Parei em frente do portão de casa, ou melhor, da casa dos meus pais no interior de São Paulo. Minhas mãos suavam, embora estivesse fazendo um frio terrível com o céu nublado, bem diferente do clima lá de Roma onde estava nos últimos dias.
Não sabia se pegava a minha chave, abria o portão e já ia entrando, ou se apertava a campainha, ou se ligava para minha irmã dizendo que estava parado na frente de casa ou ainda se dava meia volta e ia embora para o Rio de Janeiro. Estava com receio de como meu pai iria encarar a minha presença ali. Naquele momento veio as últimas palavras que ele disse para mim quando me pegou na cama junto com o Renato: “Que ser viado, pois então será longe daqui! De hoje em diante você não pertence mais a esta casa”.
Resolvi apertar a campainha e torcer para que quem atendesse fosse minha mãe ou irmã. Olhei no relógio que marcava 20 horas e 18 minutos do dia 16 de julho de 1996 (terça-feira). Apertei novamente a campainha e logo escutei o barulho de chave abrindo a porta da sala. Meu coração parecia que sairia pela boca. A porta se abre e lá está ele, meu pai. Ele ficou parado, me olhando, sem falar nada. Não consegui encará-lo... abaixei minha cabeça encostando na grade da frente de casa e comecei a chorar copiosamente. Era um choro de alegria em vê-lo, de tristeza pelas palavras que ainda ecoavam em minha cabeça, de dúvida de não saber o que fazer, de vergonha por não se tornar aquilo que realmente ele tinha pensado para mim, de carência por estar longe deles. Não conseguia me controlar, chorava, chorava, chorava... Meu pai veio rápido em minha direção e abriu o portão. Pensei “é agora que ele me pegará pelo braço e me xingará perguntando o que estava fazendo ali se ele tinha me colocado para fora.” Com certeza ele começaria a gritar e eu iria passar vergonha ne frente dos vizinhos que sairiam para ver o que estava acontecendo. Vendo ele vir em minha direção dei um passo para trás e coloquei minha mão no rosto de vergonha por estar chorando. E realmente ele me pegou pelos braços, porém para me dar um abraço. Fazia exatamente um ano que não nos víamos e não nos falávamos. Ele começou a chorar também... Seu abraço era tudo o que eu precisava e queria naquele momento.
PAI: Perdão meu filho. Eu te amo... Você sempre será meu filho!!!
Choramos abraçados ali no portão de casa. Minha irmã veio até a porta de casa e viu que era eu, chamando minha mãe e meus outros irmãos pensando que nós estávamos brigando. Mas logo perceberam o que se passava e se alegraram. Minha mãe também chorou pela minha presença ali e pela reação de meu pai. Foi tão bom, depois de tudo que passei, estar novamente na minha casa onde cresci... Receber o carinho de minha família. Era tudo o que precisava para me recompor, para buscar forças para continuar e colocar a mente e o coração nos seus devidos lugares. Nem preciso dizer o quanto fui paparicado naqueles dias. Meu pai e minha mãe falaram que se eu quisesse levar meu namorado para lá, eles aceitariam numa boa, aceitavam a minha decisão e minha opção, pois eles queriam, acima de tudo, me ver feliz. Fiquei contente com as palavras deles e eu disse que não estava mais namorando.
Contei para a minha irmã, minha confidente, tudo o que tinha passado comigo, desde a minha briga com Renato, que ela não sabia, até os meus últimos dias em Roma. Ela me incentivou a ligar para ele e contar que tinha voltado, que estava no Brasil e queria falar com ele. Porém me faltava coragem, medo de como ele reagiria, receio de saber que ele estava com outro ou outra. Descartei a possibilidade de ligar, mesmo sabendo que o nosso encontro seria inevitável quando voltasse para o Rio de Janeiro.
Observação importante: No dia seguinte a minha chegada, pela primeira vez após a minha ida para Roma, liguei meu celular e tomei coragem de ouvir todas as mensagens gravadas na caixa de mensagem. As mensagens da Heloísa, da minha família e principalmente as mensagens que o Renato deixou. Em muitas delas ele falava, pedia perdão chorando numa voz triste... A cada mensagem que eu ouvia, meu coração partia e apertava no peito.
Na sexta-feira de manhã (três dias depois da minha chegada), enquanto tomávamos café, meus pais falaram que dariam uma pequena festa no sábado à noite para comemorar a minha chegada e que chamariam os familiares e alguns amigos mais próximos. Minha irmã e mãe passaram aquele dia ligando para várias pessoas e organizando os preparativos. Todos estavam animados e eu também.
No sábado acordei cedo e o tempo estava frio e chuvoso. Embora uma garoa fina caía lá fora, a minha vontade de sair e dar uma volta era imensa. Queria ficar um pouco sozinho. No período da tarde, vendo que a chuva não passava, peguei o carro do meu irmão, pois o meu ainda estava na garagem do apartamento do Rio desde que viajei, e saí dar algumas voltas.
MÃE: Fique aqui Fernando, não saia hoje. Além de estar chovendo, estamos organizando tudo para a festa de mais a noite. Venha nos ajudar.
EU: Eu já volto mãe. Preciso pensar um pouco, ficar um pouco sozinho. Daqui a pouco eu volto e ajudo vocês.
Fiquei um bom tempo rodando com o carro e resolvi parar em um dos parques da cidade, que estava vazio por causa da garoa que caía. Fiquei um tempo ali parado, escutando música da rádio local. Há um ano atrás eu estive ali, juntamente com o Renato. Acabei cochilando por uma meia hora dentro do carro e fui acordado com o meu celular tocando. Era minha irmã.
IRMÃ: Fer, onde você está? Você já está voltando?
EU: Ainda não! Estou aqui, dentro do carro, no parque. Por que? Daqui a pouco vou embora para ajudá-las.
IRMÃ: Ah que bom!!! A mãe está precisando que você compre algumas coisas antes de vir. Espere aí, que vamos fazer uma listinha e já te ligo para você comprar. Não saia daí antes de eu te ligar.
EU: Ok Samantha!! Vou esperar.
E ali fiquei esperando elas me ligarem para passar a lista. Meia hora e nada delas ligarem. Será que tinham desistido de comprar as coisas. Poderiam pelo menos me avisar para não ficar esperando como um bobo ali. Resolvi dar mais um tempo antes de ir embora, quando vejo um carro entrando no estacionamento do parque. Eu não era o único que gostava de rodar em dia de chuva. Olhei para o carro e vi que era um parecido com o meu. O carro não estacionou em nenhuma vaga e ficou parado. Observei pelo espelho retrovisor o que o motorista estava pretendendo fazer. Achei estranho, pois o carro não estacionava, mas também não ia embora. Olhei para a placa do carro e tomei um grande susto. Era a placa do meu carro. Meu coração disparou na hora. Não era possível aquilo... Será?
Saí do carro que eu estava e fiquei em pé do lado de fora, olhando para o outro carro, para o meu carro. O motorista desligou o motor e ainda ficou um tempo dentro do carro, me olhando... Não poderia ser... A porta abriu e de lá ele saiu. Ele... era ele... Renato. Minhas pernas tremeram, bambearam. Encostei no carro incrédulo que realmente ele estava ali, tão próximo de mim. Logo entendi que deveria ser coisa de minha irmã. Por isso que eles queriam que eu ficasse em casa. Parecia que eu estava paralisado, não conseguia sair de onde estava, estava realmente tremendo...
Renato começou a vir em minha direção e eu comecei a chorar. A garoa continuava a cair. Não demorou muito e estávamos frente a frente mais uma vez. Ele chorava. Me joguei sobre ele num abraço. E ali ficamos uns cinco minutos sem falar nada, apenas abraçados e chorando.
RENATO: Eu te amo!
EU: Eu também te amo!
RENATO: Te quero em minha vida para sempre!
Debaixo da fina chuva que caía nos beijamos, sem se importar se havia alguém por perto e que pudesse ver dois homens se beijando. Senti o sabor de sua boca, a maciez de seus lábios encostados aos meus, o seu beijo quente que tanto me fazia falta.
EU: Me perdoe Renato, me perdoe por não ter acreditado em você. Por ter ido embora sem ter se despedido ou ter dado a chance de conversarmos.
RENATO: Fer, esquece. Não vamos sofrer pelo o que passou. O que importa que estamos aqui e aprendemos com os nossos erros. Eu também errei. Mas agora a única coisa que quero é estar ao seu lado e te amar com todas as minhas forças. Te amo, te amo, te amo.
Eu ria de felicidade. Finalmente as coisas estavam dando certas. Entramos no carro e ficamos ali namorando. Matava a minha saudade dos seus beijos, do seu cheiro, do seu gosto, do seu carinho. Ele estava mais lindo como nunca.
Ele me contou que no dia anterior minha irmã ligou para ele contando que eu tinha retornado, mas que eu estava com vergonha de ligar para ele. Que quando ele ficou sabendo do meu retorno, na mesma hora ele começou a fazer as malas e já combinou com a Heloísa e o Arthur para virem para a minha cidade.
EU: A Heloísa e o Arthur estão aqui?
RENATO: Sim, estão lá na sua casa, esperando a gente voltar. Mas eles podem esperar... o que não pode esperar é essa minha vontade de te beijar.
Ficamos mais um tempo ali, naquele estacionamento, matando a nossa saudade. Fomos para casa e lá me reencontrei com Heloísa e Arthur. Agradeci minha irmã pela surpresa que ela fez. Eu estava radiante de alegria. Meus pais também estavam super felizes em me ver daquele jeito. Meu pai tratava Renato muito bem.
A noite tivemos a nossa festa. Meus familiares vieram, alguns amigos da cidade também, mas eu não me desgrudava de Renato. Apresentei ele como namorado e meus pais faziam o mesmo. Renato também não se importava em ser apresentado para os outros como meu namorado. Ele fazia questão de ficarmos de mãos dadas. Rimos, conversamos, fazendo daquela noite um momento muito especial que há um bom tempo eu não tinha.
Após o término da festa, que foi até às 3 da madrugada, organizamos as coisas e fomos dormir. Não via a hora de ficar sozinho com ele. Arrumamos o quarto de hóspedes para Heloísa e Arthur e depois fomos para o meu. Tranquei a porta e finalmente estávamos a sós, mais uma vez. Logo caí sobre a sua boca, enchendo-o de beijos. Deitamos em minha cama e ficamos namorando, conversando e rindo por um tempo. O clima começou a esquentar. Lá fora ainda chovia, como na nossa primeira vez. Tiramos as nossas roupas e nossa excitação era evidente, nossos paus estavam extremamente duros sob as cuecas. Era tão bom sentir a maciez de sua pele, sentir os pêlos de seu tórax em minha mão. Deitei sobre ele e nossos paus se esfregaram. Renato, enquanto me beijava colocou sua mão por dentro da minha cueca, segurando em minha bunda. Desci passando a minha língua sobre o seu corpo delicioso até chegar em sua cueca, puxando-a de uma só vez, e fazendo seu pau duro saltar em minha cara. Não pensei duas vezes em abocanhar e começar a chupá-lo. Renato gemia de tesão segurando a minha cabeça sobre o seu pau. Logo ele virou fazendo o mesmo e ficamos um bom tempo num meia nove. Ele não parava de chupar e eu também. Estava muito bom!! Senti que ia gozar e ele também. Em questão de minutos estávamos despejando nossa porra um na boca do outro. Eu não engoli e ele também não, pois tivemos a mesma ideia em nos beijarmos trocando os nossos fluídos. Nossos paus ainda estavam duros demonstrando o nosso tesão e desejo um pelo outro.
EU: Quero sentir você dentro de mim!!
Renato começou a chupar minha bunda, a enfiar a língua, me dando um prazer fenomenal. Pedi para que enfiasse o seu pau dentro de mim. Fiquei de quatro na cama e logo senti Renato se unindo ao meu corpo. Naquela cama éramos apenas um, vivenciando o amor que sentíamos um pelo outro. Pedi para que bombasse com força. Transamos em diversas posições naquela noite, fazendo ele encher minha bunda com a sua porra enquanto me comia deitado sobre mim, me abraçando. Eu gozei sem ao menos tocar em meu pau, apenas sentindo o seu corpo, movimento e amor sobre mim. Dormimos felizes, pelados e abraçados naquela noite.
No outro dia acordei sendo chupado pelo Renato. Lá estava ele sugando o meu pau e me deixando melado de tesão. A sensação de acordar assim é maravilhosa! Logo ele encaixou meu pau em sua bunda e foi abaixando, me fazendo ficar dentro dele. Ele gemia de tesão e eu também. Enquanto ele subia e descia sobre o meu pau, eu batia uma punheta para ele. Não demorou muito para que eu gozasse dentro dele e ele sobre os pêlos do meu peito.
A partir daquele dia eu e Renato nos amamos intensamente. Voltamos para o Rio e assumimos nosso namoro para a sua família que aceitou numa boa. Seis meses depois resolvemos morar juntos no meu apartamento, que a partir daquele momento não era mais “meu”... era “nosso”. Vivemos como um lindo casal, nos respeitando, compartilhando e nos amando muito. Renato terminou primeiro o curso de Medicina se tornando um ótimo ortopedista. Alguns anos depois também me formei trilhando o caminho da pediatria. Tínhamos os nossos trabalhos e éramos respeitados na profissão que escolhemos. Em nossos momentos de lazer adorávamos ficar juntos. Fazíamos de tudo junto. Adorava quando ficávamos na sala assistindo filme, um ao lado do outro, comendo pipoca. Nossas caminhadas pela praia, nossos passeios, as reuniões que fazíamos entre os amigos em nossa casa. Era muito bom viver ao seu lado. E até hoje ao lembrar de tudo, revivo cada momento do início do nosso amor, cada momento da minha VIDA DE UNIVERSITÁRIO.
Pessoal, agradeço quem leu até aqui, que seguiu cada capítulo. Tenho muito para contar sobre a minha VIDA, minha VIDA DE CASADO, minha VIDA DE MÉDICO... Porém estes últimos tempos, em época de pandemia, tem sido muito puxado o trabalho no hospital, e estou com dificuldades para continuar a escrever. Mas prometo que em breve voltarei para dar continuidade na história. Um grande abraço para todos. Amem sempre!