A Torre Sul acaba de desmoronar, ao que tudo indica às 9:59 AM de 11 de Setembro de 2001. Estávamos perplexos no meio daquele caos em que Nova York se encontrava. Poeira não deixava ninguém enxergar absolutamente nada; apenas carros de polícia e bombeiros destruídos e fumaça. Muita fumaça...
Eu e mais 13 pessoas estávamos dentro daquele restaurante lutando pra respirar no meio daquele caos. Quando finalmente saímos pra fora pra tentar buscar ajuda ou contato com Deus sabe quem...vimos que havia apenas uma torre de pé no World Trade Center: A Torre Norte.
-- Socorro! Alguém aí!? -- Exclamei bem alto
-- SOCORROOOOOOO!!! -- Diziam as pessoas do nosso grupo
Mas não havia ninguém, só poeira e fumaça misturado com todo tipo de entulho.
-- Meu Deus! Aquela é nossa torre ? -- Disse John em êxtase
-- Sim...
-- O que será que houve lá ? Porque está em chamas ?
-- Eu não sei... eu realmente não sei!
Pessoas que estavam conosco choravam sem parar, algumas estavam em estado de choque, como Louise; uma jovem de 19 anos que não parava de tremer e murmurar.
-- Estamos seguros ? -- Disse um funcionário
-- É a Terceira Guerra Mundial ? -- Clamou uma mulher em prantos.
10:28 AM
Um outro barulho ensurdecedor nos interrompe. Não podíamos acreditar... a Torre Norte estava acabando desmoronar na nossa frente. Vimos o único prédio que restou do World Trade Center sumir no meio de mais uma coluna de fumaça que se seguiu por todo sul da ilha de Manhattan. O World Trade Center tinha desaparecido pra todo sempre; só havia poeira e fumaça em meio àquela manhã sinistra. Eu e centenas de pessoas corríamos desesperados em direção a ponte do Brooklyn. Estava sujo dos pés a cabeça de poeira.
-- Juan! Juan!
-- John! Achei que tivesse me perdido de você na correria
-- Cadê os outros ?
-- Eu não sei, mas conseguiram correr a tempo
-- Vem cara temos que ir!
Chegamos a outra parte da cidade. A polícia fechou toda ilha de Manhattan, onde ficava as torres gêmeas só havia resgate e pessoas tentando encontrar sobreviventes. Eu e John vagávamos pelas ruas do Brooklyn, ao entrar num bar vimos a TV noticiando o que realmente havia acontecido naquela manhã de 11 de Setembro.
Vimos o choque dos aviões ao prédio, seguido das explosões. Ficamos sem palavras, o avião acaba de atravessar a torre e explodir em chamas. Isso realmente era verdade ou um filme ? Jornais diziam que se travava de um dos maiores ataques terroristas dos últimos tempos.
"AMERICA UNDER ATTACK - CNN"
John olhou pra mim e começou a chorar. Eu fiquei parado estarrecido sem dizer uma palavra; as imagens dos aviões colidindo com as torres viravam replay na TV. Não havia ninguém no bar, ao meu ver, tinha sido abandonado as pressas por pessoas em pânico. Não havia tempo nem pra saque. No fundo o que tinha acontecido naquela manhã de 11 de Setembro de 2001 tinha mudado nossas vidas, tinha mudado o mundo.
-- Já são 8:00 PM
-- Parece que o tempo passou rápido como um trem
-- O que vamos fazer ?
-- Eu não sei. Será que é seguro sair daqui ?
-- Temos que tentar.
-- Pra onde a gente vai cara ?
-- Eu não sei John. Aliás eu não sei nem como a gente chegou até aqui
-- Cara o que aconteceu! -- Disse John ainda chorando inconformado
-- Sei lá, foi um ataque eu acho...
-- Você tem casa aqui ?
-- Meu hotel era ao lado das torres, a essa hora está em ruínas. Eu não tenho pra onde ir, eu não tenho ninguém aqui
-- Hey cara não fica assim!
-- Vem, vamos buscar abrigo em algum lugar...
Nos dirigimos até uma equipe da brigada de bombeiros, havia várias pessoas sobreviventes dos ataques. Algumas estavam bastante feridas e havia também uma mulher com o corpo todo queimado agonizando em uma maca improvisada. Eu não conseguia nem chorar, era tudo tão estranho. Rapidamente passamos a noite ali com os outros, ninguém conseguiu dormir naquela noite. Na manhã do dia 12, Nova York amanheceu cinza e com uma nuvem de fumaça onde ficava as torres; ruas destruídas e bastante destroços por todo canto. Tivemos que sair da área e irmos para outro lugar, John estava comigo, a essa altura ele se tornou meu companheiro naquele caos todo. Embora eu nem sabendo ao certo quem ele era, naquele momento era como se toda aquela situação havia nos aproximado e o desejo de grupo e sobrevivência aprimorado em ambos.
-- Vamos até em casa! -- Disse John cansado e todo maltrapilha
-- Em casa ?
-- Minha casa! É só alguns quarteirões daqui
-- E se for perigoso ?
-- Acha que pode ter outro ataque ?
-- Não sei. Mas temos que tentar encontrar algum lugar no meio disso tudo
-- Então vamos pra minha casa, lá ao menos não estaremos na rua e você pode ligar pra alguém
-- Creio que não deve ter sinal, mas irei mesmo assim
-- Então vamos!
CONTINUA...