Amor inesperado -cap 4 - trabalho

Um conto erótico de Yago
Categoria: Gay
Contém 1861 palavras
Data: 04/09/2020 21:45:58
Assuntos: cowboy, Fazenda, Gay, peão, Sexo

Eu não sabia que hora começava, então coloquei meu celular para despertar às 6 da manha e achei muito cedo. Mas mesmo assim iria enfrentar isso. Não podia ficar devendo para aquele caipira idiota.

Mas antes do meu celular tocar alguém entra no meu quarto.

-Acorda, está atrasado. -Levei um susto e me sentei na cama e cobri meu corpo, dormia só de cueca.

Ele acendeu a luz e ficou na porta com uma xícara de café na mão me olhando.

-Você está louco? Olha a hora. -Peguei meu celular e era 5 da manhã, nem tinha amanhecido ainda.

-Vou te dar um desconto por que não te falei a hora que você ia começar a trabalhar. Mas amanhã nesse horário eu já quero ver você vestido e tomado café.

Ele só podia estar brincando.

Ainda estava em modo dormindo e não o respondi. Apenas deixei ele ir embora e me levantei e coloquei uma calça mais velha que tinha, que não era bem uma calça tão velha assim, mas a única que eu tinha que serviria para isso. Um tênis e uma camiseta.

Fui no banheiro e fiz minha higiene e desci até a cozinha. Minha vó estava fazendo alguma coisa no fogão a lenha e quando me viu abriu um sorriso.

-Bença vó. -Falei abrindo um bocejo.

-Deus te abençoe filho. Fiquei muito feliz em saber que você quer ajudar seu avô. Ele também ficou.

-Cadê ele?

-Teve que ir cedo para cidade comprar ração das vacas. Mas tarde ele chega.

Que bom, seria somente eu e o ogro.

-Vó, por que você não me disse que o Eduardo era o dono da fazenda?

Ela ficou envergonhada.

-Vó não precisa ter vergonha disso. Eu entendo que as coisas são difícil.

-A fazenda era para ser sua meu neto, e eu e seu avô não sabia como te contar.

-Vó, a única coisa que eu preciso é da minha família, não quero essa fazenda.

Minha vó me olhou e começou a chorar. Eu corri e a abracei.

Tadinha, não queria fazer isso com ela.

-Aí meu neto, como eu estou feliz com você aqui. -Ela me abraçou mais forte e eu quase chorei também. Fazia tempo que não recebia esse tipo de carinho.

-Vó eu sei que estou sendo muito difícil ultimamente, mas eu prometo que vou tentar melhorar e não vou ser um peso para vocês.

-Eu sei que sim. E você nunca será um peso. -Ela sorriu.

-Vamos! -Alguém grita lá fora e eu revirei os olhos.

-Ele sempre foi irritante assim? -Eu perguntei a ela e ela deu risada. Sair de lá e fui para fora antes que ele me buscasse.

-Aqui patrão, diga o que tenho que fazer primeiro.

Ele me olhou de cima abaixo e abriu um sorriso. Um sorriso sarcástico.

-O que? -Eu me olhei e não via nada errado.

-Então, você vai sujar seu alstar.

-Não tem problema, é velho. -Eu sorri e ele deu de ombro.

-Primeiro temos que buscar as vacas no curral. Sabe andar de cavalo?

Eu o olhava confuso.

-Não, quer dizer quando criança sim, mas meu pai ia comigo.

-Meu Deus, tá eu busco e você prepara o cocho?

-Cocho? -Que merda era cocho? E preparar o que?

-Sério? -Ele começou a se preocupar.

-Sabe o que é ordenhadeira? -Ele percebeu que de novo minha cara de confuso.

-Faz o seguinte, hoje você observa tudo, tenta por favor não fazer nenhuma merda que amanhã você me ajuda. Pode ser?

Concordei com a cabeça e ele foi até o celeiro.

Eu fui atrás e ele começou a colocar um monte de feno em cima de um tipo de carroceria, e a frente tinha um trator.

Parecia leve esse fardo de feno, do jeito que ele jogava como se fosse feita de papel. Tentei ajudar e fui pegar um fardo.

Bom, eu não conseguir. Mas forcei mais um pouco e ergui até minha barriga e levei com dificuldade até a carroceria.

Para levantar eu usei toda minha força e quando eu consigo eu caiu para trás e o feno caiu na minha cara.

Eduardo correu até mim e tirou o fardo do meu rosto. Eu tinha feno na minha boca e o gosto era horrível.

-Essa comida é para a vacas, você não tomou café? -Ele começou a ri e eu me sentei e fiquei frustrado e ele percebeu e se sentou do meu lado.

-Eu sei que você só quer ajudar, mas eu te pedi para você observar, com o tempo você vai pegar o jeito. -Pela primeira vez ele falou de forma até carinhosa comigo. Eu estranhei aquilo.

-Desculpa. Eu não gosto de fica parado.

-Vem, levanta. -Ele se levantou e me deu a mão e me ajudou.

-Então você primeiro precisa ficar mais forte para levantar o feno, mas o segredo é você pegar ele assim. -Ele me explicou como pega. -E com impulso jogar ele no ombro.

-Quer tentar? -Ele me perguntou e eu concordei.

Então fiz do jeito que ele falou e conseguir colocar no ombro e foi bem mais fácil do que o jeito de antes.

Ajudei ele com os fardos e no final estava exausto e suando, olhei para ele e não percebi nenhum sinal de cansaço e eu já estava com os bofes para fora.

-Sobe aí que vamos levar esses fenos para o pasto.

Eu olhei para todos os lado e não via a onde subir.

-Na carroceria. -Eu tinha que subir com os fardos? Eu ia cair.

-Tá vem aqui. -Ele percebeu meu medo e me chamou.

-Aqui, pisa o pé e o outro ali. -Eu subir no trator com ele, e fiquei perto demais dele, e se acontece alguma coisa eu não me importava mas iria segurar no seu ombro.

Ele saiu com o trator e tudo bem até ali.

-Abre a porteira. -Eduardo apontou para a porteira e eu corri até lá. Estava me sentido de novo um inútil quando não conseguir abrir aquela merda.

Forcei mais um pouco a trava e ela abriu, graça a Deus.

Ele passou com o trator e eu fechei a porteira ou achava que tinha fechado.

Depois descarregamos os fenos e foi mais fácil dessa vez.

Ele foi buscar as vacas e eu fiquei no curral esperando elas chegarem mas escuto alguém gritar.

-Yago!

Eu corri até ele e percebi a burrada que eu tinha feito.

As vacas tinham escapado devido o portão que deixei aberto. Nessa hora meu avô chegou e correu para ajudar o Eduardo.

Eu tentei ajudar, mas quando uma vaca ia perto de mim eu meio que saia correndo.

Depois de muito eles lutarem, conseguiram prender as vacas de novo e as levar até o curral.

-O que aconteceu Edu? -Meu avô perguntou e Eduardo me olhou.

-Você é mesmo um inútil, eu só te pedi para abrir e fechar a porteira. -Ele começou a gritar e chegar perto de mim.

-Qual a dificuldade de fazer isso? -Eu não me mexi, pela primeira vez desde que eu o conheci não tive coragem de responder.

-Eduardo, que isso? -Meu avô correu para perto e ficou no meio.

-É tão fácil. -Ele foi até a porteira e a abriu e depois a fechou.

-Será que nem isso você consegue fazer direito? -Em nenhum momento ele abaixou o tão de voz.

Na verdade ele estava certo, eu não sabia fazer nada mesmo.

-Yago, trata das galinhas e pega os ovos. Tenho que conversar com o Eduardo. -Meu avô colocou a mão no meu ombro. Eu estava mesmo chateado com essa situação que não tive nenhum reação a não ser me virar de costa e sair.

-Será que vai deixar as galinhas escapar? Ou precisa de ajuda para isso também? -Eduardo gritou de novo e dessa vez tive vontade de responder mas fiquei quieto e sair.

Um pouco mais longe eu escuto meu avô falar.

-Ele só está tentando ajudar, por que está o tratando desse jeito?

Não esperei para ouvi a resposta do Eduardo, eu nem queria mais ouvi a sua voz.

Somente fiz o que meu avô me pediu.

Dentro do galinheiro eu olhei aquelas penosas e me sentei em cima de um ninho e comecei a chorar.

Não pelos gritos e ofensas do Eduardo, eu já estava acostumado com isso. Meu padrasto era excelente em humilhar as pessoas e gritar.

Mas sim pelo que ele falou, que eu era um inútil e acreditei ser. Eu era fraco, não conseguia falar com ninguém sem ofender essa pessoa, irritante, grosso. E isso que eu era.

Minhas lágrimas sessaram, dei ração e troquei as águas da galinha, recolhi os ovos e sai do galinheiro e confirmo se a porta estava fechada igual aquele idiota insinuou.

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Indo para a casa eu olho em volta e nenhum sinal do meu avô ou do Eduardo, mas algo me chamou atenção.

No celeiro escuto um barulho estranho, curioso eu vou ver o que era.

Quanto mais perto, o barulho ia aumentando e percebi que era um cavalo relinchado.

Chegando perto da baía onde ele estava percebi o quanto ele era lindo. Não sabia a raça mas era grande, seu dorso era maior que eu. Sua crina era enorme e sua cor era preta. Preto como a noite. Ele se assustou quando me viu e levantou as patas dianteira no alto e saiu de perto.

Ele me olhava assustado mas no mesmo tempo tinha olhos ferozes. Percebi que não era domado.

-Eu ganhei esse cavalo do meu pai à algum tempo. Não sei por que mais ele me odeia.

Olhei para o lado e levei um susto quando vi que era o Eduardo.

-Não sabe por que ele te odeia? -Eu não quis o olhar e fiquei admirando aquele cavalo.

-Merecido. -Ele falava com um tom de voz mais baixo. Nem parecia aquele idiota que a pouco minutos gritava comigo.

-Já tentei domar ele de várias maneiras, chamei um monte de domadores profissional, mas ninguém conseguiu, acho que ele tem o espírito livre. To pensando em vendê-lo.

Fiquei triste com isso, o cavalo era realmente lindo.

-Talvez seja melhor, tem certo lugares que não foram feito para certas coisas.

Ele entendeu o que eu quis dizer e pegou meu ombro e me fez olhar para ele.

-Desculpa. Eu fui um idiota com você. Falei que você era egoísta, só que também fui. Eu não to pegando leve com você. É que eu não sou acostumado com certas situações.

-Que situações? Por eu nunca ter trabalhando em um sítio ou por eu ser gay?

Ele me olhou e abaixou a cabeça.

-Eu também não estou acostumado a essa vida, mas uma coisa eu sou acostumado. -Agora eu estava realmente nervoso. -Sou acostumado a pessoas idiotas e preconceituosa. Que acham que é melhor do que os outros. Minha sexualidade não tem nada haver com isso, se você não está acostumado, pelo menos respeita.

Por que eu tentarei a respeita a sua estupidez e arrogância.

Sair dali sem esperar ele responder, já não tinha mas o que dizer e se eu o incomodava tanto assim era melhor eu ficar longe.

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