Manas antes de se deleitarem com esse conto, saibam que é um introdutório da vida do personagem, nos próximos contos vamos ter mais da feminilidade do personagem e as peripécia de uma futura mocinha. Mas o objetivo desse conto é criarmos um crossover com a Marcele, lembram dela? do outro conto e as duas viverem numa mesma cidade e terem algumas aventuras em comum.
Beijos da Celly
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A casa da Tia Marly era grande, era aqueles sobrados de sitio do interior, um pouco rustico e bem bonito tanto por dentro quanto por fora. Quem avistava do portão da propriedade, que era distante, diga-se de passagem, avistava uma casa imponente com uma varanda bem cuidada e que parecia ter sido pintada recentemente, um sofá bem bonito, uma rede e uma mesa central vistosa completava a paisagem do local. Ao lado da residência, tinha um curral com uma meia dúzia de bois e vacas, mais ao fundo havia uma horta e bem ao lado um galinheiro. Lá atrás, quase no fim do terreno, se avistava uma residência humilde mais bonita, era onde viviam os caseiros. Essa foi a paisagem que eu tive quando o carro parou na em frente à residência da minha tia, e como fui parar lá? Bom isso eu vou contar nas próximas linhas.
Bom tudo começou, quando eu chegava da escola, era um começo de tarde de uma sexta feira e no meu semblante feliz, carregava uma aprovação para próxima série sem recuperação, ou seja, tinha a última semana de novembro, mais dezembro e janeiro de férias, era tudo que eu queria. Porém nem tudo são flores na minha pacata vida (e vocês vão acompanhar isso), ao chegar feliz e faminto em casa vejo minha mãe com pensamento longe e com um semblante triste e vazio.
- Mário senta aqui, preciso conversar com você!
Pelo tom e o semblante era algo muito sério
- Bom meu patrão vai precisar passar alguns meses em OHIO, nos EUA. A empresa onde ele é o diretor, vai fechar um grande negócio por lá e pediu para que ele fosse não somente para adiantar como preparar as negociações, que deve demorar alguns meses. Ele vai pra lá e vai levar a família... e aí é que vem a parte onde nos envolve, filho. Eles vão precisar me levar, para que eu ajude na adaptação deles e também nas atividades do local que eles alugaram, que é bem grande. Só que como já vão ter muitos gastos, inclusive com a minha passagem eu não vou poder te levar meu filho. Eu to muito triste – começou ela com uma voz um pouco chorosa - mas é necessário meu bem. Eu preciso manter a casa e mesmo sendo muito difícil ficar sem você, eu preciso ir.
A minha felicidade de bom aluno, caiu ali estatelada junto ao tapete da sala. Abaixei a cabeça triste e sem me conformar. Não somente ia ficar sem minha mãe por um tempo eu não sabia o quanto, mas tinha também a oportunidade de viajar e conhecer os EUA que era meu maior sonho. Levantei olhei para ela e disse também choroso.
- Pois bem mãe, sei que é importante. A senhora sempre deu um duro danado para manter a nossa casa, manter minhas vontades. Torço muito para que dure pouco tempo, e que possamos nos ver logo – precisava ter serenidade ali naquele momento e aceitar a situação - mas eu vou ficar sozinho aqui nessa casa?
- Não meu filho, já combinei você vai ficar na casa da tia Marly.
Tia Marly era única irmã de minha mãe, eu nunca tinha visto ela. Pois morava em outro estado, na verdade nos conhecíamos por chamadas de vídeo e por telefone. Ela era viúva tinha mais ou menos um ano e tinha uma filha a Kelly, que também conhecia nos mesmos moldes que minha tia. Sabia apenas que ela era muito animada e era alguns meses mais velha que eu. A tia mesmo distante, sempre foi um amor comigo e sempre foi muito preocupada conosco. Muitas vezes vi que ela ajudou minha mãe com algumas dívidas que ela tinha.
Era um sábado, e já havia se passado uma semana depois da notícia fatídica, eu estava mais conformado e até achando que a experiencia poderia ser legal. O que me incomodava era a viagem do Espirito Santo até o Rio Grande do sul era mais ou menos 4h30 de viagem fora mais uma hora da capital até a cidade onde a tia morava (Santa Maria). E lá estava eu ao lado da minha mãe, no meio um montaréu de gente, era uma aventura, nunca antes havia entrado num aeroporto muito menos viajado sozinho. E no meio daquelas pessoas ora atrasadas e correndo, ora em filas e mais filas, estava eu e minha mãe. Após todos os protocolos normais, despacho, checkin e espera no portão. Estava eu e minha mãe em um abraço forte, como se um não quisesse de desgrudar do outro, percebo alguns pingos em minha blusa. Era minha mãe emocionada em deixar seu herdeiro sozinho viajando pela primeira vez, durante toda semana ela se manteve forte, mas ali ela despencou.
Após um longo cochilo, ouço o aviso que o avião ia pousar e que era para colocar a poltrona na vertical. O frio na barriga estava cada vez maior a espera de finalmente conhecer minha tia estava chegando. Após desembarcar, fui orientado a me dirigir até uma parte do aeroporto de Porto Alegre, para pegar as malas que eu havia despachado. Naquele monte de malas passando, algo começou a me incomodar, muitas malas passavam e nada da minha chegar. Começo a me desesperar, quando de repente a esteira para e a luz se desliga, nenhuma mala havia ali. Todo mundo já tinha ido embora e eu fiquei. Desesperado, avisto uma moça da cia uma pouco distante
- Moça, moça por favor. Minha mala sumiu.
- Calma meu jovem, você está com sua passagem aí?
Eu a entrego e depois de uma pequena entrevista ela começa a averiguação, primeiro ela vai até um dos guichês e faz uma pesquisa, telefone daqui, radio dali de repente ela vira para mim e pergunta.
- Marcio, infelizmente sua bagagem extraviou, isso não é muito comum porem vamos continuar pesquisando e ver o que aconteceu e onde ela está.
Confesso que ali minha alma saiu do corpo e pra voltar precisou que minha tia me ligasse e o meu telefone vibrasse.
- Marcinho? Aqui é sua tia Marly. Aconteceu alguma coisa? Vi que seu avião já pousou já tem mais ou menos uma hora.
- Tia aconteceu um probleminha sim, pode vim aqui no desembarque?
Já se passavam das 22h, eu estava sentado, desolado e atordoado. Minha primeira viagem tinha que acontecer aquilo, não sentia tanto o cansaço, mas queria sair dali o mais breve possível. E os deuses das viagens solitárias estavam colaborando.
- Marcinho, meu amor. Já resolvi tudo, eles vão te dar um bom desconto na sua viagem de volta. Quanto a sua mala, assim que eles chegarem eles vão ligar lá pra casa.
- Mas tia e como eu vou ficar sem roupa e tal?
- Oh menino, lá em casa a gente dá um jeito – e soltou uma gargalhada.
Já era quase 4h da madrugada, quando chegamos. A tia parou em frente a sua varanda (já descrita no primeiro parágrafo) com seu carro, uma Hilux e me guiou até dentro da casa. Se por fora era impecável, dentro parecia casa de filmes americanos com escada, paredes com papel de parede e móveis rústicos e elegante.
- Bom aqui vai ser seu quarto. – disse a tia abrindo uma porta logo a minha frente, após subirmos as escadas – Entre tome um banho, tire essa roupa fedida. Que eu vou arrumar uma roupa para você descansar.
Ah como era bom tomar um delicioso banho para descanso, acho que passei um bom tempo debaixo do chuveiro, precisava esquecer o que tinha acontecido. Estava de olhos fechados, em transe, sentindo o chuveiro cair no meu corpo quando sou interrompido por uma batida na porta.
- Querido coloquei uma roupa na sua cama.
Fechei o chuveiro me sequei, enrolei a toalha na cintura e saio do banheiro. A minha primeira sensação foi de espanto depois, olho mais uma vez para cama para conferir se aquilo era verdade mesmo, depois olho para tia que adentrava o quarto.
- Tia esse conjunto de moletom e muito feminino e rosa ainda por cima?
- Oh meu bem, sabes bem que eu enviuvei tem pouco tempo. Não tenho roupas do seu tio Clélio aqui, doei todas. E mesmo se desse, daria uns 5 de você ele era muitoooooo gordo. Eu pequei esse ai da Kelly, por enquanto vai ter que usar as roupas delas.
Novamente minha alma tinha saído do corpo...
E aí quais serão os próximos passos, esse capitulo foi mais contextual os próximos terão mais aventuras femininas e safadinhas de nosso amigo. Fiquem ligados