Borboletas sempre voltam II capítulo 20

Um conto erótico de Arthur Miguel
Categoria: Gay
Contém 4657 palavras
Data: 17/06/2021 19:05:46
Assuntos: Amor, Gay, Mistério, Sexo, Tesão

Capítulo 20

A frieza de Matheus se estendeu por dias. Sempre que Patrick se aproximava para tentar iniciar uma conversa, ele se mostrava sério e só se comunicava para perguntar e responder o essencial.

Patrick sofria muito com as atitudes do marido, chegando a desabafar com os amigos Isabel e Betinho, que se compadeceram da sua situação.

_ Eu sei que a bicha é otária quando o assunto é macho. Eu sempre esfreguei isso na cara dela. Mas, desta vez eu tô com tanta peninha dele. Coitadinho do meu amigo._ Betinho se lamentava com Isabel.

_ Eu também tô péssima com isso. Sacanagem do Matheus! Porra, moleque idiota! Ele tinha que estar cuidando do Patrick e não fazendo gracinhas por causa ciúmes bobos. Ah, Matheus é muito ridículo.

Betinho sorriu num estalo. Comunicou a Isabel que teve uma ideia para alegrar um pouco o amigo.

No dia de sua folga, Betinho organizou um churrasco na varanda do seu apartamento. Não era uma festa, e sim uma pequena reunião entre amigos íntimos. Eles dividiram entre si as despesas das carnes e cervejas.

Os convidados foram, além de Patrick e os organizadores Isabel e Betinho, Cinthia, Olivia e Rafael, mas esse não foi porque resolveu trabalhar.

Por volta das 10 horas da manhã, Patrick recebeu uma mensagem do amigo via Whatsapp.

"Bom dia, bela adormecida❤. Daqui a pouco, eu tô passando aí para te buscar, para vir aqui em casa. Estou de folga e quero por as fofocas em dia.😜"

"Irmã, não vai rolar. Eu ñ tô legal. Prefiro ficar no meu cantinho.😥"

Betinho enviou um nudes do Leo Stronda.

"Toma aí a foto do pirocão desse gostoso pra te animar🍆"

"Deixa pra outro dia. E além do mais Matheus está em casa e não quero piorar o clima. "

"Foda-se o pitbull boiola. Eu estou indo aí te buscar."

Patrick mandou mais uma mensagem dizendo que não iria, mas percebeu que Betinho não estava mais online.

Betinho parou na soleira da porta abrindo o leque colorido, se abanando com a cabeça erguida para cima.

Ao vê-lo, Renata abriu um sorriso de felicidade. Ela adorava receber Betinho em sua casa e desfrutar da sua companhia animada.

Patrick revirou os olhos para cima, lamentando a teimosia do amigo e Matheus permaneceu sério, sentado no sofá com um pé no chão e outro no sofá, cortando as unhas.

_ Cheguei, gentaaa! Cheguei mais linda e poderosa do que de costume para o desespero das inimigas.

Ele caminhou rebolativo em direção a Matheus, simulando uma jogada de cabelos.

_ Atura ou surta, gataaaa!

Matheus o olhou sério, voltando a se concentrar no corte das suas unhas dos pés.

Betinho cumprimentou Patrick e Renata com beijos no rosto e abraços.

_ Que bom te ver por aqui, Betinho! Que bons ventos o trazem?

_ Renatinha, eu vim buscar Patrick para passar o dia comigo lá em casa. Bora gay, se apronta pra gente ir.

_ Ai que ótimo! Seria muito bom para o Patrick se divertir um pouco.

_ Ele está realmente precisando, depois de tudo que teve que aturar._ Betinho dizia olhando para Matheus, que o ignorava.

Patrick desejava ir com Betinho, mas temia um outro chilique de Matheus.

_ Eu não vou não, amigo.

_ E por que não, meu bem? Você precisa se distrair um pouco! Vai curtir a companhia do seu amigo.

_ Viu, Patrick? Até a sua sogra concorda comigo. Renatinha, ele está preocupado se a Matheusona aí não vai dar piti. Não se preocupe não, gata, que eu devolvo o seu maridinho inteirinho. E na minha casa ele não será humilhado.

_ Tem algum problema eu ir, amor?

Matheus desviou os olhos da unha e olhou para Patrick.

_ Faça o que você quiser._ disse antes de levantar e ir para o quarto.

_ Viu? Agora você pode ir sem medo. Como você é submissa, deve respeitar a vontade do seu macho, que disse pra você fazer o que você quiser. E você quer ir comigo.

Renata olhou para Patrick com um jeito carinhoso.

_ Vai, meu amor. Pode deixar que eu vou dar o meu jeito para Matheus não grilar. Pode confiar em mim e se divertir muito.

Patrick sorriu sem mostrar os dentes como forma de agradecimento.

Mesmo com os amigos tentando animá-lo, Patrick ainda estava aflito. Tentava esconder a tristeza sorrindo e ouvindo as anedotas dos amigos.

_ Você vai no aniversário da minha avó, né Patrick? Ela tá toda empolgada com a sua presença. Você não sabe o quanto ela ficou feliz de você ter aparecido lá no almoço.

_ Eu não vou não, Olivia.

_ Uh, é! Por que não?

_ Porque o macho dele não deixa.

Patrick olhou para Betinho de um jeito repreensivo.

_ Tá me olhando assim por quê? É verdade!

_ Não é nada disso! Eu não sou nenhum pau mandado do Matheus.

Betinho deu uma gargalhada, deixando Patrick bravo.

_ Eu não vou aceitar um não como resposta. A minha avó e todos nós queremos muito que você vá. E como o Matheus é o seu marido, ele vai contigo, ora!

_ Ele não quer ir, Olívia. Você sabe que Matheus não suporta ficar no mesmo ambiente que o seu irmão e cunhado.

_ Matheus ainda tá com essa bobeira? Porra, já tá na hora de crescer._ disse Cinthia, cortando as carnes assadas para servir aos amigos.

_ Essa festa seria o primeiro lugar em público que eu iria depois do que aconteceu. E não sei se estou preparado para isso. Eu não sei explicar. Mas, só de pensar em estar no meio de um monte de gente eu me sinto apavorado.

Os amigos se sensibilzavam com Patrick, demonstrando em seus olhares.

_ Mas, amigo, você precisa vencer esse trauma. Todos nós vamos estar lá. _ Isabel dizia acariciando a mão dele.

_ Vocês podem achar que é infantilidade minha...acho que até seja, mas o Matheus me passa muita segurança. É um sentimento inexplicável de se como ele me protegesse. Eu acho que se o Matheus estivesse comigo na festa, eu me sentiria mais seguro...não sei explicar direito. Eu adoraria ir por causa da dona Chiquinha. Mas, se o Matheus tivesse comigo seria muito mais fácil.

Betinho o abraçou quase chorando.

_ Oh, meu amor, não fique assim. Eu e as rachas aqui vamos estar do seu ladinho o tempo inteiro na festa. Ninguém vai soltar a sua mãozinha.

_ Fale isso pra o Matheus, que com certeza ele vai ir contigo.

_ Depois do show que ele fez, eu duvido, Cinthia.

_ Que show?

Por trás das costas de Cinthia, Isabel fez sinal para que Betinho não contasse. Ela conhecia o temperamento da esposa e temia, que essa se exaltasse.

Contudo, Betinho não estava disposto a guardar segredos e rasgou o verbo, deixando Cinthia revoltada.

_ Puta que me pariu! O que Matheus tem na cabeça?! Caralho que ódio! Eu não acredito que ele teve essa coragem!_ Cinthia gritava.

Olivia bebeu um gole de cerveja para ajudar a descer o espanto.

_ Eu soube que Matheus e o Bruno quase saíram na porrada, mas eu não imaginei que tinha sobrado pra você, amigo.

Patrick abaixou a cabeça. Estava sensível demais e acabou chorando.

_ Eu não aguento mais as coisas desse jeito. Matheus me interpretou mal quando eu disse que ele estava me tratando com um zelo exagerado. Me acusou de ingratidão e isso me doeu muito!

_ Matheus que não apareça na minha frente, que ele vai ouvir poucas e boas...ah, foda-se! Ele vai ouvir aparecendo ou não. Se for preciso eu vou atrás dele.

_ Não se meta nisso, Cinthia.

_ Me meto sim, Bel! Eu amo o Matheus. Ele é um dos meus melhores amigos, mas é muito mimado! E não só pela mãe e sim por todo mundo! "Ai não pode falar assim com o Matheus." "Ai com o Matheus tem que ter jeitinho pra falar." Uma ova, caralho! Porra! Chega de ficar passando paninho pra ele. Matheus está precisando ouvir umas boas verdades e levar uns bons sacodes para acordar pra vida. Pra deixar de ser um moleque babaca e virar homem!

_ Eu não quero que piore as coisas para o Patrick, amor.

_ Eu acho que a racha tem razão. A Matheusona tá sim precisando de um esporro. Eu mesmo queria dar, mas do jeito que a loira do banheiro é brava, eu tenho medo dela me morder.

_ Eu não tenho medo!_ Cinthia se aproximou da cadeira de rodas, se ajoelhou e segurou no queixo de Patrick, olhando no fundo dos seus olhos._ Escuta bem o que eu vou te dizer, Patrick. Você é um guerreiro! Não é uma bichinha fraca e manipulável para continuar agindo como tal.

_ Cinthia, por favor!_ Isabel exclamava, com medo da esposa magoar Patrick.

_ Não me interrompa, Isabel! Olha aqui, Patrick, todos nós aqui somos minorias: eu e a Bel somos sapatões, o Betinho é veado e a Olivia mulher. Todos nós sofremos com preconceito das pessoas e lutamos diariamente contra eles. Nós somos minorias e como tais temos que nos impor diante da sociedade. Quanto mais abaixo da pirâmide do privilégio nós tivemos, mais temos que erguer as nossas cabeças e mandar os cuzões ir pra casa do caralho!

"Você é gay e um deficiente e por isso, tem a obrigação de pôr pra fora o homão da porra que há dentro de você. Ninguém vai parar de te tratar como um coitado até você parar de se comportar como um. Erga a cabeça e se impõe, caralho! Em frente o Matheus e diga: "Eu vou tomar banho sozinho sim! Eu vou me vestir sozinho sim! Você querendo ou não eu vou conquistar a minha independência!

Deixe claro para todos que você é muito grato por tudo que fazem por você e que os ama, mas diga a eles o quanto te incomoda ser tratado como um inválido. Ninguém tem bola de cristal para adivinhar que esse tipo de tratamento te incomoda. Você tem que se expressar. Empodere-se, meu amigo! Empodere-se!"

Nervosa, Isabel puxou Cinthia e se desculpou com Patrick.

_ Me desculpe, amigo. A minha mulher bebeu demais.

_ Não, Bel. A Cinthia tem razão. Eu preciso tomar uma atitude e resolver essa situação.

_ Esse é o meu garoto!_ Cinthia disse dando um tapinha no ombro do ruivo.

Patrick despertou sentindo os lábios de Matheus sobre os seus. Percebeu que a raiva do marido havia se dissipado e isso o deixou ainda mais aflito. Com medo do seu bom humor ir embora de ouvir o que queria dizer.

_ Dormiu sentado, bebezinho?_ Matheus o beijava ainda mais, fazendo carinho em seu rosto.

Patrick não conseguira dormir à noite. Estava aflito pensando em como diria a família para que mudassem a forma de tratá -lo. Temia magoar a todos.

Quando deu por si já havia amanhecido. Matheus acordou sorridente e bem humorado. Levou o café da manhã na cama para o marido e o beijou de forma carinhosa, como se desculpasse sem palavras, já que era orgulhoso demais para pedir perdão verbalmente.

Patrick preferiu se manter no quarto até a hora do almoço. Estava reunindo coragem para se expressar. Pegou um livro para ler e acabou pegando no sono com ele em mãos.

_ Deixe eu ver o que o meu amorzinho está lendo...hum! Orgulho e preconceito. Como é culto esse homem que eu amo!

Patrick pensou em desistir da conversa para não por fim na doçura de Matheus.

_ Príncipe, a minha mãe mandou te chamar para ir almoçar. Hoje ela está toda boba preparando uma lasanha à bolonhesa.

_ Uh, é! Até ontem a minha sogrinha estava dizendo pelos quatro ventos que iria começar uma dieta.

_ A promessa da dieta da mamãe é tão mentirosa quanto o argumento que Ricardo Policarpo não é fascista.

Matheus o olhava em silêncio acariciando o seu rosto.

_ Eu te amo, nenê.

Patrick olhou para ele com a mesma doçura e o beijou.

O almoço de domingo estava animado. Renata arrumou uma grande mesa no terraço e reuniu todos da sua casa, mais Marília, Marquinhos, Emily, Leninha e Rose.

Leninha olhava atravessado para Rose com a intenção de provocar uma briga, já que tem ciúmes do marido com ela.

Mesmo irritada, Rose a ignorava por odiar barracos.

Todos gargalhavam e conversavam.

Matheus estava mais carinhoso do que de costume. Sentou ao lado de Patrick, pondo o braço em volta do ombro do ruivo, que apoiava a cabeça no ombro de Matheus.

_ Você tá tão murchinho, meu querido. Aconteceu alguma coisa?

_ Não, dona Marília. Eu só estou com um pouquinho de sono.

_ Não dormiu direito esta noite, Patrick? Também com esse calor infernal. Quem é que dorme bem? Isso sem falar nos mosquitos._ dizia Leninha .

_ Mas, o Matheus tem ar condicionado no quarto, mãe. _ Emyli disse com um ar malicioso. _ Pra mim ele não dormiu por outros motivos.

Marquinhos foi no embalo da filha e fez seguinte comentário:

_ Então, a noite pegou fogo naquele quarto.

Todos zoavam o casal com a brincadeira.

Patrick observava a alegria de todos e temia estragar o momento. No entanto, as palavras de Cinthia martelavam na sua cabeça. Sentia-se angustiado.

Todos se serviam, mas Matheus fez isso para ele, o que o fez sentir mal.

_ Meu amorzinho, você está tão pra baixo? Tem alguma coisa te angustiando?_ Matheus perguntava baixinho para que os outros não ouviassem e Patrick se sentisse mais à vontade para falar.

_ Não. Eu estou bem.

_ Não está. Eu te conheço, meu rei. Sei quando você está triste.

Patrick se sentiu entre a cruz e a espada. Ou ele desabafava ou permanecia aflito.

_ Gente, eu preciso falar com vocês.

Todos ficaram em silêncio. Os olhares curiosos sobre ele os deixaram ainda mais nervoso. Lembrou de Cinthia desejando ter a coragem dela.

_ Eu preciso conversar com vocês.

_ Fala, meu amor? Aconteceu alguma coisa?_ Renata perguntava preocupada.

_ Eu gosto muito de todos vocês. Nunca tive uma família e com vocês eu pude ter. Todos sempre me trataram tão bem. Sempre foram carinhosos e atenciosos comigo.

"Eu confesso que assim que comecei a namorar o Matheus, eu tive medo de sofrer preconceito por parte de vocês, porque é o que eu estou acostumado a sofrer na vida. Até mesmo pela parte da minha família. E vocês foram tão acolhedores e gentis e isso me fez e me faz tão bem."

_ Você merece ser muito bem tratado. É uma pessoa maravilhosa.

_ Obrigado, Rose. Eu digo o mesmo de cada um de vocês. Matheus, você é o meu anjo da guarda. Você é um homem maravilhoso e eu não sei o que seria de mim sem você. Você é o meu porto seguro, é o meu abrigo. Eu te amo demais.

Matheus sorrindo acariciando o seu rosto, dizendo que o ama sem palavras.

_ Mas aconteceu algo muito grave comigo e a minha vida mudou completamente. Eu preciso continuar a viver, mas, agora, tenho que me adaptar as novas condições. Eu não quero ser interpretado como um ingrato. Muito pelo contrário, eu agradeço o carinho que vocês dedicam a mim. Mas, eu preciso de um pouco mais de liberdade para poder me desenvolver. Vocês conseguem me entender? Eu quero ter um pouco mais de liberdade para fazer as coisas do dia a dia, como tomar banho e me vestir sozinho. Eu quero ser útil pra vocês fazendo alguma coisa para retribuir o carinho que recebo. Quero poder ajudar nas tarefas domésticas.

_Eu super apoio. O nosso Patrick é um cara foda. Eu tenho certeza que daqui a pouco vai estar fazendo mais coisas do que todos nós juntos. Você é muito capacitado, meu chapa.

_ Obrigado, Marquinhos.

Quase todos demonstravam apoio a Patrick, o que o deixou feliz e sentindo como se tivesse tirado uma pedra das costas.

Matheus mudou a expressão, ficando sério.

_ Você tá querendo se machucar? Tá querendo se quebrar no banheiro ou qualquer cômodo da casa? Patrick, pelo amor de deus pare de querer por a sua segurança em risco para provar que é um super herói.

_ Deixe de ser idiota, Matheus! O Patrick precisa aprender a se virar.

_ Cala a boca, pirralha!

_ Matheus, não fale com a Emily!

_ Não liga não, Patrick. Matheus é um cavalo.

_Desde que você veio da casa da dona Chiquinha você está com essas merdas na cabeça. Eu ponho a minha no fogo que isso tem dedo do idiota do Jonas.

_ Amor, isso não tem nada a ver com o Jonas! É sobre mim!

_ Puxa, eu me mata para te manter seguro e vem aquele imbecil se meter na nossa vida, enchendo a sua cabeça. Ele sabe que você é o meu ponto fraco e quer me atingir te pondo em perigo.

_ Não exagere, Matheus! Pare de ver chifre em cabeça de cavalo! Patrick só quer aprender a se cuidar. Ele tem esse direito!_ Rose afirmava irritada.

_ Tia, não se meta nisso.

_ Eu me meto sim! Eu sou a sua tia e me preocupo tanto com você quanto o Patrick! Você está sendo infantil!

Matheus levantou-se nervoso.

_ Filho, sente para comer.

_ Eu perdi a fome, mãe!

Ele saiu nervoso. Compadecida, Rose olhou com doçura para Renata e disse:

_ Não leve o Matheus a mal. Ele só quer te proteger e fica nervoso.

_ Eu sei disso, sogrinha. Mas, ele vai ter que aceitar. Eu não vou me tornar um inválido. Eu vou me reerguer com ou sem o apoio do Matheus.

_ É isso aí. Gostei de ver._ Rose disse batendo palmas.

Deitado na cama, vestindo uma apenas uma cueca e com os olhos fechados, Jonas sorriu sentindo o seu pau ser engolido.

_ Já chegou do trabalho? Que boquinha gostosa, hein! Capricha na mamada para ser premiado com leitinho, minha borboletinha.

Jonas gemia erguendo a cabeça. Abriu os olhos para apreciar a visão de Bruno o chupando.

Pulou da cama espantando, pondo o pau de volta dentro da cueca.

_ Que porra é essa?

Daniel o olhava sorrindo, deslizando a língua sobre a boca.

_ O que você está fazendo aqui?! Como entrou?

Ele movimentou as chaves.

_ Esqueceu que vocês me deram as chaves?

Jonas as puxou das mãos de Daniel.

_ Você tá maluco de invadir a minha casa? Pirou?

_ Pirei sim! Enlouqueci de amor, de paixão...hum...de fogo.

_ Mete o pé daqui agora!

_ Nossa, Jonas! Você deveria ser mais educado com as visitas.

_ Você não é uma visita! É um intruso! Invadiu a minha casa sem ser convidado. E com você não tem como tentar ser educado!

_ Você não precisa tentar ser educado comigo. Quem ama não precisa fazer cerimônias.

Jonas sorria indignado com a ousadia do jovem.

_ Eu te quero por completo. Quero o melhor e o pior de você. Eu quero o seu carinho e a sua mão pesada. Eu te amo!

_ Não diga besteiras! Fora daqui antes que o Bruno chegue!

Daniel se aproximou e pôs a mão no pênis de Jonas e esse o jogou no chão.

_ Você é louco?!

_ Sim! Eu sou completamente louco por você!

E sei que você também é louco por mim, que me deseja e que me ama. Você demonstrou isso quando me comeu gostoso naquela cozinha.

_ Eu não te amo! O que aconteceu foi um erro. O pior que cometi. Eu amo o Bruno! Ele é o meu marido!

_ Você não o ama! Você pensa que ama, mas na verdade você gosta de mim! Só não quer assumir esse sentimento!

_ Garoto, eu já estou de saco cheio da sua cara. Fora daqui!

Jonas o pegou do chão o arrastando para fora.

Ao abrir a porta, seus olhos se arregalaram ao ver Bruno.

O jornalista ficou confuso diante da cena e Daniel não conteve-se, dando um sorrisinho no canto da boca e mudou a expressão, em seguida, para envergonhado.

_ O que tá acontecendo aqui? O que o Daniel está fazendo aqui?

Jonas se viu sem reação e nada conseguia dizer.

_ Eu vim agradecer o Jonas por ter pagado a estadia no hotel em que estou hospedado.

Jonas o olhou desejando que seu olhar fosse um revólver para eliminá-lo na base dos tiros.

_ Como assim pagar hotel? Jonas, você não me disse que o Daniel foi pra casa de uma prima?

_ Eu...eu..._ Jonas gaguejava sem saber o que dizer.

_ Pelo visto vocês terão muito que conversar e eu não quero atrapalhar. Obrigado por tudo, Bruninho.

Daniel saiu rebolativo sorrindo.

_ Jonas, por que você mentiu pra mim?

_ Eu não menti pra você. Vai acreditar em mim, que sou o seu marido, ou no mentiroso do Daniel? Esqueceu as mentiras que ele contou sobre o padrasto?

_ Você está nervoso! E nem adianta dizer que não pagou hotel nenhum, porque eu sou um jornalista e posso muito bem descobrir. Será melhor eu saber pela sua boca. Aliás, o que o Daniel estava fazendo no nosso quarto contigo só de cueca?

_ Ele invandiu a casa e entrou enquanto eu estava dormindo. Ele tem a porra da chave! Tinha. Eu vou mandar trocar todas as fechaduras agora mesmo. Não quero esse psicopata entrando na minha casa.

_ Não muda de assunto, Jonas! Você mentiu sobre o Daniel ter ido morar com um parente.

_ Tá certo! Eu vou te falar a verdade! Eu menti sim, porque mandei o Daniel embora. A gente tinha brigado e eu queria a casa só pra nós dois para fazermos as pazes. Tanto que dispensei a Neide no dia. E eu também estava de saco cheio daquele cara andando pela nossa casa tirando a nossa liberdade.

_ E por que você não me contou a verdade? Tem alguma coisa errada aí.

Jonas se aproximou de Bruno e o abraçou, segurando a sua face e beijando a sua boca.

_ Amor, me desculpe? Eu não te contei porque fiquei com medo de você brigar comigo, já que queria ajudar o Daniel. Eu pensei em resolver a situação. Paguei um mês de hotel para que ele tivesse tempo de procurar um lugar para ficar.

"Minha Borboletinha, eu fui muito vacilão de não ter te contado. Me desculpe, mozinho? Prometo que isso nunca mais vai acontecer. "

_ Jonas, não minta mais pra mim. Eu odeio mentiras.

_ Eu sei, borboletinha. Me perdoa? Por favor, vai?_ Jonas pedia perdão beijando o pescoço de Bruno.

Desde que Daniel revelara que Jonas estava pagando a sua estadia no hotel, Bruno não conseguia parar de pensar no assunto. Estava atormentado com a desconfiança o corroendo.

A aflição era constante e o impedia de se concentrar em qualquer atividade rotineira.

Todos a sua volta, percebiam a sua falta de concentração. Perguntavam o que deixava e ele nagava que estaria acontecendo algo errado consigo.

Jonas também percebia. Mas, evitava fazer perguntas por medo de iniciar uma discussão.

O que o preocupava era a frieza como Bruno o tratava nos últimos dias. Até mesmo no sexo o jornalista se negava, alegando estar cansado.

Deitado na espreguiçadeira do hotel, Daniel deu um sorriso ao olhar para a tela do celular e ver que recebia uma ligação de Bruno.

_ Bruno, meu amigo._ dizia simulado uma voz triste.

_ Eu quero conversar com você. Está disponível hoje?

_ Apesar de tudo que aconteceu conosco, eu sempre estou disponível para você.

_ Que horas podemos conversar?

_ Bom...daqui a pouco, eu tenho que ir trabalhar. Se der para você, pode vir agora. Eu te passo o endereço do hotel que estou hospedado.

Bruno sentiu raiva ao ouvir Dani falar sobre o hotel, que Jonas havia pagado a estadia. Mas, procurou manter a calma, para não espantar o jovem e ele não desistisse da conversa.

_ Tudo bem.

Depois de anotar o endereço, prometeu a Daniel que chegaria em meia hora.

Quando Bruno entrou no restaurante do hotel, Daniel o aguardava sentado à mesa. Ele respirou fundo antes de se aproximar do jovem. Segurava as mãos, para que os tremores não fossem perceptíveis.

Bruno sentia que havia algo errado na explicação de Jonas. No fundo, sentia que acontecido uma traição, mas se nagava acreditar.

Daniel sorriu ao vê-lo. Levantou da mesa e o abraçou, mas Bruno não correspondeu ao abraço, mantendo os braços eretos.

Eles sentaram um de frente para o outro. O garçom se aproximou oferecendo o menu e Bruno recusou, e Daniel pediu um coquetel sem álcool.

_ Eu estou com muita saudades de você, meu amigo. Sinto muito que a nossa relação ficou abalada por causa das mentiras do Cláudio. Mas, eu vou te provar a verdade.

Daniel o olhava no fundo dos olhos, com jeito meigo e inocente, apoiando a sua mão sobre a de Bruno.

Incomodado, o jornalista a retirou com força.

_ Eu não vim falar do seu padrasto e muito menos da sua vida. Daniel, eu vou direto ao ponto e exijo saber a verdade. Por que o Jonas pagou este hotel para você?

Daniel abaixou os olhos, permanecendo em silêncio.

_ Olha pra mim e me responda!

Daniel o olhou com as lágrimas escorrendo.

_ Eu não posso continuar mentindo pra você. Não é justo depois de todas as coisas boas que fez por mim.

Ele abaixou a cabeça novamente, fingindo estar envergonhado.

_ O que aconteceu, Daniel?

_ Eu e o Jonas nos apaixonamos.

Bruno arregalou os olhos, sentindo o coração bater acelerado. Desejou fugir correndo para não ouvir as confirmações das suas suspeitas. Para ele era doloroso demais sofrer uma traição por parte do marido.

Como auto defesa, se recusava a acreditar, mesmo internamente acreditando.

_ Não é possível! Por que você está mentindo?

Daniel ergueu o olhar triste.

_ Me perdoe, Bruno? Você foi um anjo na minha vida. Não merecia isso. Mas, aconteceu. Eu juro pra você que eu não queria. Eu lutei muito contra esse sentimento. Recusei várias investidas do Jonas... Mas fui fraco e não resisti...quando dei por mim estava nos braços dele, totalmente entregue a este maltido amor que sinto por ele...Como eu me envergonho disso, mas, infelizmente, não consigo mandar no meu coração.

Bruno olhou para o lado, erguendo a cabeça para conter as lágrimas.

_ Você está mentindo...só pode ser mentira!

_ Não é! Eu não vou mais continuar mentindo pra você! Você e o Jonas estavam brigando muito e ele estava muito carente. Ele me procurava e me seduzia. Eu tentei resistir. Juro que tentei, mas eu não consegui. Eu o amo muito.

Bruno girava a cabeça negativamente. Tentou levantar, mas foi impedido pelos seguintes palavras de Daniel:

_ Ele também me ama. Sempre disse isso pra mim! Mas, assim como eu, ele não queria te magoar. Por isso, achou melhor me afastar da casa para não sermos mais desleais com você nos amando sob o seu teto e aqui passou a ser o nosso ponto de encontro.

Bruno arregalou os olhos sentindo raiva.

_ Mas, não se preocupe. O Jonas não vai te deixar. Nem eu quero acabar com o casamento de vocês. Não! Eu entendo que o Jonas te ama também. Ele tem um coração tão bom que cabe nós dois.

Bruno se recordou das vezes em que Jonas dizia que amava a ele e Matheus ao mesmo tempo.

_ Você é um mentiroso, Daniel!

_ Não! Eu não quero mais continuar te enganando. Não é justo contigo, Bruno! Eu posso te provar que estou falando a verdade.

_ Ah, é? Eu posso saber como pretende fazer isso?_ Bruno dizia erguendo a cabeça, com uma expressão desafiadora.

Daniel penetrou o seu olhar doce sobre o de Bruno, percebendo nele um tormento angustiante.

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Comentários

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Como sempre, um mestre na escrita e nas narrações.

Foi um EP cheio de emoções e que até agora estou com a boca no chão kkkk.

Patrick até que enfim tu fez algo em? Tomou coragem e disse o que necessitava para todos ouvirem. É uma pena que Matheus continue com toda essa "proteção" que para mim já deixou de ser algo bom, afinal tudo que é de mais faz mal, o arroz e feijão nos sustenta, porém se comer de mais pode ter certeza que irá fazer mal.

Jonas e Bruno, com um problema que eles não precisavam, foram lá e simplesmente levaram o B.O para dentro de casa.

Isabel e Cinthia, ou melhor, Cinthia mostrando o que realmente um amigo de verdade faz, afinal todos nós precisamos de um "toque" as vezes.

Matheus necessita amadurecer, e evoluir mais, já não há mais o porque ficar com essas atitudes que não condiz com alguém que tem um casamento e uma vida, afinal não é porque ele mora com a mãe que ele e o marido não tem vida propria.

Espero que Matheus cresça e mude as suas atitudes, que Bruno e Jonas sigam suas vidas, obvio que tudo virá a tona e o B.O que não era deles cresça e os engulam!

Vem em mim EP 21!

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Por mim tanto faz, eu só quero ver Jonas se fudendo e Bruno Radiante. E que a Coreana nojenta pegue uma doença HORRIVEL e que morr* da pior forma.

ansioso para ler o próximo capítulo.

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Tanta coisa que aconteceu nesse capítulo que eu nem sei por onde começar a comentar. Acho que o relacionamento do Jonas e o Bruno foi pro saco de vez hahahaahahahaha

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Aaaaaa finalmente patrick acordou. E que viadinho ardiloso hein.

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