Galera antes de concluir e dar adeus a essa história que amei escrever queria agradecer a todos que acompanharam: vi muita gente torcendo por nossos protagonistas e odiando os vilões. Nessa temporada tentei colocar vilões da vida real, pessoas que infelizmente encontramos por aí como é o caso do Dimas por exemplo, um personagem que não está feliz com a felicidade alheia, e que se preocupa apenas com os seus próprios prazeres. A Beth é uma mãe que infelizmente não está distante de muitas mães ou pais que não aceitam as escolhas de seus filhos e fazem de tudo para impedir tal felicidade.
Agora sobre o nosso próximo conto: com previsão para ter cinco episódios o conto 'o meu nome é RODRIGO' conta a história do Rodrigo quando este ainda morava em uma cidade pequena no interior paulista e se chamava Josival e responderá uma pergunta que muitos de vocês devem se fazer: Porque um jovem do interior cheio de sonhos virou garoto de programa? espero que gostem de mais essa história, e se preparem porque já tenho novas ideias para um futuro conto. FIQUEM AGORA COM A PARTE FINAL DO ÚLTIMO CAPÍTULO DE ENTRE NóS.
- Não quero saber de você dando voltas... - minha mãe com uma expressão séria - Percebo e não é de hoje que a relação de vocês dois não é uma relação comum entre dois irmãos.
Eu estava exausto e toda essa farsa me fazia muito mal, então não conseguia mais mentir e talvez nem quisesse contar novas mentiras.
- Eu não consigo falar pra senhora o que acontece... mais é isso que está pensando - minha mãe levou as mãos a cabeça e ficou assim por alguns segundos que pareciam horas. Agora eu chorava, e quando ela olhou pra mim percebi que também estava abalada.
- Desde quando? - ela perguntou - Um tempo antes dele levar aquele tiro - respondi.
- Só isso? - ela perguntou e fiquei até que confuso - Mathias, um filho não engana sua mãe... nós até fingimos que nos enganamos mais isso não acontece. Desde que vocês eram mais novos que percebo que se tratam diferente...
- Como assim? - a interrompi.
- Lembra quando o Davi trouxe sua primeira namoradinha pra casa? você tinha uns onze anos mais ficou tão bravo que nem disfarçava, tratava a menina mal, coitada... seu pai e eu não sabíamos porque você teve essa reação, achávamos que fosse algum tipo de ciúmes de irmão...Teve também aquela vez que você se aproximou daquele menino da sua escola... acho que o nome dele á Iago. Um dia ele foi dormir em casa, vocês tinham treze anos, Davi espumou de raiva e falava que aquele menino ia te desviar - minha mãe sorriu pensativa e também fiz o mesmo. Naquele dia Iago e eu ficamos jogando videogame e o Davi também ficou na sala observando atentamente cada passo nosso.
- Os pequenos gestos estavam lá, só não via quem não quisesse ver... no fundo vocês dois sempre tiveram uma ligação que ia muito além do sangue. Seu pai claro... só percebeu quando vocês resolveram morar juntos, mais eu sempre soube. Quando vocês avisaram que iriam morar juntos, pra mim era só uma constatação - ela pegou com firmeza nas minhas mãos - Mais percebi que isso não estava te fazendo bem... a ansiedade, a depressão... tudo foi por causa disso.
- Eu não queria mais mentir pra senhora - falei e ela me abraçou - Meu filho... meu amor... eu te amo independente de quem você seja, amo você e o seu irmão e não vou amar menos só porque o amor de vocês vai além do fraternal. Quero muito que vocês dois sejam felizes e não vou me opor a isso mesmo sabendo que a sociedade nunca vai enxergar o que eu enxergo.
- Te amo - falei e comecei a chorar, ela me abraçou com força - Também te amo. Agora seca essas lágrimas porque os meninos estão chegando.
Sorri pra minha mãe e ela sorriu de volta. Nossos pais foram embora um pouco depois e quando Davi perguntou sobre a conversa não houve motivos pra mentir. Pude senti-lo tão aliviado quanto eu. Nos abraçamos e nos beijamos.
Amanda ligou um tempo depois pedindo para que nós dois a encontrássemos no parque de um shopping onde ela estaria com Bernardo.
Assim que chegamos ao seu encontro ela abriu um sorriso e estava sozinha sentada num banco.
- Que bom que vocês dois vieram - ela nos abraçou e nos beijou, deixando em nossas bochechas a marca de seu batom roxo.
- Onde ele está? - perguntou Davi e percebi que estava ansioso e me peguei com a mesma ansiedade.
Amanda olhou em direção as crianças que brincavam e acenou chamando uma delas e foi ali que tive o primeiro vislumbre do Bernardo: ele sorria e brincava com as demais crianças, tinha os olhos cor de mel do Davi e meu também, era branco e magro assim como nós dois; da Amanda ele havia puxado o sorriso encantador que só agora reparava nela.
Com as mãozinhas ele fez um delicado sinal de calma. Reparei que Davi estava emocionado o vendo brincar e eu também estava na mesma emoção.
- Vai lá - falei pro Davi e ele me fitou. Os olhos cheios de lágrimas - Vocês precisam se conhecer... vai lá - falei e vi que Amanda também concordava com a ideia.
Davi se levantou e me encarou - Vem comigo - ele pediu delicadamente pra mim, me levantei ficando de frente pra ele - Acho que isso você precisa fazer sozinho... é o seu momento - ele me abraçou e sussurrou - Obrigado por estar comigo.
- Te amo - falei baixinho de forma que apenas ele e talvez Amanda ouvissem.
Davi se soltou e foi em direção ao Bernardo que agora olhava em direção aquele homem até então estranho que se aproximava emocionado.
Davi se ajoelhou e conversou com o Bernardo, uma conversa só dos dois, um segredo que nunca ninguém saberia; ele começou a brincar com o menino que sorria e corria atrás do Davi que afora fugia de forma cômica do menino lhe arrancando deliciosas gargalhadas.
- Obrigada - agradeceu Amanda - Obrigada por me proporcionar isso.
Davi pegou Bernardo no colo e fazendo um gesto engraçado correu na nossa direção, o colocando no chão de frente pra mim - Bernardo esse é o Mathias, ele é pirralho - falou de forma infantil.
- Mathias... vamos brincar de pega-pega? - Bernardo sorriu pra mim como se já me conhecesse, não tinha como ignora-lo.
Sorri pra ele que entendeu como um sim e me puxou pra brincadeira. Davi e eu voltamos a ser crianças correndo pelo parque com uma criança amável e que sorria de forma deliciosa.
Após conhecer Bernardo Davi não quis mais fazer o DNA, era inegável a semelhança mais Amanda quis agir de forma correta e o exame foi feito dando o resultado que já esperávamos: Bernardo é filho do Davi. Chamamos Bernardo pra tomar sorvete e contamos sobre Davi ser o seu pai e se ele estava de acordo em ter dois pais. Bernardo sorriu de forma maravilhosa abraçando nós dois.
Na faculdade, no começo todos olhavam de forma estranha mais com o tempo as pessoas começavam a voltar ao tratamento normal, algumas ainda me tratavam de forma diferente mais pra ser sincero eu nunca liguei. Eu tinha a aprovação da minha mãe e essa era a única que me importava.
A ultima vez que vi Dimas estava indo na secretaria resolver uns problemas de documentação e lá estava ele, sentado e esperando pra ser atendido.
- Vou embora, pedi a transferência pra outro campus - ele falou e apenas acenei com a cabeça - Não vai ao menos perguntar porque vou embora?
- A sua vida não me interessa... por mim pode ir pra onde se sentir melhor.
- Você foi o único cara que eu realmente quis que me evitou.
Olhei pra ele pela primeira vez desde que a nossa conversa começou.
- Isso te deu o direito de entrar na minha intimidade e expor algo que não te diz respeito? - Dimas me encarou sem argumentos, quando foi chamado pra ser atendido. Fiquei esperando a minha vez e quando Dimas saiu do atendimento apenas me fitou e disse: - Adeus Mathias - ele se foi e nunca mais voltaria a vê-lo.
Algum tempo depois Amanda contou sobre o seu problema para Davi que tentou convencê-la de procurar uma segunda opinião, claro, sem sucesso. Ela não queria se frustrar ainda mais e disso eu não tirei a sua razão.
Os meses foram passando e Amanda foi sendo devorada pela doença. A mulher cheia de vida que certo dia veio no meu apartamento com uma bomba já não existia; ela não tinha mais cor, estava magra demais suas curvas de dar inveja a qualquer mulher haviam desaparecido, o cabelo estava ralo e ela pouco ficava em pé. Assim que o seu estado foi piorando, Davi e eu achamos melhor que ela e Bernardo viessem morar conosco para que dessa forma pudéssemos dar assistência.
Chegou uma hora que a doença dela estava tão agressiva que ela simplesmente não levantava mais da cama, tinha momentos que não se lembrava mais das pessoas e nem do próprio filho.
Amanda teve uma grave piora e precisou ser internada; o médico disse que dificilmente ela deixaria o hospital, me lembro que a ultima vez que vi Amanda com vida foi numa tarde de quarta-feira; entrei no hospital e pra minha surpresa ela lembrava de mim. Sorriu com dificuldade e tentou estender a mão para pegar na minha... fui até sua direção e peguei com firmeza na sua mão.
- Tem como sair logo desse hospital - falei e ela sorriu - Sabemos muito bem como vai ser o fim disso aqui - ela falou de forma franca.
- Não tenho medo da morte... na real nunca tive... meu medo era deixar meu filho sozinho mais nem esse medo eu tenho mais. Promete cuidar do Bernardo... - eu a interrompi - Como o meu filho... afinal é assim que eu me sinto - ela sorriu e retribuí - Como Deus é generoso. Deu dois pais pro meu Bernardo.
- Nosso Bernardo - ela sorriu - Agora sim posso descansar em paz.
Parece que Amanda só estava esperando essa conversa, apenas duas horas após eu deixar o quarto chega a notícia do seu falecimento. Mesmo isso sendo óbvio me peguei chorando de tristeza e mais uma vez reforcei a promessa onde ela estivesse, cuidaríamos do Bernardo.
Davi e eu contamos pro Bernardo de um jeito simples; falamos que Deus precisava de ajuda no céu e por isso resolveu levá-la, claro que ele chorou e nessa mesma noite dormiu entre Davi e eu, quando acordou ainda entristecido no dia seguinte disse algo que me marcaria pra sempre: - Pelo menos Deus me deu dois pais.
Abracei Bernardo com toda a minha força e todo o meu amor. Vendo a cena Davi também nos abraçou.
ALGUNS MESES DEPOIS
O convite pro casamento do Rodrigo... quer dizer... Jô! chegou pelos correios numa manhã de sexta-feira. Seria realizado numa pequena ilha localizada no litoral de São Paulo, uma propriedade particular de seu noivo Luiz Augusto.
No Guarujá pegamos o barco que deixaria os convidados no local e embora o casamento fosse bastante sofisticado não haviam muitos convidados, apenas aqueles que segundo o Jô ele sentiu que estavam verdadeiramente felizes pela união do casal.
A cerimônia foi simples porém linda e com direito a um beijo incrível entre o casal. Jô estava radiante e a felicidade do meu amigo me deixou transbordando de alegria.
- Tô tão feliz por vocês - falei e Jô pegou ainda sorrindo na minha mão - E quando vai ser vocês? - ele perguntou.
- Você tá louco? nenhum juiz do mundo vai casar dois irmãos.
- Nada é impossivel pra Jô Pimentel... socorro ainda não me acostumei com esse nome - Nós rimos e ai surgiu o convite - Vocês vão passar a noite aqui né? - primeiro falei com o Davi que estava super se intendendo com o Luiz Augusto e adorou a ideia.
Naquela noite fomos pra um dos quartos da mansão que havia na ilha, Bernardo preferiu dormir com as demais crianças e pela primeira vez depois de um turbilhão de acontecimento tínhamos um tempo só nosso.
Davi apenas de cueca me abraçou por trás - Oi... você vem sempre por aqui - ele brincou, me virei - Não mais com uma visão dessas acho que vou vim aqui mais vezes - ele sorriu de forma travessa e nos beijamos.
Empurrei ele na cama e comecei a praticar uma dança sensual o deixando louco. Davi já estava sem a cueca e se masturbava quando me ajoelhei diante dele e comecei a chupá-lo, estava tão alucinado quanto ele, era incrível ter aquele pau por inteiro na minha boca. Engasguei e ele urrou de prazer. Fui por cima dele, sentei e aconteceu o encaixe perfeito. Rebolei, subi, desci de forma incrível. Ele deu um tapa na minha bunda forte o suficiente pra deixar uma marca no dia seguinte e eu sorri de satisfação - Seu safado - ele falou - Só agora percebeu... come vai - falei e ele me jogou de bruços na cama e agora me fodia de forma frenética. Me levou até o banheiro onde encostado no box me fodeu com uma vontade animal quanto eu me masturbava, gozando de forma alucinante e sujando o vidro do boxe; Davi avisou que gozaria e comecei a chupá-lo enquanto também o masturbava e ele gozou na minha boca me beijando em seguida e engolimos juntos todo o seu sêmen. Fiquei de joelhos e ele começou a mijar por cima. Era impressionante como tudo com ele era prazeroso e inesquecível. Nossos corpos se aproximaram e ele me beijou mesmo com o seu mijo sobre mim. Tomamos um delicioso banho e fomos pra cama onde adormecemos.
Acordei com o Jô que falou que tinha uma surpresa. Ele estava radiante e me puxou, me tirando da cama e arrastando pro chuveiro. Quase que ele me deu um banho mais avisei que podia fazer isso. Havia uma muda de roupas na cama, um tecido leve e de algodão que remetia ao Caribe, um par de chinelos floridos - Faz parte da sua comemoração? - perguntei - Quaaase - ele respondeu.
- Cadê o Davi?
- Tá com o Luiz... podemos nos concentrar em você?
Vesti a roupa e desci com o Jô... fomos até a praia onde haviam alguns bancos, tudo estava muito bem enfeitado e assim que cheguei vi o Davi que vestia a mesma roupa, ele parecia tão surpreso quanto eu.
- Quem é juiz perto de mim? a questão é... que eu mesmo vou casar vocês - Jô estava tão animado que até parecia que ele casaria de novo, nós dois estávamos sem reação.
Davi sorriu pra mim e sorri e volta - Espera... começou Luiz Augusto - Faltou isso - ele pegou duas coroas de flores e levou uma até a minha cabeça e outra até a de Davi - Pronto - falou satisfeito.
Jô foi até a bancada e Davi e eu de mãos dadas começamos a andar pela trilha de flores, de encontro a Jô que todo sério começou a cerimonia; na hora das alianças Bernardo veio vestindo o mesmo tipo de roupa que nós dois e as trazendo numa delicada caixinha, me ajoelhei e dei uma beijo bem demorado na bochecha do Bernardo. Peguei a caixinha e a abri, levei uma aliança até o dedo de Davi e ele fez o mesmo. Nos beijamos antes de Jô ter que pedir e assim nos sentimos enfim casados.
As pessoas em sua maioria gostam de cuidar da vida alheia... não é atoa que programas como o Big Brother Brasil faz tanto sucesso, as pessoas ficam confinadas na frente da tevê durante três meses observando vidas de pessoas que até pouco tempo atrás não conheciam, julgam seu caráter, e suas escolhas. Assim é na vida das pessoas. Davi e eu sempre seriamos julgados como os dois irmãos sem pudor que assumiram um relacionamento incestuoso e ainda cuidam de uma criança. Jô e Luiz Augusto seriam julgados como o casal que se conheceu depois de um programa que um deles quando ainda se chamava Rodrigo fez e tiveram a cara de pau de assumir um relacionamento. Julgar atitudes e caráter é uma escolha das pessoas e a nossa é se vamos viver pelo o que vão dizer ou se vamos apertar o delicado mais necessário botão do foda-se e viver pra nós mesmos. A Escolha é toda sua, e essa foi a nossa história.
FIM