Depois daquela foda avassaladora, despencamos na cama em um sono que teria sido dos mais pesados, não fosse aquela gaiola de castidade. Eu acordava várias vezes de noite, com meu pênis se esforçando para crescer do envoltório de plástico rosa sem sucesso. Descobri durante a noite que aquele dispositivo me forçava a urinar sentado caso não quisesse sujar todo o banheiro. Acabei acordando cedo, o que me permitiu apreciar o corpo musculoso do meu homem de um jeito diferente do que eu o enxergava antes. Eu era tomado por um misto de sensações: medo, ansiedade, prazer, e uma profunda certeza de que a minha vida mudaria para sempre depois daquela noite.
Senhor Marcos também acordou cedo, como acordava todos os dias para malhar. Deu-me um caloroso beijo e apertou meu rabinho. Então, falou:
- Vai preparar o meu café. Você sabe o que eu tomo de manhã.
Eu não estava preparado para as implicações disso. Ele não queria me dominar apenas na cama, queria também que eu fizesse as tarefas domésticas? Talvez ele quisesse tirar um dia inteiro para sexo e dominação. Consenti respondendo: “Sim, meu senhor”. Seu sorriso era pura satisfação e sadismo. Preparei seu café da manhã, que era uma vitamina composta por diversas proteínas, suplementos e banana. Ele sempre consumia uma refeição líquida quando malhava de manhã, antes de ir para o trabalho, já que precisava de algo que não fosse pesado. Enquanto ele tomava seu shake, fui preparar o meu café, e ele me alertou:
- Nada muito gorduroso hein, quero você magrinha pra mim.
Em circunstâncias normais, esse comentário me causaria revolta e indignação. Como poderia me tratar dessa forma? Hoje, no entanto, tudo parecia diferente e encarei o comentário bem. Comi apenas uma pequena maçã e um pouco de cereal de fibras com leite desnatado. Quando terminamos, ele me falou, enquanto me levava até o banheiro, que agora era hora da minha próxima tarefa. Lá, ele me colocou de frente ao espelho. Eu ainda estava completamente nu, apenas com minha coleira rosa, porém sem a guia, e com a gaiolinha de castidade. Elas combinavam perfeitamente e formavam um conjunto muito bonito. Marcos começou a apontar para minhas pernas e axilas falando:
- Tá vendo esses pelos nojentos? Eu não quero minha fêmea com isso. – ele dizia com um ar de superioridade - Trate de tirar tudo. Não quero nada abaixo da sobrancelha. Hoje você vai usar a gilete, mas nas próximas vezes quero que você use uma cera adequada. Depois a gente resolve isso no laser.
- Sim, mestre Marcos. – era a única resposta possível.
- Vou malhar agora, espero encontrar você completamente lisa quando eu terminar.
Ele saiu do banheiro e comecei a depilar todo o meu corpo. Eu nunca tive muitos pelos, e já mantinha raspadas as regiões do pênis e do ânus, então a tarefa não foi tão árdua assim. Quando terminei fiquei admirando um pouco meu corpo no espelho. Minha aparência certamente estava bastante feminina para um homem: adereços cor-de-rosa e o corpo completamente depilado. Além disso, tinha a cintura fina e glúteos avantajados para o meu peso. A cereja do bolo era a pequena ginecomastia que eu possuía, normalmente disfarçada por alguns pelinhos ao redor do mamilo.
Tomei uma ducha para me livrar dos restos de pelos agarrados no corpo e fui para a sala. Percebi que hoje Marcos não estava malhando na Smart Fit, mas na academia em casa que ele montou no quarto vago que temos no apartamento. Ali, ele tinha vários halteres, anilhas, um banco de supino, e uma estação multifuncional. Confesso que à época fiquei um pouco frustrado de perder nosso escritório, mas a ideia de vê-lo malhar em casa acabou me fazendo ceder. Quando chego naquele espaço, me esbaldo com a visão colossal daquele homem apenas de regata cavada, exibindo o peitoral imenso e braços fortes, e uma cueca branca, marcando o volume daquela jeba que quando mole tinha praticamente o tamanho da minha dura.
Fiquei parado na porta e ele avisou que faltava apenas mais uma série, e que era para esperá-lo ali mesmo. Ele acabou e veio energicamente em minha direção. Pegou em minha cintura com as duas mãos e me ergueu no ar, começando a chupar meus mamilos como se fossem peitinhos. Avançou então com aquela boca sobre meu pescoço, e então meus lábios. Eu estava em êxtase. Dessa vez, não houve preliminares. Ele deu uma cusparada de saliva no próprio pau e no meu cu e começou a meter ali mesmo, num banco, na sala de ginástica. Urrei de dor com a estocada inicial sem lubrificação. Aquele mastro era imenso, nunca transávamos sem lubrificante adequado. Dessa vez, ele não mandou que eu calasse a boca, ao contrário, deu seu sorriso sádico ao ver o quanto eu estava sofrendo.
Estávamos transando em pé, eu com um joelho apoiado no banco, e ele por trás, com uma mão em meu pescoço. Dependendo da intensidade da foda ele me sufocava mais ou menos, da forma que mais lhe agradasse. Eu sentia mais dor que qualquer outra coisa. Sem lubrificação e com o pinto trancado, era muito difícil extrair qualquer forma de prazer físico. Eu tentava colocar minha mão na região da gaiola, para tentar estimulá-la por meio do entorno, mas ela foi repelida nas duas vezes que eu o fiz, na segunda vez com um forte beliscão, inclusive.
Os minutos da foda pareciam se arrastar. Felizmente para mim, ele pareceu querer gozar rápido. Tirou o pênis de mim quando estava prestes a ejacular e mandou:
- Deita no chão, de barriga pra cima, vai! – Marcos parecia ter pouca paciência, e obedeci.
No que pareceu uma forma de punição por eu ter tentado me estimular mesmo com a gaiolinha, ele ejaculou por cima dela, derramando todo seu leite no apetrecho rosinha. Alguns segundos após seu orgasmo, disparou:
- Já falei que não é pra encostar, tá entendendo, bichinha? Agora levanta e vai se limpar. Anda que eu não tenho o dia todo, porra.
Mesmo combalido após aquela destruição anal, levantei e limpei a gaiolinha no banheiro, retirando os restos de porra. Precisei também lavar a região anal, já que a violência da penetração havia causado bastante sangramento. Quando voltei para a sala, Marcos havia posto na mesa de jantar um copo d’água e uma caixinha para remédios, daquelas com várias divisões, cada uma com três pílulas diferentes. Ele declarou:
- Esse aqui vai ser o seu tratamento. Bloqueadores de testosterona e hormônio feminino, pra transformar você na minha garotinha. Você vai tomar essas pílulas todos os dias de manhã por enquanto. Essa sexta vamos ao Dr. Júlio e ele vai fazer o acompanhamento médico que você precisa, com exames e tudo e mais, mas ele já me adiantou essa parte.
- Amor, vamos com calma, eu não sou uma mulher. Isso é só uma fantasia, entendo que você goste, estou achando excitante também, mas não posso me tornar uma menina. – eu respondi, visivelmente desconcertado.
Marcos pareceu não gostar nem um pouco de minha resposta, e seu rosto começou a demonstrar sinais de raiva:
- Olha aqui viadinho, em primeiro lugar, “Amor” porra nenhuma, entendeu? De amor você me chama em público, num restaurante, com amigos, como for, mas dessa porta pra dentro é ‘senhor’ ou ‘mestre’. Em segundo lugar, não tem isso do que você acha que quer ou não quer. Eu sou hetero, quero uma esposinha, e você vai me obedecer!
- Como assim hetero? E todos esses anos que passamos juntos? O que você está falando não faz sentido algum! – respondi com lágrimas começando a sair dos meus olhos.
- Eu sempre fui hetero. Gostava de comer só meninas, mas comecei a comer viadinhos pra me aliviar também. Fui passando a gostar da coisa já que era tão fácil: é só chegar numa bichinha e ela já está louca pra te dar. São em geral muito mais submissas e fogosas que uma mulher. O problema foi que eu acabei me apaixonando por você. Seu jeito doce e esse rabinho delicioso me conquistaram, além de eu amar sua companhia e amizade. E eu sempre soube, bem no fundo e através de alguns sinais, que você era completamente passiva e submissa e desejava um macho para servir.
- Mas não tem problema amor! – exclamei, ingenuamente aliviado por ter encontrado uma solução – Posso ser sua fêmea submissa na cama, me vestir como mulher e não preciso mudar de gênero. O que você está me falando é completamente normal, você é um homem bissexual ativo, isso eu já sabia...
Fui interrompido por um forte tapa no rosto. Marcos gritou:
- NÃO FALE ESSA PALAVRA, ME RESPEITA, CARALHO! JÁ FALEI QUE SOU HETERO, PORRA! – Ele então respirou, bebeu um gole da água que era para mim e pareceu se acalmar um pouco – Além disso, tem coisas que você não sabe. Você não acha estranho que nesses quatro anos juntos você nunca conheceu ninguém da minha família? Como você acha que nós mantemos esse estilo de vida? Esse apartamento no Jardim Paulista, todas as coisas caras que eu te dou, sua faculdade que eu ajudo a pagar? Com meu salariozinho na empresa de construção? Minha família, os Magalhães Pinto, são uma das mais tradicionais do interior paulista, ricos desde a época do café. Extremamente conservadores. Eles nunca aceitariam um filho boiola. Só vou apresentar você como minha noiva a eles quando estiver completamente feminizada. A ponto de jamais levantar qualquer suspeita.
Seus olhos me fitavam com um olhar profundo que eu não era capaz de decifrar. Eu estava em absoluto choque, mas sabia que precisava dar uma resposta. Todo o nosso tempo e os momentos juntos passavam como flashes na minha frente. Eu amava aquele homem mais que tudo no mundo. Essas revelações me mostraram que ele tinha dificuldades de aceitação, com machismo e homofobia muito profundamente internalizados. Ele talvez precisasse de ajuda, mas algo em mim me dizia que eu não conseguiria e nem queria tentar mudar isso. Não pensei muito em minha decisão. Olhei bem em seu olhos, chorando muito de emoção. Peguei o copo com água e ingeri as primeiras três pílulas.
- Desculpas senhor Marcos. Eu nunca mais irei lhe desobedecer. Te amo muito, senhor.
- Eu também te amo, minha submissa. – Marcos respondeu, em seu tom grave, porém já bem mais suave.
Levantei-me da cadeira, sentei em seu colo e demos um beijo quente e demorado. Era o começo de nosso novo futuro.