“Caralho! Aquela vadiazinha da Sasha se vendeu fácil! Porra! Que merda!”, esbravejava Serguei caminhando com dificuldade, apoiando-se em Chantal. Eles precisavam ir mais rápido, mas, os ferimentos do russo eram um enorme empecilho. Em uma esquina, a garota viu uma oportunidade. “Preste atenção! Fique aqui, que eu já volto!”, disse ela, em tom assertivo. Serguei, mesmo não entendo do que se tratava, aquiesceu, acenando com a cabeça.
Chantal atravessou a rua e entrou uma farmácia; lá dentro haviam poucos clientes; ela caminhou entre as gôndolas, procurando por curativos e medicamentos; olhou para o caixa, onde um rapaz de jaleco branco, atendia uma idosa que terminara suas compras; assim que ela saiu, Chantal dirigiu-se ao caixa, colocando sobre o balcão os produtos que escolhera, deixando a mostra boa parte de seus seios generosos.
-É …, é só isso, moça? – disse ele em inglês, engolindo em seco e com os olhos vidrados no panorama provocante exibido pela aventureira.
-Hum, como sabe que eu falo inglês e não a sua língua? – perguntou ela com tom lânguido, inclinando-se ainda mais sobre o balcão.
-Percebi quando entrou que não é daqui – ele respondeu com um sorriso – Mas, você quer mais alguma coisa?
-Hum, depende – ela respondeu com sorrisos, explicando – Estou desprevenida de recursos, e preciso desses itens …, será que podemos negociar?
-O que você propõe? – perguntou ele, em tom maroto.
-Sei que não temos muito tempo …, então …, você manda! – ela respondeu com tom safado.
Imediatamente, o rapaz deu a volta no balcão, pegou Chantal pela mão, dirigindo-se para os fundos e atravessando uma porta que dava para a sala de armazenamento. Lá, demonstrando inexperiência e impaciência, ele mal conseguia baixar a calça; Chantal segurou suas mãos e encarregou-se de fazê-lo. Com as calças arriadas, o jovem exibia sua rola de tamanho médio muito rija; Chantal, então, pôs-se de joelhos e começou a mamar a vara com sofreguidão.
Não demorou muito para ele começar a gemer e se contorcer de excitação; ela seguiu em frente e, percebendo que o moleque era tarado por peitos, arrancou a camiseta e presenteou-o com uma espanhola bem trabalhada, até ele ejacular aos borbotões, lambuzando o rosto de Chantal. Ainda zonzo, ele lhe ofereceu uma toalha descartável; ela limpou-se como foi possível, segurou o rosto dele e deu-lhe um beijo, saindo logo em seguida, não sem antes pegar os itens sobre o balcão.
-Hum …, obrigado, não precisava se preocupar – disse Serguei ao vê-la chegar com a sacola nas mãos – Mas o que precisamos mesmo, é de um veículo.
Chantal meteu a mão no bolso, retirando um chaveiro e balançando no ar enquanto sorria. “Acho que isso custou caro!”, disse o russo com uma risadinha marota; Chantal olhou com desdém e ofereceu-se para apoiá-lo. Atravessaram a rua e entraram em uma viela onde se via vários veículos estacionados; ela apertou o botão do alarme e o veículo procurado apitou.
Serguei sentou-se no banco do passageiro e Chantal cuidou de seus ferimentos, valendo-se dos itens que obtivera na farmácia; depois de cuidar do russo, Chantal o acomodou no banco, fechou a porta e deu a volta, entrando no carro. “Você vai dirigir? Tem certeza?”, perguntou o russo com tom irônico. Chantal o encarou e deu um sorrisinho sarcástico, metendo a chave no contato e ligando o veículo. “Basta você dizer! Onde encontramos o Luka?”, perguntou Chantal para o russo.
-Só tem um lugar que aquele pederasta gosta de frequentar – respondeu Serguei com ódio no olhar – Dirija que eu te indico o caminho!
No centro da cidade, em um velho bar que servia de refúgio para encontros de gays e lésbicas, Luka, sentado em uma mesa de canto no fundo, ao lado do tablado onde um casal de rapazes dançava um tango erótico, sorvia goles de gin com tônica. Seu pai sempre lhe disse que gin era bebida de viado! Mas, ele jamais gostou de vodca, muito menos de rájika!
Já estava um tanto alto que nem percebeu a chegada de Serguei e Chantal; o russo sentou-se a frente dele, enquanto a aventureira puxou uma cadeira ao seu lado, colando seu corpo ao dele, e fazendo-o sentir o cano da arma pressionando sua virilha. “Queria me sacanear né, viadinho?”, perguntou Serguei com tom ameaçador.
-Ei! Não é nada disso! – redarguiu ele, com voz embargada – Foi a sua amiga que me despachou, depois de amordaçar e me levar para a rua, onde um sujeito mal-encarado me jogou dentro de um veículo e me soltou numa das saídas da cidade, me mandando sumir!
-Tá, tudo bem, vou fingir que eu acredito – disse o russo, prosseguindo – Então, gastou todo o dinheiro?
-Que dinheiro? A Sasha me tomou tudo! – respondeu Luka em tom aflitivo.
-Luka, preste atenção! O espanhol ainda é dono daquele aeródromo nos arredores da cidade? – perguntou Serguei um tanto impaciente.
-Não é mais dele! Agora é da mulher dele – respondeu Luka com um risinho safado – Lembra dela, não é?
-Nina? Não pode ser! – disse o russo com espanto – Então, qualquer negociação tem que ser com ela? Ai! Caralho!
Sem dizer mais nada, Serguei mandou Chantal examinar os bolsos da calça de Luka, onde ela encontrou um pequeno maço de euros, que estendeu para o russo.
-Tome, isso deve dar …, o resto fica pelo serviço não realizado – disse Serguei, atirando algumas notas sobre a mesa e embolsando o restante.
Ao saírem do bar, dirigiram-se para o carro. “Qual seu lance com a tal Nina?”, perguntou Chantal, com incontrolável curiosidade. Serguei olhou para ela e permaneceu em silêncio. No caminho, não trocaram uma palavra sequer, mantendo um silêncio ensurdecedor.
-Nina era casada com o espanhol quando nos conhecemos e nos envolvemos – começou Serguei, rompendo o silêncio – Eu sabia que ela e o marido traficavam armas e drogas; o que eu não sabia era que ela se vendia para qualquer um que pagasse bem …, e foi assim que ela envolveu-se com Rufus, o que nos colocou em campos opostos …, e eu não quero mais falar sobre isso!
-Tudo bem …, eu entendo – respondeu Chantal – Aliás, o que eu quero é sair daqui e chegar na Irlanda o mais breve possível …, espero que Scarlett ainda esteja segura!
No hangar que funcionava como escritório do velho aeródromo, a movimentação era quase nula. “Fique alerta …, se eu não voltar em quinze minutos, suma daqui e não olhe para trás, entendeu?”, alertou Serguei antes de sair do carro. Resoluto, ele avançou até a edificação e entrou, sempre acompanhado pelos olhinhos ansiosos de Chantal. Na sala principal do pequeno complexo de escritórios, situado na parte superior do hangar, Nina analisava alguns manifestos de carga, ao mesmo tempo em que conferia as rotas na tela do computador.
-Olá, Nina! – disse Serguei ao entrar na sala – Como você está?
Nina levantou o olhar e ao constatar o que seus ouvidos haviam denunciado, seus olhos ficaram injetados; com movimentos indiscretos, ela abriu a primeira gaveta da mesa, enfiando a mão em seu interior, sem tirar os olhos do russo.
-Calma lá! – alertou ele, levantando as mãos – Se você vai atirar, acho que mereço, pelo menos, o direito a dar uma explicação!
Percebendo o ferimento no ombro dele que sangrava, Nina levantou-se e correu até ele, abraçando-o com sofreguidão. Serguei enlaçou-a com seus braços e beijou seus cabelos. Alguns minutos depois, os dois estavam sentados em um sofá no dormitório dos pilotos, e Nina cuidava dos ferimentos de Serguei, que, rapidamente, lhe contou o que acontecera até aquele momento.
-E você aparece aqui do nada? O que você quer? – perguntou ela com tom impaciente.
-Preciso de um jeito de chegar em Dublin, na Irlanda, o mais rápido possível – ele respondeu sem titubear.
-Irlanda? Você é mesmo um russo doido! – exclamou Nina, fitando seu rosto com certo espanto – Olhe, não tenho rotas diretas …, o máximo que posso fazer é te levar até Berlin, e de lá, talvez consiga um outro voo para seu destino.
-Tudo bem? E quanto isso vai custar? – quis saber o russo sem rodeios na voz.
-A tal de Chantal …, você já trepou com ela? – inquiriu Nina, com uma expressão mista de curiosidade e irritação.
-Isso importa? E você sabe que nosso lance é especial! – respondeu ele com um sorriso encantador.
Nesse momento, Chantal irrompeu no recinto de arma em punho, tomando o casal de surpresa. Nina olhou para a garota, examinando-a detalhadamente, enquanto ela baixava a arma, seguindo o olhar de Serguei.
-Desculpe! Pensei que precisasse de ajuda! – disse Chantal com ar encabulado.
-Não se preocupe – respondeu Serguei, segurando a mão de Nina – Está tudo bem! Agora me espere lá embaixo …, ou melhor, me espere no carro, está bem?
Chantal acenou com a cabeça e recuou até a porta desaparecendo atrás dela. Serguei olhou para Nina esperando por sua possível, ou melhor, imprevisível reação; Nina era o tipo de mulher visceral e explosiva, mas, que também era carinhosa e amável quando queria; e Serguei viu naufragar a chance de ajudar Chantal.
Repentinamente, Nina atirou-se nos braços do russo e eles selaram um longo beijo, seguido de tórridas carícias; em poucos minutos, os dois estavam nus, deitados sobre o velho sofá que rangia com seus movimentos tresloucados de desejo ardente. Nina não se conteve em subir sobre o macho, segurando seu membro com uma das mãos e descendo suavemente, até que sua vagina engolisse o mastro, permitindo que ele preenchesse suas entranhas quentes e insaciáveis.
Enquanto ela cavalgava o macho, este flexionava o torso até que sua boca fosse ao encontro dos mamilos intumescidos de Nina, saboreando-os como uma iguaria única e especial. Por muito tempo, o casal deixou-se levar pelo sexo insano que os fazia respirar aceleradamente, com a pele umedecida pelo suor que chegava a escorrer, submetendo a fêmea a uma avalanche de gozos tortuosos e ilimitados, propiciados pelo único homem capaz de fazê-la sentir-se daquela forma tão livre a natural.
Dentro do carro, Chantal olhava para o relógio no painel e bufava impaciente; duas horas haviam decorrido e Serguei não dava sinal de vida; em sua mente a imagem da pequena Scarlett, a garota de longos e encaracolados cabelos cor de fogo, sorriso fácil e uma sensualidade inocente, mas exuberante! Aquela garota era um raio de luz na vida de Chantal, e perdê-la significaria perder-se …
Nesse momento, Serguei surge, saindo do hangar e caminhando na sua direção; ele entrou no carro tendo um enorme sorriso no rosto. “Tudo certo! Partimos hoje a noite para Berlin, e de lá, direto para Dublin!”, disse ele, em tom exultante. Chantal encarou o rosto do russo e viu o reflexo de Nina em seu olhar. Ela se conformou em saber que ele nutria algo mais por ela.