Não dormi muito bem, não conseguia parar de pensar em Victor e em como ele tinha feito coisas ruins e como tinha me enganado esse tempo todo. O interessante é que mesmo chateado eu não nutria raiva dele, acho que o fato dele não está mais vivo era o principal motivo! Fiquei pensando muito sobre Victor e cheguei a conclusão que eu deveria deixar ele pra trás, ia fazer o mesmo que Rafael, Julieta e todos os meus amigos estavam fazendo. Pela manhã conversei com meu pai e disse que queria ir no cemitério onde Victor tinha sido enterrado, ele me questionou mas acabou aceitando me levar. Era importante, pra mim, dá um adeus descente pra Victor.
Diferente de muitas pessoas eu sempre achei cemitério um lugar bonito! Sim é estranho mas eu achava bonito o que faziam com as covas e etc... Sei que é meio sinistro porém eu não considerava esse lugar algo tão abominável como a maioria das pessoas. O lugar onde Victor estava enterrado parecia algo de outro mundo, era muito bonito e nem parecia um cemitério. Cheguei na cova, dele, e observei que tinha muitas flores. A foto dele me fez chorar, ele estava tão sorridente e lindo nela... Fiquei um tempo conversando com ele e chorrando, extravasei tudo que estava sentindo.
- espero um dia poder te encontrar denovo. Apesar de tudo sempre vou te amar. - falei tirando a pulseira que tinha ganho dele, que o seu irmão me entregou, e colocando ao lado da sua foto. Fiquei mais um tempo chorando e depois, já recuperado, saí dali. Afinal meu pai tinha ido comigo e creio que ele não ia querer ficar o dia todo ali. Quase saindo do cemitério tive uma surpresa.
- Felipe ? - falou Anthony sorrindo.
- oi.- falei surpreso.
- que surpresa. - falou ainda rindo
- sim. - disse sem graça.
- se tivéssemos marcado não teríamos nos encontrado. - disse olhando pra minha mão.
- venho aqui todo sábado, costumo dizer lá em casa que é minha seção de terapia semanal. - disse ficando triste.
- imagino a barra que não deve ser. - falei ficando triste com sua dor.
- então, vou indo... Foi bom te vê. - falou segurando o chorro.
- também foi bom te vê. - disss o abraçando. Acho que no momento era o que ele precisava.
No carro pedir pra meu pai me levar pra casa da Lúcia, tinha resolvido ir pra lá... Acho que seria ótimo me desligar da vida com ela.
- devia ter me avisado que vinha antes, aqui hoje é o dia da faxina. - disse rindo.
- não se preocupe! é bom que você tem um ajudante. - falei rindo.
- vamos vê se esse mauricinho sabe mesmo limpar uma casa - disse rindo.
Acabou que ajudei Lúcia a limpar á casa e ficamos conversando sobre vários assuntos, falávamos sobre o colégio e sobre as provas, principalmente. Lúcia como era bolsista tinha que tirar notas sempre altas. Quando terminamos de limpar a casa, por volta das 12:20 sua irmã ,Carol, chegou toda espalhafatosa. Ela fazia curso um curso técnico aos sábados.
- por que não me disse que seu amigo gato estava aqui Lúcia ? - falou rindo e me dando um beijo
- nem eu sabia que ele vinha. - falou tímida.
- apois, já que não tenho mais nada pra fazer aqui em casa ( ela percebeu que eu e Lúcia já tínhamos limpado tudo) vou confirmar com meus amigos minha presença no reaage. - falou rindo.
- aliás a nossa. - disse mechendo no celular.
- tá maluca ? Não vou sair não! Tenho que estudar.... - falou Lúcia rápida.
- sem Desculpas! Vamos aproveitar que mamãe está na casa da nossa vó e vamos curtir. - disse Carol de uma forma maluca.
- vamos sim. - falei rindo
- Felipe. - disse Lúcia. Pelo visto ela ia ter que ir forçada.
Fomos pra um barzinho que tinha ali perto, que estava lotado. Tinha muitos jovens e adultos bebendo. Era um lugar no meio do comércio e ficava no bairro delas.
- pelo visto só nois dois vamos beber refrigerante. - falei rindo pra Lúcia.
- sim. -falou tímida.
Devo dizer que foi sair com elas foi muito bom! Os amigos de Carol eram todos mais velho e eram muito divertidos! Eles bebiam e davam risadas de tudo, também tiravam onda com o fato de eu ser todo esteriótipado. Realmente eles eram bem simpáticos. Voltei pra casa já de noite e estava morto de cansado, aquele dia tinha sido longo e divertido. Em casa só fiz tomar um banho e capotar na cama. Domingo só sair pra do quarto pra tomar café, que aliais as meninas não estavam, aproveitei toda a manhã pra estudar! Não podia deixar de ter meu foco e as provas já estavam chegando, não queria tirar notas ruins. Antes de almoçar Julieta foi no meu quarto e me comunicou que íamos, depois do almoço pra casa do Jonatas, ele ia fazer uma social.
- vim te avisar por que vi que você não visualizou as mensagens no grupo! Sem desculpas pra ir. - falou fechando a porta do quarto, não deixou nem eu responder.
No almoço, que foi quase um bufê de restaurante, conversamos sobre a semana e sobre várias assuntos. A novidade era que meu pai ia viajar, semana que vem, a trabalho. Julia estava bem aérea, definitivamente ela estava diferente. Antes de dar o horário que Julia tinha me dito eu já estava pronto. Tinha vestido uma camisa regata listrada, rosa e preto, um short azul, um pouco acima do joelho e uma sapatênis preto. Estava usando vários assessórios que tinha ganho no meu níver também, o colar que Amanda tinha de dado, o relógio de Rafa e alguns anéis também. O cabelo penteei pra trás e coloquei bastante gel. As meninas também estavam lindas e Julieta estava com um shorte bem curto, devo dizer que minha irmã tinha umas pernas perfeitas. Julia estava com um vestido.
Quando chegamos na casa de Jonatas já tinha vários dos nossos amigos e muita música, pelo visto seus pais não estavam em casa. De longe vi Matheus mas antes de ir falar com ele Julia tomou minha frente e já foi abraçando meu amigo. Com certeza eles estavam ficando... Fui da uma volta e vi Jonatas, Kelly e Cia, resolvir ficar com eles. Era por volta das 5 quando Rafael chegou, ele estava com uma blusa polo preta, apertada, uma berbuda jeans azul e um sapato branco. Seus cabelos estavam despenteados... Ele estava perfeito. Ele falou com todos, inclusive comigo, e ficou ali conversando com a gente. No decorrer das horas fui percebendo que meus amigos saiam, as vezes 3 juntos, pra dentro da casa e voltavam alguns minutos depois bem diferentes. Julieta e Amanda foi com Jonatas e bruno e eu fiquei curioso pra ir também! Rafael me impediu.
- fica aqui comigo! - falou.
- por que todo mundo quando volta de dentro da casa volta mais animado? - perguntei.
- não sei... Devem tá bebendo algo. - falou Rafael me olhando.
- e se ninguém te chamou e por que não querem que vc beba não ? - falou me fazendo ficar pensativo.
- deve ser! - falei com um pouco de raiva, aposto que Julieta não tinha deixado eles me chamaram.
Depois de alguns minutos eles voltaram todos animados e com cervejas na mão. Kelly mudou o som e o funk começou a reinar. Resvolvir ir pegar uma bebida também, deixei Rafael conversando com alguns amigos dele e fui, só que no meio do caminho Amanda me encurralou, em uma parede, e meteu um beijo em minha boca. O segundo beijo de Amanada não tinha sido tão bom como o primeiro, embora o beijo tenha tido muito desejo, da sua parte, pra mim foi morno. Não deveria ter acontecido, ela não deveria ter me beijado.
- Amanda... - disse saindo do seu beijo.
- não precisa dizer nada! - disse sorrindo e me olhando com desejo.
- isso não devia ter acontecido! Somos amigos. - falei
- somos solteiros! - disse chegando perto.
- e agora não tem mais Victor pra atrapalhar. - disse me surpreendendo.
- está tudo bem aqui ? - disse Rafael aparecendo e fazendo eu e Amanda olhar pra ele.
- está sim! Pode sair. - disse Amanda com raiva.
- estava atrás de você Felipe, vem. - falou Rafael ignorando Amanda e me puxando pelo braço.
Com o que Amanada tinha dito sobre Victor eu meio que tinha ficado perdido, ela sabia ? Então não estava raciocinando muito bem até aquele momento.
- vamos. -falei. Não queria ficar sozinho com Amanda.
Saímos e pude perceber que Amanda ficou pistola da vida. Já estava começando a estranhar o comportamento dela.
- acredita que ela me beijou a força ? - falei.
- bebezinho indefeso. - falou Rafael debochando e me olhando.
- nao esperava que ela fosse fazer isso. - falei.
- não esperava e ela já ia fazendo denovo. Quero vê até quando você vai ficar nessa de não perceber as coisas. - falou abrindo uma cerveja e bebendo.
Fiquei calado com o que ele disse.
- você foi atrás de mim por que? - perguntei abrindo uma cerveja e fazendo ele arquear a sombrancelha. Era a primeira vez que bebia por vontade própria.
- queria te levar pra outro lugar! Estou achando aqui sem graça. - falou me olhando.
- ok, vamos. - disse fazendo uma cara feia. O gosto da cerveja era muito ruim.
- vem. - falou segurando minha mão.
Fomos em direção a saída mas antes passamos pelo pessoal e Amanda nós observou mais uma vez. Entramos no carro, que Rafael estava e ele foi dirigindo pra longe dali. Só que o caminho era conhecido, estávamos indo pra sua casa. Ele estacionou o carro na garagem e me pediu ajuda pra pegar algumas coisas na cozinha. Pegamos cerveja, salame, queijo e algumas coisas que dava pra comer. Por fim fomos para a estufa, dessa vez o céu estava mais bonito e estrelado.
- acho que vamos gostar de ficar mais aqui - falou bebendo
a cerveja.
- com certeza sim. - falei rindo.
- não precisa mais beber! Já percebi que você não gosta e também você bebendo não vai me impressionar. - falou.
- não estou bebendo pra te impressionar. - falei com um pouco de raiva, afinal eu não estava bebendo pra impressionar ele! Talvez pra mostrar que eu não era um bobão ingênuo, mas impressionar ele não!
- vai, me diz como era os encontros com os seus amigos na sua antiga cidade. - falou rindo.
- eram legais só que diferentes! Geralmente só nos víamos nas festa de são João ou quando iamos pra praça, depois da missa. Eu nãoo tinha tanta liberdade como aqui. - falei rindo.
- sério ? Fala mais. - falou fechando os olhos e rindo.
- sim, meu avô não me deixava sair muito! E também tinha muita coisa pra fazer na fazenda. Lá às coisas eram diferentes. - falei
- diferentes ? - perguntou curioso.
- sim, lá eu trabalhava mais! Como vendíamos farinha eu ajudava no processo, também cuidava dos animais e etc... Não tinha tanto tempo pra tá saindo! Fora que o tempo que me sobrava eu tinha que estudar. - falei rindo. Tinha saudades daquela época.
- e você, sempre com uma vida badalada ? - perguntei.
- mais ou menos -riu- teve um período que eu saia menos que você, rsrsrrsrs. Quando eu estava me descobrindo, sexualmente, foi bem difícil. - falou
- mesmo ? - estava curioso, como não sabia muito sobre ele achava que ele tinha ''virado" gay a pouco tempo.
- sim, foi uma época complicada! Ainda mais por que minha família é super complicada. - falou
- mais hoje estou melhor! Meu irmão já sabe quem sou realmente. E na medida do possível me aceita. - falou rindo.
Pelo que tinha percebido as coisas lá não eram iguais a minha casa, não quis mais perguntar sobre isso e mudamos o rumo da conversa, ficamos falando sobre o futuro e ele me confidenciou que queria fazer medicina, ele ia continuar com o legado dos pais. Confesso que estava adorando conhecer Rafael mais a fundo ele gostava de coisas legais e adorava ouvir minhas histórias da fazenda. Com o passar da noite estava ficando um pouco tonto, por causa da bebida que eu continuei bebendo. Certa hora me deitei, estavamos sentados no chão, e fiquei olhando o céu.
- o que pensa esse loiro ? - falou Rafael. Acho que ele também estava ficando bêbado.
- agora nada! Talvez em como eu não deveria ter bebido essa cerveja. - falei sorrindo.
- eu disse que não precisava, cerveja não é pra criança. - disse rindo.
- então você não deveria está bebendo. - falei dando um soco nele. Ele também tinha se deitado, estávamos bem próximos e um ao lado do outro.
- obrigado por ter me trazido pra cá! Olhar esse céu é incrível. - falei hipnotizado
- depois você me paga com um beijo. - falou me deixando sem graça.
Fiquei quieto com o que ele disse e envergonhado.
- lembra da estrela que você tinha visto dá outra vez ? Hoje ela tá brilhando mais. - disse Rafael quebrando o silêncio.
- vai vê ela está brilhando assim por que está nos obeservado. - falei.
- certeza que não! Aposto que teria coisa melhor pra ela olhar. - falou rindo.
Olhei pra estrela e seu brilho era bem bonito, mas não era diferente das outras. Não pra mim. Fui tirado dos meus pensamentos com o toque do meu celular, era Julieta me ligando.
- tenho que ir embora. - falei me virando e ficando de frente pra Rafael.
- maldito tempo que insiste em passar rápido. - falou se virando ficando bem pertinho.
- obrigado pela noite. - falei quase sussurrando.
- obrigado pela noite. - respondeu com a mesma fala que eu e com o mesmo sussurro. Comecei a olhar pro seus olhos e dessa vez sim eu via um brilho diferente e bonito, bem melhor que qualquer estrela no céu.
- seus olhos são lindos. - falei
- você que é lindo. - falou ficando bem perto.
Ri e fechei os olhos, acho que agora vinha o beijo e com certeza seria melhor que o de Amanda. Fiquei esperando mas não aconteceu.
- temos que ir, sua irmã tá me ligando tambem. - falou Rafael em pé.
- vamos. -falei com o coração batendo forte.
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Espero que gostem e me desculpem os erros! Comentem pois gosto de saber o que vocês estão achando. Beijos.
