A TARA DE CARLA parte 1
Meu nome é Carla, acabei de completar trinta e cinco e esta é a minha história.
Sou loira, o que é natural já que sou filha de alemães, tenho cabelos compridos e ondulados que vão até a altura dos ombros. Meus olhos são azuis, o que sempre chamou a atenção das pessoas que me chamavam de bonequinha de porcelana, pela brancura da minha pele. Tenho um e setenta de altura e corpo bem definido do qual muito me orgulho.
Como já mencionei, sou formada em direito, mas nunca exerci a profissão. Casei-me há dez anos com o Cláudio, um médico de quarenta e dois anos a quem amo loucamente e com quem tive um filho que é tudo para mim, o Paulinho, hoje com sete anos.
Meu problema começa quando eu tinha apenas doze anos e morava na fazenda em Joaçaba. Naquele dia o ônibus que nos levava à escola na cidade, quebrou no meio do caminho e tivemos que voltar a pé pra casa. Perdemos aula naquele dia e eu estava super feliz por voltar mais cedo pra casa.
Meu pai estava fora naquela semana viajando a negócios e minha mãe, com de costume, era quem estava no comando de tudo na fazenda, inclusive de mim.
Naquela manhã, cheguei mais cedo e não a encontrei em casa.
—A dona Berta foi dar as ordens pros empregados na plantação.- Disse Jacira, nossa cozinheira.
Não esperei um segundo e corri procura-la
Minha mãe era linda e seu sorriso de marfim, sempre contornado por um batom vermelho, enchiam de brilho nossa casa. Eu a amo muito.
Meus pais viviam o que parecia ser um casamento perfeito aos meus olhos inocentes de menina, mas eu estava prestes a descobrir que as coisas nem sempre são o que parecem.
Meu pai, como já disse é muito rígido e sério, mas é também um homem muito bonito e bom. Até pouco tempo não entendia como minha mãe tinha podido fazer aquilo com ele, até que também experimentei do mesmo gosto amargo que ela deve ter experimentado. Ele não tinha quem não o admirasse pela sua honestidade e retidão.
Bom, como eu ia dizendo, naquela manhã eu corri em direção à plantação a procura de minha mãe, nós éramos muito ligadas na época, quando, ao passar perto dos estábulos dos cavalos e que deviam estar vazios àquela hora, ouvi uns ruídos estranhos vindos lá de dentro. Curiosa, aproximei-me da grande janela de madeira e, pela fresta que se formara entre uma tábua e outra pela ação do tempo, tive a visão que me marcaria pelo resto da vida. Lá dentro, vi minha mãe deitada sobre um monte de feno com os seios fartos pra fora do decote; sua saia levantada; suas pernas branquíssimas abertas e, entre elas, um negro lindo, empregado da fazenda, seu nome era Tião. Tião estava com as calças arriadas e se movimentava freneticamente enquanto minha mãe gemia e revirava os olhos, mas não de dor e sim de prazer.
Os dois se agarravam e se beijavam loucamente.
Fiquei boquiaberta, mas permaneci ali e assisti até que tudo terminou num espasmo doido em que os dois se agarravam e depois quedaram-se, exaustos um sobre o outro.
Aquela cena… Aquele contraste da pela negra do rapaz com a pela branca de minha mãe me fascinou. Pela primeira vez em minha vida senti uma coceirinha estranha lá em baixo. Minha vagina ficou molhada e senti uma, irresistível vontade de me tocar. Então, corri para o meu quarto e, pela primeira vez me masturbei apenas seguindo meus instintos.
Depois, senti um pouco de revolta e raiva da minha mãe por trair meu pai daquela maneira, mas nunca lhe contei nada. Daquele dia em diante eu me afastei drasticamente dela e ela percebeu e sofreu. Deve ter desconfiado que eu tivesse visto alguma coisa, mas nunca abriu o jogo comigo. Notei que ela se afastou do Tião, talvez por remorso ou por culpa, não sei, só sei que este assunto nunca ficou bem resolvido entre nós duas e, talvez essa seja a causa de tudo que venho sofrendo. Talvez um dia lhe conte tudo o que vi e nós conversemos sobre o assunto. Talvez lhe diga como aquela imagem ficou gravada em meu mais profundo intimo, ou talvez nem lhe diga nada… Talvez, talvez, talvez…
Esse episódio marcou o desabrochar da minha sexualidade despertando em mim este desejo secreto. Transar com um cara negro. Sei que para a maioria isto é fácil, mas para mim que tive uma educação severa e preconceituosa, isto era praticamente um tabu. Sempre que eu me tocava eu fantasiava que era eu no lugar de minha mãe aquela manhã e tinha orgasmos avassaladores. Porém, nunca consegui levar um relacionamento com um negro adiante. Eu até que tentei, mas toda vez que a coisa parecia engrenar, o desejo se transformava em raiva pela lembrança da traição de minha mãe e terminava tudo antes de rolar qualquer coisa.
Na faculdade, tive muitos namorados, nada muito profundo que durasse, mas o suficiente para que eu vivesse outras experiências.
Minha tara por negros continuou viva, no mais profundo labirinto do meu ser, é verdade, mas ainda estava queimando. Era um sentimento estranho. Um tesão descomunal acompanhado de raiva, muita raiva. Tentei resolver isto e tive dois namorados negros, mas nunca chegamos a transar, pois, apesar do desejo ardente, um sentimento de raiva profunda me impedia de levar adiante e eu terminava tudo restando apenas o amargo gosto da frustração e um vazio imenso.
Contei tudo o que se passava comigo à Nádia minha melhor amiga num desabafo choroso certa vez.
—“É melhor você resolver isto logo ou procurar um psicólogo, caso contrário este sentimento pode te deixar maluca”— Disse ela me aconselhando, mas não segui seu conselho e não fiz nenhuma coisa nem outra. Imagina que eu vou me deitar num divã e contar todas estas obscenidades a um estranho que anotaria tudo num caderninho. Jamais.
Tudo mudou em minha vida quando conheci o Claudio em um barzinho certo sábado à noite. Foi amor à primeira vista. Começamos a namorar e, pela primeira vez eu estava em um relacionamento sério de verdade, onde compartilhamos ideias, pensamentos e planos para o futuro. Nos casamos quando terminei a faculdade e eu estava então com vinte e quatro anos e ele com vinte e oito.
O Claudio é um homem maravilhoso e um cirurgião muito bem conceituado no meio.
Hoje, levamos uma vida boa e confortável morando em um bairro nobre de Campinas. Tivemos o Paulinho logo no primeiro ano de casados. Nosso filho não foi planejado, mas foi muito bem vindo. Eu amava muito minha família e a vida que tínhamos e meu fetiche por negros teve que ficar só na fantasia mesmo até que eu já nem pensava mais nisso.
Resumindo, nossa vida estava perfeita e nosso casamento, pelo menos até aquela manhã de sexta, era ótimo.
O telefone tocou.
— Alô!
— Alô, Carla…?
—Oi, amor, aconteceu alguma coisa? — Falei preocupada, pois ele nunca me liga àquela hora da manhã.
—Sim, aconteceu, acabei de encontrar um grande amigo meu, nós servimos juntos no exercito e, há muito tempo não nos vemos, por isso o convidei pra jantar com a gente hoje. Será que dá pra preparar alguma coisa especial? — Falou ele eufórico.
— Claro, amor. A que horas você marcou com ele?
— Às oito e meia, pode ser?
— Tá ótimo. Pode deixar que vou caprichar.
Aquele dia foi corrido pra mim. Além de fazer o jantar, ainda tive que me produzir toda, pois o Claudio adora exibir a esposa que tem. Vai entender os homens.
Naquele dia, usei um vestido preto curto de alcinhas bem solto e folgado que realça minhas pernas e bum bum empinado, afinal, eu sempre fui uma mulher vaidosa e me cuido.
Às oito e meia em ponto a campainha tocou. Era ele. Tremi inteira dentro do vestido quando abri a porta e me deparei com aquele mulatão de cabeça raspada, forte como um touro usando uma camiseta branca e justa, o que salientava seus músculos trabalhados e calça jeans preta também justa. Com braços fortes e peitoral avantajado, ele se mostrava um verdadeiro deus negro, lindo e enorme.
— Carla, Adalberto, Adalberto, Carla, minha esposa. — Nos apresentou Claudio enquanto eu tentava disfarçar o turbilhão de sentimentos desconcertantes que me invadiam.
Eu e o visitante nos aproximamos e trocamos os tradicionais beijinhos no rosto e eu pude sentir o cheiro delicioso de perfume masculino ao qual não consegui identificar, mas me embriaguei com aquele odor maravilhoso, talvez porque estivesse misturado com o cheiro de loção pós-barba o que lhe dava um toque de sensualidade misturado à brutalidade.
Alguma coisa tremeu dentro de mim e a imagem que me marcou a adolescência voltou a minha mente com força total, despertando-me uma enorme atração por aquele homem até então desconhecido para mim.
Adalberto se mostrou um cara simples. Ele e o Claudio serviram o exército juntos durante um ano. Depois disso meu marido foi para a faculdade e o Adalberto seguiu carreira militar e hoje é capitão no Acre. Ele encontrava-se de licença para visitar a mãe doente aqui em Campinas quando decidiu rever o Claudio aquela manhã.
Meu coração estava aos pulos. Eu me sentia irresistivelmente atraída por aquele mulato lindo.
—“Seria isto normal…? Será que toda mulher se sente assim na frente dele…?” — Eram questionamentos que rodavam em minha cabeça confusa naquele momento.
Conversamos muito os três, durante e depois do jantar. O visitante se mostrou muito simpático. Brincou com o Paulinho, que o adorou, e contou-nos histórias do tempo em que ele e meu marido serviram juntos. Segundo ele, eram inseparáveis.
Dentro de mim explodiam sentimentos inéditos que não me agradavam nem um pouco. O olhar que ele me lançava me incomodava demais a ponto de me desconsertar. Eu sentia aquele olhar me desejando descaradamente; encurralando-me como um predador encurrala sua presa e me despindo com o olhar.
Por algum tempo pensei que estivesse enganada, que era coisa da minha cabeça, mas depois tive a certeza de que ele estava me paquerando descaradamente. Foi quando o Paulinho já tinha ido dormir e fomos para a sala. Eu já estava um pouco alta, pois já tinha bebido duas taças de vinho e três latas de cerveja, um exagero para mim. Enquanto conversávamos, eu me esforçava para não dar na vista a minha atração por ele. O Claudio percebeu que eu estava alterada e riu, pois é raro eu beber mais que uma taça de vinho.
Há certa altura, o telefone fixo tocou na saleta ao lado e meu marido foi atendê-lo deixando-nos a sós num ambiente extremamente constrangedor para mim.
Mais que depressa, o Adalberto colou os olhos gulosos de predador em mim, principalmente em minhas pernas cruzadas que deixavam exposta minha coxa. Sem graça, fui tentar esconder um pouco minha perna que se mostrava toda desnuda para ele, ao descruzá-las, minha calcinha apareceu, por um breve momento é verdade, mas ele a viu.
—Você é uma mulher muito bonita, Carla. — Falou ele com aqueles malditos e lindos olhos negros.
Corei.
—Você diz que tem vinte e sete anos, mas parece ter vinte e dois no máximo. —Completou ele, descaradamente.
Aquele cara parecia ter percebido que mexia comigo e passou a me provocar e isto me irritou profundamente.
— Obrigada. — Falei secamente tentando impor–lhe limites, afinal, sou uma mulher casada, pensava eu.
— O Claudio tem sorte por dividir a cama com uma mulher linda e sexy como você. — Fala ele descruzando as pernas e exibindo o volume sob sua calça, demonstrando que tivera uma ereção.
Fingi não ver a provocação.
— Me desculpe senhor Adalberto, mas penso que um casamento não se limita apenas a dividir a cama. Há muito mais que isto envolvido. — Falei com ar superior.
—Sim, concordo, mas a senhora á de convir comigo que é pelo menos cinquenta por cento de tudo, não é? —O desgraçado me chamou de senhora… Nunca ninguém havia me chamado assim. Irritei-me, mas consegui me conter.
—E o senhor? Não pensa em se casar um dia? — Falei tentando mudar o foco da conversa que até então era eu.
—Não, —disse ele, — o Claudio casou com a última mulher com quem valeria a pena se casar. — Falou ele, desenvergonhadamente, me encarando para testar minha reação.
— O mundo é muito grande e tenho certeza de que há milhares de mulheres melhores do que eu soltas por aí. De mais a mais, minha aparência não revela quem sou realmente. Você não iria gostar do que encontraria. — Falei com raiva e algo triunfante.
—Duvido, mas, mesmo assim, não me importaria em arriscar. — Respondeu ele enfático.
— O senhor está sendo desagradável… — falei cada vez mais irritada.
Ele apenas me encarou em silêncio.
—Não sou perfeita, senhor Adalberto, tenho muitos defeitos, tantos que o senhor nem imagina. — Falei secamente encarando-o.
— As qualidades que vi até agora superam qualquer defeito seu, tenho certeza. A propósito, dizem por aí que vermelho é a cor da paixão, mas eu prefiro azul. É minha cor favorita. — Falou ele, provocativamente cravando em mim aqueles olhos hipnotizadores.
Corei, num misto esquisito de raiva e excitação. O desgraçado fez questão que eu soubesse que ele tinha visto minha calcinha que era azul naquela noite. Fiquei super encabulada e tentei puxar o vestido para esconder minhas pernas daqueles olhos gulosos e novamente a calcinha apareceu por entre minhas pernas tremulas.
—” Merda”— Pensei, puta da vida.
—Você é linda, Carla, e não tem nada do que se envergonhar. — O filho da puta estava me cantando descaradamente dentro da minha própria casa e com meu marido na sala ao lado. Senti um frio na barriga quando percebi que estava molhada. Não conseguia compreender aquele sentimento. Eu devia estar ofendida e cortar a conversa por ali, pelo menos era o que a razão me dizia, mas ao invés disso eu estava excitada, com um puta tesão.
— Olha Adalberto, não estou gostando de como o senhor está se comportando. — Falei tentando imprimir o máximo de seriedade na voz.
— O fato de ser casada não impede que outros homens a desejem e até sonhem com você. Este é um fato ao qual a senhora não tem nenhum controle. — Falou o desgraçado com um risinho cínico no canto da boca e me chamou de senhora novamente o filho da puta.
Eu quase explodi de raiva.
— O senhor está passando dos limites. Vou pedir que pare.
Neste momento, o Claudio voltou à sala e disfarçamos nosso constrangimento.
O Adalberto me dominava e sabia que tinha-me nas mãos. Confesso que ele me dava medo. Eu não via a hora de aquela noite acabar para que me visse livre daquele olhar perturbador, até que meu marido fez uma coisa que me deixou possessa. O Claudio simplesmente o convidou para passar o domingo com a gente no churrasco que fazemos todos os meses pra reunir os amigos em nossa chácara. Foi como se convidasse o lobo para seu estábulo de ovelhas.
— Você ficou louco, Claudio, convidar este homem pro churrasco na chácara? — Falei indignada assim que a porta se fechou quando ele foi embora.
— Por que, Carla? O Adalberto é um amigo que não vejo há anos e…
—Ele me comeu com os olhos a noite toda, será que você não percebeu. — Esbravejei.
— Ora, meu amor, você é muito linda e todos os homens olham assim pra você. Se eu for me indispor com cada um deles eu tô frito. — Disse ele aproximando-se de mim e me abraçando por trás tentando me seduzir, mas eu o repeli com vigor.
—Nem vem que hoje você passou dos limites. É melhor você ir dormir porque hoje cê não toca em mim. Alias, doutor Claudio Lima Tavares, hoje eu nem quero olhar pra sua cara. Tô muito chateada com você. — Falei enérgica no calor da raiva.
— Mas meu amor, eu só convidei ele pro churrasco na chácara… Ele é meu amigo…
— E eu sou sua esposa e não gostei dele. Ele parece um tarado e o churrasco na chácara é só pros amigos, pessoas de quem gostamos. — Falei tudo isto de costas para ele com os braços cruzados sobre o peito e com muita raiva. Ele apenas suspirou e subiu as escadas devagar, sem dizer nada e foi para o quarto.
Fiquei um pouco na sala tentando digerir os acontecimentos da noite. Eu estava super confusa e abalada com os sentimentos que me invadiam. Minha cabeça estava a mil, então, resolvi subir e tomar um banho frio.
Cheguei ao quarto e vi que o Claudio dormia pesado. Olhei para ele e uma lágrima rolou pelo meu rosto. Eu me culpava por estar sentindo desejo pelo amigo dele e me odiei por isto. Odiei mais ainda o Adalberto. Mais uma vez em minha vida a imagem de minha mãe e Tião naquele estábulo me atormentava.
Fui para o banheiro em nosso quarto e, lentamente me despi. Peguei a calcinha azul de seda e a aproximei de meu rosto. Senti o cheiro de minha excitação que ficara impresso nela. Era uma pequena e simples peça que eu nem lembrava mais onde a tinha comprado, mas, naquela hora, sozinha no banheiro, fiquei atenta a seus detalhes. Eu a lavei na pia e a enxuguei com o secador de cabelos e depois a guardei com carinho na gaveta em meu closet.
Entrei no chuveiro e senti a água morna escorrer pelo meu corpo dando-me a sensação reconfortante de que eu precisava. O olhar do Adalberto me devorando não saia de minha mente e as palavras dele ainda ecoavam em meus ouvidos.
— “Que atrevimento me dizer tudo aquilo. Eu sou a esposa do melhor amigo dele… Como ele pode?” — Pensava eu intrigada comigo mesma, pois devo confessar que todo aquele atrevimento me dava calafrios de excitação e me deixava molhada.
Os sentimentos de culpa, raiva e desejo se misturavam dentro de mim deixando-me ainda mais confusa. A lembrança daquele corpo bem definido e, estupidamente lindo fez vir à tona em meu intimo uma enxurrada de sentimentos e pensamentos libidinosos que, há muito tinham ficado para trás. Todo aquele desejo que nasceu quando vi minha mãe e Tião transando naquele estábulo estava de volta. Quando dei por mim estava me tocando freneticamente em baixo daquele chuveiro como uma adolescente tola. Atingi um orgasmo que me deixou de pernas bambas, tanto que tive que me apoiar nas paredes para não cair.
Senti-me imunda e chorei compulsivamente. O Claudio não merecia… Eu não poderia deixar que tudo aquilo continuasse.
Sentei-me no chão do box e fiquei imóvel por algum tempo tentando assimilar toda essa avalanche de sentimentos e sensações que me invadiam.
Não demorou para que o tesão voltasse dessa vez mais forte e avassalador do que antes e uma necessidade enorme de ser penetrada invadiu-me.
Sai do banho e, sem me enxugar, entrei no quarto como uma doida possessa. O Claudio dormia a sono solto só de cueca e abocanhei seu membro com voracidade como se quisesse arrancar dele cada gota de sua energia. Ele acordou e começou a acariciar meus cabelos loiros, primeiro com carinho, mas depois com violência o que, estranhamente me deixou mais excitada ainda. Quando seu pênis já estava completamente duro, me encavalei nele e o cavalguei com voracidade.
— O quê é isto? Que tesão doido é este? — Disse ele em meio a gemidos.
—Cala a boca e me come, vai, mete em mim como se você fosse um animal selvagem possuindo sua fêmea.
O Claudio sorriu e puxou forte meus cabelos.
— Então é uma transa selvagem que você quer não é, pois então é isto o que você terá. — Disse isto e, com habilidade, inverteu nossa posição vindo por cima de mim e me comeu com estocadas vigorosas.
Nunca tínhamos feito daquela maneira e senti quando meu marido ejaculou, mas não parou até que eu terminasse também.
Senti-me aliviada e satisfeita como nunca. O Claudio rolou de cima de mim e me aninhou em seu peito acariciando meus cabelos. Conversamos muito e rimos até que dormiu dando-me carinho.
Eu permaneci recostada em seu ombro e, apesar de aliviada, uma coisa me incomodava. É que na hora de gozar foi o Adalberto que vi e isto me deu medo. Passei o resto da noite em claro.
CONTINUA
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A TARA DE CARLA PARTE 2
No domingo bem cedo, fomos para a chácara e preparamos tudo para o encontro com os amigos.
Era, mais ou menos, dez e meia da manhã e estávamos todos ao redor da piscina aproveitando o sol quando ele chegou. Irritantemente lindo e ridículo em uma horrível bermuda havaiana. O cafajeste chegou arrastando os olhares de toda a mulherada com seu sorrisinho de meia boca e seu olhar penetrante.
O Claudio fazia as honras da casa apresentando o amigo a todos.
Eu me sentei em uma mesa perto da piscina junto com a Nádia.
— Quem é aquele deus negro que acaba de chegar? — Pergunta ela olhando para ele por cima dos óculos escuros.
— Um amigo das antigas do Claudio. — Respondi não escondendo a antipatia pelo sujeito.
A Nádia é uma morena linda casada com o Marcos dono de uma imobiliária aqui em Campinas e que estava na churrasqueira bebendo com os outros maridos.
Eu e ela somos amigas intimas há muito tempo, ela me conhece bem e pescou no ar o que estava rolando.
— Por que essa cara, amiga, o cara é um tremendo gato. — Fala ela jogando um verde em mim.
— É um chato arrogante de galocha isto é o que ele é, um convencido. — Falei nervosa.
—Chato nada, o cara é simpático pra caramba, Carla. Cê tá atraidassa por ele não tá? Olha aí a chance de resolver aquele problema…
— Cê tá louca, Nádia, o sujeito é um nojento asqueroso. — Falei indignada com a insinuação dela.
— Asqueroso ou gostoso? Olha o Claudio tá trazendo ele pra cá.
O meu digníssimo marido o trouxe até nossa mesa e o apresentou à Nádia. Os dois se sentaram conosco.
—Então, Adalberto, você é solteiro?— Pergunta ele, enxerida.
—Digamos que ainda não encontrei minha alma gêmea, ou talvez, tenha chegado tarde demais e ela tenha encontrado outro felizardo. — fala ele com uma sutil malícia lançando-me um discreto olhar que a Nádia pescou logo.
—Mas as almas gêmeas pertencem uma a outra, mesmo que já tenha casado com outro, quando se encontrarem, ficam juntos, é inevitável. — Fala minha amiga maliciosa botando lenha na fogueira. Eu a fuzilo com o olhar.
A bermuda que o Adalberto está usando é, realmente, ridícula. Não me contenho e solto uma risadinha furtiva encoberta pela palma da mão.
— Que foi, Carla? — Pergunta Claudio sem entender o risinho.
— Nada não, querido, nada não… bobagem minha. — Falei ainda contendo o riso enquanto a Minha amiga me lançava um olhar interrogativo e o Adalberto finge não perceber.
— O Adalberto é um garanhão, tem a mulher que quiser. Pra que ele vai querer se casar? — Fala meu marido, ridiculamente exaltando a masculinidade do amigo idiota. Aliás, os homens são todos uns idiotas nesse sentido.
— Não sei…Talvez porque sexo não seja tudo na vida. Um casamento baseado apenas no sexo está fadado ao fracasso. Para duas pessoas se casarem é preciso muito mais que tesão, é preciso amizade, amor e cumplicidade. —Diz Nádia com lucidez. Eu sorrio para ela satisfeita.
—Concordo plenamente. — Digo triunfante.
— É o que dá falar coisas de homem com uma psicóloga, a gente ganha uma análise grátis. Disse meu marido.
Todos rimos.
— É verdade que tenho um pouco de sorte com as mulheres, mas concordo com a Nádia, um casamente não se resume a apenas sexo. — Diz Adalberto com um sorriso cínico lançando-me aquele olhar que me desconserta. Foi difícil disfarçar para que meu marido não percebesse o clima que estava rolando, mas a Nádia percebeu. Os dois se despedem e vão para junto dos rapazes conversar “coisas de homem”. Idiotas.
— É bem como o Claudio disse, ele tem a mulher que quiser e, parece que nós sabemos a quem ele quer agora. — Fala ela fitando-me com seu olhar inquiridor.
Fico deslocada.
— Cuidado, amiga, você pode se arrepender depois. O seu marido é perfeito. — Completa ela com olhar repreendedor e beberica a cerveja. — Os psicólogos têm o dom de nos ler e irritar.
— E você acha que ele quer …a…a mim? — Falei meio sem jeito.
— Acho. — Diz ela olhando-me por cima dos óculos. — e acho que você também o quer.
— Você ficou louca, — explodi— Ele pode até me querer, mas eu não tô nem um pouco interessada em trair meu marido.
— É? Tô sabendo! — Retrucou ela.
—Boba. —Falei me levantando tão depressa que quase derrubei a mesa e fui dar um mergulho.
—“Será que tá tão na cara assim?”— Pensava eu preocupada.
Eu procurava manter-me longe dele para evitar comentários maldosos. Eu realmente não queria me envolver apesar do impulso imenso que me empurrava para ele. A cena que marcou-me a adolescência estava mais viva que nunca e me atormentava . O tesão me queimava, mas eu estava disposta a resistir e, durante toda a manhã o evitei.
Depois do almoço, alguns casais já tinham ido embora. O Claudio e os amigos foram para o campo jogar futebol e o Adalberto os acompanhou.
A Nádia e as garotas jogavam cartas na varanda e me senti, gostosamente, sozinha como gosto de ficar na piscina.
Senti um imenso alívio e fui pegar uma cerveja na despensa que fica em um quartinho atrás da churrasqueira.. Abri o freezer horizontal e, como o estoque estava baixo, debrucei-me sobre ele, peguei uma lata e, quando me virei, dei de cara com o Adalberto me encarando e sorrindo satisfeito com o pequeno showzinho que lhe proporcionei debruçando-me sobre o freezer. Corei de vergonha e ódio.
—Cê tá me seguindo? — Perguntei nervosa e ele percebeu minha vulnerabilidade.
O desgraçado fechou a porta e, em silêncio, foi caminhando devagar em minha direção fitando-me com seu olhar fatal que me desarmava.
Eu fui caminhando de costas tentando fugir dele. Meu coração estava aos pulos. Eu sabia que o que ele queria e sabia que precisava ser forte para resistir. Pensei em gritar, mas a voz não saiu. Meus passos foram barrados quando esbarrei no freezer em minhas costas. Eu não tinha mais para onde fugir.
Ele tocou em meus seios e sentiu minha excitação ao perceber que estavam durinhos e isto o encorajou a ir em frente.
Encarando-me nos olhos, foi aproximando seus lábios dos meus e passou a língua macia lentamente sobre meu lábio superior e repetiu o mesmo movimento com o inferior. Logo em seguida, beijou-me loucamente invadindo minha boca sem nenhum pudor com sua língua atrevida.
Sem conseguir resistir, mas sentindo muita raiva de mim mesma por isso, cedi a ele que comprimiu com força seu corpo contra o meu e senti sua ereção poderosa me roçando.
Eu estava molhada, mas revoltada com meus próprios sentimentos.
Ele tinha tudo planejado, o filho da puta, pois tirou um preservativo do bolso da bermuda e, com um movimento rápido e bruto, virou-me de costas para ele fazendo com que eu me debruçasse sobre o freezer, rasgou a embalagem da camisinha e a vestiu. Com violência, separou minhas pernas e puxou o biquíni de lado deixando minha vagina exposta e desprotegida.
Fiquei arrepiada quando senti aquele negócio duro e grosso sendo forçado com violência contra minha vagina molhada; abrindo caminho em minha carne escorregadia; preenchendo-me toda como nunca antes; se afundando dentro de mim. Era enorme e podia senti-lo em todas as suas saliências apertadas contra as paredes de meu sexo.
Ele estava me estuprando com estocadas firmes e decididas fazendo com que eu pudesse senti-lo bem lá no fundo de mim. Um misto de raiva, indignação e tesão me dominava. De repente, eu me via ali debruçada sobre aquele freezer sendo a fêmea submissa daquele selvagem e fazendo um esforço tremendo para não gritar de dor e tesão. Eu sentia aquele membro potente em movimentos cada vez mais rápidos e frenéticos explodindo seus testículos sobre minha bunda produzindo o som abafado de pele golpeando pele, enquanto suas mãos, agarradas a minha cintura, me puxavam de encontro a ele. Tive um orgasmo enorme que me deixou tonta e quase perdi o folego tentando segurar o grito de prazer.
Logo em seguida, ele ejaculou e se retirou de dentro de mim quase tão rápido quanto entrou. Vestiu sua bermuda e se livrou da camisinha embrulhando-a em um guardanapo de papel e jogando-a no lixo, enquanto eu, completamente tonta e com a boceta formigando meio amortecida, levantei-me daquele freezer e me recompus da melhor maneira possível.
Eu estava com raiva de mim mesma. Com raiva e envergonhada pelo que deixara acontecer, enquanto ele mantinha um sorriso cínico de satisfação em seu rosto.
— Vou ficar mais uns dias em Campinas e gostaria de te ver de novo. Só que, desta vez com mais calma, em um clima mais romântico… — Falou ele me encarando com aquele maldito olhar .
— Você não tem vergonha? — Esbravejei atônita e chorando muito. — Eu sou a mulher do seu melhor amigo e você acabou de me estuprar…
— Ora, Carla, não seja dramática. Isto foi apenas sexo selvagem e era isto o que você queria, estava escrito nos seus olhos. A atração entre nós é evidente e, nós dois sabíamos que, uma hora ou outra o sexo entre nós aconteceria. Era só uma questão de tempo. Se não fosse comigo seria com outro. Tá na cara que ele não te satisfaz, então é melhor que você seja amante do melhor amigo dele do que de qualquer desconhecido. — Fala ele com um convencimento irritante.
— O quê…? Que absurdo…— Falei indignada.— Quem disse que ele não me satisfaz e quem disse que seremos amantes?
— Tudo bem, Carla, se você quer viver se enganando, vá em frente, mas tá na cara que você está apaixonada por mim. Todas ficam. Com a diferença que por você eu tô a fim de arriscar.
— Seu babaca convencido filho da puta…— Falei bufando de raiva e dei-lhe uma bofetada no rosto.
Ele não reagiu, apenas me encarou por alguns breves instantes para, em seguida, abrir um sorriso cínico.
— Negue o quanto quiser, mas, quando resolver aceitar que eu sou o homem da sua vida, o macho que te faz vibrar e te coloca no seu lugar de fêmea, é só me procurar. Você sabe onde me encontrar. Estarei esperando. — Disse isto e saiu triunfante.
Eu chorei de raiva até não poder mais. Depois, disfarçadamente, saí da despensa e, sem dar na vista, fui para minha suíte e tomei um, demorado, banho. Eu me sentia suja, imunda, pra ser mais exata. Como aquele idiota pode dizer que eu estava apaixonada por ele? Porém, a verdade que mais me machucava, que mais me fazia sentir suja, era que eu não tinha certeza absoluta sobre os meus sentimentos por ele ou pelo Claudio.
Naquela mesma noite o meu marido me procurou na cama e eu me entreguei a ele com desejo. O sexo com meu marido foi maravilhoso como sempre. Gentil e amoroso, ele me acolheu em seus braços depois de estarmos saciados. Conversamos e rimos muito curtindo nosso momento juntos e isto foi o melhor de tudo.
Depois que ele dormiu, eu chorei baixinho pela dor de o ter traído, e, pior que isso, também pela dor de constatar que eu continuava atraída pelo Adalberto, só que agora com mais força ainda.
—“ Estaria eu apaixonada por aquele canalha…?”— Pensei apavorada e isto me desesperou.
Passei o resto da noite em claro pensando naquele idiota e sentindo raiva de mim mesma por isso.
CONTINUA.
Carlimha7.2@gmail.com
obs: Tem gente que vai ter que mudar o nome do perfil. KKKK
A TARA DE CARLA PARTE FINAL
PARA MELHOR ENTENDIMENTO DA HISTÓRIA, ACONSELHO QUE LEIAM OS DOIS ANTERIORES.
OBRIGADA.
Os dias se passaram e a incerteza a respeito dos meus sentimentos reais em relação ao Adalberto me atormentava.
Se eu estivesse mesmo apaixonada por ele meu casamento acabaria, com certeza, pois eu não saberia viver mentindo.
Toda vez que o Claudio me procurava à noite era maravilhoso. Eu tinha certeza de que o amava, mas não tinha a menor noção de que era feliz, pois o Adalberto não me saia da cabeça misturado à cena de minha adolescência na fazenda. Talvez se eu tivesse procurado a Nádia e conversado com ela, como psicóloga e amiga que é, as coisas não tivessem chegado a esse ponto, mas não a procurei. Fui orgulhosa e tentei resolver sozinha meu enrosco sentimental.
Certa vez, numa noite de sábado, eu e meu marido fomos a um restaurante.
Era pra ser um jantar romântico, só eu e ele com direito a motel depois. Até que meu marido foi chamado às pressas ao hospital. Um acidente gravíssimo aconteceu envolvendo um ônibus e um caminhão na rodovia e estavam chamando todos os médicos, pois as vítimas eram muitas. Fiquei sozinha e peguei um taxi pra casa, mas, no meio do caminho, cedendo a um impulso irresistível, dei um outro endereço ao motorista. O do Adalberto. Decidi em um impulso que toda aquela incerteza acabaria ali.
Cheguei no seu prédio às dez da noite. Decidida, subi até seu apartamento no quarto andar e toquei a campainha. Ele me viu pelo olho mágico e abriu.
— Eu sabia que você viria. — Disse ele num sorriso assim que abriu a porta e ficou me olhando de alto a baixo.
Ele estava só de bermuda e sem camisa expondo seu maravilhoso físico que tanto me atraia.
—Você vai me convidar pra entrar ou vamos ficar a noite toda aqui fora nos olhando? — Falei tirando-o do transe em que se encontrava.
— Claro, claro. Entra. — Disse ele gentil.
— Você quer beber alguma coisa…? Cerveja, café…— Falou ele assim que a porta se fechou.
—Eu quero dar, quero dar pra você agora. — Falei firme e decidida parada no meio da sala dele.
Ele não disse nada, apenas se aproximou com seus olhos de predador colados aos meus de presa indefesa. Começou a mordiscando de leve meus lábios e, aos poucos foram se transformando em beijos estalados e molhados que ecoava na sala. Seus braços negros e fortes foram me envolvendo apertando o meu corpo contra o seu que se encaixava em mim num enlace perfeito.
— Eu sabia que você seria completamente minha, pude ver nos seus olhos desde a primeira vez que te vi. — Disse ele entre um beijo e outro dominado pelo tesão. Eu apenas o fitava em silêncio, completamente entregue.
Sua língua invadia minha boca causando-me arrepios. Suas mãos enormes escorregaram pelas minhas costas e pousaram em minha bunda acariciando-a. De repente, ergueu-me nos braços como se eu fosse uma pluma e levou-me para o quarto. Naquela hora senti que não tinha mais volta. Era tudo ou nada. Uma parte de mim dizia que eu era louca e o Claudio não merecia isto. Outra parte gritava para que eu fosse em frente e acabasse logo com aquele tormento de sentimentos que me torturavam e com aquele desejo adormecido dentro de mim e que, de alguma forma, me machucava.
No quarto, colocou-me no chão, fechou a porta e se dedicou a vasculhar meu corpo com mais fúria ainda, numa atitude selvagem que me dava medo e tesão ao mesmo tempo.
Suas mãos em minhas costas baixaram o zíper do vestido preto e, logo em seguida, fez com que as alças do decote escorregassem pelos meus ombros libertando meus seios eriçados, ficando o vestido preso apena na cintura. Ele, vorazmente abocanhou-os com sua boca ávida por sexo ao mesmo tempo em que suas mãos escorregavam pelas minhas costas terminando de derrubar o vestido no chão, deixando-me só de calcinha e salto alto a mercê daquele garanhão.
—É a calcinha azul daquela noite em sua casa? — Perguntou ele fitando meu corpo. Apenas fiz que sim com a cabeça.
—Você é muito gostosa…— Falou ele em um sussurro transbordando deseja na voz.
Eu o empurrei para a cama fazendo com que caísse deitado.
—Agora é a minha vez.—Falei deitando-me sobre ele e fui beijando-lhe a boca bem lentamente. Lentamente desci pelo seu pescoço; peito e barriga até que cheguei a altura de seu membro que já se encontrava ereto. Puxei-lhe a bermuda para baixo deixando-o só de cueca e passei a beijar seu pau duro por cima do tecido até que a puxei de vez. Seu membro era enorme e grosso e me assustei. Ele pulou para fora da cueca como um boneco de molas. Fiquei admirando-o boquiaberta e imaginando como aquilo tudo tinha entrado dentro de mim quando ele me estuprou. Era comprido, muito grosso e preto, muito preto, com uma enorme cabeça que parecia um cogumelo gigante e tendo enormes veias salientes a rodeá-lo. Estava duro como pedra e fiquei mais molhada ainda ao imaginar que, em breve seria penetrada por aquele monstro enorme.
Eu sempre adorei fazer sexo oral mas, foi o Claudio quem me ensinou o jeito de que o homem gosta. Devagar, fui dando beijinhos de leve e curtindo o contado de meus lábios com aquele membro magnifico. Depois, fui passando a língua nele com quem lambe um picolé. Ele gemia em êxtase e, hora acariciava meus cabelos, hora os puxava. Então, eu o fui saboreando bem devagar com meus lábios subindo e descendo em movimentos lentos e compassados ao mesmo tempo em que fazia movimento circulares com a língua em torno da glande. O Adalberto uivava de prazer e dizia coisas ininteligíveis.
O Claudio dizia sempre que meu ponto forte na cama era o sexo oral. Ele dizia que uma mulher que sabe fazer uma chupeta bem feita, arranca qualquer coisa que queira de um homem e que, muitas vezes, este é um fator primordial do sexo e muito homens se apaixonam perdidamente a partir daí.
Bem, eu estava ali debruçada sobre aquele troglodita negro pagando-lhe, talvez, o maior boquete de sua vida. Senti que sua respiração ficou ofegante e que não se continha movimentando os quadris. Percebi que ia gozar.
—Estou quase lá… Se quiser tirar a boca tem que ser agora…— Falou ele tentando me alertar para que não enchesse a boca com seu esperma. Eu, porém, estava acostumada a deixar que meu marido ejaculasse em minha boca e confesso que até gosto disso. Fiquei e acelerei os movimentos de língua em torno dele até que o Adalberto não aguentou mais e, com um urro de prazer, ejaculou. Eu engoli tudo e continuei chupando de leve. Sua satisfação era visível em seu sorriso.
— Ninguém, em toda minha vida, tinha me chupado assim tão gostoso, menina. — Falou ele satisfeito e, puxando-me para ele, beijou-me a boca, apaixonadamente.
—Agora é a minha vez de retribuir… — Disse ele e foi me beijando o pescoço; seios; barriga e desceu calmamente até as virilhas e coxas até chegar aos pés onde, sem pressa, retirou-me os sapatos parecendo curtir cada momento. Depois, foi subindo e retirou minha calcinha bem devagar, abriu minhas pernas e mergulhou o rosto entre elas. Sua língua ávida brincava com meu clitóris com a habilidade de quem sabe o que está fazendo. Involuntariamente, talvez movida pelo tesão, meus quadris se movimentavam acompanhando a dança daquela língua experiente buscando-a a cada vez que ela se afastava. Estava maravilhoso, mas, sinceramente, fiquei um pouco decepcionada, pois, a meu ver, o Claudio fazia muito melhor.
Quando ele percebeu que eu já não podia mais aguentar, Adalberto foi subindo e se ajeitou entre minhas pernas. Sua língua molhada mergulhou em minha boca em um beijo estalado e pude sentir o gosto de meu próprio sexo em sua boca enquanto seu membro roçava em minha vagina deixando-me louca.
— Vou meter ele inteirinho dentro de você de novo, vou meter ele nessa sua bucetinha, sua gostosa. Você é minha agora, toda minha e vou te comer muito. — Completou ele ajeitando seu membro na entradinha de minha vagina.
Arrepiei-me toda ao sentir aquele pênis enorme forçando a entrada em minha xoxota que, apesar de super molhada, oferecia resistência à toda aquela grossura que foi entrando devagar, preenchendo-me toda, causando-me arrepios e arrancando-me gemidos desvairados de prazer. Eu sentia aquele membro abrindo caminho em minhas entranhas; roçando-me todo o interior de minha vagina e provocando-me, inédita sensação de prazer.
O cheiro de nossos sexos pairava no ar
—Nossa…Como é apertada…— Fala ele em um quase grito enquanto me penetrava.
— Aiii… Devagar, por favor…— Falei quando senti seu pênis tocar meu útero. Ele já estava todo dentro de mim.
Neste momento, ele começou a movimentar-se entre minhas pernas com estocadas leves e compassadas.
Enquanto estávamos naquela posição, lembrei-me de minha mãe e, pela primeira vez na vida pude ter a noção exata do prazer que ela sentiu aquela manhã no estabulo. Essa lembrança aumentou meu tesão. Então eu o envolvi pela cintura com minhas pernas fazendo com que meus pés se encontrassem em suas costas. Eu o empurrava com os calcanhares fazendo com que acelerasse os movimentos.
—Vai, seu desgraçado, você não queria me comer? Então agora mete gostoso e faz valer a pena, seu filho da puta. — Falava eu em completo desvario buscando orgasmos avassaladores que pudessem justificar eu estar ali em baixo daquele negro forte aquela noite.
— Quero te pegar por trás. — Falou ele saindo de cima de mim em um movimento rápido.
Eu, então, me ajeitei de joelhos sobre o colchão, ficando de quatro, toda arrebitada como uma cadela no cio. O Adalberto se posicionou atrás de mim e direcionou o membro à xoxota massageando meu clitóris com a glande por um momento, para, em seguida, cravá-lo com violência em mim causando-me mais dor que prazer.
Debrucei-me sobre minhas mãos e mordi os lençóis curtindo suas estocadas, cujos golpes em minha bunda provocavam um ruído surdo que enchiam o quarto.
—“Nossa, como é grande” — Era só o que eu pensava.—“ Ele não goza nunca…?”—Pensei, pois eu já tinha tido vários orgasmos e ele ainda não ejaculara pela segunda vez.
Seus movimento foram ficando cada vez mais rápidos e violentos. Ele se debruçou sobre mim fazendo com que eu me deitasse. Mais uma vez ele estava me estuprando e um misto de dor e prazer me invadiam. Ele ofega em minha nuca, até que ejacula em um grito e queda-se sobre mim, exausto, enquanto eu, submissa em baixo dele, ainda sentia seu pênis dentro de mim, agora imóvel.
Depois de alguns instantes nessa imobilidade, tempo em que o membro voltou ao tamanho normal, o Adalberto rolou de cima de mim e dormiu pesado quase que instantaneamente.
Não pensei muito em meu marido naquele momento. Na verdade, não pensei em nada. Eu estava paralisada e meus pensamentos confusos. Até que percebi um imenso vazio como um abismo se formando entre mim e aquele homem que agora ressonava largado na cama e, pela primeira vez me perguntei o que eu estava fazendo ali…
Eu estava com as pernas bambas, mas não sentia sono. O sexo foi bom, mas foi só.
— “ E agora…? É só isto…?” —Lembro de ter pensado naquela hora olhando aquele homem roncar a meu lado.
Depois de todo aquele sexo ansiando loucura, que percebi só existirem em minha cabeça, cheguei a uma conclusão.
“O Adalberto é muito bom de cama, mas é só. Tão oco quanto um bambu.”
Enquanto ele dormia profundamente, fui tomar um banho, pois, por incrível que pareça, o cheiro dele em mim dava-me a estranha sensação de nojo.
Pela primeira vez em muitos dias eu me sentia leve e tranquila, como se tivesse tirado um grande peso de meus ombros e uma sombra de minha vida de uma vez por todas.
Saí do chuveiro sentindo-me renovada. Limpei o espelho embaçado com a palma da mão para ter a certeza de que era eu mesma refletida nele, pois, nos últimos dias eu já não me reconhecia mais e sorri contemplando meu reflexo.
Sem pressa, me enxuguei, voltei pro quarto e comecei a recolher minhas roupas espalhadas pelo chão. O Adalberto roncava pesado. Segurando minhas roupas, eu o olhei dormindo e não senti nada por ele além de pena. Agora tinha a certeza de que não estava apaixonada por ele e sorri aliviada.
Vesti-me e, quando terminava de me arrumar, ele acordou.
—Que isso, gata? Volta pra cama que é cedo ainda… — Falou ele com voz melosa como se eu fosse um bebe ou uma cretina qualquer. Odeio homens assim.
—Não. Eu preciso ir.— Falei secamente com frieza.
— Tudo bem. Eu te ligo depois então. — Diz ele em um bocejo se espreguiçando.
— Não, eu não quero que você me ligue. —Falei indiferente.
— Tudo bem então, você me liga pra gente marcar um novo encontro, já que somos amantes agora e…
—Não. — Falei simplesmente demonstrando raiva na voz.
—Nãaaao…! Não o quê?
—Não, eu não vou te ligar. Não, nós não somos amantes e não, nós não vamos nos encontrar de novo. Esta foi a última vez que transamos.
—Você não pode estar falando sério, gata…— Falou ele pulando da cama atônito enquanto eu terminava de passar batom em frente ao espelho.
—Mas estou falando sério sim, alias se você me conhecesse saberia que não sou mulher de brincadeiras.
—Não, não depois da noite fantástica que tivemos, você só pode estar curtindo com a minha cara.
—Só se foi fantástica pra você, porque, pra mim foi apenas sexo. —Falei pegando minha bolsa para ir embora. A vontade que eu tinha era de falar que a noite foi uma merda, mas apesar da raiva que me invadia me segurei para não ofende-lo.
Ele avançou e tentou me abraçar, eu me esquivei.
—Que é isso, Carla? Cê tá me dispensando…?
—Claro que estou te dispensando, será que é difícil entender?— Falei irritada com a insistência dele em barrar meu caminho.
—Ah! Já sei,—continuei diante do silêncio dele,— o garanhão não tá acostumado a levar um fora, né?
— Não, eu não tô acostumado a levar um fora e acho que você não vai me dar um fora. — Fala ele com ar de superioridade, o que me irritava e causava mais repulsa ainda.
— Quando você voltar pro seu maridinho e ver que ele não tem nada a te oferecer além de um sexo sem graça, você vai voltar correndo para mim. Cê tá apaixonada por mim, pude ver isso nos teus olhos. — Terminou ele triunfante e seguro de suas palavras.
—Como eu já te disse, se esta noite foi fantástica foi só pra você, porque, pra mim não teve nada de mais. O Claudio é muito melhor que você na cama e vou te dizer a razão. Você faz sexo como um animal no cio e o Claudio faz amor como um homem de verdade, e eu te garanto que fazer amor é muito melhor. —Falava eu com raiva na voz e no olhar, enquanto ele apenas me olhava atônito.
—Meu marido, — continuei,— é capaz de fazer tudo o que você faz sem se virar de lado logo depois e roncar e como um porco. Ele me abraça, dá carinho; conversa e toma banho comigo. — Terminei triunfante demonstrando orgulho de meu marido.
Ele se sentou na cama arrasado.
—Quanto a estar apaixonada por você, — continuei após algum silêncio, — sinto em te informar que você se enganou. O quê você viu nos meus olhos e minhas atitudes, não foi mais que desejo ardente, fruto de uma antiga fantasia que eu tinha de transar com um homem negro, fantasia esta ocasionada por um trauma de infância ao qual não te interessa saber. Depois desta noite o desejo foi embora e não sobrou nada, nada mesmo. — Terminei em um suspiro de alivio e notei que lágrimas rolaram pelo rosto dele. Naquele momento, percebi que o feitiço tinha se virado contra o feiticeiro e ele é que tinha se apaixonado por mim. Uma pontinha de pena brotou lá no fundo de meu íntimo.
—E se o Claudio ficar sabendo do que houve entre a gente? — Falou ele insinuando uma delação. Me irritei e tive vontade mata-lo.
—Se o Claudio ficar sabendo ele vai sofrer, eu vou sofrer, meu filho vai sofrer, mas vamos sobreviver e, nem assim você vai me ter novamente, pelo contrário, mais afastada ainda eu vou estar.
— Você não presta, Carla…
—E você que fez de tudo para seduzir a mulher do seu melhor amigo? Você presta? Você dorme sabendo disto? Claro que dorme, né do contrário não seria o canalha que é. Como sou tola em perguntar, eu mesma vi que dorme e ronca tranquilo. Adeus, Adalberto, espero nunca mais te ver novamente. Nunca mais me ligue e nunca mais chegue perto de minha família novamente. —Fui dura com ele e saí sem nenhum remorso.
O Adalberto não se conformou e, uma carta anônima chegou às mãos do Claudio o que o obrigou a me confrontar. Não consegui mentir para meu marido e lhe contei tudo desde o início sem omitir nada.
Ele ficou em pedaços e pude ver em seus olhos o quanto sofria e isto foi como uma faca em meu coração.
Logo depois, o Adalberto quebrou o braço e duas costelas em uma surra que jamais foi explicada e voltou para o Acre, pra nunca mais voltar, espero.
Eu chorei muito, mas meu casamento tinha acabado. Sofri pelos meus erros e a parte mais difícil pra mim foi assinar o divorcio.
Meu filho ficou comigo e nunca perdi as esperanças de reconquistar meu marido, esperança esta que se renovava a cada vez que o Claudio vinha buscar o Paulinho para o final de semana, até que, um dia fiquei sabendo que ele estava saindo com alguém e era sério. Meu desespero aumentou e caí em depressão tomando remédios fortíssimos e tudo piorou quando os vi juntos em um restaurante. Pareciam felizes, felicidade que foi minha e joguei fora. Desesperada saí a toda com o carro e sofri um acidente.
O amor falou mais alto ao coração de Claudio quando soube o que aconteceu comigo. Ele voltou pra junto de mim e resolveu me dar uma segunda chance e ficou a meu lado no leito do hospital. Eu lhe pedi perdão mil vezes.
Hoje estamos juntos novamente tentando nos fortalecer e curar nossas feridas. Sabemos que vamos ter que nos lembrar de muitas coisas e esquecer outras tantas e não será fácil.
Nunca mais tive aquele sonho e acho que superei por completo o trauma de minha infância.
Quanto ao Adalberto, sinto muita pena dele e nunca mais o vi nem espero vê-lo.
E quanto a você, leitor, cuidado com seus desejos, eles podem não valer a pena.
FIM
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