Boa leitura 🍸
As vezes o destino não segue o que planejamos. Relacionamentos acabam. Pessoas partem e a vida segue. O Destino nunca me perguntou o que eu queria, ele nunca tentou ler minhas listas de desejos e nem sequer ligou para os meus sentimentos. Tudo que eu tinha virou pó e logo se tornou ouro...mas pra contar essa história vocês vão precisar entender como tudo aconteceu????
Naquele dia eu havia me levantado normalmente, tinha me alongado, colocado meus óculos, escovado os dentes e penteado meus cabelos lisos para trás e dado uma checada na minha mochila, queria ver se meus livros, cadernos e canetas estavam lá. Já que a final de contas aquele era um grande dia...talvez o mais importante da minha vida
Meu nome é Marco. Marco Francisco Gonzalez Dos Santos, sou um garoto de apenas 16 anos, bem magro, moreno, cabelos cacheados mas que sempre mantinha arrumados em um cabelo liso médio. Eu gostava de livros, estudar, filmes de ficção científica e tudo que envolvesse matemática. O melhor da minha turma e talvez da minha escola. Terceiro irmão de cinco filhos e orgulho da minha família.
Eu estava muito feliz naquela manhã, as aulas estavam acabando, eu já havia passado em quase todas as matérias e pela primeira vez as coisas estavam indo bem na minha família. E também uma coisa muito boa aconteceu comigo, eu tinha selecionado pela Olympic Corporection junto com outros quatro garotos para visitar as instalações maritimas que eles estavam projetando a um ano. O presidente da corporação iria nos conhecer pessoalmente e teriamos três dias inteiros para conhecer as novas tecnologias e todo o tipo de coisa que eles criavam lá em baixo. Resumindo, era o sonho de todo o garoto como eu.
Terminei de arrumar minha mochila e desci as escadas já sentindo o cheirinho do café que só minha mãe sabia fazer.
- Bom dia meu amor, preparado para o grande dia ? - Dizia minha mãe colocando a mesa do café enquanto se preparava para o trabalho, ela passava um pano no crachá com o seu nome "Maria" já que sempre queria estar apresentável.
- Esse nerdão nem dormiu, olha a cara de lezado dele hahahaha - Meu irmão mais velho Guilhermo falava enquanto tirava uma caixa de cereal de um saco
- Escuta irmãozinho, não fica perto das câmeras quando for dar a entrevista. Eu tê amo mas só Deus sabe o quanto você não é fotogénico. - Dizia minha irmã Giselle, a dona de um coração gigante e um cérebro...especial.
- Marco é um bobão! Marco é um bobão! - Diziam os caçulas da família António e Antony em um coro ensurdecedor.
Eu me sentei na mesa do café enquanto observava todos conversando e interagindo. Eu amava minha família, amava cada um deles de um jeito diferente e especial. Mas mesmo amando aquele momento eu sentia que algo ia acontecer naqueles próximos dias, algo que iria mudar tudo.
- Esse garoto é tão nerd que é capaz dele voltar com um emprego e um contrato de sigilo para algum celular estranho - Dizia meu irmão dando um tapa na mão de um dos gêmeos quando ele iria pegar um pedaço de pão do prato do meu irmão.
- O seu pai ficaria muito orgulhoso de você mi hijo - Assim que minha mãe terminou a frase um silêncio caiu na mesa. Meu pai havia morrido a dois meses, vítima de cancêr - Bom, melhor comer bastante já que vai passar três dias sem a comida latina da sua mãe
- Imagina viver sem tamales ? taco ? quesadilha ? - Minha irmã falou colocando um pedaço de torrada inteira na boca enquanto digitava algo no celular
Passamos mais algum tempo conversando e dando risadas, especulando o que eu acharia lá. Depois de quase 30 minutos uma limosine chegou parando perto da entrada da nossa casa. Minha mãe e irmãos me levaram para fora, todos estavam bem emocionados, parecia até um funeral
- Me hijo, promete que vai se divertir ? Sei que você gosta de parecer maduro o tempo todo mas aproveite, sempre vamos estar aqui pra você então não haja como se fosse nosso último encontro, ok ?
- Ok mãe, yo te amo
- Yo te amo também me hijo - Ela me abraça e antes que eu vá me da uma correntinha com a imagem de nossa senhora - Isso é para você, sei que sabe se cuidar mas proteção nunca é demais
- Até logo família! Amo muito vocês - Aceno para eles em despedida e entro no carro.
Após entrar no veiculo eu tentei me comunicar com o motorista mas ele não disse nada, eu peguei uma caderno e comecei a rabiscar algumas coisas, na maior parte histórias, contos que queria publicar no futuro. Eu passei o caminho todo focado nas minhas expectativas sobre o que aconteceria lá. Acho que não parei nem um minuto sequer para olhar ao redor e percebe que estavamos chegando numa pista de voo.
- Senhor Marco Gonzalez. Pode se retirar o veículo o jatinho já está perto da decolagem. - Eu me assustei com sua voz, era muito grave, bem aveludada e digna de um vilão de filmes de super heróis.
Eu me retirei da limusine e finalmente notei o jatinho parado ao lado do carro, ele era exuberante em um outro nível, a logo da empresa um grande triângulo com as letras AF entrelaçadas no próprio reluzia ainda na fina névoa da manhã. Ao lado do jatinho tinham outros quatro carros já devidamente estacionados e aparentemente só me esperando para poderem partir. Do outro lado um grupo de jornalista esperava ansiosamente a minha chegada e assim que me viram correram ao meu encontro.
- Marco! Marco! Como se sente sabendo que vai ser uma das únicas pessoas do mundo a conhecer a base da Olympcc corporection ?
- E-Eu estou m-muito ansioso para co-co-conhecer o lu-lu-lugar e espe-pe-pero que tudo seja mu-mu-muito gratificante.
- Marco! Como é ser de família humilde e conseguir chegar até aqui passando por tantos problemas ?
Nesse momento uma mulher desceu do avião e calou os jornalistas que até então não paravam a língua quieta. Ela era bem alta, tinha um longo cabelo afro, pele negra que só acentuava sua presença e usava um vestido longo roxo, com algumas partes brilhantes aqui e ali.
- Silêncio! Meu jovem, você é o último a chegar, por favor entre no jatinho agora -Dizia ela com uma voz tão grave quanto a do motorista.
Eu não pisquei duas vezes e com a ajuda de um dos tripulantes do veículo aéreo eu levei minhas malas para dentro, me sentei em uma poltrona e olhei ao redor para apreciar a vista.
- A vista e linda né, imagina quando estivermos sobrevoando o pacífico ? - Uma voz dizia atrás de mim, eu me virei e então conheci o dono da voz, era um dos meninos sorteados - Angelo, prazer - Disse ele apertando minha mão com força
- Marco, muito prazer Angelo - Eu apertei sua mão e o fitei por alguns instantes.
Angelo era um pouco mais baixo que eu, tinha olhos azuis que combinavam com seus longos cabelos loiros que estavam insistindo em aparecer mesmo com um coque samurai tentando disfarçar a cabeleira. Angelo era visivelmente mais forte do que eu e isso refletia em seus músculos que para um garoto de talvez 17 anos eram bem desenvolvidos. Nos conversamos por algums instantes até que uma voz estridente interrompeu o papo.
- Finalmente o atrasado chegou, ain eu já tava mofando com a espera - Nesse instante um outro menino se sentou em uma poltrona a minha frente e estendeu a mão - Olá meninos, me chamo Eduardo mas podem me de Dudu ou Duda hahaha
Tanto quanto Angelo comprimentamos a figura e até rimos de algumas atitudes dele. Eduardo ou melhor Dudu era bem mais alto que nós dois, seu corpo era mais esguio que o nosso e ele também tinha algums musculos mas nada chamava tanta atenção quanto suas coxas visivelmente trabalhadas e aproveitadas (as quais ele fez questão de exibir em qualquer movimento que fazia) ele também tinha um ar bem simpático e logo parecia que eu o conhecia a anos. Dudu tinha algumas sardas no rosto e seus cabelos roxos davam um ar de rebeldia que o deixava ainda mais encantador.
- Amigo, eu amei o seu cabelo, posso tocar ? - Disse Dudu já pegando em meu cabelo - Essa viagem vai ser T-U-D-O
Enquanto riamos esperando a decolagem um outro garoto chegou colocando suas coisas na poltrona ao lado da de Angelo enquanto encarava tanto eu quanto Eduardo.
- Oi pra você também senhora - Disse Dudu do jeito mais confiante e implicante que ele conseguiu transparecer em menos de 30 minutos
- Se eu fosse você ficaria calado Viado - Disse o garoto enquanto arrumava uma única sacola surrada na parte de cima do bagageiro.
- Podemos saber seu nome pelo menos ? - Angelo soltou com seu jeito tranquilo e controlado
- Apolo - Disse o outro menino em resmungos
- Esses são Marco, Eduardo e eu Angelo - Disse Angelo estendendo a mão em sinal de confraternização, mas em um ato frio o garoto apenas deu um olhar ameaçador como resposta
Apolo parecia um daqueles valentões saidos de filme clichê sobre escolas. Tinha um peitoral aberto e ombros largos, pele um tanto palida e olhos escuros como os de um tubarão, dava para ver algums pelos saindo de seu peitoral sob a camisa mas nada maravilhoso. Seu rosto era bem típico de macho que não se cuida, uma sobrancelha grossa ameaçava uma monocelha, tinha cabelos bem bagunçados, um cavanhaque escuro no queixo quadricular e algums brincos na orelha. O típico garoto que você não quer se meter.
O papo continuou por um tempo enquanto Dudu dominava todas as atenções e Apolo insistia em resmungar sempre que Dudu se levantavaa para gesticular. Quando estavamos no ápice da animação um odor terrível tomou conta da sala
- Caralho alguém tá podre! - Dizia Apolo enquanto tampava o nariz e balançava a mão no rosto.
Neste momento eu me virei e tive uma surpresa ao encontrar o último menino, um garoto gordinho, sentado na poltrona contra a minha enquanto comia um pacote de salgadinhos do avião.
- Achei hahaha - Disse eu para o garoto que tomou um susto e tratou de se desculpar enqunato amaçava o pacote do salgadinho e lambia os próprios dedos.
- Por favor me desculpem eu n-não tive a intenção - Disse o menino se levantando e vindo de encontro ao nosso grupo - Me chamo Otto, muita prazer conhecer todos vocês.
Todos incluindo Apolo comprimentamos o último colega e o convidamos a se juntar conosco
- Por que você se escondeu ? Não mordemos hahahaha
- Diga só por você queridinho hahahah
- É que sou um pouco tímido...
- Todo mundo aqui tá aqui pelo mesmo motivo, não precisa ficar com medo de nos conhecer
- Se você diz, então tá certo haha - Disse Otto sorrindo
Otto era um gordinho bem amigável quando converamos mais, ele era bem baixinho (talvez não passasse dos 1.64) ele era bem divertido e sua risada fazia o mesmo ficar muito mais bonito. Seu rosto assim como o de Dudu tinha algumas sardas mas nada que tirasse sua beleza, ele devia ser o mais novo entre nós, talvez 14 eu diria. Tinha cabelos ruivos que o deixavam com uma aparencia de desenho animado e bochechas fofas que hornavam com seu rosto.
Enquanto todos conversavamos tranquilamente a mesma mulher conheci enquanto entrava no jatinho apareceu no ambiente que estavamos e nos comprimentou. Ela foi até uma bandeija com taças e de lá entregou 5 bebidas amarelas para a gente. Ela riu e nos encarou um a um.
- Bom, assim que chegarem na base vocês vão desfrutar de tudo que mais desejarem e que a tecnologia possa realizar. Eu tenho certeza que as suas vidas não serão mais as mesmas desta experiência - Ela riu e soltou - Um brinde ao futuro...ao nosso futuro haha
Meus colegas de viagem tomaram a bebida segundos após a mulher terminar de anunciar o brinde. Já eu o encarei por alguns minutos, a cor, o cheiro, a taça...tudo era perfeito demais! Eu exitei por um momento mas ao ver os risos de todos e o rosto da moça esperando que eu bebesse a ultima taça me fez ter uma sensação de conformidade. Eu virei a bebida na minha garganta e senti como se anjos estivessem massageando minha língua, garganta e estômago. Era sensancional.
- Qual seu nome ? - Disse olhando para a mulher
- Vénus, a deusa do amor e da beleza...
Eu ri por vários instantes da resposta de Vénus e continuei o papo descontraido com os outros meninos. O clima estava ótimo até que Otto dormiu inesperadamente, rimos da situação mas Apolo caiu no sono minutos depois, Angelo avançou nele e deu algums tapas para que acordasse mas não teve sucesso, Dudu por sua vez desmaiou vendo a situação e quando dei por mim Angelo já estava sob Apolo completamente adormecido. Eu me levantei e percebi que Vénus nos observava de uma poltrona
- O que esta acontecendo ? O que tinha naquela bebida ?!
- Sonhos, bons sonhos...ótimos sonhos
Assim que ela terminou a sentença eu fechei os olhos e senti meu corpo paralisando pela sonolência gradativamente. Eu olhei para Vênus enquanto meus olhos se trancavam lentamente e apenas vi seu sorriso de satisfação enquanto caia nos braços do escuro.