Assim que deixei de vez Vila Nova com a sensação de que nunca mais voltaria (e estava certo) me peguei pensando em tudo o que aconteceu; muito maior que a dor física era a dor da alma e essa demoraria a cicatrizar, se é que um dia iria cicatrizar. Minha visão foi ficando embaçada e tentei dispensar as lágrimas só que em vão. Comecei a chorar tanto que precisei me sentar em um banco que dava de frente pra uma loja onde havia algum tipo de comemoração: crianças faziam filas para pegarem algodão doce, enquanto outras preferiam a pipoca. Abaixei a cabeça entre os joelhos e tentei chorar o mais baixo possível, não queria que ninguém me visse naquela situação.
Assim que me recompus o máximo que deu reparei em um homem que olhava os produtos da loja, percebi que ele desviava o olhar na minha direção; assim que percebeu que eu também o olhava intrigado, começou a vir diretamente até mim, seu destino era certeiro e o assunto que trataria também.
Aquela foi a primeira vez que vi o Laerte e acredite, não seria a última.
DUAS SEMANAS ANTES
Há duas semanas de distância da merda que se transformaria a minha vida tentei seguir em frente, mesmo sentindo falta do Gabriel. Ele não me procurava mais e aquilo estava me fazendo mal.
Se eu previsse o futuro iria concordar com o afastamento, aliás agradeceria muito por isso. Porém eu não tinha esse dom então a desgraça já estava se organizando no fio da minha vida.
Vi o Gabriel numa tarde de Quinta-Feira, ele estava lindo em uma pista de skate na qual conversava com um dos seus amigos; ele estava sem camisa e o corpo suado por causa do sol escaldante. Tentei não olha muito até pra não chamar atenção do outro rapaz. Assim que me aproximei Gabriel também olhou na minha direção mais não consegui decifrar suas emoções.
-- Oi Josival... como vai? -- Gabriel olhou em direção ao amigo.
-- Rodney esse é o Josival... Josival, este é o Rodney -- Rodney me estendeu a mão e fiz o mesmo num comprimento que tive a impressão que Rodney deu por falta de opção.
Já o vi por aí mais nunca estive num mesmo assunto com Rodney: ele era muito alto, magro e usava óculos redondos.
-- Gabriel podemos conversar em particular? -- perguntei e antes mesmo que o Gabriel pudesse responder Rodney se despediu e foi embora.
-- Agora estamos a sós -- Gabriel abriu os braços para mostrar que a pista estava quase vazia , exceto por dois meninos que estavam distantes o suficiente para não ouvir nossa conversa.
-- É sobre o que aconteceu entre a gente... achei que tinha gostado, não me procurou mais... -- ele me interrompeu -- Quem disse que não gostei? foi bom.
-- Então porque não me procurou mais?
-- Josival o que a gente fez não foi certo... já pensou de alguém descobre? tô tentando preservar você -- ele pegou discretamente na minha mão.
-- Queria te beijar de novo -- admiti e ele sorriu me quebrando todo.
-- Que tal a gente fazer um piquenique? naquela reserva lá... podemos tomar um banho de cachoeira... quase ninguém vai lá mesmo.
-- Sério? é tudo o que eu mais quero -- me animei e ele sorriu.
-- Amanhã então? -- balancei a cabeça em concordância, estava animado e não disfarçava.
-- Agora eu vou pra não levantar suspeitas. Amanhã ás 08 da manhã na cerca -- ele se foi me deixando lá rindo que nem bobo, e realmente eu era muito idiota.
Acordei extremamente cedo; estava animado para ver o Gabriel e poder beijá-lo e abraçá-lo a manhã toda. Preparei com todo o meu amor alguns lanches, coloquei numa sexta e saí de casa. No caminho colhi algumas flores, queria que tudo saísse perfeito.
O encontrei na cerca e a atravessamos; seguimos por uma trilha durante vinte minutos até chegar a cacheira. Colocamos um pano e nos sentamos. Ele sorria pra mim e eu sorria de volta até que ele pediu para que eu sentasse do seu lado, assim eu fiz e ele me beijou. Meu coração acelerou e minhas pernas perderam toda a força.
-- O que você acha da gente tomar um banho? -- ele perguntou sorridente.
Vi a queda d'água e ele percebeu o meio receio -- Eu tô com você... confia em mim?
-- De olhos fechado -- admiti o fazendo sorrir.
Ele se levantou e começou a tirar a roupa me deixando fascinado e admirado pelo seu corpo. Após ficar totalmente nu ele estendeu a mão pra mim, segurei com firmeza e ele me puxou, levantei ele me agarrou, mais um delicioso beijo rolou entre a gente.
Tirei toda a minha roupa e entramos na água; de início a água estava gelada mais logo o calor dos nossos corpos cuidou de aquece-la. Ficamos próximos e sentir o corpo dele molhado no meu era incrível, umas das melhores sensações. Senti rapidamente sua rigidez bater na minha barriga e peguei com firmeza o fazendo sorrir. Fiz um delicado movimento o deixando ainda mais duro.
Ele começou a tentar forçar a minha cabeça em direção ao seu mastro só que não precisou: mergulhei nas águas e abocanhei seu membro. Embora não ouvisse nada pude senti-lo ficar satisfeito e assim que voltei a superfície para respirar ele me agarrou e me beijou, logo em seguida fez um pedido: -- Deixa colocar em você? -- aquilo me deixou repreensivo.
-- Eu nunc... -- ele me interrompeu com um beijo -- Eu vou de vagar.
Antes mesmo que eu pudesse responder ele me virou de costas pra ele; pude sentir ele mergulhar pelo movimento da água e logo em seguida, senti-lo com a língua dentro de mim. Aquilo estava me deixando em um estado até então desconhecido, um sentimento maravilhoso que me fez ficar ainda mais ereto. Estava fora de mim. Era como se estivesse por um instante fora do meu corpo. Ele voltou a superfície e me beijou.
-- Se doer eu paro... deixa vai? -- balancei a cabeça em concordância e ele me beijou ainda mais.
Encostei numa pedra e ele foi por trás, acariciava meu cabelo quando pude senti-lo abrir passagem, assim que a cabeça do seu membro estava quase que por completo dentro de mim a dor ficou muito forte, a sensação era de que estava sendo rasgado ao meio -- Para... tá doendo -- falei mais acreditando que ele estava totalmente alucinado pelo desejo nada fez.
-- Para por favor ai ai ai -- ele continuou com dificuldades forçando passagem e dessa vez gritei: -- PARA GABRIEL... TA DOENDO.
Ele parou e saiu de dentro de mim.
-- Pensei que você quisesse -- ele falou, o desânimo no olhar e aquilo acabou comigo.
-- Dói demais -- falei.
-- Me chupa pra mim gozar.
Saímos da cachoeira e ele se deitou na grama me fazendo chupa-lo; por mais que eu não estivesse mais no clima me senti no dever de satisfazê-lo e assim eu fiz até ele gozar na minha boca. Dessa vez eu cuspi tudo na grama e ele me olhou desapontado, se levantou e começou a se vestir.
-- Acho que você tá aproveitando de mim -- ele falou.
-- Lógico que não! -- falei indignando.
-- Então porque cuspiu tudo? porque não aguentou mais um pouco quando fui te comer?
-- Gabriel tava doendo demais... -- ele me interrompeu -- Quem ama aguenta, quem ama engole a porra do seu amor como se fosse a coisa mais gostosa do mundo.
-- Me desculpa -- falei e ele me fitou -- Você não me ama como eu te amo.
-- Eu te amo muito -- admiti o abraçando com toda a força mais ele não me envolveu com os braços.
-- Então prova -- ele falou e continuou -- Meu pai vai pra fora da cidade dentro de alguns dias e você vai pra casa e vai fazer tudo que não fez aqui... só assim você vai provar que me ama mais se não fizer, não precisa nem olhar mais na minha cara -- ele se foi me deixando lá. Eu precisava provar do meu amor e essa foi a pior escolha que poderia ter tomado.
Alguns dias se passaram e encontrei Gabriel na mesma pista de skate, ele estava com um grupo de meninos que eu não conhecia, falei pra ele em particular que estaria em sua casa para fazer o que ele tanto queria e essa seria a minha prova de amor, ele sorriu e combinamos o dia e o horário... seria uma Quinta-Feira, um dia antes da minha queda no período da tarde e assim estava tudo certo.
Imagino que vocês me achem o pior dos otários mais pela primeira vez eu estava apaixonado e na minha inocência acreditei que o Gabriel sentisse a mesma coisa.
Naquela Quinta falei pros meus pais que passaria a tarde na casa do Gabriel para dar uma nova aula, e claro que eles não se opuseram.
Assim que cheguei a casa do prefeito Gabriel me cumprimentou e abriu os portões mais em nenhum momento me beijou, estava seco e sem o habitual tratamento; assim que entrei, havia o mesmo grupo que estava com ele na pista de skate, além do Rodney.
O grupo era formado por quatro outros meninos e vou falar um pouco sobre eles: Victor era o mais baixinho, já o vi por aí, ele era filho de um dos amigos do meu pai, e embora nossos pais se dessem bem o mesmo não ocorria com a gente, aliás eu não tinha nada contra só não éramos próximos mesmo. Victor tinha sardas, e embora aparentasse ter quatorze anos pelo tamanho, já era maior de idade com dezoito anos feitos no mês anterior. Lucca era bem mais alto, usava aparelhos e era negro, ele era filho de um dos carteiros da cidade e não tinha a mesma simpatia que o seu pai. Já Gustavo, ou Gusta como geralmente era chamado, era gordinho e baixinho, ele tinha um problema na perna que nunca soube o que causou e por isso mancava, Gusta era todo ruivo, desde os cabelos a sobrancelha. Era filho da Dona Grinalda, uma cabeleireira tão ruiva quanto o filho porém bem magricela. Por último o Douglas era alto, ainda mais que o próprio Gabriel, era forte e o único do grupo que já namorava, embora soubesse de seu namoro porque a garota frequentava a igreja eu não sabia grandes coisas sobre ele, nem mesmo quem eram seus pais.
Na hora não entendi muito bem o porquê de tantos garotos, Gabriel me apresentou e todos acenaram.
-- Afim de tomar alguma coisa? -- perguntou Gusta.
-- Não bebo -- todos sorriram.
-- Qual é... -- começou Lucca -- Vai por mim, ajuda a ficar mais a vontade -- ele me entregou uma lata de cerveja e peguei timidamente.
-- Pensei que iriamos ter uma aula -- falei e Gabriel começou a rir muito mais para se aparecer pros garotos do que por ter achado graça.
-- Você veio aqui pra ter aula ou pra sentar na minha pica? -- aquilo me deixou assustado e todos não demonstraram choque por ele está revelando o nosso segredo.
-- Gabriel... -- ele me interrompeu -- Eu sei... ELE ME AMA -- todos riram em coro e eu não sabia onde enfiar a minha cara.
-- Se você gosta de chupar... olha aqui... seis rolas inteirinhas pra você -- Victor falou com certa maldade no olhar.
-- Mais hoje você vai sentar -- Rodney se aproximou e pegou com firmeza na minha mão me arrastando dali.
Douglas chegou por trás e me pegou com firmeza -- Melhor você ir e fazer o que a gente mandar seu viadinho.
Olhei pro Gabriel e ele nada disse, estava se divertindo e sorria.
-- Vai deixar? -- perguntei, percebi que minha visão estava turva por causa das lágrimas, ele se aproximou e disse: -- Prova que me merece.
Eu não tinha saído, todos praticamente me arrastaram pro quarto onde Rodney colocou seu membro que era bem mais fino que do Gabriel pra fora.
-- Anda porra, chupa esse caralho -- ele falou e assim que nada fiz um dos meninos, acredito que Douglas me deu uma joelhada na minha perna com tanto força que me fez cair de joelhos no chão; Lucca me deu um tapa com força na cara -- CHUPA ESSA PORRA ANDA -- assim que gritou ele foi advertido por Gabriel e sem escolha, com lágrimas que desciam pelo meu rosto coloquei o pau do Rodney na boca. Tinha a intenção de começar de forma contida mais até isso me tiraram; Douglas empurrou minha cabeça e engasguei os fazendo rir vitoriosos.
-- Tira a porra da roupa -- disse Gabriel já com o pau na mão.
Comecei a me despir enquanto todos faziam o mesmo; antes eu não via outro membro que não fosse o meu e agora estava vendo seis rolas de diferentes tipos e tamanhos. Apesar de baixo Victor tinha uma rola quase tão oponente quanto de Gabriel, assim que fiquei de joelhos para me revezar nas rolas Victor tentou me comer mais foi impedido por Gabriel:
- HAHAHAHAHA tá louco? quem tira a virgindade desse viadinho sou eu... -- eu o interrompi, a voz embargada por cauda do choro -- Vai com calma por fav... -- antes de terminar minha clemência ele me deu um forte tapa na cara -- Quem manda sou eu e agora você vai dar esse cuzinho bem gostoso.
Victor e Douglas me arrastaram até o encosto da cama onde estava tudo livre para que Gabriel entrasse dentro de mim de uma forma que eu nunca havia sonhado.
Ele não teve amor, dó, clemência ou qualquer outro sentimento quando me invadiu. Ele começou a me penetrar como se já me comesse a anos. A dor era tão forte que achei que fosse morrer, a sensação era de a qualquer momento ser rasgado ao meio -- ai ai ai ai para por favor -- comecei, ainda chorava. Ele continuou. O fato de estar pedindo pra ele parar apenas o incentivou a continuar com uma velocidade ainda maior enquanto lambia minhas costas como um esfomeado.
-- PARA... TÁ DOEN... -- Douglas tampou a minha boca abafando minha voz enquanto Gabriel comia meu cu como um esfomeado. Assim que saiu de dentro todos urraram ao perceber que eu sangrava.
-- Caralho... olha o que você fez com o cuzinho da bichinha -- falou Rodney.
-- A minha vez agora até porque a minha mina não liberou ainda -- falou Douglas enquanto todos riam -- Alguém pega alguma coisa pra limpar esse sangue que tá nojento -- Lucca riu após pronunciar essas palavras e logo senti um deles passar um lenço na região dolorida. Eu não tinha mais lágrimas, apenas estremeci quando Douglas começou a me foder, com a mesma falta de empatia que Gabriel. Douglas fez movimentos de vai e vem de forma rápida e talvez isso tenha contribuído para que gozasse arrancando risadas dos demais -- Caralho encheu o cuzinho dele dele de leite -- Rodney deixou o meu cu amostra, devia estar bem lambuzado e todos riram de forma frenética. Durante duas horas todos me comeram e gozaram mais de uma vez. Naquele dia recebi gozada na boca, no cu e em todo lugar que pudessem imaginar. Estava exausto, nem levantar eu consegui direito. Todos foram embora e Gabriel foi ao quarto e me entregou a roupa.
-- Vai embora -- ele avisou e mesmo com dificuldades me vesti e saí de sua casa; estava envergonhado, me sentindo sujo e usado.
Quando cheguei em casa foi difícil mais consegui fingir que nada tinha acontecido.
No dia seguinte fui pra igreja e fiquei um tempo sentado e olhando o movimento até que o padre me apressou. Um garoto entrou, ele andava muito com o Lucca pelo menos via direto os dois juntos e pude vê-lo sorrir na minha direção. Maldade no olhar.
Ele se aproximou -- E ai? ganho uma mamada também? -- ele perguntou. Não quis acreditar que Lucca havia falado sobre o acontecido.
-- O Lucca me falou... você ficou enchendo o saco dos moleques pra dar pra eles. Seu viadinho.
A mãe do menino entrou em seguida e o chamou... ele foi sorrindo na direção dela e apontou o dedo pra mim, enojada ela foi na direção do padre.
Em questão de minutos o padre a levou até a porta e olhou com o mesmo nojo no olhar na minha direção; me chamou com um aceno.
-- Eu vou te levar pra casa agora! -- meu coração ficou acelerado, minhas pernas tremiam e meus olhos se encheram de lágrima entregando o meu pecado.
Assim que chegamos em casa o padre, sem entrar e sem se importar com o movimento contou o que aconteceu; minha mãe olhava para os lados envergonhada e com uma decepção visível.
-- Você e o se marido são culpados sabia? homens são provocados e a natureza masculina não os deixa enxergar a razão. Óbvio que fariam essas coisas porque este rapaz os provocou. Não o quero na minha igreja nem nas missas. O DEMÔNIO ESTÁ COM ELE! -- o padre começou a gritar.
-- SE VOCÊS TIVEREM UM PINGO DE JUÍZO E QUISEREM LIMPAR A HONRA DA FAMILIA NÃO ACEITARAM ESSA ABERRAÇÃO NO SEU LAR.
Meu pai saiu pra fora e rapidamente entendeu o acontecido. Ele me agarrou e me jogou com força no chão... minha mãe nada fez. Na verdade ninguém fez nada.
Assim que levantei ele me acertou um soco na cara e a minha alma doía muito mais que o golpe.
-- A HONRA DA MINHA FAMILIA VAI SER LIMPA PORQUE QUERO ESSA IMUNDISSE PRA FORA AGORA! -- minha mãe ordenou para que meu irmão colocasse algumas coisas numa mochila e todos esperaram como numa plateia ele voltar com as minhas coisas. Meu pai jogou na minha direção. Fitei minha mãe que nesse exato momento entrava dentro de casa enquanto meu pai esperava eu sumir.
-- Pai... -- ele me empurrou me fazendo cambalear e quase cair novamente.
-- NÃO ME CHAMA DE PAI. VAI EMBORA... -- Sobre os olhares de várias pessoas que estavam horrorizadas pelo meu pecado virei as costas pra minha casa e com uma vergonha absurda fui embora.
Cheguei a casa do Gabriel e ele atendeu rapidamente: -- O que você faz aqui? -- perguntou de forma brusca -- Preciso de ajuda... estão sabendo que a gente... -- ele me interrompeu.
-- A gente o caralho... sabem de você e você não é louco de mencionar o meu nome até porque acabo contigo. Agora vai embora.
-- Preciso de ajuda -- falei.
-- Se vira... o que eu tenho a ver com isso. Some viadinho -- ele me empurrou e entrou em casa me deixando lá sozinho e desesperado.
Eu não tinha pra onde ir, não tinha dinheiro pra ir há lugar algum mais sabia que em Vila Nova não podia continuar. A certeza surgiu quando levei um tapa seguido de um cuspe da dona Yolanda e todos vibraram. Deixei Vila Nova sobre olhares de julgamento e desprezo e agora estava diante de uma loja de frente para um homem que veio na minha direção aparentemente como uma luz no fim do túnel, seu nome era Laerte.
CONTINUA...