Imagine a música mais triste que você pode ter ouvido e multiplicar por todas as sensações ruins que você teve na vida, e joga tudo isso misturado no liquidificador que seria a sua mãe lhe batendo, para simplesmente descontar a raiva que ela tinha de trabalhar em um lugar que ela não queria.
Era assim que Daniel estava se sentido naquela noite, depois de ter cantando e fingido que estava feliz, apenas por causa dos clientes. Ele precisava daquele dinheiro, ele estava juntando para se forma e sai daquele lugar. As dores em seu corpo estavam ficando piores. A mãe o tinha espancado em várias partes do corpo. Frisando seu estomago e o pâncreas.
Ele era bom em anatomia para sentir as dores bem fortes, mas sua alma estava cansada, ele estava com o gosto de ferro na boca, devido ao sangue que cuspia. Ele correu, correu até um viaduto.
O frio que passava naquela noite fria, não chegava aos ossos de Daniel, ele sentia a chuva, tocando sua pele como agulhas, sentido ferindo ainda mais seu corpo. Daniel estava ainda com a roupa que foi trabalhar. Sua camisa azul de maresia estava com sangue, suas calças jeans rasgadas, estavam ainda mais rasgadas. Ele estava de sandálias. Suas mãos tremiam, a dor de esta ali era real. A dor que ele sentia não queria parar.
Daniel estava se perguntando porque daquilo? Porque ele tinha que sofre? Porque sua progenitora não gostava dele? Ele sentia um vazio, um vazio que ele não deveria sentir. Que ele não sabia do porque estava ali.
- Não tem ninguém por mim, não haverá ninguém por mim, a não ser eu mesmo. – ele disse olhando o viaduto do Coroado. Ele estava ali em cima, carros não passavam tremenda a hora da madrugada, as trasvesti que ficavam por ali, de longe encaram ele. – Porque eu não me amo? O que eu fiz de errado?
Ele olhou para o céu, seus cabelos estavam ensopados de agua, sua roupa estava pesava devido a chuva. Ele olhou para baixo, deveria ter mais de 30 metros até ele se estatelar no chão. Até ele ouvir uma voz.
- Pula, vai lá. – ele olhou para o lado, e viu o dono da voz, um rapaz de cabelos negros e olhos escuros, seus olhos eram de um felino, e o sorriso sarcástico no rosto fino e triangular que ele tinha. Seus lábios eram em formato de coração e seus cabelos estavam grudados no rosto. O garoto estava com um pirulito na boca, sua pele bronzeada, o deixava atraente ainda mais por ser alto e esguio. – Vai la, não é isso que está querendo? Pula! Assim acaba com esse sofrimento.
- Quem é você? – a pergunta saiu embargada. Ele apertou a barriga de Daniel e estalou a língua.
- A pergunta não é quem eu sou, e sim, se você vai pular ou não. – Ele devolveu o pirulito na boca. Sua jaqueta preta estava molhada, suas calças pretas coladas e a as botas como contorno. – Você não foi e não vai ser o primeiro a se jogar daqui.
- Nossa, você deveria me dizer para não pular – rebateu Daniel, tremendo ainda.
- E adiantaria mesmo? Seus olhos passam dor, seu sangue que esta saindo ainda, mostra que você é espancado. Pelo quem? Seu pai? Seu irmão? Ou... sua mãe? – ele sorriu, devido a expressão do corpo do garoto que denunciou. – Sua mãe deve ser horrível não?
Daniel se recuou um pouco e encarou o mesmo. O rapaz a sua frente não esboçou reação.
- Ela não te ama, ela jamais vai te amar. Porque não se joga logo? Sera mais fácil para você. Tudo vai acabar, seu sofrimento vai acabar, ainda mais para um jovem bonito como você. Você não vai sentir nada. Vai ser como dormi e não acordar mais.
Ele me deu a mão.
- Vamos, eu até pulo com você. – ele me mostrou seus punhos. Cortados e profundos, suas cicatrizes estavam cobertas pela jaqueta. – Elas ainda doem, doem na minha alma. Vai, pula. Assim desse jeito você acaba com a agonia da sua mãe em falar que você é um peso morto.
Daniel andou os passos, ele chorava. Toda as suas magoas da mãe, de tudo o que aconteceu com ele. De tudo o que ele estava guardando, não dá mais.
- Vamos.
- Sem dor, sem choro e sem desespero.
- Não.. Não.. ei... garoto.
Ele ouviu a voz longe, de alguém que o chamava. Mais o rapaz sem nome estava já na sua mente. Ele subiu o parapeito, seu coração se suavizou, ele derramou a última lagrima que tinha. Ele apertou a mão do cara ao lado, olhou para o céu.
- Sem sofrimento.
Ele pulou.
Daniel acordou com alguém o chamando, a chuva ainda caia, machucando seu rosto. Seu corpo estava dormente, as feridas ainda estavam abertas e ele sentia ainda uma leve pressão em seu estomago.
- Seu imbecil, você realmente queria se matar?
Os olhos de Daniel se abriram e ele viu a pessoa que estava ali na sua frente. Ele não era mda cidade, sou alto, seu corpo era forte e com músculos definidos. Seus cabelos lisos, no estilo degrade eram castanhos, minha barba rala era da mesma cor, seu rosto era quadrado, com o nariz um pouco arrebitado, seus belos olhos castanhos eram redondos o que ajustava nas sobrancelhas grossas e definidas.
Suas roupas estavam molhadas, sua camisa verde de gola V estava grudada em seu corpo.
- Eu... Dor... acabar...
- Fique calado, e não fale nada, eu vou te tirar daqui. Seu idiota.
Daniel desmaia de vez.
O garoto acordou num hospital, com flores ao redor, o quarto era bem iluminado e as flores tinha um cheiro diferente, um cheiro amadeirado, com um leve tom de maresia. O quarto era silencioso, com pouca iluminação a maca era macia e altos aparelhos novos o rodeavam, junto com fios que entravam em seu corpo.
Ele abriu o cartão e lá tinha um recado.
“Seu imbecil, não tente se matar de novo. Da próxima eu não posso estar la´para te salvar. – Lucifer Benjamin.”
o garoto ficou olhando para as flores rindo.
(Volta a escola)
- Ei, o que houve? – Kris comentou ao olhar para mim, cutucando. – Ei...
- Não, não era nada. – Respondeu Daniel.
Rocco conseguiu dar a aula normalmente. E logo que aula terminou, ele acabou saindo e eu fiquei encarando o tempo.
- Kris, hoje vamos ter as aulas de tarde? – Olhei para o mesmo, que sorria para o celular. – Eu preciso, preciso..
- Calma meu anjo. – disse ele encarando o celular. – Não, claro que não. Sabe que hoje vamos ser apresentado, para todos os professore e depois irmos embora.
Ele sorriu e tirou uma foto.
- Esta tirando foto para quem? – Tentei pegar o celular dele.
- Estou fazendo isso para o Tinder e Grindr. – Ele me mostrou. – E você não esta neles? Há esqueci que tinha me trocado por um cara estranho.
- Cala a boca senhor Modelo. – Soquei ele. – Estou preocupado demais, por isso estou mandando meu currículo para varias empresas que tenho. Praticamente, posso ficar desempregado daqui a dias. E não posso ficar assim.
Apertei meu pulso, como forma de lembrete do que a maravilhosa progenitora de Daniel disse a ele na ultima noite. Aquilo ainda ardem em sua mente, e o faz querer reverter essa ideia. Ele não poderia dormi na rua, não veria suas coisas jogadas e queimadas.
Ele tinha pesadelos e mal dormi as vezes.
- Se eu conseguir um emprego, vou ter que transferi e sair dessa escola.
Kris parou de olhar o celular e abraçou o amigo.
- Eu vou dar um jeito, me manda seu currículo. – Kris pegou meu celular. – Você demora demais. Esta com internet?
- Caro que to, pelo menos eu tenho que ter isso. – Rebateu Daniel.
- Onde... Já achei...
- Eu não vou nem perguntar o que vai fazer. – Rebateu Daniel olhando para o amigo, encarando o serio. – Já estou acostumado com esse seu lado Wu.
- Você vai me dar um beijo se isso der certo. – disse Kris me encarando. – Estou mandando seu currículo para um amigo meu, que ele esta precisando de uma pessoa para o seu lado.
- Sim, se isso der certo. Eu te dou um beijo. Senhor Wu.
Kris sorriu de um jeito estranho, ao meu sim.
- Eu espero, e vou espera. – ele sorriu lhe mandando um beijo.
O próximo professor chegou e o dia foi assim, ate o horário do almoço, a escola era grande e mais para o fundo tinha uma construção ainda inacabada. Novas salas estavam sendo construídas para servi de alojamentos para o ano, como um internato, prédios subiam para ser o primeiro internato de luxo em Manaus. Daniel mandou uma mensagem singela para Rocco ir me ver. Contei ate 20. Foi quando ouviu passos.
De trás das cortinas de plásticos que cobriam a entrada do prédio, ele aparece.
- O que esta acontecendo, porque esta aqui? – A pergunta era um pouco grosseira e o rosto dele passava reprovação.
- Eu que pergunto. Você vai ser meu professor. – Os olhos do garoto passaram de espanto para tristeza. – Não sabia que daria nisso.
- Eu que fico mais atordoado com isso. Eu... Nos não poderemos ficar sozinhos. – Rocco encarou as salas, com um olhar triste. – Somos agora aluno e professor.
- Vamos acabar com isso, por causa dessa situação? Eu estava gostando de você. Mais vejo que não é tão forte assim.
Ele soltou um riso debochado do rosto. Chegou perto e pegou em meu queixo.
- Eu acabei de sair de um noivado, e não vou me sujar com um aluno. Posso ser preso por pedofilia, e acabar na cadeia, minha família pode ser poderosa, mais não para isso. Eles me deixaram morrer dentro da cadeia.
Ele me encarou e logo deu dois passos para trás. Ele não era o Rocco que eu conheci. Bem, então eu fechei bem meus olhos, sorri com meu olhar debochado que sempre tive e sorri para ele.
- Então, ok. Mais quando eu precisar, você vai me ajudar. Ou todos vao saber que você aliciou um menor.
- Garoto idiota, acha mesmo que todos vão acreditar em você e em sua mente degenerada. – Rocco engoliu em seco, mais mesmo assim não perdeu a posse que se encontrava. – Eu sou seu professor.
- Não, agora você – apontei bem para seu peito. – Vai me ajudar, quando eu precisar.
Virei as costas e sai andando, Rocco tentou pegar meu pulso, mais a cortina grande de plástico se abriu e a escola estava a frente. O deixei ali para trás, sem nem ao menos olhar para ele.