CONFISSÕES QUE ME ALUCINARAM IV

Um conto erótico de Gleison
Categoria: Heterossexual
Contém 7048 palavras
Data: 24/08/2020 15:52:43
Última revisão: 16/11/2022 03:58:30

CONFISSÕES QUE ME ALUCINARAM IV (MARCAS DA LUXÚRIA)

Esta é a quarta continuação. Não gosto de relatos sequenciados, mas este conto pelo volume de narrativas, obrigou. Aos leitores que chegaram só aqui, sugiro que leiam os relatos anteriores. Não farei resumo do que já passou. Vou seguir do ponto em que parei a parte III.

As partes anteriores podem ser lidas aqui no site, basta clicar sobre o nome do autor.

Capítulo 4 – Confissões que me alucinaram

Fui desperto na manhã daquele sábado pela chamada telefônica da Lanna. Olhei meio ensonado para ver a hora, e deixei tocar. 6h30. Lá, já era quase meio dia. Ela devia estar no horário próximo do almoço. Escrevi na mensagem: “Acordei agora. Me dê uns minutos”. Assim, seco, sem dar bom dia, sem maiores simpatias. Na verdade, eu ainda estava cheio de raiva e sabia que precisava ter muita diplomacia para não entornar o caldo de vez. E não queria atrito porque ainda não me decidira o que deveria fazer. Ou preparar uma separação definitiva, e cortar de vez esse pesadelo que muito me fazia sofrer, ou tirar proveito da situação para me vingar de forma mais satisfatória ainda. Vingança não era meu foco.

Fui ao banheiro descarregar a bexiga, e lavar a boca e o rosto. Depois dei uma arrumada nos cabelos em desalinho com os dedos, para tirar o aspecto de desarranjo. Minha face no espelho mostrava um certo desgaste, indicando que o corpo acusava os golpes recebidos. Mas eu estava bem melhor, graças ao delicioso encontro com a Marina no começo da noite anterior. Eu tivera uma boa massagem no ego. Mas no final nem tinha mais certeza do que era sincero e o que era pura armação das duas mulheres. Fui até à cozinha e bebi água, tentando me preparar para a conversa. Tomar água logo que eu acordo tem uma função vitalizante. Não tinha nenhuma posição fechada sobre o problema, mas era isso que me preocupava. Se de um lado queria ser seco e bruto, por outro eu me preocupava em não tomar atitudes que pudesse me arrepender. Afinal, era casado legalmente com Lanna. Tudo podia ser utilizado contra. Eu gostava muito de Lanna, e mesmo sabendo que ela tinha sido muito falsa e traiçoeira comigo, não podia negar que era doloroso pensar em ruptura. Embora fosse essa a minha vontade. Minha atitude era buscar o correto a ser feito.

Coloquei uma cápsula de café na máquina e liguei. O café começou a cair na xícara e o telefone chamou.

Atendi de pé na cozinha esperando o café encher a xícara. O cheiro do café fresco e quente me deu um ânimo melhor. A voz de Lanna era macia e sua fisionomia parecia serena:

- Oi amor, bom dia. Desculpe acordar você cedo. Mas é a hora que tenho para ligar. Logo volto ao curso até o final do dia.

- Sem crise. Estou de boa.

Eu olhava para ela tentando não revelar nenhum sentimento. Mas estava bem destruído por dentro. A imagem dela não era mais a mesma da que antes tanto me encantava. Me causava muita dor. Lanna começou:

- Amor, eu sei que temos muito que falar. Eu preciso me abrir e contar muito a você. Me explicar. Me desculpar. Mas agora só queria ver você por um instante e ouvir a sua voz. Estou muito emocionada, e não vai dar tempo para a gente falar tudo.

- Certo.

Eu fazia um esforço para ficar neutro. Vontade era de xingar. Descarregar tudo que estava atravessado na garganta. Ela prosseguiu:

- Querido, esta madrugada eu gravei um monte de vídeos contando muita coisa. O meu desespero ontem me levou a isso. Sei que fiz muita merda. Fiquei muito angustiada, preocupada. Não tanto comigo, mas com você. Sei que fui a culpada. Vou mandar tudo e se você depois de ouvir isso tudo me atender de noite a gente conversa. Pode ser?

- Claro, pode sim. Faça isso.

Mais frio e impessoal que isso eu não conseguia. Tomei uns goles de café enquanto ela me observava. Vi que Lanna estava chorando. Fiquei calado esperando. Ela parecia abatida. Eu também não devia estar com boa aparência.

- Amor, por favor, peço desculpa, e novamente, por favor, ouça e veja os meus vídeos. Por enquanto é isso. Obrigada por me atender. Eu o amo demais.

Esta última frase ela disse já soluçando mais forte. E desligou.

Eu tive que me sentar numa cadeira. Também me bateu uma exaustão enorme. Meu peito doía e minha garganta tinha um nó. Pensei: “ A merda de traição é que deixa um gosto terrível para todos os envolvidos”.

Escutei um sinal de mensagem de texto e li:

“Ontem a Marina me ligou de madrugada aqui. Falamos e ela me contou o encontro de vocês e tudo o que falaram. Estou ciente. Sem problemas. Só para você saber. Um beijo. ”

Achei que foi bom Lanna ter contado aquilo, assim eu não precisava dissimular nada. Mas não sabia o que a Marina teria revelado ou teria ocultado. Esperaria para ver. Terminei de beber o café que já estava frio. Uma preguiça letárgica me tornava quase inútil. Fui para o quarto e me deitei. Olhando em volta percebia a presença de Lanna em todos os detalhes. Nos lençóis de algodão fio especial que ela gostava, as cortinas em tom pastel, as almofadas, os quadros, tapete, tudo era escolha rigorosa dela. Eu também gostava, mas deixava que ela decidisse. Minha cabeça rodeava recordando fragmentos dos fatos e das falas anteriores. Quanto mais eu me lembrava de como fui enganado e usado, ao longo de um bom tempo, mais ficava revoltado. Lanna me dominou, me moldou e tratou como um boneco bobinho, e pior, de forma bem dissimulada até me humilhou. Ela era uma mulher muito inteligente e não perdia uma disputa. Eu tive certeza de que precisava ser muito hábil para sair dessa crise com menos problemas. Primeiro pensei no cenário possível de uma separação. Divisão de bens, quem sai e quem fica na casa, como proceder legalmente, as dificuldades de separar tudo, o risco de um litígio com custos jurídicos que eu não estava em condições de encarar. Certamente os dois perderiam, e eu perderia muito. Mas era essa a minha vontade. Ter coragem de enfrentar a separação, e conseguir me desligar de Lanna, mesmo que isso me dilacerasse inteiro. Eu estava ferido, magoado, triste e com raiva. Mas ainda gostava tanto dela, ou da Lanna que pensava que tinha, que a situação me criava um conflito enorme. Aí, surgiam as imagens que eu imaginava dela praticando sexo com outros parceiros, me enganando com eles, se entregando de forma devassa, e sendo a tarada gostosa que eu sabia que era. Isso me provocava uma reação muito louca.

Raiva, enjoo, e ao mesmo tempo excitação do desejo louco por ela. Em contrapartida, pensava na teoria que Marina havia criado, onde nós poderíamos viver felizes, cúmplices de nossos prazeres e de nossas próprias paixões. Não deixava de ser tentador, porque seria dar um foda-se com prazer. Embora eu não soubesse se teria estômago para aceitar tudo, perdoar e continuar cúmplice daquele esquema. Antes eu havia imaginado que nós poderíamos formar um casal liberal, que experimentasse juntos fazer aventuras libertinas, e sermos felizes de uma forma mais livre e descontraída. Se fosse uma iniciativa do casal com cumplicidade e parceria. Mas com a descoberta de suas atitudes traiçoeiras no passado, a imagem de Lanna em mim havia se tornado cáustica, incômoda, causa de sofrimento. Ao mesmo tempo como mulher eu sabia que ainda a desejava muito, a admirava muito, e tinha um grande tesão nela. Imaginar que separados ela faria sua vida de libertina e devassa até com mais facilidade, dando para os caras que nem a mereciam, me revoltava. Duas horas depois eu ainda estava estirado na cama com a cabeça rodando em torvelinho, quando percebi que começavam a chegar os vídeos, sequenciados que Lanna enviava. Decidi que não ia ver logo. Preferia esperar todos chegarem no servidor, baixar, salvar e depois ver com calma. Precisava de tempo para me preparar. Eu queria ver ou ouvir alguma opinião neutra ou especializada sobre essa situação. Então fui buscar alguma orientação que me desse mais visão de como agir.

Num dos artigos que encontrei de uma renomada psicóloga que não citarei para não envolver seu nome, dizia:

“A dor de ser traído é um dos maiores sofrimentos de que padece o ser humano, pois faz a inclusão de um terceiro no enredo do casal e inaugura a triste descoberta de que a pessoa amada é capaz de fazer com outra pessoa uma aliança da qual estamos excluídos. Ser traído é uma das experiências mais dolorosas, pois não apenas a fidelidade fica perdida, mas também a lealdade é posta em questão, não há como não se magoar profundamente. ”

Essa definição era exata para o que eu sentia. Pesquisando, achei outras dicas de psicólogos que me ajudaram a ver a questão:

“Não se deve tomar decisões com a cabeça quente. Na hora, é difícil ser racional. As chances de reagir de maneira negativa e impulsivamente crescem um bocado. Portanto, o momento não é propício para decisões. É aconselhável a pessoa se recolher, para identificar o que está sentindo. É aos poucos que vai resgatar a racionalidade”.

Neste aspecto eu sabia que estava agindo certo. Mas naquele momento eu buscava referências de situações que me ajudassem a conduzir o processo. A ideia de separação foi um impulso quase imediato, mas eu sabia que não era tão simples. De fora parece fácil decidir, mas quando se está envolvido e se misturam sentimentos às vezes muito complexos e contraditórios como amor e raiva, desejo e repulsa, rejeição e carência, ciúme e tesão, torna a coisa muito complicada. Li muitos artigos e matérias com bons esclarecimentos do tema. Algumas dicas eram comuns:

- “Não se culpe – Não ache que a pessoa que traiu não o ama – A traição pode ajudar a corrigir o que estava errado na relação – Pode ser que a relação não acabe – Dói mas passa – Pode ser que seja a hora de acabar. ”

Por incrível que possa parecer, a leitura dos materiais e as análises de psicólogos me trouxeram uma grande serenidade para enfrentar o que me esperava. O fato de ver uma pesquisa com estatísticas de um estudo informal sobre a traição, mostrando que 70,6% dos homens brasileiros afirmam já ter traído em algum momento da vida, e entre as mulheres a taxa é de 56,4% me deu uma boa visão sobre a questão. Primeiro eu não era o único a passar por isso, segundo, era um quadro muito comum, e mostrava que a sociedade brasileira tem essa característica de agir dessa forma, sem grandes constrangimentos. Mesmo sendo incômodo dar de cara com aquela realidade, era revelador. E eu também me incluía nos 70,6% de homens que haviam traído, o que não me dava muito o direito de julgar a Lanna. Mas os fatos que soubera pela Marina, me deixavam muito intrigado. Tudo indicava que entre elas havia muito mais segredos e coisas guardadas. Aquilo me deixava incômodo. De repente, me senti muito curioso em ver e ouvir o que Lanna tinha enviado. Descarreguei os vídeos do celular para o notebook e fui assistir. Eu queria ver numa tela melhor e com um som também de qualidade. O primeiro vídeo ela gravou sentada na cama do quarto do hotel. Foi no dia seguinte ao que ela me revelou o encontro com o Suleiman. Estava bastante emocionada:

- Meu amor, meu tudo, estou apavorada agora. Tentei de todas as maneiras falar com você. Sei que agi de forma a magoar você, mas jamais poderia imaginar que reagiria dessa forma. Vou explicar: O que aconteceu aqui, com o Suleiman foi consequência de uma situação limite. Não tive um envolvimento emocional nem afetivo, foi apenas sexo. Sem querer me desculpar, mas para explicar como eu via o caso, eu achava, pelas suas conversas, que você estava me dando sinais de que se eu fizesse algo desse tipo seria perfeitamente compreendida, sem achar que estava sendo traidora. Não digo que a culpa seja sua. Mas eu julguei que você estava aberto para entender, e até poderia estar cúmplice dessa minha experiência. Acontece que nem deu tempo de a gente combinar algo sobre isso. Eu pretendia saber o que você achava. Mas os fatos se precipitaram na academia e nisso eu errei. Se você recordar, já fazia tempo que você falava em nós termos experiências mais liberais. Eu refutava a ideia por medo do que poderia acontecer depois. Eu me conheço. Depois vou me explicar melhor, mas, aprendi a separar sexo de amor e sentimento. E eu não sabia se você seria capaz disso. Quando me deu a ideia de compra do vibrador, e depois começou a querer saber as fantasias que eu alimentava, eu tentei revelar, dar uma pista do que estava já acontecendo comigo. Eu já estava assediada. Eu disse que não sou de fantasiar, sempre fui de fazer. E estava difícil resistir à pressão do assédio e do próprio desejo. Quando você alimentou mais ainda falando dos vídeos, e de suas fantasias, eu entendi que estava dando um sinal de que era capaz de entender o que eu fizesse. Eu ia revelar tudo, como depois revelei, não foi uma traição, foi apenas um processo desencadeado pela distância e pela carência. Só que ocorreu antes de que pudéssemos combinar isso. Você sabe que eu sou dependente de sexo, de ser desejada e de ser satisfeita. Fui assediada na academia e acabei cedendo. Depois fomos ao hotel. E passamos a noite.

Lanna falava isso, com ar sereno, verdadeiro, sem dissimular.

- Quando contei a você, como se fosse uma fantasia, era para ver sua reação, experimentar o efeito, e foi bom. Você estava animado, querendo saber mais. Eu tinha medo de magoar você, mas me disse que não, que queria saber como era. Então eu revelei.

Lanna deu uma pausa, respirou fundo e prosseguiu:

- Na hora você disse que entendia. Estava cúmplice de tudo. Que levou um susto, mas entendia. Só depois é que se mostrou abalado. Na hora não pensei que estivesse mal. Só quando vi a sua reação depois que contei detalhes, fiquei apavorada. Na noite em que falamos ao vivo no hotel, eu estava de camisola sexy, justamente esperando Suleiman para uma segunda noite de sexo. Por isso não podia me estender muito. Mas eu queria fazer surpresa e mandar o vídeo desse encontro para você. Eu acreditava que você estava curioso para saber detalhes do que aconteceu. Cheguei a gravar o vídeo nessa noite para mostrar a você. E então, descubro que fiz tudo errado, e você estava revoltado. Passei um dia péssimo, queria lhe explicar, mas você não me atendeu mais. Por favor, fale comigo, a hora que puder. Agora estou muito triste. Amo você.

Entendi que ela havia gravado aquilo enquanto não conseguia falar comigo. Me lembrei de uma das frases de um psicólogo que dizia:

“Trair não significa que a pessoa não te ame: ”

“Como pode uma pessoa amar a outra e trair? Sim, é possível. ”

“Você pode ter uma relação exemplar e, ainda assim, sentir desejo e até afeto por outras pessoas. Há inúmeros modelos possíveis de relacionamento que envolvem ou não terceiros, nos quais as partes se sentem bem assim. Pode ser particularmente difícil de entender quando tudo o que você aprendeu na vida foi o modelo monogâmico padrão, mas fidelidade não é indicativo nem prova de amor. ”

Eu me lembrei da noite com Marina, nosso sexo delicioso, ela muito sensual e eu desesperado de tesão. Não amava Marina, era uma mulher atraente e que eu desejava há tempos.

Por isso nosso sexo foi tão intenso, porque era puro desejo reprimido. Mas eu amava a Lanna. Isso já provava aquela teoria apresentada.

Antes de assistir o segundo vídeo, eu vi que do terceiro ao quinto ela havia escrito no título: “Com Suleiman”. A ansiedade e a curiosidade falaram mais alto e abri primeiro esses. As cenas foram gravadas em momentos e lugares diferentes, era uma sequência de três vídeos. No primeiro eles estavam no vestiário da academia.

O celular gravava mais de longe, talvez estivesse num armário ou prateleira. Logo que começou eu identifiquei o áudio que ela já havia enviado, onde eu ouvia um zumbido e pensava ser um vibrador. Mas devia ser algum compressor ou aparelho de ar condicionado ligado. Ao fundo se via uma série de cabines de chuveiro, por isso o ruído de pingar água. Lanna entrou em quadro na cena, devia ter deixado o celular gravando, e se ajoelhou de quatro sobre um banco largo de madeira. Logo um sujeito forte, o tal de Suleiman, aparece e chupa minha mulher por trás. Ela consentiu com isso, não foi forçada. Ela suspirava e gemia e num determinado momento vi o cara ficar de pé, dar um tapa na bunda de Lanna, depois enfiar a rola dura na sua xoxota. Lanna ia gemendo e suspirando até que os dois gozaram e ela geme alto. A cena gravada de longe não me permitia ver muitos detalhes, estavam quase em silhueta, mas parecia não usarem preservativo. Uma trepara rápida nos vestiários de uma academia. Estava lá tudo que aconteceu.

Assisti duas vezes para reparar em detalhes. Deduzi que Lanna sabia o que iriam fazer e resolveu gravar, que estava totalmente cúmplice e não forçada, e que se comportava sexualmente como sempre foi, uma deliciosa libertina. Eu não sabia o motivo, mas ver aquilo me provocava uma certa raiva, ciúme, mágoa, mas também me deixava excitado. Era sexo real e com tesão.

O segundo dos três vídeos do Suleiman, foi gravado no quarto de Lanna no hotel. O Celular havia ficado sobre a bancada de frente para a cama e dava para ter uma visão da cama e ainda de parte do espelho da porta do guarda-roupas. Lanna entrava em cena e se deitava na cama.

Logo a seguir aparecia o Suleimane, já ambos nus. Pela direção que entram deduzi que sairam do banheiro. Ele a beijava pelo corpo, ela se arrepiava, gemia e depois faziam um 69. Na posição em que deitaram, com ele por baixo e ela por cima dava para ver o rosto de Lanna enfiando o pau grande do sujeito na boca e chupando enquanto acariciava o saco dele. Ela gemia com as chupadas e rebolava na boca do amante. O silêncio do quarto permitia gravar os sons das chupadas e gemidos bem audíveis. Aquilo era muito excitante.

Ver a minha mulher chupando o pau do sujeito, com desejo, e gemendo deliciada com as chupadas que recebia na xana, deu a certeza da natureza libertina e safada de Lanna. Ela era uma devassa e gostava. Logo o sujeito estava tarado e colocando-a de quatro sobre a cama passou a penetrá-la por trás, puxando seu cabelo, e socando forte. Lanna gemia e ofegava, e pedia para ele meter. Num dado momento ouvi ela dizer: “ Mete, me faz gozar gostoso para eu mostrar para o meu corninho safado”.

Ela falou em francês. Ouvi aquilo meio revoltado, e também meio tarado, era impossível não ficar excitado com a cena, e ao mesmo tempo percebi que Lanna fazia questão de se exibir para mim. Eles fodiam com intensidade. Mas o vídeo foi interrompido logo depois, sem que eles acionassem. Não identifiquei se travou ou era mesmo corte. Mas ficou claro que ela gravava para me mostrar.

No terceiro, Lanna e Suleiman estavam em nova cena de sexo, mas o celular estava na mão do Suleiman que filmava ela de joelhos sobre a beirada da cama e ele se preparando para meter no seu cuzinho. Aquilo me fez sentir até pressão alta. Deu zumbido nos ouvidos e uma raiva enorme de ver que ele não usava preservativo. O sujeito tinha uma pica grande e grossa, e pincelava a xoxota de minha mulher que rebolava e depois ele encaixava no cu. Forçava um pouco as pregas e Lanna gemia alto. Ele perguntava em francês o que ela queria e ela pedia: “Põe no meu cuzinho! ”

Assisti arrepiado a penetração daquela jeba grande sendo atolada na bunda deliciosa de Lanna. Suleiman perguntava: “Está gostando safada? É isso que você gosta? ”

Lanna gemia que sim, e pedia: “Isso, fode, forte, fode gostoso, me atola! Meu corninho vai ficar tesudo de ver sua esposa safada e tarada na rola do comedor. “

Eu não sei que merda que acontecia, mas meu pau estava duro e eu sentia tesão na cena. A Lanna me chamar de corno e dizer que eu ficaria tarado realmente me deixava alucinado. Imaginei que ela havia visto os vídeos que eu havia enviado, e por isso tentava me provocar dentro do mesmo espirito. Me revoltava com isso, mas era incontrolável. Ao mesmo tempo aumentava a minha raiva de estar passando por aquilo. No fundo sabia que não precisava de nada disso. Podíamos ter feito coisas juntos sem enganar nem trair. Quando a foda chegou ao ápice e Suleiman gemendo como um touro gozava na bunda de minha mulher, ela também parecia estar em êxtase. Mas logo o sujeito parou de filmar.

Depois desses vídeos eu fiquei uns dez minutos parado, pensando em tudo aquilo. Cheguei a suar muito. Estava claro que Lanna fizera questão de gravar, como resposta aos pedidos que eu fizera de saber suas fantasias, e de contar que imaginei que estava gravando uma cena de sexo dela com outro. Na verdade, naqueles dias ela estava realizando uma das minhas fantasias. Eu não tinha nem argumento para reclamar daquilo. A filha da puta era mesmo muito inteligente e estava me levando ao limite. Deduzi que Lanna queria dizer: “Olha o que você está perdendo! E vai perder mais ainda se não quiser mais ficar comigo! ”

Me recordei de uma parte de um artigo que li e que dizia:

“Ao contrário do que muitos pensam, uma traição não ocorre necessariamente quando a relação já esgotou todas as suas possibilidades. Pode ocorrer por raiva, por vingança, por carência, por auto sabotagem (tem gente que não sabe aceitar a própria felicidade e busca uma maneira de destruí-la), e pode ainda funcionar como uma “muleta” para a relação. Como não encontramos uma maneira de conseguir o que nos falta com o nosso parceiro – mas também não podemos conceber a vida sem a pessoa – buscamos externamente um remédio. Ainda que temporária ou falha, essa solução momentânea nos permite continuar vivendo a relação que escolhemos.

De muitas maneiras, uma traição é uma oportunidade de crescimento para o casal. Ela não precisa ser o fim, nem representar o fracasso da relação. Como tudo na vida, dependerá apenas do uso que o casal fizer da experiência, e da maturidade que tenha para abordar os próprios problemas. O resultado desta vivência pode ser uma relação mais madura e consolidada. Ou o fim, onde cada um segue seu caminho com maior conhecimento das próprias necessidades e limitações. ”

Nada daquilo ainda atendia a minha grande dúvida. Por que Lanna sempre escondeu esse lado devasso e libertino do seu parceiro? Não sabia. Fui ver então o segundo vídeo na ordem de envio. Lanna estava vestida de modo informal, gravando sentada na frente da penteadeira, onde apoiara o celular. Havia gravado naquela madrugada. Sua aparência estava mais abatida, sem maquiagem:

- Amor, já não tive mais outro caminho. Depois que tentei desesperada falar com você, apelei para a Marina, conversei com ela e tinha que contar o que se passou, para ela entender e poder ajudar. Gravo este vídeo depois que acabei de falar com ela, que me contou ter ido à nossa casa e encontrado você. Mas eu já esperava que as coisas podiam complicar ainda mais. A Marina sabe da minha vida, da nossa vida. Ela sabe quase tudo. Eu tive em segredo um envolvimento afetivo/sexual com ela durante o período em que ela era casada, e sempre mantivemos muita cumplicidade. Nunca revelei porque protegia a ela. Fui em parte responsável por sua separação. Não vou explicar isso agora. É complicado. Apenas digo que se me der oportunidade eu explicarei tudo, contarei tudo, não quero nada mais oculto. Eu fiz muita coisa errada, escondida de você, e achava que um dia poderia revelar. A Marina foi cúmplice todo o tempo. Mas eu ficava com medo de expor, de magoar a você, e deixei passar. Você não tem culpa de nada. Sou eu a culpada dessa porcariada toda. Eu sei o mal que causei. Agora eu sei que você já sabe de muita coisa, a Marina revelou. Não vou justificar nada. Prometo conversar e explicar tudo, contar tudo. Eu sei que pode estar com muita raiva. Eu entendo a aceito.

Lanna fez uma pausa, respirou, depois retomou:

- Amor, por favor, não faça nada que seja por raiva e possa nos prejudicar. Eu amo você demais. Você é meu tudo. E eu fui indigna com o que fiz com você. Me dê uma chance ao menos de me desculpar e contar tudo a você. Talvez eu contando tudo me liberte de tantos fantasmas. Depois você decide o que vai fazer. Se quiser separar e nunca mais me ver eu vou entender. Vou morrer por isso, nunca jamais vou me perdoar. Se me botar na rua sem nada, e pedir para eu sumir eu vou. Morrerei de dor. Mas vou aceitar. Vou gravar outro vídeo narrando muito mais coisa para você entender. E se quiser, posso até mandar os vídeos que gravei aqui, com o Suleiman. Pensava que você estava querendo ver isso. Veja que ironia.

Lanna colocou a mão na boca, segurou tentando controlar a emoção, e prosseguiu:

- Estávamos entrando numa fase de cumplicidade liberal, trocando fantasias e provocações, e fomos atropelados por tudo isso. Agora não tenho mais motivos de esconder nada. E não estou com raiva nem magoada com o que aconteceu com a Marina aí ontem. Ela me contou tudo. Fique tranquilo. Eu sabia que um dia isso iria acontecer. Não fico brava, pelo contrário, acho que você merecia isso, precisava exorcizar esses fantasmas. Vou parar esta gravação aqui. Preciso pensar no que direi no próximo vídeo. Minha cabeça está um caos. Meu coração destroçado também. Meu beijo e meu sincero pedido de perdão. Mesmo sabendo que poderá nunca me perdoar.

Nesta última parte ela já deixava escorrer lágrimas pela face. Durante toda fala era parecia sincera, sem dissimular. Abalada, mas sendo verdadeira. Eu assisti duas vezes essa parte, em busca de algum sinal de que ela estava agindo premeditada e sendo falsa. Não achei. Era a Lanna de verdade. Fiquei um bom tempo pensando no que ela dissera e no que eu havia lido dos textos de psicólogos. Algumas questões ganhavam nova dimensão, segundo eles:

“Muitas pessoas traem e voltam para os seus casamentos, beijam seus filhos, esposa ou marido no final da noite e dormem.”

“Será que dá para afirmar que essa quantidade enorme de gente deixou de amar seus parceiros no momento em que traíram? No que diz respeito aos motivos, mil outras necessidades acabam aparecendo na frente da relação. E não estou falando de falhas de caráter (que, se for olhar por essa ótica, todos temos, já que ninguém passa a vida incólume de tomar atitudes das quais se arrependa depois), mas sim de crises de autoestima, inseguranças, tédio, impulsos de autoafirmação, e até vontades justas, completamente normais, como a de sentir conexão humana. ”

Um outro artigo esclarecia como pesar as coisas para ver se vai perdoar:

“Passado o impacto da descoberta, pode ser hora de tomar decisões importantes, como seguir em frente com a relação ou não”.

“A escolha depende da sua capacidade de perdoar, da reação de quem traiu e do significado de infidelidade, que varia para cada casal. É necessário muito diálogo, disposição de ambos para superar, e a compreensão dos fatores que motivaram a infidelidade”.

“Perdoar demanda paciência e diálogo. Quando alguém decide continuar na relação, de início, a desconfiança pode ser incontrolável. Mas o perdão é possível quando o parceiro que traiu se arrepende e se dispõe a colaborar com o processo. Não são casos extraconjugais que acabam com relacionamentos amorosos e, sim, a incapacidade do parceiro infiel de ser sincero sobre o que aconteceu”.

Esse texto especificamente me deixou bastante sensível e fazia sentido com o vídeo que eu acabara de ver. Era uma situação tão absurda que eu mesmo me sentia fora do eixo, e sem condições de decidir o que faria.

Então me preparei para assistir ao vídeo que na ordem viria após os vídeos que ela gravou com Suleiman. Entendi que os vídeos onde ela estava fazendo sexo eram de antes de ter acontecido nossa ruptura. Portanto, na verdade todos os do Suleiman eram anteriores à sequência dela falando comigo. Disparei o play. Vi a cena de Lanna, deitada na cama, usando uma camisola.

Ela segurava o celular e se mostrava apenas da cintura para cima. Sem maquiagem, olhos e nariz vermelhos de chorar, parecia que se preparava para dormir. Ela disse:

- Oi amor, hoje estou incapaz de sair. Ficarei na cama. Estou bem abalada e triste. E é duro ter que expor tudo que vou revelar a você. Independentemente de sua posição e decisão, o que vou contar é coisa que nunca revelei a ninguém. E peço que se puder também nunca revele.

Ela olhou para o alto, pensou e continuou:

- Não sei como vou começar. Então a primeira coisa que tenho que contar é assumir que eu sempre escondi de você a verdadeira pessoa que eu era e sou. Temia muito que ao descobrir minha loucura você me desprezasse e perdesse o orgulho que sempre teve. E no final aconteceu exatamente o mesmo que eu temia. Você se apaixonou pela Lanna que eu criei para ser aceita e admirada por todos. Era como uma roupa que eu fui desenvolvendo e vestindo e muitos me viam dessa forma. Assim conquistei você, o meu trabalho, respeito e admiração. Mas era uma casca protetora que me prendia. No fundo eu sou muito diferente. Desequilibrada, libertina, devassa, tenho mania de seduzir, fixação por ser desejada como fêmea e por ser possuída. Tenho compulsão por sexo. Quero todos os homens rendidos pelo meu poder de atração e sedução. E mulheres também. Sou assim desde muito nova. Quando menina, filha única, com uns seis anos de idade eu vi meus pais praticando sexo no quarto. Eles não fechavam a porta e nem sabiam que eu espiava. Aprendi a me masturbar bem novinha. E me masturbava vendo o casal praticando sexo, e não faziam só papai e mamãe. Era um casal bem experiente e que gostava de tudo. E assisti muitas relações deles até meus dez anos. Mas na escola eu tratei de me fazer de santa quando as meninas faziam questão de mostrar conhecimentos. E na verdade quem sabia muito mais era eu. Sozinha em casa, de tarde, depois que vinha da escola, eu me masturbava e usava uns vibradores que minha mãe guardava numa caixa no armário dela. Eu pegava uns vídeos de sexo que eles tinham e assistia na TV do quarto de casal.

Meus pais trabalhavam e eu ficava em casa livre. Uma vez, eu estava com um vibrador enfiado na xoxota e outro no ânus, e dei de cara com meu pai na porta do quarto me observando admirado. Ele voltara mais cedo do trabalho e me pegou ali em plena atividade. A reação dele foi serena, me disse que não sabia que eu já praticava sexo e quis saber onde havia aprendido. Eu contei a ele sem esconder nada. Eu e meu pai tínhamos uma relação muito boa. De confiança. Ele se despira da roupa do trabalho e estava apenas de cueca, como sempre fazia. Entre nós sempre tivemos essa intimidade. Conforme eu revelava tudo que havia visto e aprendido com eles, reparei que meu pai ficava de pau duro. Eu já havia visto meu pai nu, e de pau duro. Muitas vezes. Eu sempre gostei de ver meu pai excitado e com o pau bem duro. Na hora eu percebi que ele ficara excitado. E perguntei por que ele estava daquele jeito. Meu pai fez um carinho na minha cabeça e disse: “Papai fica excitado com facilidade”. Gosto muito de sexo. E acho que você também. Fiquei excitado de ouvir você contar como aprendeu. ”

Eu aproveitei para segurar no pau dele, e tirei para fora da cueca. Ele não impediu. Ficou observando o que eu faria. Já tinha visto minha mãe chupar aquele rola e fiz o mesmo. Ele deixou e falava baixinho: “Que safadinha, gosta de chupar pau como a sua mãe. ” Desde então ele passou a ser, meu mestre. Bom, encurtando a conversa, o resultado disso, foi que desse dia em diante, eu e meu pai passamos a ter uma relação íntima em segredo, onde ele me ensinava um monte de coisas. Minha mãe era dona de uma loja no shopping e chegava sempre depois das 23h00 em casa. Eu me dava bem com ela, mas com meu pai eu era muito íntima. Ela nunca desconfiou da nossa relação incestuosa. Isso facilitava nossa vida. E não demorou muito para que eu estivesse praticando sexo com papai todas as vezes em que minha mãe não estava. Ele falava que estava me ensinando e me preparando para ser uma mulher mais poderosa do que a mamãe. De fato, me ensinou muito bem. Com quinze anos eu era já muito experiente para o sexo. Foi quando aconteceu o acidente onde ele morreu. Ninguém soube da verdade. E vou revelar agora.

Lanna deu uma parada por uns segundos, emocionada, depois começou a contar:

- A gente estava no carro, na estrada, eu e ele, vindo de uma chácara, e eu sem calcinha sentada de frente no colo dele que dirigia. Praticávamos sexo bem gostoso, eu cavalgava na sua rola, e o distraí, ele não viu o buraco, o carro passou, deu um salto, se desgovernou e saiu da estrada. Na queda do barranco eu caí no banco ao lado e depois quando o carro se chocou bruscamente com o poste, eu fui atirada junto com o para-brisa e caí fora numa moita de capim, sem sofrer nada além de equimoses. Mas meu pai morreu ali prensado ao volante. Eu fui encontrada desacordada e removida. Quando soube da morte do meu pai já estava fazendo exames no hospital. Entrei em choque e fiquei meio fora do ar por muito tempo. Tive uma crise violenta e perdi a noção de tudo. Me internaram, demorei para recuperar o emocional. Estava agindo como retardada. Na verdade, nunca mais fui a mesma. Resolvi criar uma imagem para a sociedade.

Lanna olhava para o vídeo como se estivesse longe, distante da realidade, apenas recordando a história.

- Vesti a personagem de moça recatada, voltei a estudar. Consegui fazer faculdade fora, em outra cidade, e me formei. Foi quando eu passei a ter uma dupla personalidade. Na faculdade era muito certinha e estudiosa. Um exemplo. Mas escondida, de noite, trabalhei como prostituta para satisfazer minha compulsão por sexo, que durante alguns anos ficara totalmente reprimida. Não tive mais nenhum envolvimento afetivo com homens, apenas sexo, e impessoal. E era isso que me fazia ser uma meretriz de sucesso. Ganhei muito. Foi com essa experiência de prostituta de luxo que eu ganhei desenvoltura, competência e habilidade para crescer e vencer na minha área. Me formei e já estava independente. Isso durou até conhecer você. Quando o conheci foi como se eu encontrasse uma pessoa tão serena e amorosa como era meu pai. Você foi o único homem que me aceitou de uma forma livre, sem forçar nada, sem pedir coisa alguma, sem perguntar do passado, e só me dando muito carinho. Me apaixonei totalmente. Pensei que seria a minha cura.

Lanna chorava silenciosamente:

- E desde então eu sou sua mulher. Você fez nascer o amor em mim. Quando eu engravidei achei que seria mãe e ficaria realizada. Tudo estava indo bem. Foi quando descobriram que talvez, devido à minha vida devassa ou devido ao acidente, eu não poderia ter o filho. Estava enferma e me operaram. Esse foi o segundo maior trauma. Isso acabou de vez comigo. Achei que estava sendo castigada. Não revelei, mas desde então minha compulsão sexual foi se tornando cada dia mais intensa. Eu precisava fugir da casca de mulher certinha, de boa esposa e boa profissional que eu vestia por muito tempo. Uma psicóloga disse que eu me punia como se fosse a culpada por tudo. Não sei. Nunca soube por que era assim. Morria de medo de você saber. Marina foi a pessoa que mais me ajudou, me acolheu, me protegeu e dava guarida para as aventuras. E acabamos nos apaixonando. Eu tive tesão nela e a seduzi, ensinei, fiz gostar de ser bissexual. Ela estava casada e mesmo assim a gente aprontava algumas. Eu sou também a culpada pelo que aconteceu com ela. E não foi uma festa de despedida de ex-namorado que ela foi, como lhe contou. Isso é o que ela pensava que a festa fosse.

Lanna parecia mais dura e direta ao contar essa passagem:

- Era um cliente meu, de prostituição, rico e depravado, que deu uma festa numa cobertura e me pediu para levar uma amiga. Faltavam duas mulheres. E eu levei a Marina. Era uma orgia. Você pensava que eu estava viajando a trabalho. O marido dela também. Marina bebeu, fumou, ficou bem chapada e transou com vários na festa. Assim como eu. Mas a cobertura era bem grande e nem toda hora estávamos juntas. Não sei como foi, por maldade gravaram as cenas dela com dois homens na maior sacanagem. E esse vídeo vazou e de homem em homem, acabou batendo no marido dela. Ela nunca entregou que fui eu que a levei na festa. E o casamento dela acabou por isso. O marido não perdoou e não quis mais nada. A sorte é que ele é um sujeito decente e não revelou tudo, guardou segredo. Nós duas sempre fomos amigas. Sempre ajudamos uma à outra. Mas eu temia que um dia você viesse a saber dessa história. E quanto mais eu temia mais eu tinha medo em revelar.

Lanna fez outra pausa. Como se tentasse escolher como dizer:

- Eu não percebia no início, e nem você, mas desde que eu comecei a ter mais sucesso profissional, você foi ficando mais instável e dependente. Chegou a perder o emprego. Eu não sabia o que era, mas sentia muita angústia por isso. E foi quando você teve aquela pulada de cerca com a periguete da empresa. Quando eu soube, me senti totalmente arrasada. Achei que iria perder a última coisa que prestava na minha vida. Quando você assumiu e confessou o ocorrido, e disse que tinha sido apenas uma necessidade de momento, que precisava sair do sufoco em que se encontrava, percebi que era eu que o estava sufocando. Meu sucesso aumentava a sua angústia. Mas você reagiu. Você agora finalmente se encaixou, retomou uma nova chefia, e isso trouxe mais vitalidade a você. E você queria uma companheira cúmplice para vivenciar uma vida mais liberal, e eu morrendo de medo de mostrar a devassa libertina que eu era. Eu comecei a sair dos trilhos. Buscava mais aventuras como uma droga. E na convenção, cometi o erro de ficar com um dos colegas. De fato eu estava chateada com a sua traição, mas não foi só por isso, eu estava mesmo descontrolada. Todos sabem que sou casada. Abalou muito a minha imagem na companhia. Isso bateu na diretoria e quase que perco minha posição. Tive que ter uma conversa privadíssima com o Diretor Presidente. Ele acabou me dando uma chance, abafou o caso.

Lanna fez uma pausa, como se buscasse o fio da meada. Retomou a narrativa sem mais detalhes:

- Aí, consegui este curso que é um passaporte para subir mais ainda e superar esse episódio. São poucos na companhia que por mérito receberam essa distinção. E aqui eu perdi o controle.

Lanna fez outra pausa. Naquele ponto, eu me sentia bastante exausto, exaurido. A narrativa me deixara tenso. Lanna estava um pouco trêmula:

- Solidão, suas fantasias, tudo me deixava louca. No curso e nas atividades vou muito bem, mas na academia era como se um viciado encontrasse uma gaveta cheia de opções de entorpecentes para provar. E encontrei o Suleiman.

Lanna passou a mão sobre a face como se espantasse um pensamento ruim:

- Um profissional do sexo, um michê de alto luxo. Assim como eu já fui. Pronto, foi uma opção de ter os serviços dele sem ter que pagar. Ele acha que me conquistou e que seduziu a executiva. E eu abusando de sua capacidade sexual. Só isso. Como se fosse um consolo, um vibrador, porém vivo. Mas em algum momento, eu e você fizemos a coisa errada. Entornamos a calda e está feita a grande besteira. O que eu temia agora é real. O pesadelo se instalou entre nós. E não tenho mais como negar um monte de coisas erradas que eu já fiz. Agora você sabe de tudo, da pior forma possível, tem detalhes de todas as versões. E vai poder decidir o que fazer com isso. E a coisa que mais me dói é saber que talvez eu nunca mais recuperarei com você a imagem de sua esposa querida. Que você amava como fiel, certinha e eficiente. Estou muito triste. Muito dilacerada, mas aberta para o que você resolver. Amo você e sempre vou amar. Espero que um dia me perdoe. Um beijo.

As frases finais já tinham sido faladas com as lágrimas escorrendo pelas faces. Lanna estava mesmo muito abalada.

Ao terminar o vídeo eu também estava em uma situação muito tensa, triste, e preocupado com os rumos que deveria tomar. Tudo ali era uma completa surpresa, uma história que eu desconhecia e que talvez explicasse o que se passava com Lanna. Mas eu confesso que não imaginava que rumo tomar. Eu sabia que de noite a Lanna iria me ligar para uma conversa olho no olho. Já era meio da tarde. Eu estava mais confuso e muito tenso.

Mas depois contarei o desfecho.

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Comentários

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Cara eu fico imaginando, como um marido se sujeira a isso, tem que ser bem mansinho mesmo escrachando o título homem, que vergonha deste ser.kkkkkkk

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Caraca! Reviravolta enorme!

Gostei do estlo franco dela..

Ja aproveitou e contou tudo. Se for seguir, ja ta tudo claro.

Certeza que ele vai continuar com ela!

⭐⭐⭐

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Amigos leitores, informo que todas as 5 partes que tinham sido publicadas e retiradas do site, desta história, voltaram agora corrigidas e revisadas. Convido à leitura da sequência para que possam entrar com tudo nas próximas partes que estão vindo. Abraço.

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Cara , tu escreve muito bem , narra a história de uma forma que nos prende do início ao fim , mas...porra véi, ela é foda, o cara ao trai-la arrependido confessou a ela e mesmo assim ela ficou calada ....ao meu ver , diante desta avalanche de coisas que ela despejou sobre ele , eu pularia fora ....é muuuita carga , muuuita manipulação e mentiras dela....se este conto fosse ao meu ver o mais próximo da realidade o cara se separaria desta mulher...rs

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O conto vai terminar como os demais contos de corno manipulado.

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Bem,primeiramente é uma bênção encontrar tantos elementos que tornam o relato maravilhoso e inovador,como visões profissionais emoldurando as impressões do personagem. Segundo o volume de revelações espinhosas a cada capítulo. Muito boa também as intervenções dos leitores. Bem,eu acho que o marido desencadeou tudo isso. Teve um caso,colocou um monte de minhoca na cabeça da mulher e agora fica dando uma de arrependido. Ele deve reconhecer,acima de tudo,que mexeu totalmente com o imaginário dela e tudo que devia esperar eram consequências inesperadas. Mesmo após a confissão dela,partiu dele iniciativas que atiraram ela aos leões. Apesar dela não ser flor que se cheire,foi o marido quem abriu a caixa de Pandora

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Caros leitores. Fico muito agradecido com todas essas manifestações e participações. Como cantava a Baby Consuelo, hoje Baby do Brasil, "BASEADO NA IDEIA DELE" o autor vai considerar exatamente o que aconteceu de fato, nessa história, que como o Ricardo.Matos relatou, se baseia num drama real ocorrido. E está quase pronto o desfecho. Aguardem. Valeu.

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Bom dia. Primeiramente, parabéns ao autor pela excelente narrativa, cheia de dilemas e inquietudes. No meu ponto de vista, fica claro que o Gleison é vítima de toda essa carga traumática que a Lanna carrega consigo desde a sua adolescência. Ela errou feio em não compartilhar com seu companheiro seu lado promíscuo e em traí-lo tão covardemente, como já visto em tantos outros contos aqui no site. Mas há algo inovador nesse conto: o arrependimento sincero e a busca pelo perdão. Se o marido acreditar que ela está sendo sincera, o perdão e a busca pelo reestabelecimento da relação serão a melhor saída para esse dilema...

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Eu já passei por uma situação como essa, enquanto estava viajando a trabalho minha então namorada estava em seu apartamento transando com o seu ex no dia seguinte eu descobri tudo ao ler as mensagens de amor que os dois trocaram pelo celular, depois de confonta-la ele disse que foi por impulso, que me amava e blá,blá,blá mas é claro que eu não acreditei nesta merda e terminei tudo, ao contrário do que os especialistas dizem, a traição é imperdoável e significa o fim de um relacionamento.

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Na minha opinião quem errou mais foi ela... Ela não foi totalmente sincera quando resolveu ter algo sério com ele. Eu acho melhor cada um seguir sua vida... Pôr uma pedra embaixo dessa história.

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