O almoço foi muito gostoso, aproveitamos para colocar o papo em dia e conversar um pouco sobre os preparativos da festa do final de semana. Logo após, pedi licença para todos pois precisava dormir um pouco, não tinha conseguido descansar direito durante o voo. Segui para o meu quarto e me deitei na cama, onde fiquei pensando em toda aquela situação e esse desejo louco que havia surgido assim que coloquei os olhos em Gael. No meio de tantos pensamentos, acabei pegando no sono e tive um sonho bastante confuso, onde Gael e eu andávamos numa praia, de mãos dadas e quando parávamos para dar um beijo, apareciam Ester e nosso pai, nos encarando. Acordei assustado e percebi que tinha dormido muito, o dia já estava amanhecendo.
Levantei-me e segui para o banheiro, precisava de um bom banho para relaxar. Porém, em mais uma tentativa de aliviar meu tesão, não obtive sucesso já que a única imagem que vinha em meu pensamento era de Gael.
- Meu Deus, será que estou ficando louco? – conversava sozinho tentando entender o que acontecia enquanto me vestia para descer.
- Bom dia filho, dormiu bem? – encontrei com minha mãe na escada, enquanto seguia para tomar o café da manhã – Já estou descendo, só vou chamar sua irmã.
- Bom dia mãe! Dormi sim, estava exausto, praticamente desmaiei – respondi dando um beijo nela – Desce então, deixa que eu vou chamá-la.
Segui para o quarto da Chiara e ao passar pela porta do quarto de Gael, a porta estava entreaberta e pude escutar ele falando ao celular.
- Hoje eu não posso, preciso organizar as coisas para festa – dizia ele, falando em voz baixa – Eu sei, mas não tem como, meu irmão está aqui e vai me ajudar a organizar tudo. Nos vemos depois, pode ser? – a cada silencia, imaginava que era a outra pessoa falando na linha – Esqueci de te falar, desculpa, ele chegou ontem cedo – percebi que falavam de mim – Não tem com o que se preocupar Dani, ele é meu irmão, não sei para que essa bobagem.
Como assim, que preocupação essa Dani poderia ter comigo? Aliás, quem era essa menina, será que era uma namorada dele?
- Irmãozinho! – gritou Chiara, correndo em minha direção – Eu ia no seu quarto te acordar, vamos tomar café? – disse ela, já no meu colo.
- Oi minha principessa! Bom dia! Já estava indo te buscar – com nossa conversa, Gael desligou o telefone e veio ao nosso encontro.
- Dormiu bastante Lui? – percebi o tom de deboche de Gael – Já estávamos quase chamando uma ambulância, de tão cedo que você dormiu – falou, dando risada e me dando um abraço.
Como era gostoso sentir o calor do corpo dele junto ao meu, seu cheiro natural era melhor do que qualquer perfume.
- Vamos gente, estou com fome – Chiara nos puxava, desgrudando daquele abraço que por mim ficaria por horas e horas.
Chegamos à mesa, onde minha mãe já tomava um suco junto com Álvaro. Sentamo-nos e entre uma mordida e outra, conversávamos sobre o planejamento para o decorrer da semana.
- Vou ligar para a Manoela hoje – disse, enquanto tomava um pouco de suco – ela seguiu carreira na área de produção de eventos, sempre teve tino para as coisas, ela que me ajudava nas festas que fazia aqui em casa, na minha época, lembra mãe?
- Como esquecer, não é Luigi? Até a polícia já veio aqui na porta por conta do barulho de uma dessas festas – minha mãe dizia, tentando não rir.
- Exagero desses vizinhos e tenho certeza de que foi aquela chata da Amanda que chamou só porque não tinha enviado convite para ela, apenas para o irmão – retruquei, lembrando de nossa vizinha – Aliás, eles ainda moram por aqui mãe?
- Não, venderam a casa tem cerca de 2 anos, a Amanda se casou e mudou para o Rio de Janeiro e o irmão dela, o Vitor, estava estudando medicina no interior, resolveu seguir a carreira dos pais. Ai a casa ficou muito grande para a Isabel e o Paulo e resolveram comprar um apartamento em Pinheiros, já que o consultório deles é lá perto. Mas tem bastante tempo que não converso com eles. E você sabe qual o motivo de tanta implicância, não é mesmo? – os risos não conseguiram ser contidos por minha mãe.
- Não começa mãe, isso era coisa da sua cabeça – respondi, tentando cortar o assunto.
- Agora conta tia, fiquei curioso – Gael me olhava enquanto questionava minha mãe.
- Ele foge do assunto, mas a implicância toda dela é porque Amanda era totalmente apaixonada por seu irmão na época da escola. Aposto que se seu irmão quisesse, hoje eles estariam casados – era até engraçado escutar minha mãe contando essa história.
- Loucura da cabeça dela, nunca dei motivo para ela pensar isso, muito pelo contrário – ri baixo, lembrando das aventuras que tive com o irmão dela, no período da escola, onde estudamos juntos. Vitor e Amanda são irmãos gêmeos, mas totalmente distintos em personalidade. Ele e eu sempre fomos próximos durante o ensino médio, estudávamos na mesma sala e fazíamos diversas atividades juntos, além de sair para muitos lugares na companhia um do outro. Numa dessas saídas, já no último ano da escola, não sei se por conta da bebida, acabamos indo para cama, o que de início achei que iria abalar nossa amizade, mas ao contrário, mantivemos uma “amizade colorida” pelo ano todo. Mas conto isso numa outra oportunidade.
- Pelo jeito deveria ser um Don Juan, não é Lui? – Gael dizia, encarando meus olhos – Aliás, deveria não, aposto que ainda conquista muitos corações por aí.
- Exagero de vocês – respondi, sem conseguir encará-lo por muito tempo.
Só podia ser loucura da minha cabeça, mas tinha a impressão de que tudo que o Gael dizia, tinha um duplo sentido, como se quisesse passar uma mensagem subliminar no meio daquelas frases.
CONTINUA...
NÃO CANSO DE AGRADECER OS ELOGIOS E DICAS DE VOCÊS, FICO FELIZ QUE ESTEJAM GOSTANDO DA MINHA HISTÓRIA. PROMETO QUE A PARTIR DA PARTE 6, COM O DESENROLAR DOS PREPARATIVOS E A FESTA DE ANIVERSÁRIO DE GAEL, OS TEXTOS FICARÃO MAIORES. CONTINUEM ACOMPANHANDO E COMENTANDO. OBRIGADO!