Aquele segredo deixou o rapaz conturbado, por um lado feliz por eles fazerem o trabalho sujo de querer matar a família real e ela roubar o trono, o que seria algo divertido de ver, mas por outro lado, ele viu encarando Aurélio.
Aurélio era um rapaz que tinha muita coisa em sua costa, e ainda por cima uma delas, era a responsabilidade de ter um império nas mãos, e mesmo sendo novo, e ter um talento nato para a grandeza e liderança. Ele ainda era um jovem. Daniel riu de desdém, ele mandou matar o vilarejo que seus pais vivia e hoje ele é um escravo pessoal de Aurelio, ele queria ver o pai e ele enforcado em praça pública e se os dois precisam de ajuda, faria tudo.
Fora que aquela ideia ridícula de o conquistar, Deus, o que aquele garoto tinha na cabeça? Eles tinham uma rotina, logo pela manhã Aurélio tomava seu banho, toda vez Daniel tinha que esfregar aquele corpo e ainda por cima ter que enxugar o maior. Logo em seguida vinha o café da manhã mais monótono, discussões de guerra ou andadas de cavalo. Naquele meio tempo Daniel percebeu que Aurélio era mais apático do que qualquer outra coisa em sua vida.
Helena estava chegando mais perto de seu amado, o que Daniel percebi com as investidas em Aurélio, o que deixava isso mais interessante para onde ela o queria levar. Aurélio ficou mais inquieto quando descobriu o que seu pai estava querendo fazer.
“Você não pode ser fraco desse jeito, papai. - Gritou Aurélio jogando a taça de vinho na parede”
“Você ainda é uma criança perto de minha inteligencia, garoto estupido. - Nero cuspia em cima do filho. - Somos um império forte e próspero e não estamos mais na fase de querer guerra, a Ásia tem um imperador e um filho promisso como você, se juntar e criar um império maior é muito mais vantajoso para Roma do que uma dor de cotovelos.”
“Sou inteligente o bastante para ver onde sua ganância vai nos levar meu pai, você está de olho na fortuna em que vai poder descobrir da China. - Retribui Aurélio encarando o pai sanguineamente - O senhor acha que não sei porque estão trazendo aqui?”
“Negócios, o imperador da China recebeu minhas mensagens e nosso tratado de paz. uma guerra custa mais caro do que prosperar meu Filho, conquistar uma cidade destruiria a nossa agora em muitas camadas. Sou um imperador que olho para frente e mesmo que eles não cultue os mesmo deuses nosso tratado de paz tem que ser selado. - Nero encarou o rapaz que tentava brigar mais um pouco.”
“Seu pai tem razão em fazer isso agora, estamos na nossa era do ouro, jovem herdeiro. Assia tem poder militar, estão preparados para uma guerra, se não descobrimos o que eles podem fazer, estaríamos perdido se eles nos atacassem. - Aconselhou um dos conselheiros e amigo da família. Augusto Ricardo. Um senhor de cabelos negros encaracolados e olhos esmeraldas, sua pele era bronzeada como areia da praia e sempre era visto com os outros conselheiros.Usava sempre togas muito compridas e sempre ernoladas em outras cores. De orelhas pontudas e barba grande, ele cheirava a capim molhado. - Nosso maior inimigo hoje é a China, mesmo fazendo tratados e até mesmo comercializando mercadorias. Temos que ter cautela.”
Aurélio riu de desdém, ele sabia muito bem do porque o pai estava fazendo isso, da forma como ele queria usurpar tudo que Asia tinha, começando pelo seu primogênito vindo para averiguar e assim forma o tratado com Aurelio.
“Então pare de ser um imbecil, Zeus, Apolo, Marte e Belona lhe ajude, pois estou perdendo a paciência com você garoto. Ainda não é o imperador, ainda estou no jogo e isso me faz dar as ordens, você está se comportando como um garoto de sete anos fazendo pirraça. Estou querendo o melhor para meu império, para aquilo que EU construir. - esbravejou o imperador para seu filho, que mesmo assim sustentou os olhos duros do pai”
“Você é um grande imbecil, um grande retardatário, meu pai. Não vê que isso pode também ser como uma faca de dois gumes, Santo Apolo me proteja, estão jogando com gente perigosa demais. - Aurelio encarou o pai e seu conselheiro. - O senhor nunca viu o filho do imperador da Ásia em batalhas, mas eu já testemunhei como ele luta, os olhos esquadrinhando o campo, ele parece um guepardo, inteligente e estratégico. Eles são como najas no deserto a espreita.”
Nero deu um sorriso de escárnio como se soubesse de tudo isso. Como esperasse essa reação do seu filho, Nero não era conhecido como imperador traiçoeiro atoa. Usurpou tudo a sua volta e foi ganhando o torno não só por direito como um dos mais ardilosos imperadores.
Aurelio estava entrando numa guerra fria com seu pai, por causa das decisões que ele estava tomando. Isso era arriscado até demais, a China era uma Roma, ela não perguntava, ela atacava e depois matava.
Era como colocar dois leões dentro de uma jaula, um deles morreria ou os dois se matariam. Nero encarou o mapa do mundo em sua mesa e suas estatuetas de barro dos seus guerreiros.
“Não quero você aqui, Aurelio, quero se arrume e encontre nosso hóspede e seja cordial, leve aquela garota que o serve, o rapaz, e Helena como sua esposa, nunca se sabe se ele pode gostar de algo a mais em seu cardápio. - Disse Nero se voltando ao seu conselheiro.”
Os guardas andavam a costas de Aurélio e então ele saiu andando firme e quando as portas da sala se fecharam, Daniel rapidamente encarou seu senhor.
“Pelo visto não foi muito boa a reunião da manhã. Quer alguma coisa? - Normalmente Daniel queria colocar veneno na comida de Aurélio, mas a sorte dele não sorria assim para ele. - Alguma coisa para…”
“Quero.. Eu quero que você mande escovar meu cavalo, preciso andar sozinho. - Disse asperamente e encarou o rapaz. - Ande? Agora”
Daniel, se virou e sem falar uma palavra, se voltou a descer para os estábulos. Daniel estava passando muito tempo com Aurélio, e isso o estava ficando mais irritado, ainda mais por causa daquela ideia imbecil que Aurélio o obrigou a fazer. Ele chegou e mesmo assim não viu ninguém para preparar o cavalo de seu senhor.
O garanhão de pelo marrom, e crina preta, seu focinho era branco com pintas, e os olhos bem escuros, ele estava no final do estábulos e comendo feno, assim que Daniel entrou no estábulo, o cavalo o encarou. Daniel encarou com desgosto o trabalho que teria. Não pelo cavalo, ele achava o garanhão bonito e forte, mas era pelo trabalho que ele tinha e não tinha conhecimento para isso.
Ele pegou a escova do cavalo e tenta chegar perto dele, mas o cavalo não deixou chegar mais perto dele, relinchando e andando de um lado para o outro, o estábulo era grande e mesmo para ele, Jupiter queria correr, queria sair dali.
“Eu te entendo bem, Júpiter, você quer liberdade. Todos nós queremos, se você deixar eu te escovar, posso deixar você andar com seu dono. - Dizia ele para o cavalo.”
Daniel não se achava estupido nisso, ele tinha um gato dentro de sua casa, que o chamava de Luz, mas fugiu depois de alguns meses. Ele andou devagar até chegar mais perto de Júpiter, mas logo pulou de susto quando ouviu passo e uma voz no estábulo.
“Ah, você está aqui. - a voz doce e irritante de Helena entrou no estábulos e o cavalo a encarou de forma mortífera. - Estou a procura de você, por causa de meu noivo que quer o escravo a ele.”
Daniel achou aquilo muito estranho, primeiro, por que Helena era da nobreza, ela poderia mandar alguém atrás de Daniel e até mesmo Aurelio tinha vários outros empregados que poderia fazer isso. Porque ela teve esse trabalho? Helena estava exuberante como sempre, estava sozinha e sem suas escravas ou serviçais.
“Aurelio realmente gosta de você. - Ela comentou encarado o rapaz. - De todos os escravos ele escolheu você pra ser o serviçal dele e odeia quando toco no assunto de te deixar livre.”
“Sirvo bem meu senhor, fui comprado para servi Roma e servi o novo imperador. - Mentiu Daniel na cara dura e sem nem ao menos falhar a voz. - Porque desconfia de mim, nova imperatriz?”
Daniel soltava aquelas palavras com o ar de inocência, mas dentro de si algo gritava, como a voz de seu Deus lhe avisando do perigo que corria. Helena o encarou de uma forma simplista, mas viu que o rapaz tinha mais cabeça do que os outros.
Ela sorriu novamente docemente.
“Seria horrível se algo acontece-ce com você meu caro servo, eu penso no bem estar de você, já que é a flor do deserto de meu senhor. Jamais pensaria que você usurparia algo de meu imperador. - Helena quería estrangular Daniel, ela sabia muito bem que era ele que estava naquele dia vigiando ela é Maximos. Poderia ser Aurélio vigiando ela. Vários pensamentos sombrios invadiram sua mente e ela sorria maligna. - Meu imperador o espera na frente do palácio, ande. Você sabe que ele odeio esperar.”
“Acho muito estranho Meu senhor pedi para sua grande noiva vim me chamar pessoalmente, podendo chamar qualquer empregado para isso. - Rebateu sutilmente Daniel encarando Helena”
“Fui a primeira pessoa que ele viu, sabe como Aurélio é temperamental e não gosta de espera, não faz a distinção de sua noiva para um servo. O ajudando a chegar lá. - Helena admitiu aquilo, e era isso que ela passava nas mãos de Aurélio, apenas uma serva, uma mulher para parir seus filhos. Ela fechou os punhos com raiva.”
Helena sorriu e encarou o servo e o cavalo.
Daniel encarou Júpiter que relichou como se estivesse avisando algo a ele, encarou o garanhão e saiu andando, para encontrar Aurélio. Helena ficou ainda lá e olhou com desgosto o cavalo. Ela sorriu de desdém para o mesmo.
“Até você, sou trocada por um cavalo. Aurélio nunca prestou pra reinar é muito menos vai prestar para reinar. Começando por aquele escravo a bisbilhotar tudo. Mais vou ensinar como se joga, como realmente eu faço os planos acontecerem. - Helena tirou algumas frutas e entregou para o cavalo comer, Júpiter relichou e não quis comer, mas Helena era esperta. Ela jogou para o cavalo uma maçã, ele cheirou e comeu e logo em seguida estava se acabando mas frutas emvenenadas.”
Júpiter comía as frutas, mal sabendo que ele estaría morto em algumas horas. E era tudo que Helena precisava para mostra para Aurélio que não se intimidava e veria se realmente Aurélio puniria Daniel por algo.
Se Daniel estivesse pensando em fazer algo contra ela, por causa de Aurélio, ela acabaria com aquilo hoje.
Ela saiu dos estábulos e sorriu pra o sol.
“Sou filha de minha mãe Nêmesis e abençoada por Afrodite, jamais serei derrubada.”
Ela saiu andando, sorrindo livremente.
Daniel encontrou Maximos no meio do caminho, ele saia do aposentos dos escravos, precisamente do quarto preparado para Daniel, ele era sorrateiro, e seus olhos não viram Daniel, que se escondeu rapidamente. Aurélio esperaria, se Maximos quería algo do escravo ele que veria com quantos paus se faz uma jangada.
Daniel entrou em seu quarto e começou a vasculhar tudo o que tinha, mas não achou nada de diferente, a não ser quando ele se deitou e viu um saco de pano, assim que abriu tinha joias reluzentes. Sua mente maquinava muito mais rapido do que queria.
“Maximos, ele… Helena.”
Mas era tarde demais, Daniel demorou demais em revista o seu quarto, dois guardas estavam na porta de seu quarto e viram ele com as joias.
Daniel não conseguiu se defender ou muito menos falar algo ele foi arrastado até o palácio. Helena se encontrava aos choros, A imperatriz a consolava com palavras de ânimos, Nero estava sentado no trono, vendo a cena. E Aurélio estava andando de um lado para o outro transtornado.
Assim que as portas se abriram e eles viram que entrava, Helena gritou.
“Ele, eu não disse que era ele. Ele roubou as joias que me foi dada e envenonou o cavalo de meu senhor. - Com a voz fina e frágil ela fungava e limpava as lágrimas.”
“O que, eu? Eu não fiz isso, essa louca…”
Um dos guardas do palácio bateu na boca de Daniel, tirando sangue de sua boca, ele se virou e encarou Aurelio que estava o encarando sem expresso alguma.
“Eu vi ele dando algo ao cavalo de meu noivo, e ainda estava vendo se poderia roubar outro, ele tinha tudo esquematizado. Ele é um ladrao, não sei como você comprou ele Aurélio, mas ele não serve para a corte. Para lhe servir. - argumentava Helena sem nem ao menos exitar.”
“Eu não fiz isso, eu jamais roubaria. Deuses, eu não sou ladrao…”
“Então explica como apareceu as joias em seu quarto, todos foram revistado e você, apenas você foi pego? - Helena apontou o dedo para o garoto. - Você é um ladrao e iria matar todos nós envenenados.”
Helena estava esparramando veneno por todo os lados, ela era da nobreza, Daniel era um escravo. Nero encarou o garoto e sorriu do que via, ele gostava de sangue fresco.
“Au...Senhor… eu não faria isso, eu…”
“Calado, escravo. Você vai ser chicoteado. Para aprender… levo-o daqui. - Ordenou Aurélio sem olhar para o garoto.
O pelourinho era posto bem em uma praça pública. Um tronco de madeira grosso com correntes gastas. Daniel se debatia com toda sua força, gritando para todos que isso tinha sido apenas uma armação.
Os guardas prenderam Daniel no posto e Um dos soldados pegou o chicote, cortou a toga de Daniel e apenas encarou o herdeiro. Aurélio sem pensar duas vezes ele apenas deu o sinal.
O chicote encostou no corpo de Daniel e os dentes afiados da ponta cravaram em sua pele como se fosse picadas de abelha, sua pele foi tirada e Daniel urrou de dor, seu corpo tremeu com a primeira chicotada.
Nero, sua esposa e Helena encarava aquilo como se fosse algo normal, os outros servos que se amontoavam não queria olhar, mais foram obrigados a encarar a cena.
Mais duas chicotadas e Daniel gritou, seu corpo tremeu, o rapaz chorava, pedindo desculpas, agora não importava mais se ele tinha roubado ou não, ele queria para com aquilo. Mas a cada súplica, o soldado chicoteava mais, sangue escorria pelo seu corpo, suas roupas de branco viraram vermelhas. O corpo do rapaz tremia, suava frio e a cada chibatada ele perdia mais a vontade de viver.
Daniel tinha perdido a conta na vigésima chibatada, quando seu corpo tremeu de exaustão, ele não aguentaria mais nenhuma, tinha perdido muito sangue, suas costas estavam em carne viva. Até que ouviu um grito ao longe.
“O que pensa que estão fazendo com esse escravo? - A voz jamais Daniel ouviu e seu Latim era arrastado, como se tivesse aprendido como segunda língua. - Pare com isso agora, eu ordeno ou suspenso todo os contrato que meu povo veio fazer”
Daniel não conseguiu ver o rapaz que falava, mas não aguentou mais. Assim que saiu das correntes a contragosto do soldado, ele reparou em seus pulsos em carne vivas, e desabou, só não caiu porque foi segurado por uma pessoa.