Amor & Ódio - Parte II

Categoria: Homossexual
Contém 1277 palavras
Data: 13/04/2020 11:49:49
Última revisão: 15/04/2020 18:13:34

CONTINUAÇÃO DO RELATO DO SR GEORGE, SOBREVIVENTE DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL QUE VIVEU

UM ROMANCE PROIBIDO DURANTE O MAIOR CONFLITO DO SÉCULO XX.

Após os terríveis acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, a Europa inteira estava mergulhada em caos e miséria. Os países atingidos estavam tentando se recuperem da tragédia e voltar com suas economias. Em 1946 soube que o homem que me relacionei no campo de concentração japonês, havia morrido na explosão da bomba atômica em Hiroshima. Takashi havia simplesmente evaporado para sempre, e agora só restava suas lembranças em minha mente. Desolado eu me mudei para o Japão em 1954, especialmente para a cidade de Hiroshima; era minha maneira de estar perto do espírito de Takashi.

Entre esse tempo, fui ficando isolado e angustiado. Depois da guerra nunca mais fui o mesmo. Vivia triste e com uma dor no peito que me deixava sufocado, tentava chorar mais nem isso conseguia, só pensava em coisas ruins. Em 1956 estava tão triste que chorava o dia inteiro e a dor apertava meu peito ao ponto de se tornar insuportável. Era noite, estava frio e eu fui me banhar. Chorando em silêncio, olhei para a lâmina da gilette e logo o único pensamento que me passou pela cabeça: ME CORTAR. Peguei a lâmina afiada e cortei-me o braço, logo o sangue se misturava ao vermelho da água. Ardeu... mas não mais que aquela dor que me corroia por dentro. Esse foi meu primeiro corte de muitos que viriam; era meu único alívio infelizmente.

Em 1959 depois de finalmente entender que se cortar não estava adiantando merda nenhuma, decidi procurar ajuda am um psiquiatra. No Japão era comum as pessoas guardarem suas tristezas internas, pois era sinal de fraqueza expo-las. Decidi quebrar o orgulho, depois que em uma noite ao passar por um viaduto, pensei em me jogar. Naquela época o termo "depressão" era muito mal visto. Fui ao consultório, ainda relutante. Esperei um pouco e a atendente veio me dizer:

-- Pode entrar senhor, o médico vai lhe atender!

-- Obrigado!

-- De nada!

Entrei meio desajeitado, o médico sorriu e disse:

-- Sinta-se à vontade!

-- Obrigado

-- Meu nome é Yuri Sasuke, sou médico psiquiatra

-- Meu nome é George R. Winchester

-- Prazer! Então George, em que posso ajudá-lo ?

-- Eu... eu... -- Comecei a chorar

-- Hey calma, calma... não precisa ter medo

-- Eu não estou bem Dr.

-- Então deixe-me ajudá-lo. Conte-me

-- Minha vida perdeu o sentido, eu não sou feliz, eu não temho mais prazer em viver

-- Xii

O médico veio até mim e me abraçou forçando ao seu peito, seu gesto era de carinho e empatia pelo meu sofrimento.

-- Estou aqui, vou cuidar de você

-- O senhor abraça todo mundo ? -- Disse eu rindo.

-- Não kk, mas vejo que precisa de um ombro amigo

-- Dr. Que sentimento angustiante é esse ?

-- Olha George, pelo que vc tem me dito, acredito que esteja com um quadro depressivo

-- O que é isso ?

-- Depressão é uma doença que existe há muito tempo, antigamente chamada de melancolia. Ela faz seu cérebro entrar em déficit de hormônios e neurotransmissores, que por sua vez causa todos esses problemas. Nós estamos estudando esse fenômeno e hoje existe um bom resultado nos testes.

-- Dr. Isso tem cura ?

-- George, isso depende de vários fatores. Mas sim, existe um antidepressivo que pode te ajudar, mas os seus efeitos colaterais não são nada bons.

-- Dr. Eu tomo qualquer coisa pra me ver livre disso.

Conversamos por 2h e ele me prescreveu esse remédio. No começo era horrível tomar aquilo, seus efeitos colaterais me deixava enjoado, com dor de cabeça e tonto. Mas após três semanas fui melhorando. Yuri era um homem bonito, novo e tinha um sorriso perfeito. Era um dos japoneses mais bonitos que já vi, era até mesmo mais bonito que Takashi. Um dia voltando pra casa após meu trabalho no escritório, me esbarrei em Yuri.

-- Yuri que faz aqui ?

-- George ?

-- Estou voltando do trabalho

-- Eu vim ao centro resolver uns problemas, quer tomar um café ?

-- É... não sei se...

Ah qual é kkk, vamos!

-- Ok, vamos rsrs

Fui com ele a uma cafeteria, era por volta das 18h30. Conversamos sofre várias coisas, Yuri me perguntou se eu estava melhor, disse que sim.

-- Bonito né ?

-- O que ?

-- Como Hiroshima está ficando após a explosão da bomba atômica

-- É...

-- George, está tudo bem ?

-- Sim... Não, não está!

-- O que tanto te aflinge ?

-- Yuri durante nossas sessões, eu nunca lhe falei o motivo da minha angústia. Mas hoje estando aqui com você, eu sinto de te falar. Sabe aquele homem que disse que me relacionei no campo de concentração ? Ele morreu aqui!

-- Você se refere a...

-- Takashi! Ele morreu quando a bomba explodiu sobre os céus dessa cidade

Comecei a chorar, Yuri me olhou com um olhar de compaixão

-- Sinto muito! Não podia imaginar...

-- Sim, ninguém pode

-- George!

-- Sim Yuri ?

-- Devo lhe falar algo

-- Pois fale...

-- Sou um "Hibakusha"

-- O que ? 😰

-- Sim, eu sobrevivi ao dia 06 de Agosto

-- Yuri eu...

-- Não diga nada! Deixe-me falar

"Era 8:15 da manhã daquela Segunda-Feira, o dia estava claro e o céu azul. O B-29 passava sobre o céu da cidade, as sirenes não tocaram porque não era sinal de ataque aéreo. Todos pensaram que era um avião meteorológico, estava a 3 km do local onde a bomba explodiu. Vi ele jogar uma coisa envolta a um paraquedas; todos olhavam hipnotizados, enquanto aquilo caia. Até que de repente! Um forte clarão me cegou e fui jogado com uma força bruta no chão. Lembro-me apenas de escutar as casas desintegrarem e as janelas explodirem. Senti os destroços de uma casa cair sobre meu corpo e depois tudo apagou. Quando acordei, o cheiro da fumaça misturada com a da poeira, me fizeram perceber que estava preso debaixo de escombros. Gritei por meus pais, por alguém... Mas só havia silêncio. Vi uma abertura por onde tentei me apoiar, fiz força retirei alguns destroços e pude sair. Ao subir de volta a superfície vi toda cidade ardendo em um fogo vermelho, era a visão do Inferno. Pessoas rastejavam todas queimadas e cobertas de sangue, outras sem os olhos. Vi uma chuva negra caindo misturada ao fogo que ainda ardia. Vaguei por um Vale com mais 3 sobreviventes, estava com queimaduras de 2° grau em meus braços. Após 1 dia vagando naquele Vale, encontrei camponeses que nos ajudaram. Toda minha família foi incinerada, então fui adotado e depois... bem... cursei Medicina e me formei em médico psiquiatra".

Estava chorando ao ouvir o relato de Yuri, que também chorava. Nos olhamos, nos entendemos.

-- Sinto muito por você Yuri!

-- George eu sei que não é fácil, mas você precisa seguir em frente

-- Ainda bem que tenho você, além de ser meu médico, também é meu amigo

-- Me preocupo com você!

-- Já está tarde, devo ir...

-- Onde trabalha ?

-- Em um escritório de uma empresa automobilística

-- Interessante!

-- Yuri foi muito bom te ver, mas agora tenho que ir

-- Espere! Não quer jantar comigo ?

-- Jantar ? Não, eu realmente agradeço, mas não posso!

-- George, eu prometo que você vai gostar

-- Não posso mesmo, amanhã trabalho cedo

-- Então quer jantar comigo na Sexta ?

-- É...

-- Por favor!

-- Tudo bem, na Sexta ?

-- Às 20:00 ?

-- 8:00 PM

Até Sexta. Fui para casa pensando em tudo que Yuri me disse, estava emocionado. Os dias se passaram e chegou sexta-feira. Estava nervoso e ansioso, mas fui jantar com ele. O jantar foi divertido, porque Yuri é um cara divertido e muito engraçado. Rimos, comemos e bebemos. Após o jantar, fomos caminhando até minha casa. Yuri conversava sobre a vida após os acontecimentos de 1945. Chegando em casa, me despedi dele, mas algo surpreendente me aconteceu.

-- George, tenho algo a lhe falar...

CONTINUA...

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Foto de perfil genéricaFilhinho de Papai ( ͡° ͜ʖ ͡°)Contos: 34Seguidores: 17Seguindo: 0Mensagem

Comentários

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HUMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM. TO SENTINDO UM CLIMA DE ROMANCE NO AR.

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Um relato emocionante das ações humanas e suas memórias.

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