erótico de O BEM AMADO
Categoria: Heterossexual
Contém 2250 palavras
Data: 12/04/2020 22:03:37

No interior do pequeno sobrado mal acabado inserido dentro da comunidade, a música alta era apenas uma forma de suprimir os gritos e gemidos desvairados que inundavam o ambiente; no quarto, Kátia, uma negra linda e exuberante, cavalgava seu macho com movimentos enlouquecedores, usufruindo de um vagalhão de orgasmos, proporcionados por Euzébio, um nordestino musculoso de pele queimada pelo sol, cujo instrumento descomunal surgia e desaparecia ao sabor do sobe e desce da fêmea sobre ele.

Os corpos suados, com gotículas despencando dos mamilos durinhos da fêmea, espalhando-se sobre o peito largo do macho eram apenas um dos sinais claros de que aquela sessão de sexo ardente perdurava havia muito tempo; segurando Kátia pela cintura e valendo-se de sua força máscula, Euzébio girou os corpos sem sacar seu membro do interior de sua parceira, passando a ficar sobre ela, intensificando ainda mais os movimentos, enquanto saboreava os bicos durinhos dos peitos perfeitos da fêmea.

O último urro do macho, anunciou a chegada do fatal orgasmo, que jorrou caudalosamente do membro viril, inundando as entranhas da fêmea que se contorcia e gemia, degustando o indescritível prazer de ver-se cheia do sêmen de seu amante. Euzébio ficou de joelhos sobre a cama, sacando a enorme benga que ainda apresentava uma parcial e inquietante rigidez.

-Puta merda, gata! Que foda gostosa! – ele disse, com a voz rouca e peculiar – É por isso que eu preciso de ti comigo …

-Precisa é? Verdade? – redarguiu Kátia com um tom sarcástico – Ou será que você precisa de mim, quando não está ao lado daquela vagabunda da sua esposa, brincando com sua linda filhinha? Você só me quer quando essa rola fica cheia de porra e aquela puta que você chama de esposa não tá nem um pouco a fim de trepar com você …

-Olha essa boca, vagabunda! – gritou o sujeito muito irritado – Já te disse que estou do lado dela porque preciso manter as aparências …, e isso não vai durar pra sempre, né? Puxa, neguinha! Confia em mim!

Kátia encarou o rosto suado e barbado do seu amante e emudeceu; ela conhecia bem aquela história e de nada adiantava reclamar …, o que estava feito, feito estava. Ela se desvencilhou de Euzébio e foi para a cozinha beber água. Não demorou para que ele viesse atrás dela, enlaçando-a por trás e beijando seu pescoço.

-Preciso da sua ajuda mais uma vez, neguinha – sussurrou ele no ouvido dela – Tenho que dar um jeito no Fábio …

-Fábio …, o policial? – perguntou ela para confirmar o que acabara de ouvir – Ele não tá no seu bolso?

-Por isso mesmo, minha preta! – respondeu Euzébio, tomando o copo de água da mão dela e sorvendo um longo gole – Sabia que aquele filho da puta tá me sacaneando? Tomando meu dinheiro na cara dura!

Por um momento, Kátia emudeceu …, ela desconfiava das ações de Fábio, mas jamais achou que ele iria tão longe, desafiando quem lhe corrompia. Euzébio era um dos grandes traficantes de drogas, e com o tempo diversificou suas atividades ilegais com o contrabando de armas, tráfico de mulheres e assaltos a bancos …, seu poder se estendia para além da comunidade, e seus vínculos com políticos e poderosos, assegurava a manutenção de sua rede criminosa.

O contato com Fábio, membro de uma força-tarefa encarregada de investigá-lo foi suficiente para que Euzébio o enredasse ao ponto de cooptá-lo para seu lado, assegurando que eventuais informações privilegiadas chegassem ao seu ouvido antes que ela se tornasse uma ação efetiva contra ele. “O que você quer que eu faça, dessa vez?”, perguntou Kátia, libertando-se dos braços de seu amante.

-Quero que você coloque aquele sujeito aos seus pés – respondeu o traficante com um sorriso irônico no rosto – Depois, armamos uma arapuca pra ele e eu o entrego de bandeja para seus parceiros e eles terminam o serviço.

-Você quer que eu me ofereça para ele? – perguntou Kátia com tom de indignação – Vou bancar sua puta de luxo, seu cafajeste?

-Minha puta, não! Minha aliada! – respondeu ele tentando contemporizar – Afinal, neguinha, somos parceiros, não é? O que você é hoje, deve a mim! Vai negar?

Mais uma vez, Kátia calou-se ante a constatação de verdade; ela conhecera Euzébio quando ainda era muito jovem e inexperiente; depois de indas e vindas na prostituição e no tráfico, foi ele quem a tirou do caminho sem volta, lhe deu um lugar para morar e passou a frequentá-la como sua amante. Não havia a menor chance de Kátia negar-se a atender ao pedido de seu amante. “O que está feito …, feito, está!”, pensou ela.

-Tá bom! Eu faço o que você quer …, mas, tem uma condição! – disse ela em tom assertivo.

-Ih! Tá se achando é? O que você quer? – respondeu ele, encarando a mulher.

-Quero um apartamento decente, num bairro decente, longe daqui! – disse ela, sem titubear – E quero dinheiro …, não uma merreca de mesada …, dinheiro pra gastar! Sem isso, não tem negócio! Aceita?

Euzébio deu uma gargalhada e sem que ela tivesse tempo para reagir, ele a agarrou pelo pescoço, apertando-o com força, ao mesmo tempo em que puxava seus cabelos dolorosamente para trás; empurrou-a contra a parede, pressionando-a impiedosamente.

-Vamos combinar que você não tá com essa bola toda, né, sua puta? – grunhiu ele, apertando ainda mais o pescoço dela – Você faz o que eu quero …, quando quero …, entendeu?

Sentindo que lhe faltava ar, com dor e vendo a possibilidade de desfalecer, Kátia acenou com a cabeça, submetendo-se a vontade de Euzébio; ele afrouxou a mão do pescoço e selou seus lábios com um beijo, enquanto a mão bolinava sua vagina, enfiando dois dedos em seu interior. “Que bom que nos entendemos, né, meu amor?”, disse ele cheio de ironia. Euzébio soltou-a e Kátia caiu de joelhos no chão frio da cozinha.

-Amanhã, te passo as instruções – dizia ele enquanto vestia suas roupas – Mas, de cara, você já pode oferecer essa buceta suculenta pra ele …, o sujeito vai babar, porque eu sei que ele é louco pra te foder!

Não esperando por algum comentário da mulher, o traficante deu as costas e saiu, deixando Kátia prostrada na cozinha, sentindo-se indefesa, revoltada e com sede de vingança. Foi para o banheiro e tomou um longo banho, pensando na sua vida de merda, a falta de opções e a missão que lhe fora imposta incondicionalmente. Vestiu uma velha camiseta regata e foi para a cama; precisava descansar e esquecer o que acontecera naquela noite. E mal se deitou, Kátia caiu em um sono profundo …

Subitamente, ela acordou …, não sabia porque, mas sentiu um calafrio percorrer-lhe a espinha; olhou para o relógio e viu que passava das três da manhã …, ouviu ruídos vindos da sala; abriu a gaveta do criado-mudo e retirou a pistola automática que adquirira há algum tempo; sem acender luzes, ela saiu do quarto em direção da sala; a escuridão era pesada, e ela avançou com cuidado.

Assustou-se ao ver que a luz da cozinha acendera-se como se tivesse vontade própria; e seu sangue congelou ao perceber um vulto esguio na soleira da porta entre os dois ambientes; ficou imobilizada, como se uma força superior comandasse sua vontade. “Não se acanhe, menina …, venha até aqui …, não sou o bicho-papão!”, disse a estranha presença com uma voz doce e feminina. Kátia avançou com passos incertos, obedecendo a uma vontade que não era dela.

-Hum …, você é mesmo muito bonita e gostosa, hein? – disse a voz, revelando a imagem de uma linda mulher de longos cabelos negros, corpo esguio e formas sutis, cujo sorriso era perigosamente envolvente – Bem que me disseram …, você é um tesão de fêmea!

-Quem é você? Como entrou na minha casa? – perguntou Kátia com um tom de voz hesitante.

-Ah! Perguntas? Sabia que não tenho paciência pra isso? – respondeu a mulher, aproximando-se dela e permitindo que ela a examinasse – Tudo a seu tempo, garota …, estou aqui pra te fazer uma proposta …

-Proposta? Que proposta? De quem é essa proposta? – tornou a inquirir Kátia, ainda sentindo um temor varrer suas vísceras.

-Af! Cala boca! Chega de perguntas! – disse a mulher, elevando o tom de voz – Preste atenção no que vou te dizer …, quer se livrar daquele babaca do Euzébio? Quer se ver livre dele? Então, faça o que eu mandar e você vai se dar muito bem …

-E porque eu faria isso? Já sei …, você veio a mando dele! – respondeu Kátia, em um misto de irritação, medo e revolta.

-Diferente de você, meu doce …, ninguém manda em mim! – devolveu a mulher – Aliás, alguém manda sim, mas não é aquele traste! Então?

-E se eu não aceitar? – quis saber Kátia, cutucando sua interlocutora.

-Hum …, pergunta errada, boneca! – ironizou ela – Não faça isso novamente …, você tem muito a perder …, vamos …, não tenho a noite toda!

Kátia pressentia algo de ruim naquela mulher, cujo corpo e rosto eram lindíssimos, contrastando com seu ar maligno e pesado. Acabou por concordar, aceitando a proposta. “Ótimo, querida! As instruções estão no envelope sobre a mesa da sala …, faça tudo direitinho e vai ganhar muito …, agora …, pise na bola e tua alma não valerá a merda que o gato enterra …, entendeu?”, disse ela com um tom de ameaça. Katia acenou com a cabeça.

-Nossa! Olha só esses peitões lindos! – comentou a mulher, assim que ficou mais próxima de Kátia, que pode sentir o aroma incomum de cravos – Será que você curte uma sacanagem com outra fêmea?

Não esperando por resposta, a mulher enlaçou Kátia com seus braços e selou seus lábios contra os dela, iniciando um longo beijo quente e cheio de volúpia; Kátia jamais tivera inclinações homossexuais, mas, o jeito que aquela mulher a envolvia, seus lábios quentes e seu beijo envolvente foram mais que suficientes para despertar sua libido.

Com um gesto rápido, a visitante arrancou a camiseta de Kátia, deixando a mostra seus peitos grandes e suculentos, cujos mamilos intumescidos pareciam implorar pela boca da mulher; ela segurou os peitos em suas mãos e saciou sua vontade de sugar os bicos, mordiscando enquanto apertava as mamas fazendo sua parceira gemer de tesão.

Sem perder a mamada nas tetas de Kátia, a mulher apalpou a vagina dela, notando que estava quente e úmida. “Hum, essa bocetinha tá chorando por uma linguada, né?”, sussurrou ela no ouvido de Kátia. Os dedos hábeis entreabriram a vagina e começaram a dedilhar com vontade, dedicando-se ainda a bolinar o clítoris inchado; tais gestos manuais, logo, redundaram em um orgasmo …, e depois outro …, e depois outro …, até que eles se sucediam ininterruptamente, deixando Kátia enlouquecida e dominada pela habilidade de sua parceira desconhecida.

Sem compreender o que estava acontecendo, a amante de Euzébio foi conduzida para o seu quarto e posta sobre a cama; a desconhecida despiu-se, exibindo suas formas alucinantes, caminhando em direção da cama. “Vamos brincar, criança …, vou te chupar, enquanto você me chupa e mostra suas habilidades de fêmea …”, disse ela com voz lânguida, subindo sobre a cama e posicionando-se de tal modo que sua vagina ficasse ao alcance da boca de Kátia.

Seguindo seus instintos, Kátia começou a lamber a vagina que pendia sobre seu rosto; de início, ela sentiu-se um tanto desconfortável com aquela situação, já que era sua primeira vez; no entanto, não demorou para que ela sentisse um indescritível prazer em sugar e lamber a vagina da desconhecida, principalmente quando ela extraiu o primeiro orgasmo, saboreando o gosto agridoce que escorria daquela vagina quente e gostosa. Dedicou-se ainda mais, ouvindo a mulher gemer e se contorcer, enquanto retribuía o gesto, provocando mais gozos intensos no corpo de Kátia que se contorcia, quase ao ponto de perder os sentidos.

Aquele delicioso e estranho delírio prosseguiu por horas …, até que Kátia, vencida pela onda de prazer a que seu corpo fora submetido, acabou por desfalecer …, caiu em uma espécie de sono profundo …, e quando acordou, estava tonta …, olhou ao redor e nada viu; estava em seu quarto, deitada em sua cama …, nua! Passou a mão em sua vagina e constatou que ela ainda estava úmida. Pensou que, talvez, tudo não passasse de um sonho maluco.

Mas, após o banho, dirigindo-se para a cozinha, ela viu sobre a mesa da sala o envelope. “Então, não foi um sonho?”, pensou ela. Pegou o envelope e o examinou antes de abrir. Era de papel preto, trazendo um pentagrama vermelho invertido como se fosse um tipo de selo. Abriu e tirou de seu interior, uma folha de papel envelhecido, com algo escrito …, ela leu atentamente, já que se convencera que a presença da noite anterior fora verdadeira. Leu atentamente seu conteúdo, e, ao final, espantou-se com as instruções.

Sem compreender a razão, ela viu-se obrigada a obedecer as tais instruções; enquanto tomava café, ficou a pensar no que deveria fazer. Nesse instante, uma mão macia pousou sobre seu ombro; ela voltou-se e viu que se tratava da estranha da noite anterior. “Não se assuste …, não, pelo menos, por enquanto …, lembre-se que tem que cumprir as instruções!”, ela disse com uma voz quase metálica. Kátia sentiu um calafrio com o toque gélido da mulher. Lentamente, a mão desceu até o seio direito, apertando-o com força controlada. Kátia estremeceu …

-Não se esqueça do que foi escrito – ela disse, aproximando os lábios do ouvido de Kátia – No final, todo o prazer que você sentiu na noite passada será muito maior …, e melhor!

Kátia vibrou ao sentir a língua da mulher explorar seu ouvido de uma maneira tão inquietante, que, imediatamente, a jovem sentiu sua calcinha umedecer copiosamente. “Viu, querida …, e isso é apenas uma amostra!”, tornou a dizer a mulher, alternando sua língua no ouvido e pescoço de Kátia.

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