Tensão

Um conto erótico de DGT
Categoria: Heterossexual
Contém 1561 palavras
Data: 12/07/2020 02:14:25

Depois da prova mais difícil do semestre, a ultima pessoa que Luana esperava era ele. Estava do lado de fora da sala, mexendo no celular, completamente alheio ao sentimento compartilhado de angústia pelas questões dificílimas escolhidas a dedo.

— O que você tá fazendo aqui? Seu semestre não acabava ontem?

— Sim, mas acontece que precisava entregar um livro na biblioteca e, bom, já que estava de bobeira, resolvi te esperar para um jantar.

O abraço dos dois foi o sinal para Luana que ela poderia finalmente abandonar a tensão dos últimos dias. Teve que resistir à vontade de simplesmente tombar, deixando para Adriano a missão de segurá-la. Manteve a compostura, desvencilhando-se dele.

— Eu tô muito cansada.

— Eu sei, Lu. Mas é sua chance de começar a relaxar. Tenho uma surpresa legal para você.

Luana olhou, um tanto desconfiada, para ele. Sua expressão travessa escondia qualquer sinal do que seria a surpresa. Estava cansada, mas o “bendito” conseguiu prender sua atenção.

— Olha, vamos fazer o seguinte. Se você quiser, depois do jantar, voltar para casa, te deixo lá.

— Seus planos não envolvem uma festa ou algo do tipo, né?

— Não.

Ela sabia que não ia conseguir extrair mais do que isso. Rendeu-se, despediu-se dos colegas, e foi até o carro dele, começando a tirar a cabeça das questões de História da Arquitetura.

Adriano a cativava, distraindo-a com suas conversas e com sua beleza; a barba crespa, mais ou menos espessa, ainda que bem aparada, trazia um ar intelectual para ele. Os lados da cabeça estavam aparados à navalha, enquanto o topo erguia-se imponente. Luana achava irônico o quanto ele estava totalmente alheio a sua beleza. O terno azul-real ajustava-se ao corpo na medida certa, não sendo apertado ao ponto de incomodá-lo, mas mostrando as curvas bonitas que Adriano ostentava. Sem mencionar o perfume que exalava; era ao mesmo tempo marcante e sutil.

Ele parou o carro próximo de um hotel, no centro da cidade, deixando a gravata no carro. Os dois caminharam, pelas ruas agitadas de uma sexta-feira à noite, até um badalado bar da cidade. Luana relaxava aos poucos. O cenho franzido pela tensão era substituído pelo sorriso largo, que mostrava os dentes bem cuidados e os olhares brilhosos. A risada era tão gostosa quanto ingênua e espalhafatosa, tão marcante quanto Luana era para ele. Sua beleza era tão rara quanto a própria a Boa Sorte, aquela que Adriano acreditava que o acompanhava toda vez que eles estavam juntos.

Comeram os petiscos, compartilharam duas garrafas de cerveja, enquanto gargalhavam revivendo algumas historias. Vez ou outra trocavam olhares, cheios daquela cumplicidade elétrica implícita de amigos amantes.

Luana bem sabia que a noite planejada por Adriano não encerrava ali, na conta pedida por ele. Sorriu, grata por compartilhar a travessura. Ao saírem do bar, olhou para o hotel, que se erguia logo diante do bar.

— Você nunca planejou me deixar em casa, não é?

Uma das mãos quentes de Adriano a envolveram pelo quadril.

— Eu tinha esperança que nem precisaria. Sei que você está cansada, mas conheço uma ótima maneira de relaxar.

Os olhos castanho-escuros dele encontraram os castanho-claros dela. Luana retribui o gesto, com um pouca mais de maldade que ele; sua mão deslizou, até chegar e entrar no bolso da calça, localizado no bumbum.

— Idiota. — Mais uma vez, gargalhou. — E como explico para os meus pais que não vou para casa hoje?

— Uma merecida festa para relaxar? E você vai dormir na casa de uma amiga?

— Como uma adolescente?

Ela aproximou o rosto do dele, completamente envolta no jogo dele.

— Exatamente.

Beijaram-se pela primeira vez na noite. Os lábios ainda estavam gelados por causa da cerveja, as línguas carregando o gosto amargo de cevada. Luana brincava com a parte raspada da cabeça dele, acariciando e aproveitando a sensação da pele ainda a ser coberta pelos fios que nasciam, enquanto a mão direita repousava no ombro dele. Adriano, por sua vez, a puxava para si, reconhecendo cada centímetro do corpo dela.

Já no quarto do hotel, Luana se secava do banho, enquanto espiava o celular. Sua mãe, embora não estivesse contente, entendeu a necessidade de ir na suposta festa, depois de um exagero inocente. Saiu do banheiro apenas enrolada na toalha, com um sorriso de quem conseguiu fazer uma coisa difícil. Adriano lia um livro. Ou pelo menos, era o que aparecia. Ele a mirou, da cabeça aos pés, com um sorriso encantado.

— O banho foi relaxante?

— Muito. Água quentinha, jatos fortes, sabonete cheiroso...

— Então, será que você realmente precisa de uma massagem? — Adriano mergulhou sua voz num cinismo barato, que desejava passar uma mensagem completamente diferente, enquanto buscava algo na mochila. O livro foi deixado dentro, e de lá, ele tirou um frasco de óleo — Poxa, acho que você nem vai precisar disso.

— Nossa, de repente, minhas costas pesaram tanto. Minhas pernas tão doloridas! Sabe quando você malha muito, para liberar a tensão? — Luana usou o mesmo tom de Adriano.

— Poxa, por favor, deite aqui. Vamos relaxar você!

Ele levantou-se, indo até os interruptores, enquanto ela deitava de barriga na cama, ainda enrolada na toalha. Luana tirou os travesseiros, colocando-os no chão, e esperou por Adriano. Ouviu-o ajustar a temperatura do ar-condicionado, deixando naquela temperatura fresca. Espiou pelo canto do olho, o quarto era iluminado apenas pelos abajures, aos lados da cama. Manteve os olhos fechados, aguçou os sentidos o máximo que conseguia.

O coração palpitou na mesma velocidade que há algumas horas atrás. Sentiu o colchão de molas ceder, enquanto Adriano chegava a ela. Gentilmente, ele desenrola parcialmente a toalha do corpo dela, deixando na altura do quadril. Uma flor de lótus estava desenhada entre as escápulas morenas. O caule era uma frase em espanhol.

— Onde começa a tensão? — Adriano perguntou, enquanto deslizava as mãos pelas costas macias de Luana, concentrando-se em memorizar tudo que aconteceria a partir daquele momento.

— Perto do pescoço, descendo por toda a coluna.

Adriano esfregou as mãos e despencou algumas óleo de lavanda e camomila. Esfregou mais uma vez, e colocou os dedos na parte de trás do pescoço dela, tocando a coruja minimalista desenhada ali. Lentamente, deslizou os dois polegares, seguindo a direção da musculatura, indo até a altura do inicio das raizes dos cabelos de Luana, ainda salpicados por algumas gotas de água. Ele sentiu o quadril dela reagindo sutilmente, debaixo do seu corpo. Luana podia sentir um sorriso tomando seu rosto. Era um sorriso diferente, daqueles que são provocados apenas por um prazer simples, como o do alivio vindo do deslizar dos dedos dele em seu pescoço.

Quando o óleo caiu nas costas de Luana, o arrepio não foi a única reação involuntária expressa por ela. Um gemido autêntico saiu, ainda que tampado pelo colchão do hotel e pela risada, vinda logo em seguida.

— Desculpa. – Ele disse, embora não tivesse sentido nenhum pingo de culpa.

— Eu adorei. Não precisa economizar. — Luana sussurrou, mantendo-se focada na sensação dos dedos dele.

Suas mãos desceram lentamente até os ombros, repetindo o movimento de acompanhar as fibras musculares. Ela sentia o corpo dele se aproximar do seu, por vezes até toca-la com o peito peludo ou as pernas grossas dele apertarem gentilmente as delas, enquanto os dedos de suas mãos se arriscavam a passar da clavícula, flertando com a sensação de ficar preso entre a frente do ombro e o lençol branco. Vez ou outra, sentia o toque recheado de contraste da barba áspera raspar, os lábios macios acariciavam o local do beijo.

Os dedos de Adriano ainda não haviam passado todas as costas dela quando Luana resolveu provocá-lo do jeito que podia. Passou a deixar seus gemidos roucos saírem, pouco a pouco. Não demorou a sentir um peso a mais surgir por cima da toalha. Resistiu à tentação de olhá-lo. Talvez ficasse encabulado, como no dia que o avisaram do volume que as calças moletom marcavam. Ou quem sabe talvez, a expressão travessa o dominava.

Adriano desceu mais um pouco, deixando o corpo inteiro de Luana exposto. Internamente, perguntava-se era possível ele estar aproveitando o momento deles mais que ela. Permitiu-se, entre um carinho ou outro, um aperto mais firme no bumbum dela. Até mesmo, esgueirou-se entre as pernas dela, tensionando Luana com alguns toques certeiros. Ela sentia a tentação aumentar cada vez mais, contudo, resistia, consciente de que o momento chegaria.

As coxas e as panturrilhas receberam o mesmo carinho despendido por Adriano nas costas, fazendo com que o relaxamento tomasse seu corpo todo, deixando-a parcialmente entorpecida. Ele tomou o pé dela, enquanto fazia carinho nos dedos com a língua. Foi surpreendida pela onda de calor que a tomava, logo os dedos do pé, pensava?

— Onde você aprendeu a fazer essas coisas, Adriano? — Ela ria, enquanto virava-se para ele, pensando ser acometida por algum alucinógeno que pudesse ter ingerido sem querer.

— Eu não sei. Só sei que sempre tive vontade de fazer isso. — Ele também ria. Estava sem camisa, o peito estava marcado pelo esfregar dos corpos. A cueca preta mostrava todo o volume já conhecido. — Ainda não, né?

Ela limitou-se a responder com os dedos, entorpecida pelo desejo. Ele, por sua vez, sorriu, em completo estado de graça. Pôs-se, de frente, entre o meio das pernas, ainda molhadas. Uma das mãos de Luana conduziu-o pelo cocuruto raspado, enquanto ela controlava com a pélvis o movimento no rosto barbudo.

A tensão formada ao longo de quatro meses dispensou-se torridamente, ao cheiro de lavanda e camomila.

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Comentários

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Que delicia, me acendeu inteira e me encheu de vontade...

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Nossa, que tesão da porra, adoro massagem, carregada de tesão assim então...Fiquei molhadinha... Dá uma lida nos meus também, espero que goste!

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