Verdade secretas 67

Um conto erótico de Arthur Miguel
Categoria: Gay
Contém 2705 palavras
Data: 25/04/2021 18:55:28
Assuntos: Amor, Gay, Mistério, Sexo, Tesão

Capítulo 67

Victor entrou no quarto do hospital triste por ver Ítalo machucado. Tentou conter as lágrimas. Sentia-se torturado pela culpa.

Ítalo o olhava chorando.

_ Por que você é tão cruel comigo? O meu único erro é te amar. Olha o que você me fez fazer.

Víctor começou a chorar.

Sentou ao lado de Ítalo segurando a sua mão.

_ Eu não queria que você fizesse isso. Eu não quero o seu mal.

_ Você se recusou a falar comigo! Eu não tenho nenhuma defesa com você. Você me deixa vulnerável. Olha onde cheguei por sua causa!

Víctor abaixou a cabeça chorando.

_ Eu não queria que você fizesse isso.

_ Não queria? Eu te disse que me mataria se você não me quisesse e mesmo assim você continuou me rejeitando. Eu te amo tanto que se for para viver sem ti, eu prefiro morrer. Você ignorou. E ainda foi passar o réveillon com o desgraçado do Ivan.

Víctor o olhou assustado. Sem entender como Ítalo ficou sabendo dessa informação.

_ A Luíza me contou que você foi ver a sua filha. Você me traiu, Victor! Eu não suportei.

_ Eu não te trai. A gente tinha terminado no natal.

_ Então, você confirma que transou com ele?

_ Ítalo, você precisa de ajuda psicológica. Olha o que você fez! Já pensou se tivesse acontecido uma tragédia? Como a sua família estaria arrasada agora.

_ Eu não quero viver sem você. Víctor, vamos ficar juntos? Eu perdoo a sua traição com o Ivan. Finjo que nunca aconteceu. Podemos ser felizes.

_ Ítalo, Isso não fará bem para nenhum de nós dois. O que você precisa é de ajuda!

_ Eu preciso de você! Ou você volta pra mim ou eu vou me matar. E prometo que desta vez não vou falhar.

Víctor ficou trêmulo, nervoso, temendo que Ítalo cumprisse com a promessa.

Ítalo o abraçou e o beijou.

_ Eu te amo, apesar de todo mal que você me faz.

Víctor passou os dias aflitos. Não desejava prosseguir com a relação com Ítalo, mas o vionilista o pressionava com chantagens emocionais e ameaças de suicídio.

Andréia notou a aflição do filho, mas ele manteve as chantagens em segredo.

A mudança para o novo apartamento aconteceu na primeira semana do ano.

O lugar era pequeno e confortável, com as paredes pintadas de azul claro e branco.

Tinha dois quartos: um com banheiro particular e outro não. Havia o banheiro social que ficava no fim do corredor. A cozinha era pequenina com armários planejados, fogão cooktop sobre um balcão de granito vermelho, que ligava com a pequena pia e um forno ao lado.

O balcão que fazia divisa entre a cozinha e a sala era feito do mesmo material que o da pia.

A sala era pequenina com um pequeno sofá cama de cor salmão, um tapete bege peludo e uma raque com um painel, onde ficava a TV de sessenta polegadas. A mesa de jantar era própria para duas pessoas com cadeiras de madeiras acochoadas estampadas com flores marrons. Próximo a porta de entrada, Víctor pôs um pequena estante, que ele chamou de cantinho da recordação. Sobre ela havia canecas, artesanatos que trouxe de viagens, fotografias em porta retratos. A que mais se orgulhava era uma em que ele e Ivan se beijavam em Zurique. O loiro usou o espaço para pôr os mimos que ganhou da família e amigos para enfeitar a casa nova.

As portas francesas de vidro davam acesso a pequena varanda, que Víctor decorou com samambaias e vasinhos de flores coloridas. quartinho de Alice foi o local que teve mais carinho em decorar. Mandou pintar as paredes de rosa e branco. Os brinquedos e ursinhos de pelúcias enfeitavam o local.

A casa estava limpa e cheirosa, resultado da faxina que deu com a ajuda de Virgínia.

Ele planejava dar um almoço no fim de semana. Pegaria Alice na casa de Ivan e a apresentaria a família.

Pensar na filha era o seu refúgio para toda pressão psicológica que estava sofrendo.

Seu coração estava angustiado. O que mais desejava era estar com a filha e o marido, voltar a ser feliz com o homem que ama. No entanto, temia que Ítalo tirasse a própria vida.

O que desconhecia era o real motivo do acidente de Ítalo.

Na noite de réveillon, o violinista foi festejar na praia de Copacabana com a irmã e amigos. Empolgado com a festa, consumiu muitas bebidas alcoólicas.

Pelas duas da madruga, conheceu um rapaz e foi com ele até o motel, onde bebeu mais e se acidentou na estrada, quando voltava para a casa. Não sofreu nenhuma lesão grave.

Quando se viu machucado, teve a ideia de pedir a Jéssica para ligar para Víctor e fingir que tentou se matar.

Na noite da virada, ele havia ligado para Luíza para saber se Víctor estava na praia de Icaraí. Como Virgínia havia comentado com ela que Víctor tinha ligado da casa de Ivan, informando que estava com Alice, Luíza acabou contando para Ítalo.

Víctor abriu a porta sorridente. Abriu os braços para receber Gael, que trazia uma caixa de pizza nas mãos.

Ambos se cumprimentaram com um abraço caloroso e beijos no rosto.

_ Eu trouxe a sua favorita: portuguesa.

_ Hum! Que delícia! Mas, como você sabe que esse é o meu sabor favorito?

_ Você me disse quando a gente namorava. Era uma tarde de domingo, estava chovendo e você estava lá em casa. Fizemos amor e depois pedimos pizza. Aí você disse.

_ Caralho! Você ainda lembra?!

_ Eu sempre me lembro dos momentos especiais.

Gael o olhava com carinho, sentindo vontade de beijá-lo. Observava Víctor arrumar a mesa, falando sobre Alice.

Gael ficou imaginando como seria a sua vida se o relacionamento com Victor tivesse dado certo. Sorriu em se lembrar dos seus momentos quentes na cama.

O loiro o serviu pondo uma fatia de pizza no seu prato e despejando a cerveja no copo dele.

_ Eu nem bebo cervejas. Comprei mais por sua causa.

Gael segurou em sua mão.

_ Eu gosto muito de você.

_ Eu também gosto de você. É um grande amigo.

_ Eu queria que você gostasse de mim como gosta do meu primo.

Victor se sentiu desconfortável.

_ Eu não estou fazendo pressão. Só estou lamentando por ter te perdido. Eu vacilei tanto contigo. Você é tão maravilhoso. Não merecia.

_ Já passou Gael. Você não merece se torturar por causa disso. E além do mais, você não teria a menor paciência para namorar comigo. Eu sou todo meloso, romântico, caseiro e monogâmico. Já você é livre, gosta de sair por aí e pegar geral. Lindo desse jeito faz um sucesso danado. As bichas do Rio de Janeiro ficariam putas comigo se eu te prendesse.

_ Mesmo que a nossa história não deu certo, eu torço pela sua felicidade. Eu fico muito preocupado do Ivan vacilar contigo. Ele fez loucuras por estar obcecado por mim, tenho medo do que possa fazer por você. Afinal, a você ele realmente ama.

Víctor abaixou a cabeça.

_ Sinceramente, eu torço muito que o Ivan tenha mudado de verdade e que te trate como você merece. Eu quero que você seja muito feliz. Ainda mais agora com a sua filhinha. Espero que ela junto contigo quebre aquela pedra em volta do coração do Ivan.

_ Obrigado por me desejar coisas boas e não me julgar. Eu torço muito que você também seja feliz. Vivendo do jeito que escolher. Você é uma pessoa incrível, Gael.

Victor o abraçou forte.

_ Você vem no almoço da Alice?

_ Eu não sei.

_ Como assim não sabe?! Não aceito um não da sua parte.

_ É um almoço de família.

_ Você é da família ora! Você é o primo da minha filha e a Luíza é a tia! Vocês devem estar aqui no domingo.

_ Eu tinha me esquecido desse detalhe.

Ambos sorriam.

_ E o Ítalo? O que ficou resolvido?

Víctor narrou aflito tudo o que havia o ocorrido. Tentava conter as lágrimas.

Gael acariciou o seu rosto.

_ Você não quer ficar com ele?

Víctor fez um sinal negativo com a cabeça abaixada.

_ Eu amo o Ivan. Me envolvi com Ítalo para tentar esquecê-lo, mas foi inútil. Além de não esquecer o Ivan, eu fui muito infeliz e o fiz infeliz. Eu tenho medo que o Ítalo morra, sabe? Eu queria tanto que esse pesadelo acabasse.

Gael o abraçou.

_ Não há mal que dure para sempre._ disse antes de dar um beijo no rosto de Victor.

Gael passou os dias distraído. Durante os almoços e jantares nunca prestava atenção nas conversas com a mãe e Luíza. Vivia pensativo.

Quando a família perguntava o que estava acontecendo, ele inventava alguma desculpa esfarrapada, como coisas de trabalho ou outras coisas do dia a dia.

Numa noite, foi visitar Ítalo em sua casa. O violinista o recebeu animado. Vestia apenas uma cueca samba-canção preta.

Abraçou-o, beijando o seu pescoço e pondo a mão no seu sexo. Gael se afastou.

_ Eu já disse que não transo com os namorados dos meus amigos.

_ Ah, deixe de bobeira. Não há ninguém aqui. O Víctor nunca vai ficar sabendo.

_ Você não vale nada mesmo, hein.

Ítalo sorriu malicioso.

_ Se você não veio dá pra mim, o que quer, Gael?

_ Vim te dar um alerta. O Ivan tá na área e quer o Víctor de volta. Até veio com aquele papinho de adotar uma menininha só para conquistar o Víctor.

_ Eu tô ligado. Mas, Víctor não vai terminar comigo._ Ítalo disse sorrindo.

_ O que te garante? Os dois se gostam, têm uma filha e ainda estão casados. É uma questão de tempo para os dois voltarem.

_ Aonde você quer chegar, Gael?

_ Eu odeio o Ivan. Não esqueci o que ele fez a mim e a minha irmã. Não é justo que saia p ir cima. E sem contar que ele destruiu a sua vida.

_ Destruiu não. Tentou. Mas, eu consegui me reerguer.

_ Mesmo assim. Você merece uma indenização.

_ Como assim?

_ Ivan é um playboyzinho metido a besta. Usa o seu dinheiro para conseguir o que quer. Ele pagaria qualquer quantia para ter o Victor de volta e no momento a única coisa que o impede é você.

_ Você tá sugerindo que eu peça dinheiro ao Ivan em troca de deixar o Víctor livre?

_ Pense bem, Ítalo. O seu namoro com o Victor já era. Uma hora ou outra vocês vão terminar. Seja esperto. Aproveite e peça dinheiro ao Ivan. Com essa grana você pode ir para a Europa e investir na sua carreira.

Ítalo ficou pensativo.

_ E o que você ganha com isso?

Gael ficou em silêncio por alguns segundos.

_ Com isso posso provar a todos que Ivan não mudou porra nenhuma. Vou ter o prazer de arrancar com gosto a máscara de bom moço dele.

Ítalo sorriu, gostando da ideia.

Fernanda bateu na porta do escritório de Ivan.

_ Entre._ ele respondeu sem tirar os olhos dos papéis que estava lendo.

_ O Ítalo está aí querendo falar com você.

_ Deixa-o entrar.

Ela o olhou sorrindo.

Ítalo entrou sorrindo com o seu ar de ironia.

_ Ivan Matarazzo. Quanto tempo.

_ O que você quer?

_ Bater um papo contigo.

_ Sente-se. Aceita um café?

_ Não, Obrigado. Não vou prolongar o assunto.

Ítalo sentou enfrente a Ivan.

_ Em que posso te ajudar?

_ Você está educadinho! Passou por baixo do arco-íris?

_ Ítalo, eu estou no meio do meu expediente. Então, peço que seja breve e objetivo. Eu tenho uma reunião daqui a uma hora.

_ Muito bem. Eu sei que você anda cercando o meu namorado.

_ Você quer dizer seu amante, né? Porque o Victor é casado comigo. O relacionamento de vocês é extraconjugal.

_ Eu sei, mas quis ser educado e não te chamar de corno assim na cara dura.

Ivan conteve a raiva, a mascarando com um sorriso.

_ Eu sou um homem a favor do casamento e da família. Já comi muito e me deliciei com o seu Solzinho. Agora vou ser generoso e deixar o resto pra você. _ Ítalo disse erguendo a sobrancelha e sorrindo.

Ivan sentiu tanta raiva, que quis pular no pescoço do violinista, mas se conteve, mantendo o sorriso.

_ Você é muito generoso, Ítalo.

_ Não é generosidade. Isso terá um preço.

_ Ah, é? Não diga!

_ Você me deve muito, Ivan. Por sua culpa eu perdi todas as minhas apresentações nas casas culturais. Você queimou o meu filme com os empresários me impedindo de conseguir um emprego.

_ Eu sei disso. Estou disposto a me redimir com isso. Já retirei a minha exigência nas casas culturais. Caso eles queiram, você pode se apresentar em qualquer uma delas.

_ Vamos parar com esse teatrinho? Não há plateias aqui. O negócio é seguinte: eu estou disposto a sair de cena e deixar o Víctor livre pra você. Em troca de uma boa quantia em dinheiro.

_ De quanto estamos falando?

_ Uns quientos mil.

Ivan deu uma gargalhada.

_ Vai se foder! Eu não vou comprar o Víctor.

_ Eu te garanto que ele não vai terminar comigo. Ele tem medo que eu tente me matar. Víctor está comendo na minha mão.

_ E você não tentou se matar porra nenhuma! Encheu a porra da cara e sofreu um acidente. Mentiu que tentou se matar.

_ O Victor acreditou em mim.

_ A sua consciência não pesa por enganá-lo?

_ Pesa. Mas, você me inspira. Você ficou com ele, se casou mesmo que quase o matou e aguentou firme o peso na consciência. Por que eu não aguentaria também?

_ Você é um mentiroso. Um manipuladorzinho barato.

_ Cada um luta com as armas que tem. Então, vai me dá um cheque ou vai depositar a grana na minha conta?

_ Nenhum dos dois. O Víctor não está a venda.

_ Vai abrir mão dele?

_ Eu não. Eu não preciso comprá-lo, porque já o tenho. E não precisei gastar um centavo. Eu o conquistei.

'A verdade é que você sabe que já perdeu. Aliás, nunca o teve. Enquanto ele estava transando contigo, estava pensando em mim. Estava me desejando, porque só eu sei satirizê-lo. Você tá se mordendo por ter fracassado.'

Ítalo ficou sério com muito ódio.

_ Lembra quando você disse que o faria gozar como nunca? Falhou com sucesso! Você deve ter sido muito ruim de cama para não conseguir fazê-lo me esquecer.

Ivan sorria.

_ Desgraçado!

_ Terminou? Se sim, gostaria que se retirasse. Eu tenho muito o que fazer.

Ítalo levantou e saiu com ódio, se sentindo humilhado.

O sorriso de Ivan se converteu numa expressão séria.

Pegou o celular e mandou uma mensagem para Gael: "Deu tudo certo. Obrigado."

No início da noite foi até o apartamento de Victor.

O loiro o recebeu surpreso. Recebeu um beijo nos lábios e um abraço.

_ Você fez algumas mudanças por aqui._ Ivan disse olhando o apartamento.

_ Sim. Eu deixei mais a minha carinha. Que boa surpresa te receber aqui, meu amor. E a nossa bebê?

_ Está em casa com a nova babá.

_ Essa mulher é de confiança?

_ Acho que sim. Foi a Maria que recomendou. Eu tenho monitorado as câmeras lá de casa pelo meu smartphone. Parece que está tudo bem.

_ Você se incomodaria se eu também tivesse acesso às imagens? Eu não quero ser invasivo. É só preocupação de pai.

_ Claro, Solzinho. Aquela casa também é sua.

Ivan o beijou.

_ Eu tenho algo para te dizer. O Ítalo esteve na empresa hoje.

_ Como assim? O que ele queria lá? Vocês brigaram?

_ Eu poderia te narrar toda a conversa, mas prefiro que você mesmo veja.

Ivan entregou o celular a Victor com as imagens das câmeras de segurança do seu escritório.

Víctor assistia toda a conversa com os olhos arregalados. Foi tomado por uma raiva intensa.

_ Que desgraçado! Filho da puta! Eu vou acabar com raça desse merda! Que ódio!

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Comentários

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Finalmente a máscara do Ítalo caiu. E o Gael fazendo o plano junto com o Ivan, adorei.

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Gente tomara que o Victor detone esse nojento do Ítalo. O Gael foi bem legal. O amor do Victor e Ivan é verdadeiro.

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Eu definitivamente amei o Gael ajudando o casal, amei ele pegando o Ítalo no pulo. Melhor que Ivan se vingando do Ítalo vai ser o Victor fazendo isso.

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Por um instante eu tive um ódio mortal do Gael, mas ele e o Ivan estavam de combinação né? Hahahahahahaha

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