DNA: A dor da negação e da rejeição e muito ruim, mais vamos ver como a história vai desenrolar.
Geomateus: Talvez sim, talvez não, as vezes nem o tempo pode curar certas dores, lembrando que foi a primeira vez que o Lucas deixou alguém se aproximar tanto assim dele.
HermesAton: hahaha, mano adoro seus comentários, seja sempre espontâneo e tenha total liberdade para a intimidade, continue acompanhando que vem muita coisa legal pela frene.
Pichelim: Sim a pior pancada vem de onde menos esperamos.
Carlos Henrique: Cara, quando leio seus comentários fico doido pra soltar spoilers, você tem uma ótima linha de raciocínio, suas teorias são muito bem conectadas com o enredo ate agora, espero que continue acompanhando e comentando.
Rtzornsk: Merece mesmo (tadinho) uma boa surra, bom o que o Lucas mais quer nesse momento e ficar longe de qualquer relacionamento, Vitor foi a primeira pessoa que fez com que ele baixa-se a guarda e terminou como terminou, nesse momento ele esta pensando em morrer sozinho.
Brazilianblackguy: hahahaha, tem varias coisas que não estão certas aí. Mais como eu já falei antes, ninguém e totalmente mal e ninguém e totalmente bom, vamos ver a evolução de nossos heróis/vilões, sua indignação com os acontecimentos do conto me inspiram a continuar, obrigado e um forte abraço.
sand11: Pois seja bem vindo ao bate papo dos comentários, Vitor pegou todos de surpresa dessa vez, totalmente fora do padrão de comportamento dele, acho que ele quebrou meu coração e de vários outros leitores também.
Suara: Dani sempre foi um ótimo amigo nos momentos bons e ruins.
Continuando...
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Dormi até as 8 da noite, acordei com um uma dor de cabeça horrível, sentia dor por todo o meu corpo, mais também depois de tudo aquilo que tinha acontecido eu não sabia como ainda conseguia respirar, minha mãe bateu na porta:
- Mãe: tem uma pessoa aqui querendo falar com você.
eu: quem?
- Mãe: vem aqui na sala, não foi essa a educação que eu te dei.
Levantei-me da cama a contra gosto, mas quando chego na sala quase cai de costas, pensei “isso é sério mesmo vamos ter segundo round?” o que a mãe do Vitor fazia ali sentada na minha sala era um mistério.
- Tia: olá Lucas, você está bem?
- Eu: estou (mentira).
- Tia: Lucas, o Vitor está internado por conta de um ataque de ansiedade, os médicos estão deixando-o sedado e em observação, acho que você deveria saber que enquanto ele delirava ele só pedia desculpas para você, os médicos me falará que seria essencial descobrirmos qual o gatilho que o fez entrar nessa situação, você pode me dizer?
- Eu: desculpe, mais não posso, o Ricardo pode esclarecer bem o ocorrido com a senhora.
- Tia: Lucas, por favor e pelo bem dele.
- Eu: e quanto ao meu bem, ninguém pensou? eu estou fazendo o possível e o impossível para esquecer o que aconteceu hoje, cada célula do meu corpo e alma está doendo como nunca doeu na vida, eu não quero nunca mais ver o filho da senhora.
Só após ver a cara de espanto no rosto daquela mulher eu pude entender o estado em que eu estava, meu corpo todo tremia violentamente e estava coberto por uma fina camada de suor frio, dos meus olhos saiam lagrimas que eu não conseguia conter, não me olhei no espelho mais minha aparência deveria ser horrível, juntei todas as forças que eu tinha e fui ate a cozinha, peguei um copo de agua e tomei-o vagarosamente afim de reestabelecer o controle que fosse possível, respirei lentamente por algumas vezes e resolvi que era hora de retornar a sala, entrei pela porta e sentei-me no sofá oposto a minha mãe e a mãe dele, instintivamente sabia que meu controle era frágil e poderia ruir ao receber o contato físico de qualquer pessoa.
- Eu: tia, desculpe não queria ser grosso.
tia: Lucas eu entendo, não sei o que aconteceu mais sei que está afetando vocês dois, eu espero que vocês resolvam essa situação que faz tanto mal a ambos.
Meu corpo começou a tremer novamente, mas eu limpei meus pensamentos e segui a única linha de raciocínio possível naquele momento.
- Eu: tia, ele está bem?
- Tia: sim ele está, mas preocupa-me o fato de ambos estarem com os nervos assim, o que vai acontecer quando encontrarem-se no corredor do colégio?
-Eu: olha eu faço um trato com a senhora, eu não vou discutir com ele mais, eu vou ignorar a existência dele e em contra partida ele faz a mesma coisa, podemos coexistir no mesmo espaço desde que não exista interação.
Percebi que ela estava à beira de perder a paciência comigo.
- Tia: Lucas, você realmente acha que é possível vocês não interagirem? eu não entendo, ontem pela manhã ele estava fazendo café da manhã com bilhete romântico pra você e hoje ele está internado e você também não está bem e ainda me fala que nem quer mais olhar para ele, o que pode ter mudado?
- Eu: essa resposta e óbvia, qual o fator externo que aconteceu de ontem pra hoje?
-Tia: você está falando do Ricardo?
- Eu: não falo mais nada a esse respeito, a senhora e uma mulher admirável e eu realmente sinto muito por ter sido grosso, mais essa história chegou ao fim.
Ela suspirou fundo com um olhar de cansaço em seu rosto, por um momento eu senti pena dela.
- Tia: Bom Lucas, eu já vou indo se você quiser falar comigo você tem meu número, espero sua ligação.
- Eu: terei o maior prazer em falar com a senhora.
Ela sorriu e tirou de dentro da bolsa um papel.
-Tia: vou deixar aqui o endereço do hospital, caso você queira ir lá.
- Eu: ok, mais não pretendo ir lá.
A mãe dele se despediu e saiu pela porta, minha a acompanhou e enquanto isso eu me arrastei de volta para o meu quarto, deitei na cama e peguei meu celular, passados alguns minutos minha mãe entra pela porta do quarto.
- Mãe: Lucas, o que aconteceu?
-Eu: mãe, foi um dia cansativo esse é um assunto que eu não quero falar com ninguém, eu prefiro esquecer que esse dia aconteceu, amanha vou sair cedo, vou ao clube com o pai.
- Mãe: ok, respeito seu espaço, mais eu estou aqui se precisar, vou deixar aqui o endereço do hospital, Vitor vai ficar lá até segunda de manhã, só te falo um conselho meu filho não machuque-se mais ainda por orgulho, apesar de seu coração estar ferido ele ainda aponta as melhores direções.
- Eu: obrigado mãe, mais infelizmente meu coração morreu hoje.
Minha mãe sorriu de formar maternal.
- Mãe: Filho, pode parecer que você nunca mais vai amar e que o amor e uma droga e que a vida vai acabar com essa dor que você esta sentindo, mais não é assim, essa foi a primeira separação que você teve, aceite o conselho de quem já tem doutorado nessa área, procure lembrar das coisas boas do relacionamento e não do que te causa dor, boa noite.
- Eu: boa noite.
Porém eu não conseguia dormir, olhei as mensagens do meu celular havia mais de 20, as primeiras eram da Valéria:
Valéria 1: Lucas, você chegou em casa bem?
Valéria 2: Lucas, estou indo pra casa, se precisar de alguma coisa me liga.
Valéria 3: estou ficando preocupada.
Eu respondi: eu estou bem valeria, eu só cheguei em casa e dormi até agora, a mãe dele acabou de sair aqui de casa, parece que ele está internado no hospital por um ataque de ansiedade.
Daniel: cara, você está bem? me deixou muito preocupado, você parecia um zombe
Eu: cara, eu me sentia como um zombe, mais agora eu tô legal sim.
Carla: Lucas, eu tô passada com tudo isso, o Vitor era a pessoa especial que você escondia, e ele teve a coragem de ser um babaca com você, ele não merece você amigo, vamos arrumar alguém que te mereça.
eu: Carla obrigado pelo apoio, mais no momento a última coisa que penso e em arrumar outra pessoa.
Confesso que a mensagem da Carla me fez sorrir, e era bom saber que eu ainda sabia fazer isso.
Rafael: cara, o que tá acontecendo? você e o Vitor estão juntos? não pensaram que eu precisava saber, principalmente porque eu o amo.
eu: Rafael, isso aconteceu a pouco mais de uma semana, logo depois que transamos, e aconteceu tudo muito rápido, tínhamos conversado de falar com você na próxima semana pois eu queria uma semana de anonimato sem ser notícias no colégio, acho que você pode entender, não é?
Paulo: eu fiquei sabendo o que aconteceu com você no churrasco do Daniel, sinto muito, você não merecia isso, espero que esteja bem.
Puxa vida o Paulo não perde tempo, mas eu faria exatamente o que ele está fazendo também.
eu: obrigado Paulo.
Celular apitou informando da chegada de uma mensagem, era dele, meu coração disparou, primeiro eu pensei em não abrir, depois em abrir, depois de responder sem abrir perguntando como ele tinha coragem de me escrever, respirei fundo e pensei “ calma assim você vai enlouquecer” abri a mensagem que dizia:
Vitor: me desculpa, eu sou um babaca ☹
Fui tomado pela fúria, sentia meus olhos queimando como se fosse capaz de soltar lazeres por eles, respondi a mensagem no calor da raiva:
eu respondi: sim você é um babaca mesmo, um babaca que eu não quero nunca mais ver na minha vida, você foi a pior decepção que eu tive, e pode ficar feliz porque isso faz de você especial.
pensei comigo " espero que isso o machuque" mais ao mesmo tempo eu me arrependi desse pensamento, eu não quero ser uma pessoa amarga no mundo, não quero essa atitude pra mim, na real a culpa daquela situação era toda minha, eu baixei a guarda demais, deixei que ele se aproxima -se a ponto de me fazer mal ( mais também tinha feito muito bem), não poderia deixar ninguém ter tanto poder em relação a mim, com esse dilema interno eu adormeci novamente e novamente foi um sono sem sonhos como se estive-se flutuando no vazio.
Ainda era noite quando acordei, olhei no relógio era 5 da manhã levantei e tomei um banho, não sabia exatamente o porquê, tentei me convencer de que era para ir ao clube com meu pai, vesti qualquer roupa e escrevi um bilhete para minha mãe, eu não acreditava no que estava fazendo, mais procurei não pensar muito. desci do ônibus no local certo e confirmei no papel o endereço do hospital, tenho certeza que demorei o dobro do tempo para caminhar até o meu destino, cheguei ao hospital onde ele estava, entrei e na recepção fui informado que ele estava sozinho no quarto, cheguei na porta do quarto e fiquei um minuto parado antes de abri-la, respirei fundo e entrei, o quarto estava vazio e ele dormia como um anjo, peguei o prontuário médico no pé da cama e comecei a ler, ali relatava que ele teve uma crise de choro por volta das 21 horas, peguei meu celular e confirmei que era a hora exata que eu havia enviado à mensagem pra ele, confesso que uma onda de remorso tomou conta de mim, uma voz me fez retomar dos meus pensamentos era a voz dele que murmurava enquanto dormia.
- Vitor: Lucas, não me deixa não.
Essas palavras me pegaram desprevenido e me acertaram com um soco no estomago, resolvi observa-lo por mais algum tempo, após alguns segundos virei as costas para ir embora, porem a porta do quarto abri e o médico entra e ambos tomamos um susto.
- Médico: bom dia, você é amigo dele?
- Eu: bom dia, acho que sim.
O médico me olhou e sorriu
- Médico: que bom pois ele precisa de amigos nesse momento, ele está com uma carga emocional muito elevada.
- Eu: Ele vai ficar bem?
- Médico: depende apenas dele, e complicado meu jovem, não existe remédio para curar as feridas da alma, a única coisa que podemos esperar e que ele tenha força para se levantar, pois fisicamente esse rapaz vai chegar aos 100 anos, mais psicologicamente falando eu daria seis meses de vida para ele.
Eu olhei para o médico com cara de pânico, e ele sorriu.
- Médico: pode ficar calmo, você e eu vamos ajudá-lo a sair dessa.
O médico falou isso e foi verificou os sinais vitais dele e saiu novamente para visitar seus outros pacientes, eu estava novamente pronto para ir embora quando mais uma vez ele chamou meu nome, eu achei que ele estava delirando, mas:
-Vitor: Lucas, não vai embora.
- Eu: então você não está delirando agora?
- Vitor: acho que não.
Virei-me para encara-lo e ele realmente tinha um aspecto terrível, sua pele branca tinha ganhado um tom amarelado, envolta de seus olhos havia adquirido um tom roxo e seu cabelo estava opaco, mas ainda assim ele sorria de forma iluminada.
- Vitor: ah Lucas, eu tenho tanta coisa pra te dizer que nem sem por onde começar.
- Eu: não precisa começar eu já estou indo embora, você já foi muito claro ontem.
Ele me olhou como se eu tivesse dado um soco nele.
- Vitor: eu preciso te explicar o que aconteceu, me dá uma chance de redenção.
- Eu: explicar? olha está tudo claro pra mim, se você quer redenção comece tendo coragem e tratando seus sentimentos no lugar de deixar que eles tratem você, recobre sua consciência e saia dessa cama de hospital, fisicamente você não tem nada, após isso você tenta ter sua redenção.
- Vitor: você foi muito mais amistoso com o Paulo.
Ele estava jogando sujo e eu também jogaria.
- Eu: sim, porque nem em 1 milhão de anos o Paulo teria condições de me causar a dor que você causou ou melhor ainda está causando.
Vitor me olhou com lágrimas nos olhos.
- Eu: você não pode chorar, tem que ser forte pois agora está sozinho (falei em tom ríspido), adeus.
Dizendo isso virei minhas costas e sai do quarto, aquele confronto havia me deixado exausto, eu estava indo em direção a saída do hospital quando vejo a pessoa mais improvável do mundo se aproximando, no sentido oposto do corredor aproximava-se o Paulo com um buque de flores em suas mãos.
Continua....