Capítulo 32
O cheiro do perfume de lavanda exalava pelo ar. Diante do espelho, Matheus dava os últimos retoques nos cabelos, se preparando para o encontro com Patrick. Estava empolgado com a noite que teria com o amigo. Planejava jantar após a sessão de cinema, não disse nada a Patrick porque queria fazer uma surpresa. Ele havia feito uma reserva num restaurante italiano, que era o seu favorito.
Para a sua decepção, recebeu uma mensagem via Whatsapp em que Patrick cancelava a saída.
"Sinto muito, Matheus, mas hoje não vou poder ir ao cinema contigo. Tive um imprevisto.
Remarcaremos para outro dia."
Patrick estava chateado com a possibilidade de Matheus está o usando para fazer ciúmes a Jonas. As palavras de Betinho tiveram efeitos eficazes nele. Não tinha vontade de olhar para Matheus.
Com o cancelamento à ida ao cinema, acabou cedendo as insistências de Betinho no pedido para sair naquele domingo à noite.
Betinho não quis revelar o destino dos dois, dizendo que seria uma surpresa.
Ao saírem do Uber, Betinho apontou para o Espaço São Jorge.
_ Seja bem-vindo ao Espaço São Jorge, o lugar mais paradoxal que eu conheço.
_ Como assim?
_ Um lugar que tem o nome religioso, mas há eventos LGBTQI+. Eu acho isso tão bafônico! O Jonas acertou em cheio.
_ Esse é o bar do Jonas?! Tantos lugares em Niterói para você me levar e você me trouxe justo aqui?
_ Ah, o que que tem? Você vai adorar o lugar. Vamos entrar de uma vez.
Olívia os aguardava sentada a uma mesa. Ao vê-los, levantou para cumprimentá-los.
_ Olívia, eu não sabia que você estaria aqui._ disse Patrick dando três beijos no rosto dela.
_ Vim aproveitar o meu domingo do mês que tenho de folga. Pena que o Rafa não quis vir. Preferiu ficar na pizzaria. Você que nunca veio aqui, né Patrick?
_ Hoje é a primeira vez. Até que ficou legal isto aqui._ disse olhando em volta.
Eles começaram a beber e Betinho quis dançar, mas Patrick se recusou. Estava pensativo.
Sem que ele percebesse, Betinho fez um story dos três na mesa.
_ Mal postei e já estamos com mais 100 visualizações.
Nessa hora Patrick percebeu que foi filmado.
_ Do que você está falando?
_ Do story que fiz de nós.
_ Você fez um story?! Com certeza o Matheus deve ter visto.
_ Viu sim. Olha só.
_ Que merda, Betinho!
_ Qual é o problema?_ perguntou Olívia.
_ É que o Patrick cancelou a saída com o Matheus para estar aqui.
_ Você e o Matheus saindo juntos?! O que está acontecendo com o mundo?
_ Ih, mulher, os dois agora são amiguinhos. Uma amizade igual a nossa bandeira LGBTQIA +, toda colorida.
_ Mentira?! Mas vocês se odiavam!
_ E agora se amam. Eu quero ser a madrinha do casório. _ Betinho disse tocando na mão de Patrick.
_ Pare de dizer besteiras, Betinho! Nós somos amigos, ou pelo menos éramos antes dele vê esse story. Puxa, você não tinha nada que postar. Sacanagem sua.
_ Amigo, não me leve a mal, mas você e o Matheus não tem nada a ver um com o outro. E sem contar que o Matheus é desiquilibrado, mimado e super ciumento. O meu irmão comeu o pão que o diabo amassou com ele.
_ Não é bem assim. O Jonas também não é flor que se cheira. Ele traiu o Matheus com o primo dele.
_ Nossa! Matheus além de ganhar um amigo, ganhou um advogado?_ disse Betinho batendo palmas.
Patrick revirou os olhos para cima.
_ O dois ex do Jonas apaixonadinhos um pelo outro. Quem diria? O bom é quando vocês dois se beijarem um pode sentir o gosto do pau do Jonas na boca do outro.
_ Você já começou a baixar o nível, né Betinho? Sinceramente, pra mim já deu.
Patrick levantou, deixou cinquenta reais e saiu.
_ Volte aqui, Patrick._ Pediu Olívia, mas foi ignorada.
_ O Patrick ultimamente está tão chato! Está perdendo o senso de humor.
_ Mas vem cá, Betinho, me conte essa história direito.
_ Você não vai acreditar...
Betinho narrava a história da amizade entre Matheus e Patrick a sua maneira enquanto Olívia ouvia sorrindo.
Ao entrar no quarto de Matheus, Renata o encontrou aos prantos, sentado na cama com o celular nas mãos.
_ O que houve, meu filho?
_ Eu sou um idiota! Pensei que tivesse um amigo, mas na verdade o que eu tenho é uma cobra.
_ Como assim? Do que você está falando?
_ O Patrick desmarcou de ir ao cinema comigo para ir atrás do Jonas. É um fura olho! Desgraçado! Como eu fui burro de cair na conversa dele?
"Ah, mas isso não vai ficar assim. O Patrick que me aguarde! Eu vou dizer umas poucas e boas pra ele."
_ Ei! Menos, Matheus! Você não pode atacar as pessoas por nada.
_ Como assim por nada?
_ Matheus, esse menino não é o seu namorado. Esqueceu? Você não pode brigar com ele porque ele não quis sair com você. Você não é mais criança. E muito menos ele. Quer perder a amizade do Patrick? Porque é isso que vai acontecer se você não se controlar e agir como um menino bobo.
Matheus percebeu que a mãe tinha razão e sua raiva aumentou.
_ Eu devo ser muito chato mesmo. Pra ele ter preferido sair com os amigos ou correr atrás do crápula do Jonas do que sair comigo.
_ Você não é chato, meu amor. Outro dia vocês saem.
_ Eu nunca mais vou sair com ele. Nem que me peça de joelhos! Ele que vá correr atrás do Jonas. Implorar por uma miséria de atenção, porque de mim só terá desprezo. Eu não vou nem olhar na cara dele.
_ Você tá gostando desse menino?
Matheus franziu o cenho e cruzou os braços.
_ Mas é claro que não! Que absurdo que você está dizendo! Ele é só meu amigo...aliás era, porque não vai receber nem mais um "oi" da minha boca.
_ Os melhores relacionamentos nascem de uma amizade. Os amigos possuem afinidades, confianças, troca de carinhos.
_ Você não acha que um relacionamento entre amigos não pode estragar a amizade?
_ Claro que não! É até melhor. A relação fica mais sólida. Ela tem como base sentimentos mais fortes, não só o sexo.
Matheus ficou pensativo.
_ Mas o Patrick não é o Jonas. Pelo o que você me disse ele parece ser uma pessoa muito responsável e madura. Se você ficar agindo como um menininho birrento, ele pode se cansar de você.
_ Você acha? Será que é por isso que ele não quis sair comigo? Ou será que ele ainda gosta do Jonas?
_ E você está preocupado por quê?_ Renata perguntou sorrindo, num tom de desconfiança.
Matheus percebeu a intenção da mãe e se calou.
_ Não fique tristinho. Se você quiser a mamãe te leva ao cinema.
_ Não, mãe. Valeu, mas perdi a vontade de sair. Fiquei bolado.
_ Não fique, meu amor. Vamos fazer o seguinte: a gente pede uns lanches e ficamos assistindo um filminho na TV. O que você acha?
Matheus mexeu os ombros.
_ Pode ser.
Renata o abraçou e o beijou na testa.
Como havia combinado com Jonas, Cinthia se convidou para almoçar na casa de Matheus com a intenção de colher informações sobre a família de Bruno.
Era um dia de semana, como Renata estava trabalhando, Marília ficou responsável por fazer o almoço.
Quando Matheus anunciou que uma amiga iria almoçar, ele pediu para a avó de consideração preparasse strogonoff de frango, com arroz branco e batatas fritas.
Os três se sentaram à mesa. Cinthia ouvia Matheus se queixar do gelo que levou de Patrick, porém em pensamento estava formulando um meio de mudar o rumo da conversa para Bruno.
_Amiga, você acha que ele tá entediado de mim? Tipo de saco cheio?
_ Deixe de ser grilado, Matheus! Se ele tivesse cheio de você já teria cortado relações.
_ Vai vê que na verdade, ele quis ir atrás do Jonas porque tá a fim dele.
Como o nome de Jonas foi citado, Cinthia viu como uma oportunidade perfeita para falar de Bruno.
_ Você sabe que o Jonas gosta do Bruno.
_ Mas o Patrick sempre se rastejou para o Jonas. Lembra quando a gente namorava?
Cinthia se sentiu fracassada por Matheus ainda persistir no assunto Patrick.
_ Se te serve de consolo. O Jonas me disse que o Patrick esteve lá no apartamento dele para pedir que esse fosse seu fiador. Jonas deu em cima dele, mas o Patrick recusou.
Matheus sorriu empolgado.
_ Sério?! Você tá mesmo falando a verdade?
_ E por que eu mentiria?
Matheus roeu a unha sorrindo.
_ Mas esse Jonas é mesmo um safado, hein. Ele está com o Bruninho?_ perguntou Marília.
_ Não. O Bruno terminou com ele do nada. Como fez há oito anos.
_ Que menino doido! Fez tudo que fez com o primo só para causar intriga mesmo. Com aquela carinha de Santo. Aquilo ali é uma cobra. Espero que você tenha vergonha na cara e não corra atrás do Jonas.
_ Deus me livre, vó! Eu não quero saber do Jonas nem pintado de outro e coberto de diamantes.
_ Pelo visto você tá em outra, né amigo?
_ Eu? Claro que não. Só tenho amor próprio!
_ Hum! Sei. Mas aí, e os pais do Bruno? O que acham do que ele fez com o Matheus?
_ Não acham nada. Eles nem devem saber._ respondeu Matheus. _ Mas se o Jonas ficar insistindo, o Patrick pode acabar tendo uma recaída.
Cinthia já estava ficando brava com a insistência de Matheus em falar de Patrick. Resolveu se impor.
_ Vocês deveriam ter contato para eles. Isso foi traição em família.
_ Isso é passado! Foda-se o Bruno e o Jonas._ respondeu Matheus.
_ Mas os pais dele deveriam ter dado um esporro.
_ Bruno não fala com os pais há anos. É por isso que ele estava encostado aqui em casa.
_ Sério?! Por quê?
_Porque o pai dele é um homofóbico. Não aceita que o único filho seja viado.
_ E a mãe?
_ Ela é uma coitada. Vive apanhando do marido. O Bruno como um bom covarde que é, fugiu de casa deixando a mãe sozinha com aquele homem.
_ Nossa!
Marília levantou-se para pegar a garrafa de refrigerante na geladeira e retornou à mesa.
_ Eu trabalhei por muito anos na casa do seu Orlando desde que Gustavo e Renata eram crianças. O Gustavo sempre foi ruim. Seu apelido quando menino era Tavinho capeta. Ele gostava de torturar gatos, bater nas crianças menores. Renatinha mesmo sofria. As namoradas, todas apanharam.
Cinthia tinha muito ódio de homens que batem em mulheres e girou a cabeça negativamente.
_ Só para deixar claro, Gustavo é o pai do Bruno._ disse Matheus.
_ Quando ele conheceu a Rose ela era uma mulher feliz. Vivia com um sorriso irradiante, simpática. Um doce de menina. Tão novinha e bonita. Aí com o decorrer do namoro foi ficando triste, deprimida, quase não falava. Depois do casamento começou o inferno. Essa mulher passou por tantas humilhações. O Bruninho então, sofria nas mãos do pai.
_ Mas ela bem que gosta de apanhar. Caso contrário, já tinha se separado dele.
Cinthia ficou brava com o comentário de Matheus e respondeu:
_ Mulher nenhuma gosta de apanhar! Em relacionamentos abusivos há vários fatores que fazem com que uma mulher permaneça na relação: abusos psicológicos, ameaças, dependência financeira e ou emocional. Só quem sabe a temperatura da panela é colher que mexe.
_ Você não sabe o quanto o Gustavo é ruim. Com certeza a Rose tem medo dele.
_ Eu não conheço o meu tio. Mas pelo jeito que a senhora e a minha mãe falam, ele deve ser a versão de Lucífer encarnada._ Matheus disse rindo.
_ Aquele lá quando morrer, nem o diabo vai querer no inferno. Sua alma vai vagar por aí.
_ Credo!_ disse Cinthia sentindo seu corpo arrepiar, o que a levou a fazer o sinal da cruz no rosto.
Em casa, Jonas ouvia atento Cinthia falar tudo que soubera sobre a família de Bruno.
_ Eu não fazia ideia que o Bruno passava por tudo isso. Eu desconfiava que a família não aceitava a sua sexualidade, mas não imaginava que havia violência na história dele.
_ Sabe Jonas, pode parecer que tudo isso não tem nada a ver com o fim da relação de vocês, mas eu sinto que, de alguma forma, tudo isso está conectado. Temos que investigar mais a fundo.
_ Pode ter certeza que vou descobrir.
_ Você conseguiu pegar o celular da sua mãe?
_ Ainda não.
_ Tá esperando o que, Jonas?
_ Eu não tive tempo. Estou trabalhando feito um burro de carga. Tenho que cuidar da pizzaria e do bar.
Jonas suspirou.
_ Eu tô morrendo de saudades do Bruno. O peito chega doer. Porra, só de pensar que eu tive a oportunidade de ter uma relação maneira com ele e joguei tudo fora por causa de besteiras. Eu deveria ter aberto o jogo com o Matheus e ficado só com o Bruno.
_ Uh, é! Você não vivia dizendo que amava os dois?
_ Eu achava que amava. A verdade é que eu amei, amo e sempre vou amar o Bruno. Eu não vou perdê-lo desta vez.
Jonas pegou o celular e entrou no perfil do Instagram de Bruno.
_ Bruno reativou o perfil?_ perguntou Cinthia cruzando os braços.
_ Sim. _ Jonas disse olhando triste para a foto de Bruno, acariciando a tela do celular.
Ele clicou nos stories e viu que uma foto em que Bruno e Isabel estavam num bar com a legenda "sextou", seguido com o arroba do local.
_ E se formos neste bar?_ sugeriu Jonas mostrando a foto.
_ Você tá maluco?
_ E por que não? Essa foto foi tirada em tempo real. Eles estão lá agora.
_ Tá bom. E o que vamos fazer lá? Olhar pra deles e dizer "boa noite, viemos stalquear vocês. "
_ Não vamos dizer nada. O bar é público.
_ Jonas, segure sua ondinha.
_ Por favor? Eu só vou olhar. Matar a saudade. Eu faço o que você quiser.
_ Vá sozinho.
_ Ah, pare de palhaçada! Se arrume e vem comigo.
_ Não!
_ Eu te dou uma semana de pizza grátis.
_ Um mês.
_ Ok, gulosa. Agora se arrume e vamos.
Isabel insistia muito para convencer Bruno a sair. Desde o dia em que ele contou sobre o ocorrido no encontro com o seu pai, Bruno estava constantemente melancólico e Isabel queria muito animá-lo.
_ Não é justo que eu saia para me divertir, enquanto a minha mãe está sofrendo por minha culpa.
_ Não diga isso. A culpa não é sua! O seu pai é um monstro. Os únicos culpados são ele e a vadia da sua sogra. Só acho que você deveria contar para o Jonas. Ele tem dinheiro. Pode te ajudar.
_ Nem pensar, Bel! Eu não vou envolver o Jonas nessa história. O meu pai é cruel. Eu não vou pôr a vida do Jonas em risco.
Bruno sentia remorsos por ter fugido de casa quando era adolescente, deixando a mãe para trás. Isso o torturava por anos.
Isabel usou de todos os seus argumentos e obteve sucesso, levando Bruno a um bar.
No local, ele evitou falar dos problemas para não estragar a noite da amiga.
Porém, não parava de pensar na mãe e na saudade que sentia dela e de Jonas. Para tentar amenizar a dor, se afundou no vinho, ficando muito embriagado.
Jonas e Cinthia os observavam de uma mesa enfrente.
Isabel percebeu a presença dos dois e avisou a Bruno. Olhando com raiva para Cinthia, que retribuiu o olhar.
_ Disfarça. Jonas e aquela ridícula da Cinthia estão na outra mesa. Que ranço dessa garota.
Bruno virou para trás. Isabel o puxou.
_ Eu disse para você disfarçar!
_ Eu vou embora._ Bruno disse enrolando a língua. Levantou com as pernas bambas,caindo.
Isabel o amparou e pôs de volta sentado na cadeira.
_ Ele tá muito bêbado._ Cinthia sorriu_ Jonas, aproveite que ele tá chapado e vá lá o interrogar. Bêbados soltam o verbo.
_ A ideia é boa. Mas vai ser difícil com a Isabel ali.
Isabel se levantou para ir ao banheiro.
_ Ela saiu. Vá agora.
_ Ela vai voltar e nos interromper.
_ Ah, caralho! Vá logo e deixe que eu distraio a mulher.
Cinthia levantou e foi até o banheiro. Ela entrou com a cabeça erguida, encarando Isabel que estava retocando a maquiagem. Pelo espelho, Isabel lançou um olhar ameaçador para Cinthia, que parou para encará-la.
_ Tá olhando o que, garota? Tá me achando bonita?
Cinthia a olhou de cima para baixo e deu um sorriso cínico.
_ Bonita não. _ disse jogando Isabel contra a parede, deixando a mulher assustada._ Estou te achando linda.
Sedenta de tesão, Cinthia beijou os lábios de Isabel.
Jonas se aproximou de Bruno, pondo a mão no seu ombro.
_ Você tem que... que ... ir embora, Jonas.
Jonas sentou ao lado de Bruno.
_ Eu não vou embora sem antes falar com você.
Bruno olhava em volta procurando por Gustavo.
_ Ele pode está por aqui. Vá embora.
_ Ele quem?
Bruno estava com os olhos vermelhos e o hálito cheirando a vinho. Jonas segurou na sua mão.
_ Eu sei que está acontecendo alguma coisa. Eu sei que você está assustado. Bruno, eu falhei contigo. Fui um babaca e não te valorizei.
_ Eu não posso falar com você._ Bruno tenta se levantar, mas não consegue, por está com as pernas trêmulas.
Jonas o segura, mantendo-o sentado.
_ Meu amor, você não está sozinho. Seja lá o que estiver acontecendo eu vou te proteger. Eu vou cuidar de você.
Bruno sente o coração bater acelerado. O medo domina o seu coração.
_Eu não posso te envolver nisso.
_ Eu já estou envolvido. Amorzinho, você não precisa sofrer sozinho. Eu vou te ajudar a carregar esse peso que tanto te atormenta. Eu serei a sua âncora, em mim você tem um refúgio.
As aflições de Bruno ficaram mais fortes, e foram libertadas em forma de lágrimas.
_ Eu posso te ajudar. Confie em mim.
_ Temos que ficarmos separados. Pelo bem de todos.
_ Nós não vamos nos separar. Por mais que tentem, a força do nosso amor vai te trazer de volta pra mim. Você é a minha borboleta e eu sou o seu jardim. Por mais que elas voem para longe, sempre retornam para os seus jardins. Não adianta se afastar de mim.
Jonas acariciou o rosto de Bruno, secando as suas lágrimas.
_ Estas lágrimas também são minhas. O seu sofrimento dói em mim.
Bruno o abraçou forte, soluçando de tanto chorar.
_ Eu posso te salvar.
O segredo pesava em seu peito. O incômodo estava cada vez mais forte e tudo isso junto com a embriaguez, deram força para libertar o que tanto o atormentava.
_ Ele disse que a mataria se ficarmos juntos. Ele bateu nela na minha frente. Foi cruel. Tudo por culpa minha.
_ De quem você está falando, meu bem?
_ Do meu pai. Ele ameaçou matar a minha mãe caso ficássemos juntos. Tudo isso a mando da sua mãe.
Jonas arregalou os olhos com Bruno em seus braços.
_ Como assim?!
