Borboletas sempre voltam capítulo 36

Um conto erótico de Mistério
Categoria: Gay
Contém 2500 palavras
Data: 17/01/2021 11:21:07
Assuntos: Amor, Gay, Mistério, Sexo, Tesão

Capítulo 36

A sua visão era o azul do teto. Dentro de si batalhavam sentimentos diversos como raiva, tristeza e medo.

Seu corpo estava deitado na cama confortável e coberto por lençóis limpos cheirando a amaciante de primeira qualidade. Era o que Renata poderia oferecê-lo na tentativa de proporcioná-lo uma boa noite de sono naquele dia caótico. Contudo, Bruno estava ansioso e triste demais para dormir.

Matheus olhava-o com piedade. Por um momento, não sentia mais raiva do primo pela traição, a qual foi vítima. Ver Bruno mergulhado na tristeza o comovia. Por isso, cedeu a sua cama, sem reclamar, para o primo naquela noite e dormiu num colchão inflável no chão.

_ Você quer que apague a luz ou deixe acesa?

_ Tanto faz._ Bruno respondeu virando para o lado o oposto de Matheus.

Rose estava dormindo no quarto que Bruno ficara hospedado há alguns meses.

Assim que recebeu a ligação de Bruno informando a tragédia, Renata pediu ao patrão, que também era seu amigo, para poder ir à delegacia.

Ela conhecia o desvio de caráter do irmão, mas não imaginava que Gustavo fosse capaz de ir tão além nas suas maldades. Ela sabia que ele era homofóbico, machista e mesquinho, mas não imaginava que era um estuprador e assassino.

Preocupada com a cunhada e o sobrinho, levou-os para a sua casa.

_ Lá na comunidade ele não vai subir. Tenho muitos amigos policiais, que moram por perto. Na minha casa vocês estarão mais seguros.

Contudo, antes de ir para casa, Renata atendeu a um pedido de Rose e a levou à delegacia da mulher para que ela pudesse registrar uma ocorrência contra o ex marido por violência doméstica.

Ao vê o filho chorando desesperado, Rose sentiu um ódio tão forte por Gustavo, que não mais temia pela sua vida. Para ela a única coisa que importava era a segurança e a felicidade de Bruno.

Decidiu denunciar Gustavo para acrescentar as acusações e assim ele fosse preso por todos crimes que cometeu.

Na delegacia, Rose foi informada que deveria ir ao Instituto médico legal para fazer uma perícia e depois teria que procurar um fórum para dar entrada num pedido de proteção preventiva. Vestida de coragem, Rose estava disposta a se submeter a tudo o que fosse necessário para libertar a si e a Bruno do perigo chamado Gustavo.

Ainda em choque, Bruno não esboçava nenhuma reação que não choro e silêncio.

Para ajudar, Renata ligou para a redação onde trabalha informando o ocorrido.

Solidário com o acontecido, o editor chefe informou que tinha um amigo que trabalha como editor numa emissora de TV.

_ Diga para o Bruno que vou falar com o meu amigo, com o caso sendo exibido no telejornal e a foto do pai dele sendo exibida na TV, será mais fácil para a polícia localizá-lo.

Mas eles vão querer que o Bruno, a mãe dele e a moça que estava com eles dêem entrevistas. Isso vai ajudar a comover a população.

_ Muito obrigada. O meu sobrinho não está em condições de falar agora e eu e a minha cunhada estamos desde cedo na rua. Fomos ao hospital, depois para a delegacia comum prestar depoimento, em seguida à delegacia da mulher. Estamos indo para a minha casa agora. Estamos todos exaustos. Essa entrevista ficará para outro dia.

_ Sem problemas, dona. A senhora manda uma força aí para Bruno?

_ Mando sim. Muito obrigada mesmo.

Bruno não conseguiu comer nada naquela noite. Marília caprichou no jantar para tentar oferecer um pouco de conforto, mas o jornalista nem tocou na comida.

_ Obrigado, Marília, mas eu estou sem fome. Vocês se importam se eu for dormir agora?

_ De jeito nenhum, meu bem. Eu já arrumei a cama do Matheus. Você dorme lá e a sua mãe dorme no seu quarto. Qualquer coisa pode nos chamar._ disse Renata num tom amoroso.

Bruno deitou na cama chorando. As palavras acusadoras de Olívia fervilhavam na sua cabeça.

_ Você é o responsável por toda essa tragédia! Você sabia que o seu pai é um bandido e mesmo assim arrastou o Jonas para isso! O meu irmão poderia ter morrido por culpa sua!

_ Olívia, eu sei que você está nervosa e tem todos os motivos do mundo para está, mas você está sendo injusta com o Bruno._ disse Cinthia.

_ Injusta é o caralho! Você também é culpada! Eu te conheço. Garanto que você quis pagar de heroína e incentivou o Jonas a participar disso. Agora ele está lá dentro passando por uma cirurgia para retirar a bala. Se alguma coisa acontecer com o meu irmão eu nunca mais vou perdoar vocês.

Rafael tentava acalmar Olívia, mas a jovem estava muito agitada.

_ Eu não mereço nada disso que está acontecendo com a minha família. É só tragédia, atrás de tragédia! Tudo culpa sua, Bruno! Desde que você se aproximou da minha família levou os meus irmãos para a desgraça. Primeiro a Gabriela e agora o Jonas!

Bruno retirou-se da presença de Olívia. Correu para o lado externo do hospital com dores no peito, chorando trêmulo. Sentia o peso da culpa esmagar a sua alma.

_ Olívia, nem eu e nem o Bruno tivemos culpa de nada. Você está sofrendo. Isso é inegável, mas você não tem noção do que o Bruno e a mãe dele passaram e estão passando. Você precisa se acalmar e raciocinar.

_ Cale a boca, Cinthia! Some da minha vista, antes que eu ponha a mão na sua cara.

Cinthia se retirou não por medo de Olívia, mas por respeito a ela. Foi até onde estava Bruno, que estava sentado num banco de baixo de uma árvore, com a cabeça apoiada no ombro da mãe.

A jovem acendeu um cigarro e ofereceu aos dois, que recusaram.

_ Meu filho, se acalme. Eu vou chamar um médico para te dar um calmante.

_ Não precisa, mãe. Eu não quero ficar calmo. Tenho que ir à delegacia prestar depoimento. Eu não quero fazer isso dopado.

_ E o rapaz? Como está?_ Rose perguntou a Cinthia.

_ Segundo os médicos, ele está fora de perigo. A bala não acertou nenhum órgão vital... acho que atingiu o ombro.

_ Viu, meu filho? O seu namorado vai ficar bem. O pior já passou.

Bruno balançou a cabeça negativamente.

_ Tudo isso é culpa minha. O Jonas poderia está morto agora.

_Ei! Ei!Ei! Não diga isso! A Olívia está nervosa e tá falando besteiras. Você não tem culpa de porra nenhuma. Se tem um culpado nessa merda toda esse culpado é o Gustavo. Foi ele quem estuprou a Gabriela e atirou no Jonas. E sem contar nas monstruosidades que fez com a sua mãe e contigo. Não é justo que depois de tudo que você passou, ainda fique se torturando por uma culpa que é só dele.

_ A moça tem razão, meu amor. Você não tem culpa de nada. Não se torture. Aquele desgraçado vai pagar por tudo que fez. Eu liguei para a sua tia. Nós duas vamos à delegacia de mulheres. A sua amiga me convenceu a denunciar o seu pai.

'Eu te prometo que a partir de agora vai ser diferente. Eu vou fazer de tudo para te manter protegido. Eu vou cuidar de você, meu filho.'

_ Bruno, vai ficar tudo bem. A Olívia é uma boa mulher. Ela só está nervosa, mas quando o Jonas sair daqui e tudo estiver bem, ela vai retirar tudo que disse. Eu a conheço, sei que ela é gente boa pra caralho.

Matheus estava em aula quando recebeu a notícia, por um ligação de Renata sobre o que havia acontecido a Jonas.

A princípio temeu que o ex-namorado pudesse falecer. O fato da mãe não saber direito as informações o deixou ainda mais preocupado.

O loiro queria terminar de assistir as aulas, mas a preocupação o impedia de manter a concentração nas explicações do professor. Percebeu que era inútil mentir para si mesmo que estava tudo bem e decidiu ir para a casa aguardar por mais notícias.

Matheus não foi direto para casa como planejou. Decidiu ir à casa de Marília. Pensou que a avó poderia saber de algo mais. E de alguma forma, que não sabia explicar, se sentia seguro perto dela, mesmo sendo ela uma senhora idosa e ele um homem jovem e fisicamente muito mais forte que ela.

Marília não tinha muitas informações. Ela era a única que não estava surpreendida com a maldade de Gustavo.

Marília trabalhou por anos na casa da família Ferraz. Conheceu Gustavo quando esse era apenas um menino de expressão angelical e olhar demoníaco.

Ela sempre soube de suas maldades e o fato de essas serem ignoradas pelos pais dele só serviam como combustível para que Gustavo se tornasse um homem muito mais cruel.

Depois do almoço, Matheus se deitou no quarto da avó e decidiu ligar para a mãe, que o informou mais detalhes. Em seguida, ligou para Patrick vendo ali uma oportunidade para tentar uma reaproximação. Com medo de ter a ligação rejeitada, Matheus usou o telefone fixo de Marília para fazer a ligação.

_ Vê se não demora muito, senão a conta vai vir muito cara. E além do mais, a linha tem que ficar disponível para a sua mãe ligar._ Advertiu Marília.

Ouvir a voz de Patrick do outro lado da linha o proporcionou uma leve alegria, que logo em seguida sentiu-se culpado por tê-la sentido, já que as circunstâncias não eram nada agradáveis.

Patrick o atendeu com calma, mas estava sério. Ouviu todo o relato de Matheus em silêncio não esboçando espanto.

_ Eu já sei de tudo isso. A Olívia me ligou e pediu para que eu viesse até aqui na casa da dona Chiquinha para cuidar dela. Ela está chocada e muito preocupada com o Jonas. Até passou mal.

Patrick não parecia está mais revoltado com Matheus e a solidariedade que ambos sentiam por Jonas e sua família, fez com que a conversa fluisse sem nenhum ressentimento.

Gustavo assistia a entrevista de Rose com o ódio fervendo no seu coração. Com os olhos dilatados e as narinas abertas, Gustavo fechava os punhos cada vez que a mulher revelava todas as violências praticadas por ele.

Contudo, o que mais alimentou a sua raiva, foi o fato de Rose ler publicamente trechos das cartas de Gabriela revelando para o Brasil o pervertido que o dito defensor da moral dos bons costumes era.

A emissora de TV além de noticiar nos telejornais da programação, também exibiu uma reportagem especial sobre o caso, em que trazia uma entrevista exclusiva com Rose.

Bruno quis participar, mas Rose não permitiu, alegando que zelava para a segurança do filho. E que se tivesse alguém que deveria dar a cara a tapas esse que alguém fosse ela.

Ao terminar a entrevista, mesmo chorando e amedrontada, Rose sentia-se aliviada e vingada. O que mais queria era vê a ruína do homem que tanto a fez sofrer.

Uma das consequências disso, foi a repercussão que esse caso ganhou nas redes sociais. Cinthia levantou uma hashtag "#nãovoumaismecalar, onde incentivava outras vítimas de estupro a se manifestassem , tanto as vítimas de Gustavo, quanto de outros estupradores. O que deu mais visibilidade ao caso e consequentemente a escola dele teve uma queda brutal no número de alunos.

Gustavo foi abrigado no sítio de um amigo como ele. O homem o apoiava por ser afim nos tratamentos que davam as mulheres.

O seu amigo o recomendou que fugisse do país e só retornasse quando a poeira abaixasse. Não era o que Gustavo desejava, pois pensava em tentar salavar os seus negócios falidos, mas ao mesmo tempo temia ir para a prisão, por isso aceitou a proposta do amigo.

Um grupo de mulheres feministas organizaram uma manifestação enfrente ao colégio em favor de Gabriela, Rose e outras vítimas de Gustavo, o que Lúcia viu como uma boa oportunidade para tentar se redimir com Jonas e voltar a ter suas regalias.

Em seu Twitter, Lúcia fez um post lamentando a morte da filha e fingindo revolta pelo caso. O post foi compartilhado por milhares de pessoas. Porém o comentário de Olívia revelando a verdade sobre o caráter causou o efeito contrário que Lúcia desejara.

Além disso, Olívia publicou em seu Facebook, uma carta aberta relatando todas as maldades da mãe e com isso Lúcia passou a ser vítima de haters, chegando a desativar as suas redes sociais naquele momento.

Gustavo foi orientado pelo amigo a tingir os cabelos grisalhos todos de branco, deixar a barba e o bigode crescerem e usar boné e óculos escuros para pegar um avião destinado à Argentina.

Esse mesmo amigo sacou o dinheiro da sua conta, que a polícia não havia bloqueado, para que Gustavo pudesse viajar com tranquilidade.

Gustavo portava um passaporte e RG falsos com o nome de Carlos Alberto Reis de Paula, quando chegou ao aeroporto Internacional.

Externamente demonstrava tranquilidade, mas por dentro temia de medo e estava ansioso para deixar o país.

Surpreendentemente, foi reconhecido pela recepicionista do aeroporto.

_ Senhor, aguarde um minuto que o nosso sistema está fora do ar. _ foi o que ela disse antes de sair do local e avisar ao seu superior, que imediatamente acionou a polícia.

O funcionário foi orientado pela detetive Alice a agir da maneira mais calma possível para não levantar suspeitas, e também a mentir que o voou se atrasaria alguns minutos e requisitar os passageiros para aguardarem numa sala reservada, onde seria servido café.

A ansiedade de Gustavo aumentou ainda mais. Contudo, pensou que estaria mais seguro na sala reservada, estando assim menos exposto e livre de ser reconhecido por alguém.

Alice sorria entrando no aeroporto acompanhada da sua equipe. Para ela era satisfatório prender bandidos como Gustavo, que espancavam e estupravam mulheres.

A cada passo que dava em direção a Gustavo a sua alegria aumentava.

Todos estranharam a chegada da polícia na sala. Mas era inegável que o mais temeroso era Gustavo. Nunca sentira tanto medo diante de uma mulher. Ele sempre as julgou como seres frágeis, inferiores e objetos sexuais. Mas temer uma mulher como Alice, bela e jovem, para ele era a pior das humilhações.

Com o nariz erguido, olhar desafiador e expressando seriedade, Alice apontou a arma para Gustavo e disse com o peito transbordando orgulho:

_ Oh, vagabundo! A casa caiu.

Gustavo ergueu as mãos para o alto pousando na nuca.

Com rapidez, Alice o girou algemando as suas mãos.

_ Gustavo Almeida Ferraz você está preso por tentativa de homicídio contra Jonas Castilho López e Maria Lúcia Castilho Souza. E também por acusações de lesão corporal grave a Rose Souza Ferraz e suspeita de estupro de vulnerável a Luiza Teixeira, Suelen Martins e Maria Albuquerque.

Gustavo caminhou de cabeça baixa até a viatura. Sobre si pesava os olhares curiosos das pessoas em volta e as lentes das câmeras da imprensa.

Orgulhosa, Alice ajustava os óculos escuros, deixando transparecer um leve sorrisinho no canto da boca.

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Comentários

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Capítulo digno. Tudo se afunila para a resolução de todos os problemas da trama. Avante, Mistério...

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@Mistério eu tava tão emoniconado e agitado por ler esse episódio que deu a louco em mim kkkkkkkk desculpa kkkkkkk

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no lugar do " isso é melhor que que

série e não duvido ( mulher ) que vire uma web

série ou livro "

quis dizer - isso é melhor que que

série e não duvido muito que vire uma web

série ou livro

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Entendo e compreendo o que a Olivia palito ops não tão palito assim, esta passando. Mas ter um ataque de chilique e acusar os outros pelas tragédias que a família estava passando, ah me poupe, mds se eu tivesse no lugar da Chintia eu já tinha dado uns Boas tabefes pra ela acordar pra vida. Os únicos culpados são a Lúcia nojenta e o demônio do Gustavo e achei pouco ele ter sido preso, merecia ter sido linchado e melhor ainda todos os dias e espero que na cadeia ele sirva de mulherzinha para os Presos.

Logo no inicio do conto, eu fiquei bege achando que o Jonas morreu, que pegadinha mano kkkkkkkkkkk susto da gota kkkkkkkkkkk

tô amando seu conto, isso é melhor que que série e não duvido mulher que vire uma web série ou livro.

Já tô ansioso para o próximo capítulo é que seja daqueles bem bombásticos e com o Gustavo pagando muito caro pelo mal que fez. E BEM FEITO PRA VACA DA LÚCIA, Quiz se passar por arrependida e se ferrou, amei.

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