Obrigado a todos que comentaram nos meus últimos contos. Quero avisar a vocês que essa é uma história longa mesmo, cheia de detalhes, e eu vou contar aos poucos, provavelmente vai ter mais de 15 partes. Peço encarecidamente que, caso você não curta esse tipo de narrativa, não leia, ao invés de dar avaliações ruins, pois isso afeta minha produtividade, já que quero ser avaliado pela minha escrita e narrativa. Não deixe que seu gosto pessoal acabe com o texto dos outros, por favor!
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Na porta da sala, Lucas havia acabado de vomitar em cima de mim. O cheiro se espalhou, eu estava quase vomitando de tanto nojo que eu estava sentindo. Mas me contive. Consegui fechar a porta e fui ao banheiro ainda com Lucas no braço. O sentei na privada, e aí ele despertou. Não estava entendendo nada, bastante sonolento. Ele olhou para si mesmo e viu toda aquela sujeira em seu braço, camisa e calça. Olhou para mim e viu que eu também estava sujo. Ele, ao se mover, sentiu uma dor enorme em seu quadril, botando a mão em cima gemendo de dor.
— Não, não, não mano, não se mexe! — afastei sua mão do machucado no quadril.
— Que dor da porra!!!
— Fica de boa. Levanta o braço, vai.
Lucas levantou o braço com muita dificuldade e eu tirei sua camisa. Com ela, limpei seu queixo, mãos e uma parte da calça para tirar o excesso de vômito. Tirei seu sapato e meia, em seguida.
— Aí, tu vai ter que tomar um banho. Tá fedendo pra caralho.
— Tu vai me dar banho? — ele falou com dificuldade, com aquele sotaque de bêbado, e deu uma risada em seguida.
— É né, mas de cueca.
Ele riu novamente.
— Pode tirar essa porra.
— Tá maluco? — eu nao tinha intenção alguma no Lucas, como já disse. Mas o cara me forçou a fazer.
Ele desabotoou a calça em pouco mais de 20 segundos, se apoiou em mim para ficar em pé e eu a puxei para baixo. Segurei suas pernas com calma e ele tirou a calça completamente. Aquela tinha sido a primeira vez, em todos aqueles anos que conhecia Lucas, que eu o via de cueca. Nós éramos bem íntimos, de contar nossos maiores segredos ou problemas; quando pequenos falávamos até quando batiamos punheta... Mas nada além disso.
Ali, de frente à Lucas e com seu corpo bem próximo ao meu, eu notei cada detalhe daquele cara. Sem maldade alguma, apenas observei. Aquelas pernas grossinhas depiladas, a cueca box de pano grosso meio apertadinha marcando o seu pau mole pro lado esquerdo, a bunda grande do cara bem colada a cueca fazendo uma curva linda ligada à suas costas... Não fiquei excitado, mas achei interessante. Digo isso porque era algo novo pra mim, nunca tinha reparado em nenhum daqueles detalhes em nenhum outro corpo masculino que não fosse o meu.
De repente, Lucas puxou sua cueca para baixo com sua mão direita e ela desceu até sua coxa. Tomei um susto quando o vi pelado pela primeira vez. O pau do cara saltando pela cueca, os pentelhos aparadinhos em cima... Não era grande não, era do mesmo tamanho do meu, só era um pouco diferente... A pelinha cobrindo a glande, bem moreninho, da cor do seu corpo, e com um sinal no corpo. Observei os detalhes de primeira.
— Puxa essa porra pra baixo — Lucas pediu.
— Porra viado, pra que tu tirou?
— Puxa logo, caralho.
Eu puxei, não tinha mais o que fazer. Lucas tentou dar um passo em direção ao chuveiro, mas quase que leva uma queda. Eu o segurei a tempo, mas isso não impediu o cara de tentar de novo. Lá foi ele, deu mais dois passos e deu de cara com o box. Eu o segurei de novo, dessa vez não o deixei andar sozinho. Levei Lucas para debaixo do chuveiro e deixei-o ali por uns minutos, em baixo da água fria, para que ele despertasse um pouco, mas não funcionou muito. O cara tava com muito sono e estava quase dormindo. Dei o sabonete para ele e ele apenas segurou. Tentou mexer seus braços, mas não conseguiu, a dor era muita, provavelmente estava insuportável. A pancada tava horrível, eu estava com pena dele, de verdade. Peguei o sabonete de sua mão e ensaboei o seu corpo. Eu estava com um pouco de pressa, estava agoniado com aquele vômito em mim, queria tomar um banho logo...
Lavar o corpo de Lucas foi a experiência mais doida de minha vida até aquele momento. Eu não senti nojo, quis recuar ou algo assim. Afinal, o cara era meu melhor amigo e estava precisando de mim, estar presente para ajudar me fez perder qualquer tipo de preconceito no momento.
O ensaboei rapidamente. Seus braços, pescoço e barriga. Não cheguei a tocar no pau dele, isso eu já achava demais. Desliguei o chuveiro e dei uma toalha para ele, esperando que ele conseguisse, ao menos, se enxugar. Mas não. Ele não conseguia nem isso. O cara estava com as duas mãos no pau, encolhido, tremendo de frio. Eu enxuguei parte do seu cabelo, as suas costas e joguei a toalha pelo seu ombro direito. Com calma, fomos para o seu quarto. Eu o sentei na cama com calma, peguei a toalha e enxuguei suas pernas. Na gaveta ao lado da cama, peguei uma cueca folgada para vesti-lo, mas ele disse que não precisava. Eu já estava naturalizado em vê-lo pelado, aquilo não era mais uma novidade pra mim, ou uma coisa de outro mundo. Liguei o ar condicionado e o ajudei a deitar melhor, o cobri em seguida. Não deu tempo de ele me agradecer, seus olhos estavam fechados quando eu cheguei em sua porta. Apaguei a luz e saí, deixando-o dormir tranquilamente.
Tomei um banho bem gostoso depois. Botei nossas roupas na máquina de lavar, estavam podres. Passei um pano na sala onde havia vômito, deixei tudo bem limpo. Deitei em minha cama e pus um filme para assistir, mas dormi em seguida.
Lembro que, naquela noite, tive um sonho estranho, com o Lucas. Nós estávamos dentro de um carro, bêbados, rindo a toa, com uma mulher dirigindo. E daí nós sofriamos um acidente, onde só eu sobrevivia. Os escombros do carro pelo chão da pista, havia fogo também. Lembro de, em primeira pessoa, me arrastar até Lucas, já morto, e o abraçar forte, chorando muito em vê-lo sem vida. Aquele sonho me perseguiu por muito tempo, me deixou assustado por dias. Mas mais pra frente eu conto mais sobre isso.
Dia seguinte. Manhã de domingo. Solzão bonito. Acordei por volta das 11hs. Lucas ainda dormia. Tava com vontade de ir à praia, tomar uma cerveja, aproveitar o dia, mas Lucas, provavelmente, iria acordar de ressaca, e não tinha graça ir beber sozinho. Tomei um copo de suco e comecei a preparar um almoço para nós. Nesse tempo, Lucas acordou. Ele se dirigia a cozinha ainda despertando, aparentemente mal e de ressaca, com um detalhe a mais: estava de shortinho. Provavelmente se vestiu antes de sair.
— Bom dia cara. — Falei.
— Que porra aconteceu ontem?
A pancada na parte esquerda de sua barriga estava feia demais, toda roxa com o entorno amarelo.
— Lembra de nada né?
— Quase nada...
Ele sentou-se à cadeira do balcão, com dificuldade.
— Tu brigou com o cara lá da boate, não lembra disso?
— Mais ou menos. Sei que ele meteu a porrada em mim, mas depois disso, apagou tudo.
— A gente te levou no hospital e depois viemos pra casa. Tu vomitou a sala toda, me melou inteiro fdp.
— Na moral?
— Foi viado, uma nojeira do caralho.
— Ah, foi mal mano. Tu botou a minha roupa pra lavar? Acordei peladão...
— Te dei um banho ontem, não tinha condições de tu ficar sujo daquele jeito.
— Na moral? — Lucas ficou levemente desacreditado.
— Foi, tu ficou peladão no banheiro querendo tirar a cueca. — e ri para cortar o clima dele.
— Ah, que vergonha da porra.
— Mó pauzinho pequeno em — ri de novo.
— Vai dar o cu, viado.
Continuei rindo. Não demorou muito para que Lucas risse também. O clima ficou bem descontraído. Ainda bem que ele levou tudo numa boa. Nós almoçamos e passamos o resto do dia de bobeira. O ajudei fazendo curativo na pancada, a fazer uma coisa ou outra...
Aquilo que tinha rolado foi uma coisa boa para nós dois. Mesmo sendo melhores amigos por anos, não tínhamos tido um momento de intimidade tão grande e bonito quanto aquele. O melhor foi que não existiu nenhuma intenção, apenas amizade, amizade verdadeira. Mas tudo mudou depois daquela situação. Para melhor, quero dizer.