Projeto A.D.A - Capítulo 3 - Sargento Jules

Um conto erótico de Bruna Camila
Categoria: Heterossexual
Contém 1481 palavras
Data: 10/08/2020 21:17:05
Última revisão: 11/08/2020 09:57:08

Capítulo 3 – Sargento Jules

O laboratório de pesquisa possuía 4 quadrantes ou seções com funções diversas em volta da gaiola da A.D.A.

A Seção A era onde ficava as acomodações de todos, os dormitórios e também alguns equipamentos de musculação; uma sala de jogos e um pequeno refeitório super moderno e relaxante com várias geladeiras com doces, refrigerantes, sucos e alguns puffs poltronas. E na parte ‘’externa’’ dele estava uma sacada com mesas e cafeteiras, mas ao invés de uma boa vista ficava de frente para o vidro da A.D.A. Como não podíamos sair aquela Seção garantia que tivéssemos conforto e suficiente lazer para não enlouquecer lá dentro.

E era nessa seção onde eu estava deitada no meu quarto (eu era a única que tinha um cômodo privativo como escritório com cama e banheiro anexos), quando uma gatinha ruiva sobe na minha cama e me acorda.

- Chise!

E o Agente Louis aparece na porta levemente aberta por onde a minha gata tinha entrado e bate delicadamente com os nós do dedo nela e olha para o corredor, como uma cavalheiro que não iria invadir a intimidade de uma dama bisbilhotando para dentro da minha acomodação.

- Doutora Simon, eu trouxe a sua gata. Me informaram que você queria ver a ala médica, eu estou aqui para te acompanhar até lá.

- Sim, deixa eu só tomar um banho e me trocar. Com licença.

E eu fecho o quarto e depois de um banho rápido eu boto a minha saia bege e meu pulôver preto com o meu jaleco branco que eu sempre usava.

- Pronto. Podemos ir.

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O Louis então me leva pelos corredores até a Seção C, que ficava no lado oposto da prisão de vidro da A.D.A, o mais distante da Seção A, então teríamos que andar um pouco.

- Doutora, a equipe médica também está aqui para caso consigamos uns pedaços do espécime e possamos fazer uma biópsia e sequenciamento de DNA. E além disso para o caso da A.D.A , por motivos desconhecidos, tenha alguma complicação de saúde anormal e tenhamos que operá-la ou medicá-la.

- E como vocês não conhecem a fisiologia dela precisam estar preparados para tudo.

- Precisamente. Por isso a equipe médica é bem diversa como a sua. Ela tem desde cardiologistas e neurologistas até veterinários.

E ao chegar nela eu esperava ter mais gente do que realmente tinha.

- Mas onde a esquipe está? Só vejo o que eu imagino ser parte dela.

- Bom, temos um paciente. O sargento Jules foi ferido e está na UTI. A doutora Mila deve ter te informado sobre.

- Sim. Eu queria visitar esta ala exatamente para ver os sintomas dele.

- Tudo bem. Me siga.

E eu acompanho o Agente Louis até uma ala de macas onde só uma estava ocupada e com alguns profissionais medindo e analisando diversos indicadores e monitores de pressão sanguínea, batimentos cardíacos, oxigenação cerebral e outros.

Uma das médicas da equipe se aproxima e depois que o Agente Louis me apresenta ela, a doutora passa a me dar os detalhes do que aconteceu.

- No dia do acidente houve um pequeno conflito envolvendo o espécime, a A.D.A estava inquieta e sibilando com uma clara animosidade e violência crescente. Alguns tiros foram disparados e ela foi alvejada. Uma gosma branca de uma consistência e coloração igual ao corpo da espécime saiu dos buracos como se fosse sangue. E em uma investida ela pulou em cima do sargento Jules. Mas naquele momento subitamente ela deixou de ser hostil e saiu de cima do sargento e ficou em um canto lambendo as suas feridas, que se curaram rapidamente.

Isso não fazia sentido.

- Doutora, se ela não feriu o sargento Jules, por que ele está aqui?

- Bom... Uma dos furos de bala estava em cima do rosto dele e o líquido gosmento cinza entrou na boca e ele engoliu.

Meu Deus.

E antes que ela continuasse eu peço licença para ver o corpo.

E eu vejo um homem forte de uns 40 anos e de cabelo curto preto deitado e suando muito. Seus olhos estavam fechados e ele gemia e arfava como se estivesse em um pesadelo e com falta de ar.

E o mais absurdo.

O lado direito de sua testa estava branco, como se ele tivesse se tornado parte do espécime A.D.A.

- Como eu estava falando, Doutora Molly Simon, na hora do incidente ele informou que estava se sentindo bem, porém foi iniciado o protocolo de quarentena. E mais tarde ele ficou sonolento e entrou em um estado de sono constante.

- Sono constante? Você quis dizer coma?

Meio sem graça a médica responde.

- Clinicamente eu estaria mentindo ao dizer coma. Os sinais cerebrais dele estão ótimos como os de uma pessoa saudável dormindo. Coma não tem nada a ver com o estado atual dele. É como se ele estivesse em um pesadelo do qual não consegue sair, mesmo biologicamente não existindo o que o impeça de despertar. Estamos alimentando ele com soro glicosado desde então.

A explicação da médica era óbvia. Mas eu sentia um constrangimento dela que devia ser pelo tão pouco que podia ser diagnosticado com a medicina moderna. Quase como se o estado de saúde do sargento Jules fosse um transe mágico ou espiritual.

- E a mancha na cabeça?

- Depois de confirmado que não havia contaminação o isolamento foi encerrado e passamos a tratá-lo. E a mancha na testa dele cresceu e depois de uma biópsia do tecido descobrimos que são as células da A.D.A.

Era triste o estado do oficial militar, mas então a minha mente científica de uma bióloga molecular fala mais alto.

- Eureka! Por que não pegamos uma amostra e sequenciamos o DNA do espécime?

Com uma cara assustada a médica olha para o Louis, e depois que o agente acena silenciosamente dando permissão ela continua.

- A sua equipe já fez isso. A Mila isolou o material genético.

- E???

Como um pavor latente em sua fisionomia ela termina.

- O DNA não é só o do espécime ou do sargento também. Alguns trechos de genes que são humanos parearam exatamente com o material genético do sargento Jules, e outros eram genes desconhecidos.

E agora era eu que estava com uma cara de pavor e medo.

Aquilo não era só um parasita celular a lá como bactérias e protozoários fazem. E nem uma doença viral.

Aquele espécime estava fazendo uma fusão genética. Unindo o seu DNA com o do Jules e cirando um híbrido intermediário entre os dois.

- Então aquela parte branca dele é metade A.D.A e metade sargento Jules?

- Corretíssimo, doutora Simon.

Muitas vezes eu trabalhei com métodos de transgenia e de inserção de cadeias de RNA e DNA de interesse em vegetais. Criando assim híbridos entre duas espécies, os OMG (Organismos Modificados Geneticamente), quem tem diabetes atualmente são bactérias híbridas que produzem insulina humana e tratam estas pessoas, ao invés da insulina suína que era usada anteriormente e gerava rejeição.

Seja lá o que a A.D.A era.

Ela conseguiu criar um pequena quimera genética em forma de tecido no sargento Jules, simplesmente com a ingestão dos seus fluidos por parte do militar. Sem laboratório e nada do tipo ela fazia esta transgenia só com suas células.

- E está avançando? A mancha?

- Está. Mas a velocidade diminuiu bastante. Analisamos até com o MEV o tecido, e verificamos que as células da A.D.A englobam as células do hospedeiro e o absorvem, retirando os cromossomos que deseja e criando este tecido geneticamente híbrido.

Exatamente como a ovelha.

Ela abraça.

Engloba.

Suga.

E devora.

- Muito obrigada, doutora. Era só isso. Me desculpe por tomar seu tempo em demasia.

E eu saio em disparada para a Seção B.

- Doutora Simon? Deixe que lhe acompanho! - O Agente Louis me segue meio perdido sem entender o porquê do meu comportamento.

Eu teria que usar métodos não muito convencionais se quisesse extrair alguma informação sobre o que era aquela coisa afinal.

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- Relatório Pessoal Nº3: O espécime A.D.A não se comporta como um parasita normal. Ela possui a capacidade de fusão genética com outras espécies. Ainda não sabemos se isso é um mecanismo de defesa ou algo que acontece sem que ela tenha consciência de tal. Suas feridas parecem conter o mesmo conteúdo da epiderme, possivelmente A.D.A é uniforme em seu interior, como uma massa de nervos, tecido muscular e veias. Além disso sua saliva cura feridas? Ou a sua regeneração dos ferimentos dos tiros é rápida e as lambidas foram uma atitude desconectada com a cura?

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https://pt.pornhub.com/users/camilaotome/photos

No link acima, estou adicionando fotos dos contos dos PDFs lá.

A cada capítulo novo terá ilustrações lá. Estão no álbum Projeto A.D.A

Já tem as ilustrações do Capítulo 3, com o Sargento Jules e como é o setor de pesquisa.

Muito obrigada!!

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Comentários

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Espero que tenham gostado! O que será que há Seção B ou D? Algum chute?

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