Capítulo 34
As águas da piscina refrescavam Bruno e Jonas naquela tarde quente e ensolarada. O casal se beijava cobertos pela água.
Bruno sorria de felicidade.
Percebeu que fez uma boa escolha ao aceitar o convite de Jonas para passar a tarde na casa da sua avó, junto com os amigos Rafael, Olívia, Cinthia e Isabel. Essas últimas, formando um novo casal, se descobrindo apaixonadas.
Jonas teve que convencer Bruno que estaria seguro na casa de dona Chiquinha. Que lá só estariam pessoas de confiança e que Lúcia não frequentava a casa.
Ao chegar com Bruno e apresentá-lo a sua avó, Bruno ficou surpreendido pela recepção calorosa que recebeu da idosa.
_ Então, finalmente eu estou conhecendo o famoso Bruno.
_ Famoso?!_ Bruno perguntou sorrindo olhando para Jonas.
_ O meu neto fala de você há anos. Nunca te esqueceu.
_ Eu também nunca o esqueci. O Jonas é o amor da minha vida._ disse beijando Jonas.
Apesar de ter uma preferência por Patrick, dona Chiquinha estava feliz em vê o neto feliz com o homem que sempre amou. E o fato de Jonas está livre de Matheus a deixava muito aliviada.
_ Sabe, meu amor. Eu sempre sonhei em morar numa casa como esta. Com piscina e esse ar de lar, de acolhimento. A sua avó é maravilhosa.
_ Se é o que você quer, assim que resolvermos o problema da sua mãe, eu vou comprar uma casa com piscina para vivermos juntos depois do nosso casamento.
_ Como assim?! Não brinca comigo desse jeito! Eu morro de emoção.
Bruno abraçou Jonas, girando na água.
_ Não morre não. Eu amo tu.
Eles se beijaram abraçados. Rafael jogou uma bola na piscina.
_ Os pombinhos não vem comer? Tem carne assada._ disse Rafael perto da churrasqueira.
_ Não enche, Rafa._ disse Jonas sorrindo, jogando a bola de volta.
Dona Chiquinha se aproximou da piscina. Estava feliz em vê os jovens felizes na sua casa, cada com os seus pares.
_ Aí, dona Chiquinha, uma asinha de frango especialmente para a senhora._ Rafael disse a entregando espetada num garfo e beijando o rosto da mulher.
_ Obrigada, meu filho. Eu amo receber todos vocês aqui. Vocês não sabem como me alegram. Só faltou o Patrick, mas parece que ele não quis vim.
_ Ih, dona Chiquinha, o Patrick está com dor de cotovelo._ disse Cinthia.
_ Eu sei que é difícil pra ele vê o Jonas com outro.
_ Não tem nada a vê com o Jonas, vó. _ disse Olívia sorrindo.
_ Uh, é! Ele está namorando, minha filha?
_ Namorando ele não está, mas está preso num amor. E a senhora não vai acreditar com quem é: o Matheus.
_ Que brincadeira é essa, menina?
_ Não é brincadeira não, dona Chiquinha. Eles estão apaixonados um pelo o outro._ respondeu Cinthia.
_ Ai meu deus! Esse menino não é boa coisa. Eu não fazia gosto do namoro dele com o Jonas e não faço com o Patrick. Eu gosto dele como se fosse o meu neto. Ele não poderia ter escolhido melhor?
_ No coração não se manda, dona Chiquinha. _ respondeu Cinthia.
_ Falando em coração e amor. Eu tenho algo para falar com todos vocês. _ disse Rafael abrindo os braços.
_ Ih, tá bêbado!
_ Só se for de amor, Cinthia. Jonas, Bruno, venham aqui que o pai aqui quer falar.
Eles saíram da piscina se juntando ao grupo.
Rafael segurou na mão de Olívia.
_ Eu conheço essa mulher maravilhosa desde que ela era uma pirralha remelenta. Todos gritaram.
_ Há três anos decidimos namorar, e até então ela me fez o homem mais feliz do mundo. Ela me incentiva a ser uma pessoa melhor cada dia. E como um Pokémon, a nossa relação tem que evoluir.
Rafael retirou um caixinha com um anel de ouro com um diamente e se ajoelhou.
Olívia pôs as mãos na boca abismada.
__ Meu amor, você quer casar comigo?
_ Ah, meu amor! Sim! Sim! Eu aceito, caralho!
Olívia começou a chorar emocionada e todos bateram palmas. Rafael pôs a aliança no dedo da jovem e levantou-se para beijá-la. Cinthia filmava a cena com o celular.
Todos parabenizaram o casal.
Contudo, o momento de felicidade foi interrompido com o toque do celular do Jonas, que se afastou para atender.
Bruno ficou preocupado ao vê a expressão séria do namorado.
_ O que houve, meu amor?
Jonas contou a todos que recebeu uma ligação da delegacia dizendo que Lúcia havia sido atropelada e estava gravemente ferida num hospital público.
A felicidade de Olívia foi embora no mesmo instante.
Jonas anunciou que iria até o hospital e Olívia quis ir junto. Rafael os acompanhou para dar suporte a noiva e o cunhado.
Bruno quis embora, mas Jonas o implorou para ficar na casa da sua avó.
_ Eu não sei, Jonas. Não quero incomodar a sua avó. Acho melhor eu ir embora.
_ Bruno, eu não sei por que, mas estou com um pressentimento ruim. Eu preciso te manter seguro. Fique aqui. A Cinthia e a Bel também ficarão. Eu vou lá no hospital saber mais detalhes e depois eu volto pra cá.
_ Está bem. Qualquer coisa, me ligue.
Bruno o beijou.
Ao chegar no hospital, o médico os informou que Lúcia estava fora de perigo, mas estava sedada na UTI.
Olívia desabou a chorar ao ouvir do médico que a mãe sofreu uma lesão grave na coluna espinhal resultando numa paraplegia.
_ Gente, por que isso acontecendo? O que eu fiz de errado para merecer esse castigo? Ela vao sofrer muito, Jonas.
Olivia abraçou o irmão.
_ Eu sei que você tá bravo com ela, mas não podemos mantê -la neste hospital. Ela precisa ir para um particular, com mais recursos. Por favor, Jonas.
Jonas concordou com a cabeça e foi até a recepção para cuidar da transferência. Recebeu a informação que o carro de Lúcia foi encaminhado para o Detran, mas que ele teria que ir à delegacia antes.
Rafael e Olívia ficaram no hospital, enquanto Jonas foi à delegacia, que ficava próxima ao hospital.
Ele foi recebido por uma detetive jovem, branca de cabelos castanhos claros cacheados. Ela se apresentou como detetive Alice Moreas. Informou a Jonas que segundo, testemunhas o carro que atropelou Lúcia estava sem placa, e o mororista fugiu do local, por isso desconfiava que o atropelamento foi proposital.
_ A sua mãe tem algum inimigo?
_ Que eu saiba, ela tem alguns desafetos, mas nada que levaria alguém a matá-la. São desavenças com vizinhos.
_ Você conhece algum homem chamado Gustavo Ferraz?
Jonas arregalou os olhos.
_ O único Gustavo que eu conheço é o pai do meu namorado.
_ Pois bem, de acordo com as mensagens no celular da sua mãe, ela havia marcado um encontro com ele no local em foi atropelada. A conversa parecia ser uma chantagem, na qual ela exigia dinheiro em troca de silêncio. O que você tem a dizer sobre isso?
_ Nada. Eu não sei nada. Eu estou brigado com a minha mãe e faz algumas semanas que não falo com ela.
_ Como é a relação de vocês com o Gustavo ?
_ Eu nunca o vi pessoalmente, mas sei pelo meu namorado que o Gustavo é uma pessoa violenta e não aprova a nossa relação. No passado, ele foi diretor da escola onde a minha irmã mais velha estudava. Ela se matou... Eu desconfio que o Gustavo tem algo haver com isso e que a minha mãe o chantegeava por causa...bom, eu...
Jonas queria falar sobre a desconfiança do estupro, mas tinha receio por não poder provar.
_ Pode continuar dizendo.
_ Eu não sei o que é. A minha mãe não me disse. Sempre manteve segredo.
_ Você sabe onde eu posso localizar o Gustavo para intimá-lo a depor?
_ Eu não sei o endereço da casa dele, mas posso pesquisar o do colégio que ele é diretor e proprietário.
Jonas procurou no Google e repassou o endereço para a detetive.
_ Obrigada pela colaboração, Jonas.
_ De nada, detetive. Se precisar de qualquer coisa é só me chamar. Eu faço o que for para ajudar. Eu mais do que ninguém quero saber o que realmente aconteceu.
_ Eu desejo que a sua mãe se recupere. E assim que isso acontecer você nos avisa para podermos conversar com ela?
_ Com toda certeza. E o celular e o carro ?
_ O celular ainda vai permanecer aqui para perícia e o carro você pode retirá -lo no Detran. Eu lhe entregar o documento.
Jonas ficou intrigado pensando na possibilidade de o que aconteceu com a mãe não foi um acidente e sim uma tentativa de assassinato.
Triste Matheus, não se conformava em ter perdido Patrick devido a um mal entendido.
O que mais o doía era o fato de ser ignorado pelo amado, pois Patrick o bloqueou no Whatsapp e nas redes sociais. Além disso, recusava todas as chamadas telefônicas de Matheus.
Na faculdade, o evitava o máximo que podia. Com isso, Matheus vivia tristonho, deixando a mãe preocupada.
No final das aulas, Matheus foi até a sala de Patrick. Ao vê-lo, Patrick se desviou para sair, mas Matheus se pôs em sua frente, bloqueando o caminho.
_ Eu preciso falar com você.
_ Saia da minha frente, pirralho! Já não basta a gracinha que você fez no bar?
_ Patrick, eu não sabia que o Jonas estaria lá. Eu juro que não armei nada! Eu não me importo mais com o Jonas. É a ti que eu amo.
Patrick sentiu raiva de Matheus por acreditar que ele estava mentindo. Empurrou-o, saindo da sala e Matheus foi atrás.
_ Você tem que acreditar em mim! Eu juro pra você que eu estou falando a verdade. O que eu posso fazer para te provar?
Patrick sentiu-se envergonhado pelo fato das pessoas em volta estarem olhando para eles. Virou para Matheus, apontando o dedo indicador.
_ Se você continuar me perseguindo, eu vou até a delegacia e faço uma queixa contra você.
_ Você está sendo radical. Não há necessidade nenhuma disso. Eu só quero conversar contigo.
_ Deixe-me em paz, caralho!
Desesperado, Matheus foi até a casa de Cinthia pedir ajuda.
_ Nossa, amigo! Que azar você deu. E eu convidei o Jonas para ir no Queens of Brazil sem fazer ideia de que vocês estariam lá.
_ Eu também não, amiga. Eu não tinha a intenção de provocar ciúmes no Jonas. O que tinha com ele acabou. Eu quero mesmo é ficar de boa com o Patrick.
_ Você gosta mesmo dele?
Matheus balançou a cabeça confirmando.
_ Eu vou vê o que posso fazer. Mas eu sei da onde vem essa cisma toda do Patrick. A Olívia me disse que o Betinho encheu a cabeça do Patrick com essa história de que você estava o usando para chamar a atenção do Jonas.
_ Que bicha desgraçada! Esse infeliz vive fazendo intrigas entre eu e o Patrick! Desde o dia em que nos conhecemos lá na praia. O que ele ganha com isso?
Cinthia mexeu os ombros, dizendo "não sei."
_ Eu já estou de saco cheio desse viado. A minha paciência com aquela bicha fofoqueira já foi pro brejo. Ele não perde por esperar.
Como a pizzaria estava cheia, a presença de Matheus nem foi notada e o menino foi direto para o banheiro dos funcionários. Lá mandou uma mensagem para Betinho dizendo o esperava no banheiro para dizer algo revelador sobre Jonas e Bruno. Pediu para que o garçom não informasse a ninguém sobre a sua presença e que fosse sozinho.
Betinho ficou empolgado pelo fato de saber uma fofoca em primeira mão.
Quando chegou no banheiro, encontrou Matheus com o celular nas mãos.
_ Você não vai acreditar o que aqueles dois fizeram!
Betinho se aproximou sorridente, estava curioso para saber o que havia no celular. Ao se aproximar de Matheus, foi surpreendido com um soco no queixo. Em seguida, Matheus o jogou na pia e acertou o saco de Betinho com o joelho, puxou os cabelos do garçom, jogando-o no chão.
Matheus subiu em cima de Betinho e iniciou uma sessão de socos no seu rosto.
_ Isso é pra você deixar de ser cretino e nunca mais fazer fofoquinhas sobre mim.
_ Socorro...soco..._ As palavras de Betinho foi interrompida com um soco na boca.
_ Você é um desgraçado por por o Patrick contra mim! Eu vou acabar contigo, fofoqueiro dos infernos!
Matheus bateu até se sentir cansado. Com a respiração ofegante, parou para descansar, subindo, observando Betinho caído no chão com o rosto cheio de hematomas.
_ Você é louca! Bicha desiquilibrada! Eu vou chamar a polícia! Socorro! Socorro! Tem um psicopata me agredindo!
_ Faz tempo que eu não vou com a sua cara. E vou logo avisando, se continuar fazendo fofocas com o meu nome, eu volto aqui e arranco com as mãos essas porcarias que você chama de dentes e também arranco a sua língua fora e dou para os ratos comerem e morrerem envenenados.
Matheus saiu sorrindo, com a alma lavada.
Betinho se levantou com dificuldades. Sentia muita dor e não conseguia abrir os olhos direito. Ao vê o seu rosto cheio de hematomas roxos e seus olhos inchados no espelho, deu um grito fino de raiva.
_ Malditaaaaa! Aí, que dor!