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Murilo olhava os vidros imundos da janela do seu cativeiro. Sentia saudades de Tavinho. Queria vê-lo, abraçá-lo e beijá-lo.
Apesar de tudo, se deu conta que amava o louro. Sim. Amava-o. Sentiu -se um estúpido por ter prosseguido com o plano de vingança. Tavinho havia mudado, estava arrependido por tudo que fez e estava fazendo de tudo para que eles pudessem ter uma vida feliz.
As lágrimas caíram dos seus olhos. Ele era jovem demais para morrer. E necessitava ver Tavinho.
O seu estômago roncava de fome. Observava a comida envenenada. Sentiu vontade de comê-la e acabar logo com esse sofrimento.
Devorou a refeição com vontade. Estava faminto como um animal de rua.
Lembrou -se do sorriso diabólico de Valdemar envenenando o prato e desistiu de terminar de se alimentar.
Deitou na cama de bruços. E começou a chorar.
O som da porta se abrindo lentamente o provocava raiva, já que sabia que o prefeito estava entrando no quarto.
_ Pelo visto você gostou da comida. Mas por que não comeu tudo, meu bem? Desse jeito fica difícil te dar a sobremesa. É sorvete de creme. O seu favorito.
Murilo olhou para Valdemar com raiva. O homem segurava um pequeno pote de sorvete numa mão e uma colher descartável na outra.
_ Por que você quer me agradar? Eu vou morrer mesmo. Não era isso que você queria? Logo logo essa porcaria de veneno vai fazer efeito e você vai ficar muito feliz ao me ver agonizando na sua frente. Terá a sua maldita vingança.
_ Ah, deixe de ser dramática. Não havia veneno nenhum na comida. Eu só queria te dar um sustinho.
Murilo arregalou os olhos de ódio. Sentiu vontade de apertar o pescoço de Valdemar por tê-lo feito passar por aquele terror psicológico. Contudo, resolveu disfarça a raiva.
_ Por que você me odeia tanto?
_ Eu não te odeio. Eu te amo. Apesar de você não merecer.
'Murilo, você não sabe o quanto eu te quero bem. Eu não consigo ter ódio de você, apesar de tudo que você me fez.'
Valdemar pôs o sorvete na mesinha e deitou ao lado de Murilo. Pôs as suas mãos sobre as costas de Murilo e começou a acariciar.
_ Sua pele é tão macia!
Valdemar deslizou os dedos sobre a nuca do ruivo penetrando os dedos entre os cachos de Murilo.
Beijou o seu pescoço e rosto. Murilo ocultou a repulsa.
Valdemar segurou o queixo de Murilo.
_ Eu queria tanto que você me amasse do mesmo do jeito que eu te amo.
Murilo sorriu.
_ Eu vou tentar.
O ruivo sentou no colo de Valdemar. Acariciou o seu rosto e beijou-lhe a boca.
Feliz, Valdemar desceu a mão até as nádegas de Murilo. Penetrando as mãos para dentro do short de pijama. Sentindo a maciez da bunda do rapaz, Valdemar penetra os dedos no cu de Murilo, que dar uma gemida simulando sentir prazer.
Murilo passa as mãos sobre o membro de Valdemar, que está duro. O prefeito senti uma alegria imensa de finalmente poder possuir Murilo. Já esse sente nojo e desespero. Uma vontade imensa de sair correndo. Mas decide se entregar e agradar Valdemar com intenção de salvar a própria vida.
Murilo desce a cabeça até a virilia do prefeito. Abre a sua braguilha e segura o pau de tamanho médio do prefeito.
O jovem fecha os olhos e decide engolir de uma vez para não ter tempo de se arrepender.
Valdemar balança os quadris.
_ Você é muito gostosa!
Murilo atuava como uma atriz pornô profissional. Simulava gemidos com o pau na boca. Sentindo que Valdemar ia gozar , retirou o membro da boca e tirou toda a roupa. Ficando completamente nu para a alegria de Valdemar.
_ Você é perfeito, Murilo. Está cada vez mais lindo.
Valdemar deitou o jovem na cama e também retirou as suas roupas.
Beijou os pés de Murilo e foi lambendo cada parte do corpo de Murilo. Se deliciou com os mamilos e nuca. E por fim, foi ao local mais desejado: o ânus de Murilo.
Sentiu -se feliz ao ver aquela rodelinha rosada a sua disposição. Enfiou a língua e se deliciou.
Murilo sentia uma raiva tão grande. De quatro, olhava para a porta com uma vontade imensa de fugir.
Valdemar penetrou o pênis dentro do seu tão desejado buraco e cavalgou com prazer dentro do amado. Ele gemia de tesão. Fazia um tempo que estava com saudades daquele rabo.
Após gozar, deitou na cama de barriga para cima. Sorria como uma criança que acabara de ganhar um presente de Natal.
Murilo batalhou consigo mesmo para conter as lágrimas.
_ Você gostou? _ perguntou Murilo sorrindo com docura.
_ Muito. Eu te amo demais.
Valdemar beijou Murilo.
_ Nós podemos ser muito felizes juntos, Valdemar. Eu posso tentar.
_ Nós vamos sim.
_ Nós podemos viver juntos em alguma casa. Você nem precisa terminar com a tia Mara…
Valdemar pôs o dedo nos lábios de Murilo.
_ Fique tranquilo, meu amor. Eu já estou cuidando de tudo.
Tavinho revirou-se na cama movido pela ansiedade. Pensava em Murilo, no que o ruivo poderia está passando nas mãos de Valdemar. Lutava para não imaginar o pior.
Tavinho estava disposto a ir ao encontro com Valdemar. Mas cogitava a possibilidade de não sair vivo do encontro.
Ele sabia que Valdemar o odiava. Mas o louro não poderia por a vida de Murilo em risco.
No dia seguinte, decidiu ir até a casa das pais. Queria ver a mãe pela última vez.
Chegou em sua casa pela manhã. A pastora estava no jardim cuidando das suas rosas. Ao ver o filho entrando no jardim, o sorriso iluminou o seu rosto e foi correndo abraçá-lo.
_ Eu estava morrendo de saudades de você, meu filho! Muitas saudades que doía no peito.
_ Eu também estava com saudades de você, mãe.
Tavinho permaneceu por alguns segundos nos braços da mãe e observava a faixa da casa e o jardim. Lembrou -se da sua infância. De como fora feliz naquela casa.
_ Como você está? Eu soube que está na casa do Marcelo.
_ Eu estou bem. E você?
_ Eu estou triste por ver a nossa família nessa situação. O seu pai cabeça dura como sempre e você longe de casa.
_ Ele não me aceita como sou. É um homofóbico que fala de amor cristão, mas não é capaz de amar o próprio filho.
_ Não diga isso. O seu pai te ama.
_ Não, Mãe. Meu pai não ama ninguém a não ser o dinheiro dele.
'Eu vivi durante anos da minha vida sentindo raiva de mim mesmo por ser como sou. Eu tive raiva de tudo. O meu coração era repleto de ódio. Sabe, mãe. Eu tinha raiva do Murilo quando éramos crianças e transformei a vida num inferno.'
_ Você não precisa falar mais sobre isso. Já passou. Esquece esse Murilo. O Guto me contou tudo que esse menino fez a você. Esse Murilo é um ser usado por satanás para destruir as nossas vidas.
_ Não, mãe. Eu não me aceitava porque não queria envergonhar o meu pai. Eu acreditava que o demônio me possuía… era uma tortura. _ Tavinho interrompeu as palavras para conter as lágrimas.
_ O Murilo me despertava desejo e eu sentia muita raiva dele por isso. Cheguei a culpá-lo por eu ser gay. Era por isso que eu o agredia. Ele passou por tanta coisa ruim, o estupro do Valdemar, a morte da mãe, enfim...
_ Vamos entrar, filho. Vamos tomar um café e conversarmos um pouco.
_ Não. Eu tenho que ir. E também não quero correr o risco de encontrar com o meu pai.
_ Você vai voltar, meu amor?
Tavinho a abraçou e beijou-lhe a testa. Sentia um aperto no peito. Era triste demais ter que se despedir da sua mãe.
Murilo bateu na porta e pediu ao capanga se poderia ir ao banheiro. O homem alto, corpolento e moreno o permitiu com uma expressão séria e amedrontadora.
O homem o deixou na porta do banheiro.
Ao entrar no banheiro, Murilo jogou o pouco de papel higiênico no lixeira e saiu do local.
_ Eu preciso de papel higiênico. O do banheiro acabou.
O homem foi até um cômodo pegar o papel e ao retornar, arregalou os olhos ao não ver Murilo no local.
_ Cadê você, seu desgraçado?
O homem sacou o revólver da cintura e foi caminhando até a porta, mas essa permanecia trancada.
Murilo saiu da cozinha espantado, com os olhos arregalados.
O homem apontou a arma em sua direção. O ruivo levantou as mãos.
_ Eu só fui beber um copo de água.
O homem jogou o papel higiênico em cima de Murilo.
_ Vai cagar logo!
