AMOR DE IRMÃO - PARTE 8

Um conto erótico de Luigi
Categoria: Gay
Contém 1610 palavras
Data: 19/04/2020 16:49:07

Demorei alguns instantes para processar o que o Dani tinha dito. Quanta petulância, quem ele pensava que era? Aliás, quem ele realmente era? Será que era o namorado de Gael? Se fosse, não podia negar que ele tinha bom gosto. Apesar do ódio mútuo que tivemos gratuitamente, não podia negar que era um garoto atraente: devia ter uns 19 anos, olhos azuis, cabelos na altura dos ombros, cerca dede altura e aparentava ter um corpo bem interessante. Será que era o namorado dele então ou era algum amigo? E se era amigo, por que aquela raiva toda ao falar com alguém que ele nem conhecia?

- Lui, está tudo bem? Gael está te esperando para começar a cantar os parabéns – Chiara dizia, puxando minha mão em direção ao jardim – Vamos logo que quero comer bolo.

Peguei minha principessa no colo e segui para o jardim, onde todos já aguardavam. Me posicionei próximo a minha mãe e a Álvaro, que estamos do lado esquerdo de Gael. Meus olhos procuraram institivamente por Dani e o encontrei relativamente próximo a mesa onde o bolo estava. Quando nossos olhares se cruzaram, era como se iniciasse uma nova guerra mundial. O ódio dele poderia ser grande, mas não iria me curvar e iria tirar aquela história a limpo ainda. Quem ele pensava que era para me tratar daquela maneira? Aproveitei para provocá-lo um pouco mais, afinal, eu era o irmão ali e fiz questão de demonstrar a minha importância, chegando mais perto ainda de Gael.

Era notável a felicidade Gael naquele momento, mas também podia notar que desde que o Dani chegou ficou um clima tenso no ar e em alguns momentos eles trocavam olhares. Aquilo estava me incomodando muito.

Fizemos o coro de parabéns, que foi bastante animado e na sequência partimos o bolo. Veio o tradicional momento do “para quem vai o primeiro pedaço?”.

- Agradeço muito a presença de todos aqui, é realmente uma data muito especial para mim e saibam que todos que estão aqui representam uma parte muito importante para mim – Gael iniciava seu discurso – Como todos sabem, uma situação trágica fez com que eu mudasse para o Brasil – nesse momento seus olhos encheram de lágrimas – É impossível dizer que esqueci o que aconteceu, mas aprendi a superar a cada dia, pedindo para que meus pais estejam num bom lugar e agradecendo por passar a compartilhar do amor e carinho que essa família me dá desde o primeiro dia – ele disse, olhando para minha mãe, Álvaro, eu e Chiara – A tia, o tio, a Chiara, fazem com que esse peso se torne mais leve para carregar – as lágrimas já escorriam em seus olhos – E obviamente não poderia de deixar de agradecer ao meu irmão, Luigi.

Notei que ao citar meu nome, Dani fechou mais ainda a cara, mostrando claramente que reprovava aquela situação.

- Lui, sei que nossa infância não foi tão próxima como deveria ser, mas quero que saiba que nesses últimos anos conseguimos construir tudo aquilo que deveríamos ter construído desde que nasci – Gael voltou a falar - Fico muito feliz em tê-lo em minha vida, muito obrigado por ter vindo para o Brasil me prestigiar nessa data. Te amo irmão – ele finalizou me dando um abraço e entregando o primeiro pedaço do bolo.

Fiquei muito feliz e só consegui retribuir o abraço, sem dizer mais nada. Novamente entendi aquele “te amo” de uma forma diferente que deveria ter entendido. E acho que não foi só eu quem entendeu dessa forma, já que enquanto todos aplaudiam, Dani fez questão de sair e ir em direção ao bar.

- Idiota – sussurrei, seguindo seus passos com meu olhar.

Após o bolo ser distribuído para todos, minha mãe, Álvaro e Chiara se despediram, falando que iriam na casa de Denise, irmã de Álvaro, que tinha ganhado neném recentemente e iriam levar Chiara para conhecer a prima, antes que eles voltassem para Curitiba, cidade onde Denise morava.

- Assim vocês ficam mais à vontade e aproveitam a festa sem os tiozões para vigiar – Álvaro falou para Gael, dando risada.

- Mas cuidem-se e tenham juízo – minha mãe recomendava – o Lui vai ficar como responsável por vocês – ela falava, rindo também.

Já passava das 19h00 quando eles saíram. A festa continuava cheia, só 4 ou 5 pessoas tinham ido embora. O dia estava bem quente, o que permitiu que muitos aproveitassem a piscina, mesmo com o cair da noite. Notei que Gael continuava incomodado com a situação causada com a chegada de Dani e acabou passando a beber um pouco além do que esperava.

Em diversos momentos percebia que Dani chegava próximo a ele, dizia algo que parecia uma discussão e se afastava. Mas se ele percebia que eu iria me aproximar, voltava novamente para perto, como se quisesse impedir minha aproximação do meu irmão.

Resolvi não provocar, não por medo dele, mas para evitar qualquer constrangimento para Gael. Fui circular um pouco pela festa, saber se estava tudo bem, dar uma controlada naqueles que já bebiam além do ponto, entre outra coisas.

Segui para cozinha onde estavam a Luzia e o Tobias. Sentei a mesa com eles e ficamos conversando por um tempo, desde que cheguei, por conta da correria, não tinha tido tempo de conversar direito com eles.

Luzia e Tobias trabalhavam com minha mãe desde a época que ela se casou com meu pai. Tinha um carinho muito especial por ambos, Luzia era responsável por todo gerenciamento da casa e Tobias era o motorista, na época que estudava ele que era responsável de me levar para todo canto, já que a correria do trabalho de minha mãe impedia que ela fizesse isso. Aproveitei para tentar saber mais coisas sobre Gael, já que Luzia sempre teve ótima percepção sobre as coisas. Porém ela disse que não sabia de muita coisa, que Gael era bastante reservado, as únicas saídas eram para escola e cursos, raramente saia com amigos, ia mais em parque ou cinema, gostava de sair bastante com a Chiara também e que nesse tempo nunca tinha aparecido com nenhuma namorada em casa.

- Mas por que dessas perguntas? – Luzia perguntava, curiosa

- Nada, é que fico muito tempo fora e agora com ele iniciando uma nova fase na vida, fico curioso para saber se tem algo que ele precisa de ajuda e penso que pode ser que ele fique com vergonha de falar – respondi, tentando fazer a situação parecer normal – E como você tem esse olhar de avó para nós, sei que pode acabar percebendo algo – complementei, dando um abraço nela.

- Mas acho que não tem nada além das coisas de um adolescente iniciando a vida adulta, igual foi com você nessa fase – ela falou, agarrada na minha cintura – a diferença é que você fugiu para longe dos meus olhos – deu risada e um leve belisco no meu braço.

Ficamos conversando por mais um tempo até que resolvi voltar para o jardim. O pessoal continuava animado, alguns bebendo, outros dançando numa pista de dança improvisada, outros na piscina e alguns sentados na varanda. Porém notei o sumiço de Dani e Gael.

- Oi, desculpa, vocês viram o Gael por aí? – perguntei para uma menina que estava sentada numa poltrona na varanda.

- A última vez que vi ele estava subindo as escadas, dentro da casa, não sei se está por lá ainda – ela respondeu, já um pouco bêbada.

Deduzi então que ele tivesse ido ao quarto dele, mas será que Dani tinha ido junto? Subi as escadas e segui em direção ao quarto dele, já a poucos passos de chegar notei vozes alteradas dentro vindo lá de dentro.

- Eu já te falei que você está assim por besteira Dani, não tem com o que se preocupar Dani! Pelo amor de Deus, ele é meu irmão – Gael falava, com a voz embargada

- Besteira nada Gael, você esqueceu que sei de toda história? Foi comigo que você desabafou e justamente por isso que nos aproximamos – Dani respondia, de forma áspera, era possível notar que ele estava bastante alterado.

Mas de que história ele estava falando? Tinha muita coisa ali que eu precisava descobrir. Aproximei-me da porta, que estava entreaberta, de forma que eles não pudessem notar minha presença. Por mais que não fosse do meu feitio escutar conversa alheia, precisava entender o que acontecia ali.

- Aquilo foi só uma fase Dani, nem penso mais nisso. Não queira enxergar algo que não existe, para de bobeira, vamos aproveitar o dia de hoje – Gael insistia, tentando acabar com aquela discussão.

- Você acha que sou idiota? Da para notar no seu olhar Gael, eu vi quando cheguei, vi quando fez aquele discurso ridículo, suas palavras, seu jeito de agir perto dele, seu olhar. TUDO EM VOCÊ MOSTRA O QUANTO VOCÊ DESEJA AQUELE IDIOTA DO SEU IRMÃO – ele gritava, me deixando surpreso com aquela revelação.

- Dani, me larga, você estava me machucando – escutei Gael falar, quase chorando.

Antes mesmo que pudesse processar o que tinha acabado de ouvir, tive de ir socorrer meu irmão. Ao entrar no quarto, vi Dani segurando ambos os braços de Gael com força e empurrando contra parede.

- O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? VOCÊ É MALUCO? LARGA MEU IRMÃO AGORA! – gritei, já seguindo em direção aos dois, libertando meu irmão. Quando notei já tinha dado um soco no rosto de Dani, derrubando-o no chão e abracei Gael.

Aquilo foi o ponto de partida para passar a entender tudo o que ocorria e pelo jeito, o sentimento não era loucura, era algo recíproco.

CONTINUA...

MEUS CAROS, DAQUI PRA FRENTE MUITA COISA VAI ACONTECER. ESPERO QUE GOSTEM, ESTÁ SENDO MUITO BOM COMPARTILHAR ESSA HISTÓRIA COM VOCÊS E MELHOR AINDA TER UM RETORNO TÃO POSITIVO. CONTINUEM INTERAGINDO. UM ABRAÇO PARA TODOS!

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Comentários

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Nossa,o gael desabafou com a pessoa errada

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Ranço desse Dani, bicha violenta.

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As vezes precisamos de uma sacudida p ver a verdade

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chegou o momento de um papo entre eles para sanar todas as sensações de medo que rondava eles

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Nossa,o que vira a seguir? como os dois vao lidar com esses sentimentos

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UFA!!! ATÉ QUE ENFI LUIGI DESCOBRIU SOBRE OS SENTIEMENTOS DE GAEL MESMO SEM ELE TER DITO NADA. REALMENTE ACHO NORMAL SENTIR CIÚME, MAS CONVENHAMOS QUE DANI PASSOU DE TODOS OS LIMITES. MUITO BABACA E INSEGURO. VEREMOS DAQUI PRA FRENTE. ESPERO COISAS BOAS, MAS SEI QUE SOFRIMENTOS TB VIRÃO. ANSIOSO AQUI. PARABÉNS PELA ESCRITA, ESTÁ PERFEITA. MAS SERÁ QUE PODE DAR UM FEEDBACK AOS COMENTÁRIOS DOS LEITORES TB?

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Tô gostando do conto, mas.... está muito curto... ser puder aumenta um pouquinho os capítulos. 😉

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Prevejo mta coisa nessa história

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