Capítulo 57 – Vida louca
-Será que atrapalho?
Ouvimos essa voz, que eu já conhecia e agora estava num tom ameaçador. Com urgência nos separamos e eu encarei com dificuldades quem nos proferia o questionamento.
Era Rodrigo, e ele nos olhava com cara de poucos amigos.
-É claro que atrapalha! Quem você pensa que é?
Foi a vez de Rafaela falar, indignada.
-Sou da polícia! -Rodrigo disse, mostrando seu distintivo para nós. Eu me mantinha calada. Rafaela arregalou os olhos. -Sou policial e digo que você deve se afastar agora mesmo.
-Rodrigo, você não tem o direito...
Falei completamente bêbada, estava irritada.
-Bem, se ela não quiser ir, receio que teremos problemas. -Falou olhando de mim para Rafaela.
Eu bufei.
-Acho melhor você ir para outra parte da boate. -Falei encarando Rafaela. -Parece que as pessoas aqui, estão empenhadas em acabar com minha noite. -Olhei de Rodrigo em direção a onde estava Cássia. Percebi, ainda que com a visão turva, que ela me olhava e que Bruna não estava mais a seu lado e desviei o olhar.
-Você vai ficar bem? -Rafaela perguntou.
-Sim, não se preocupe.
- Eu vou pra casa. A noite acabou pra mim. -Rafaela queixou-se, me dando um último selinho e sumindo.
Assim que ela saiu, enfureci.
-Qual é o seu problema em? Por que você está fazendo isso? -Briguei com Rodrigo que me encarava.
-Bella, não me leve a mal, apenas estou cumprido ordens da...
Não o deixei terminar.
-Cumprindo ordens? Por acaso aquela senhora, vulgo Cássia Ferreira, está mandando você servir de babá pra mim, uma mulher adulta!?
Eu falava muito embriaga devido ao álcool e minha pouca experiência com ele.
Rodrigo deu um sorriso sem graça.
-Ela só quer preservar você.
-Me preservar? Essa mulher é uma infeliz, eu odeio ela. Veio aqui com aquela perua só pra me irritar!
-E pelo visto conseguiu. Já que você, mulher adulta e dona de si, bebeu a mais da conta e estava aqui se agarrando com uma estranha.
Ela falou, acabando com a minha paciência.
-Quer saber, danem-se vocês. Eu vou aproveitar meu aniversário.
Dizendo isso, fui até o balcão sendo seguida ainda por Rodrigo.
-Me vê um Wisk em. -Pedi.
-Não dê nada disso a ela. -Rodrigo falou, novamente mostrando seu distintivo pro atendente. -Uma água, por favor.
-Você não tem o direito!
Quase gritei.
-Xiii. – Ele rebateu. -Tome essa água é tente se acalmar. Depois vou levá-la pra casa.
- Eu não vou com você.
-Ahh você vai sim. Vai avisar seus amigos e ir pra casa comigo sim.
-E o que te faz pensar que vou fazer isso?
-Bella entenda, não estou fazendo isso pro seu mal, mas ficando aqui, você corre perigo.
Não queria mais ouvir nada, me levantei dali e saí em direção a pista de dança e dei moral pra primeira que olhou pra mim.
-Uau, você tá com a corda toda em? – Falou a garota com quem eu dançava, enquanto desci rebolando, na frente dela. Olhei para Rodrigo e ele observava abestado, eu dançar com a estranha.
Eu devia estar pagando o maior mico, por que eu não sabia dançar. Mas não estava nem aí, afinal, apesar dos incômodos, era meu aniversário e já que estava ali, iria aproveitar.
Rodrigo voltou a si e o observei ao longe voltando para perto de onde a delegada estava, Bruna também já havia voltado.
-Ei, o que você acha de irmos lá em cima, num lugar mais reservado? -A mulher sussurrou no meu ouvido e apesar não querer nem mesmo ter experimentado seu beijo, balancei a cabeça em positivo.
Já que Rodrigo havia desistido de me amolar, poderia fazer o que quisesse, mas seria melhor se fosse longe de onde Cássia estava, para que eu não vacilasse em aproveitar a noite.
-Bella, onde você vai? Cadê Rafaela? -Léo falou se aproximando de mim, quando passamos próximo a sua mesa, olhando para a garota que me acompanhava.
- Ela foi embora, mais tarde nos falamos. -O despistei e subi as escadas com a estranha.
Continua...