Ouvindo o barulho do chuveiro ligado, Ivan presumiu que Victor estaria tomando banho. Aproximou-se do box, abrindo a porta de vidro.
_ Amorzinho, onde você pôs o meu caderninho de anotações?
_ Está na gaveta da minha mesa de cabeceira.
Ao abrir a gaveta, Ivan se depara com uma pasta de desenhos. Ficou admirando o talento do marido, que fazia desenhos realistas. O desenho que mais chamou a sua atenção foi o seu, onde tinha o rosto sério e bravo.
Victor se aproximou usando apenas uma toalha branca enrolada na cintura. Sentou ao lado de Ivan apoiando o queixo no ombro do moreno.
_ Você é muito talentoso. O meu Solzinho é um gênio.
Ivan o beijou.
_ Eu era, quando podia desenhar. Hoje a minha mão é inútil.
_ Tenha paciência. Ela vai melhorar._ Ivan disse beijando a mão de Victor.
_ Por que você me desenhou tão bravo?
_ Era o jeito que você me olhava por ter ciúmes do Gael. Eu tinha medo de você.
_ Não exagera.
_ É verdade. Mas, aí eu virei o jogo, te bombardeando de carinho_ Victor começa a falar beijando o pescoço de Ivan._ Beijinhos e muito amor. E com isso fui conseguindo atingir todos os meus objetivos. Eu descongelei o gelo que envolvia o seu coração e o peguei pra mim.
Ivan sentia o seu corpo se arrepiar. Fechava os olhos para sentir o seu pênis ser acariciado pelas mãos macias do loiro.
Retirou a toalha que cobria o corpo desejado, a lançando no chão. Com as mãos começou a acariciar os cabelos dourados e molhados do amado, deitando-o sobre a cama.
_ Minha delicinha, eu te quero agora.
_ Mas, você não tem uma reunião com os americanos?
_ Os americanos que esperem. Vou matar a minha fome.
_ Fome?_ Victor perguntou sorrindo.
Ivan lançou sobre o corpo nu do amado um olhar devorador.
_ Tenho fome de você.
Do rosto angelical de Victor surgiu um sorriso safado, malicioso, convidando Ivan ao prazer.
Seus lindos olhos azuis reviravam para cima, sentindo a língua úmida e quente do moreno percorrer por seu belo corpo. Explorando cada músculo, pele e local. Os gemidos eram inevitáveis. E sua boca foi de encontro a do empresário num beijo caloroso.
Retirou a blusa de Ivan, deslizando a língua sobre o peito branco e magro que se revelava.
_ Meu homem, me fode todinho?_ Victor perguntava numa voz aveludada deixando Ivan enlouquecido de tesão.
Delicadamente, as suas mãos desceram até a cintura de Ivan, que se pôs de pé diante e Victor ficou com a cabeça posicionada em direção a sua barriga.
Aos poucos, foi descendo a bermuda e cueca ao mesmo tempo, beijando as pernas, a barriga e as virilhas do moreno.
Ivan foi a loucura sentindo o seu pênis ser engolido pela boca quente e úmida do loiro. A maciez dos seus lábios rosados tocando no seu pênis era o supremo prazer.
Iniciou os movimentos dos quadris, enquanto penetrava os dedos entre os cabelos molhados e macios do marido, que gemia com o seu pênis na boca.
_ Ah, caralho! Você é muito gostoso. Puta que pariu! Que boca é essa?!
O seu coração se aquecia ao ver o doce olhar de Victor direcionado a ele, com o seu pênis na boca. Tão submisso, tão seu.
Puxou-o para si pelos cabelos delicadamente. Beijou os seus lábios rosados, enquanto as suas mãos exploravam as nádegas brancas e macias de Victor. Com os dedos foi adentrando ao buraco da felicidade, sentindo o seu calor e contração.
A boca do moreno foi de encontro ao pescoço de Victor, que se desfazia de prazer nos braços do marido. Sentindo-se vulnerável aos encantos do Matarazzo, que naquele momento, era o senhor dos seus desejos.
Sentiu os mamilos serem chupados, enquanto os dedos o fodiam com vontade.
_ Me coma? Me coma gostoso, meu homem? Eu sou todo seu.
O loiro foi jogado na cama. Sorria olhando para o amado sabendo o que o aguardava.
Sentiu ososeus pés brancos e alvos serem levantados e beijados pelo moreno sedento de paixão. Ivan explorava cada gosto daqueles pezinhos juvenis e delicados. Perdia-se de tesão com o delicioso aroma do sabonete, com o gosto sua pele fresca, deslizava a língua entre os dedinhos saboreando-os.
A língua deslizava sobre as pernas, que já estavam bambas. Ambos os pênis enrijecidos e umedecidos, prontos para dar início a matar suas fomes um do outro.
Sentindo a mão de Ivan o masturbando, foi ao delírio ouvindo uma voz rouca sussurrando no seu ouvido:
_ Eu amo esse seu corpo e cheiro de menino. Você é todinho meu. Só meu.
As bocas se beijaram com desejo. A chama do amor ardia em seus corpos.
_ Vire de costas.
E assim foi feito.
Victor se contorcia, gemendo loucamente, sentindo a sua bunda ser mordida, beijada e lambida. Ivan aproveitando o máximo aquela bunda macia e volumosa, que tomara para si como objeto de desejo.
Com a língua invadiu as intimidades do loiro, saboreando devagar o gosto daquela grutinha rosada e apertadinha. Não demorou muito para ficar molhadinha. Apetitosa como Ivan adora. Não resistiu e entrou dentro do loiro, faminto por aquele cu, que o transportava aos céus.
Gemidos, tapas, sussurros, respirações ofegantes, movimentos lentos, rápidos e acelerados e por fim o tão desejados orgasmos. O de Ivan dentro de Víctor. O do loiro nas suas mãos.
Após o ato sexual, Ivan deitou com a barriga virada para cima e Victor deslizava a sua face sobre a do marido, como um gatinho carinhoso. Recebeu do empresário beijinhos pelo rosto e boca.
_ Eu te amo, bebezinho. Pena que você tem ir trabalhar. Eu ia te encher de carinho.
_É covardia você me dizer isso estando desse jeito: lindo e peladinho. Quer me enlouquecer, menino?
_ Sim. Quero te enlouquecer de amor.
_ Safada!
Ivan jogou o travesseiro sobre o rostinho do amado e o encheu de cócegas, provocando risadinhas deliciosas no seu Solzinho.
O sabor dos beijos de Victor ainda permanecia em sua boca. Dirigindo em direção ao trabalho, Ivan ainda pensava no amor que fizera com o seu maridinho.
Sorria e suspirava apaixonado. Sentia-se feliz por ter ao seu lado o homem da sua vida.
O semáforo estava vermelho. Com o carro parado, avistou algo que o fez sorrir satisfeito. Era Ítalo tocando violino do outro lado da calçada. Sentiu-se orgulhoso em saber que era o responsável pelo violinista se encontrar naquela situação. Tão arrogante e agora estava ali na rua como uma puta oferecendo seu trabalho em troca de alguns trocados. Era a analogia que Ivan amava fazer, desrespeitando o trabalho do artista.
Presunçoso, Ivan não resistiu à oportunidade e estacionou o carro num lugar próximo e foi até o violinista. Ao se aproximar, jogou uma nota de cinquenta reais sobre o pote ao chão e sorria debochado.
Revoltado com o deboche do rival, Ítalo pegou a nota e jogou sobre Ivan.
_ Enfia esse dinheiro no seu cu.
_ Que grosseira você, hein! Você deveria se acalmar. Raiva faz mal para o coração.
_ Você é baixo mesmo. Tanto dinheiro, tanta pose e age como um moleque imbecil de vir me provocar. Por que a raivinha, hein senhor Matarazzo? Está com medo de perder o maridinho pra mim?
Ivan gargalhou.
_ Você não se toca mesmo, né? Sério, está conseguindo me despertar pena.
_ Se você tivesse tão seguro não estaria aqui me provocando.
_ É. Realmente, eu estou desesperado. Morro de medo de perder o meu Victor pra você. Afinal, foi com você que ele quis se casar, não é?
Ivan foi andando sorrindo.
_ Mas ele ficou muito balanceado com o meu beijo.
Surpreendido, Ivan parou e olhou para trás furioso.
_ Se só com um beijo ele ficou todo molinho, imagina se tivesse sido fodido por mim? Na minha cama, gemendo no meu ouvido.
A raiva percorria a cada fibra do corpo de Ivan. Ele já não conseguia manter a pose de deboche. Ítalo sorria, o deixando ainda mais furioso.
_ Aliás que boquinha gostosa tem o meu loirinho, hein. Imagine o corpinho. Mas, logo, logo eu vou experimentar.
_ Vai sonhando.
_ Não é sonho. Você se garante em quê? No seu dinheiro nojento? No seu pau de merda? Ou no seu casamento? Casamentos se desfazem.
_ Acho melhor você calar a boca.
_ Por quê? Cadê o Ivan seguro de si que veio me perturbar? Está com medo, senhor Matarazzo?
Ivan fechou o punho.
_ O que te garante que o Victor será sempre seu?
_ A minha aliança. Olha como ela é bonitinha.
Com toda a força do braço, Ivan deu um soco no olho de Ítalo, o fazendo cair no chão e o seu violino caiu do lado oposto.
_ Seu desgraçado!
O violinista levantou furioso. Partiu para cima de Ivan disparando um soco na boca do empresário, que sangrou no mesmo instante.
Movido pela raiva, Ivan devolveu o soco e deu um chute giratório nas pernas de Ítalo, fazendo-o cair no chão.
Alguns homens se aproximaram, separando os dois.
_ Seu merda! Você se acha um deus por ter dinheiro. Acha que pode fazer o quiser com as pessoas. Você não passa de um monte de lixo! Um mimado arrogante.
Ivan cuspiu em direção a Ítalo, sujando de sangue a blusa branca do violinista.
Fernanda ficou surpreendida ao ver Ivan chegar sujo e sangrando pela boca.
_ Aconteceu alguma coisa?
_ Aconteceu sim. Eu fui atacado por uma anta raivosa.
O empresário entrou na sua sala furioso, onde Renato o aguardava.
_ O que aconteceu, Ivan?
_ Eu parti para a porrada com aquele maldito violinista de quinta. Você acredita que o desgraçado teve a pachorra de dizer na minha cara que beijou o Victor?
_ Com certeza, isso é mentira. Ele disse isso para te provocar. E pelo visto conseguiu.
_ Não sei. Se for verdade, eu nem sei o que faço. Eu nem sei.
Ivan bufava de ódio.
_ Eu nunca imaginei que o Victor teria coragem de me trair. Ele não pode fazer isso comigo.
_ E não fez. Você colocou um segurança na cola do menino, monitora o telefone dele, o que eu acho muito doentio da sua parte e não aprovo.
'Victor te ama. Você sabe da boa índole dele. Se for na pilha do violinista você vai acabar ofendendo o seu marido e arrumando uma briga desnecessária. Já imaginou se no calor da raiva, você dá um mole e revela que monitora o celular dele? O Victor vai ficar furioso contigo e com toda razão. Aí sim, o Ítalo vai conseguir o que quer: abalar a relação de vocês.'
As palavras de Renato o persuadiram. O empresário sabia do bom caráter do marido e confiava em Victor.
Contudo, o ciúme o devorava. Só de imaginar o seu Victor com outro o deixava louco.
Atirou um vaso sobre a parede.
_ Ivan, a que ponto você chegou? Sempre foi tão educado, elegante e agora está brigando na rua como um moleque! Eu não estou te reconhecendo.
_ O que você queria? Que eu ficasse calado enquanto o meu marido é assediado ,descaradamente, por um veadinho de quinta? Aqui dentro não tem sangue de barata._ Ivan gritava batendo no pulso_ O meu homem é o meu homem! Só meu!
Renato o olhava assustado. Não estava habituado a ver o amigo descontrolado.
_ Pensa bem, se um ladrão invade a minha casa para me roubar, eu tenho o direito de me defender, não tenho? É o direito de defesa da propriedade. O mesmo vale se um sujeitinho quiser roubar o meu marido. Eu também tenho o direito de defender o que é meu. O princípio é o mesmo, porra!
_ Ivan, você está muito nervoso. Acho melhor você ir para casa, esfriar a cabeça e deixa que eu te represento na reunião.
'Mas, vê se se controla e não vá brigar com o seu esposo. Vocês ainda estão no início do casamento. Não seja burro de pôr tudo a perder por causa das provocações de um moleque folgado. '
Ivan chegou em casa louco de raiva. Esbravejava o acontecido, deixando Victor assustado, pois não reconhecia naquele homem furioso o Ivan amoroso que o amara pela manhã.
Os seus olhos estavam vermelhos e na boca sentia sede pelo sangue de Ítalo.
_ Você precisa se acalmar. Não há motivos para ter essa raiva toda.
_ Não há motivos?! Aquela bicha desgraçada disse que te beijou!
Victor arregalou os olhos assustado. O medo de perder Ivan o dominou por completo.
Sentindo sobre si o peso do olhar raivoso de Ivan, desejou correr, mas as suas pernas não o obedeciam.
_ Isso é verdade, Victor? Você teve a coragem de beijar outro homem?
Victor se sentiu como um bicho acuado. As lágrimas umideciam os seus olhos. O seu amor por Ivan era grande o suficiente para temer perdê-lo. Sem ter outra alternativa negou.
_ Não! Ele está mentindo. O Walace vive na minha cola. Se o Ítalo tivesse me beijado o Walace te contaria.
Ivan respirou aliviado. As palavras de Victor eram compatíveis com as de Renato. O moreno se jogou no sofá. Afundando a cabeça nas mãos.
_ Você está me assustando, Ivan. Eu nunca te vi desse jeito comigo. Nem mesmo quando não gostava de mim por causa do Gael.
A voz de Victor era chorosa. E ao olhá-lo, o moreno se compadeceu das suas lágrimas.
_ Oh, meu amor. Me desculpe? Aquele desgraçado me deixou louco de ódio. Eu piro só de pensar em você com outro. Você me pertence!
Victor abaixou a cabeça.
Ivan se aproximou e o abraçou, beijando a sua cabeça
_ Você me ofendeu, Ivan. Eu jamais te trairia. Você me conhece. Sabe o quanto eu te amo e sou honesto contigo. Por que foi acreditar nele?
_ Me desculpe, meu Solzinho? Eu perdi a cabeça. Você tem razão. Eu nunca deveria ter duvidado de você. Me perdoa?
Victor o abraçou forte. Respirava aliviado por Ivan ter acreditado nele.
_ Eu te amo muito, Ivan. Morro de medo de te perder. De você acreditar em tudo quanto é mentira e me deixar. Eu te amo.
Ivan segurou a face do amado e o beijou.
Secou as lágrimas do loirinho.
_ Já passou. Não precisa ter medo. Eu nunca vou te deixar. Ouviu? Nunca.
Victor respirou aliviado e abraçou novamente.
_ Nunca mais eu quero ouvir o nome do Ítalo. Não quero que você brigue mais com ele, ou tenha algum tipo de contato. Ele pode inventar coisas horríveis a meu respeito e você acabar acreditando.
_ Eu não vou acreditar nele. Nada do que aquela cobra maldita me disser me envenenará.
_ Você jura, amor?
_ Juro, meu Solzinho.
Alguns minutos depois, Ivan foi tomar banho e Victor entrou no box despido. Beijou o amado e quis fazer amor para acalmar o empresário.
Passaram a tarde juntos assistindo filmes na sala de cinema. À noite, receberam Andréia, Adrian e Renato para jogarem jogos de tabuleiro.
Ivan não parecia o mesmo de mais cedo. Estava bem mais calmo, alegre e sorridente. Parecia que nada havia acontecido, para o alívio de Victor.
Eles trocaram o jantar por vinho e bolinhos de bacalhau. Todos sorriam contentes e despreocupados falando bobagens.
A atenção de Victor desfoca para a notificação que recebeu no celular. Ivan estranha ao vê os olhos assustados do menino. Sua respiração fica ofegante, deixando Andréia e Adrian preocupados.
_ O que houve, meu filho?
_ É uma notificação do direct do Instagram.
_ Quem é?_ quis saber Ivan.
_ O Felipe! Ele me mandou um vídeo. Estou com medo de abrir.
O pavor tomou conta do empresário, fazendo um frio percorrer o seu corpo.
E-mail para contato: letrando@yahoo.com