Capítulo 27
Bruno franziu o cenho, olhando para Jonas como se quisesse matá-lo. Retirou a aliança e jogou na face do marido, saindo em seguida.
Jonas correu para alcançá-lo, deixando Daniel para trás.
_ Se eu tivesse planejado não teria acontecido de um jeito tão propício. Quer saber? bicho vai pegar e eu vou meter o meu pé._ Daniel disse sorrindo e indo embora da pizzaria.
Bruno entrou no carro antes que Jonas o alcançasse e partiu as pressas.
_Bruno, volte aqui! Me deixe explicar! Porraaaa!
Jonas retornou à pizzaria furioso, gritando com os funcionários.
_ Quem mandou deixarem aquele coreano safado entrar aqui?!
_ Mas, ele sempre entra, Jonas!
_ Betinho, você sabe muito bem que qualquer pessoa que quiser falar comigo tem que ser anunciada, caralho!
_ Mas ninguém viu ele entrar.
_ Ah, ninguém viu? O que vocês estavam fazendo? fofocas? É pra isso que eu pago vocês? Por causa daquele merda ter entrado no meu escritório eu me fodi de verde e amarelo! Eu só digo uma coisa: O Daniel está proibido de entrar aqui dentro! Se ele aparecer por aqui é para jogar na rua como se faz com um saco de lixo!
Todos os funcionários o olharam assustados. Raramente viam Jonas naquela estado de humor.
_ Se alguém deixar aquele demônio entrar aqui dentro eu ponho no olho da rua! Entenderam?
_ Sim, senhor!
Jonas entrou para o escritório em chamas de ódio. Uma funcionária olhou assustada para Betinho.
_ Menino, eu nunca vi o Jonas nesse estado? O homem tava com o diabo no corpo. O que aconteceu?
_ Eu não sei dizer direito. Mas, eu vi o Bruno passar por aqui feito um jato. Acho que o Jonas estava lá com a Dani cobra e Brunete flagrou. Gente, isso vai dar uma merda! Quer saber? Eu vou voltar pro meu serviço antes que sobre pra mim.
Bruno entrou em casa correndo para o quarto. Passou por Rose, que estava sentada no sofá, sem dizer uma palavra.
_ Bruno! Meu filho, o que houve?
Isabel veio em seguida.
_ Boa noite, Rose._ disse indo em direção ao quarto.
_ Ei! O que aconteceu, Isabel?
_ O mesmo de sempre, Rose.
_ Já sei. Briga com o Jonas!
Isabel encolheu os ombros, inclinando a cabeça para o lado, como quem diz "fazer o quê?"
_ Será que nunca vamos ter paz?! Pra mim já deu! Eu vou fazer um trabalho tão forte pra esses dois se entenderem, que não vai haver nada que os separem!
_ Do jeito que a coisa anda, nem milagre resolve a situação deles.
Bruno passou a noite inteira chorando. Sentia-se humilhado, imaginando que os dois transaram no escritório, lugar onde ele e Jonas foram flagrados por Matheus há 4 anos, o que o deixou mais irritado, acreditando ser efeito de alguma praga rogada pelo primo.
Como concluiu que Jonas o procuraria no final de semana na casa de Rose, Bruno tomou uma decisão para evitar esse encontro.
No café da manhã do dia seguinte, sentou ao lado da mãe ainda bravo.
_ Melhorou?
_ Eu quero te pedir uma coisa, mãe.
_ Diga, meu bem.
_ Vamos viajar?
Rose a olhou espantada.
_ Como assim viajar? Pra aonde vamos e quando?
_ Hoje mesmo. Vamos ir para Porto de Galinhas. A gente fica numa pousada bem bacaninha, podemos pegar uma praia, passear e fazer umas compras. Ficamos por uma semana. E não vamos avisar a ninguém.
_ Como assim viajar sem avisar a ninguém, como se fôssemos fugitivos? Você aprontou alguma coisa, Bruno?
_ Ainda não. Mas seu eu ficar por aqui e ter que dar de cara com o Jonas depois de tudo que ele me aprontou e juro que não respondo por mim.
_ Essa falta de diálogo é que está matando o amor de vocês.
_ Que amor, mãe? O era só meu. Jonas nunca me amou. Quem ama não trai! E além do mais, eu tô cansado e estressado. Uma viagem me faria muito bem. Eu preciso relaxar! Vamos, mãe? Por favor!
_ Mas, eu tenho a loja e algumas clientes marcadas pra essa semana. Fazer uma viagem teria que ser algo planejado.
_ Cancele as clientes e deixa a loja da mão da vendedora e da tia Renata. Por favor, mãezinha. Isso vai me fazer tão bem. E além do mais, faz mais de dois anos que não viajamos juntos. A última vez foi aquela que fomos à Paris.
_ Mas, Bruno...
_ Mãe, por favor!
Os olhos suplicantes de Bruno a comoveram de uma forma que ela se sentiu um monstro se negasse. Aceitou o pedido do filho e eles partiram algumas horas depois de tomarem o café da manhã.
Para o azar de Jonas, quando ele chegou na casa de Rose mãe e filho já haviam partido.
Bruno avisou a sua sócia Duda que havia viajado, mas não disse o seu paradeiro. Pediu que Rose fizesse o mesmo com Renata.
Quando Jonas chegou na redação e na casa de Renata perguntando por Bruno obteve a mesma resposta: "Ele e Rose viajaram sem dizer para aonde iam e quando voltavam", o que o deixou desesperado por não ter uma chance de se exiplicar.
Jonas foi à casa de Renata sem preocupar com a recepção de Matheus. Estava tão transtornado, que nem pensou no assunto.
Depois de ouvir a resposta negativa, saiu arrasado.
_ Que papel ridículo que o Jonas está se prestando. Logo ele que era o fodão, o que pega geral e destrói corações, está aí se rastejando por causa do imundo do Bruno.
_ Olha só quem fala, Matheus. Justo você que também é cadelinha do Patrick._ disse Emily o olhando com o ar desafiador.
_ Sou mesmo! Passo pano, corro atrás e faço tudo que o meu amorzinho quiser. Mas, o Patrick vale a pena, já o Bruno! Aquilo ali não é diferente de um chorume. Se bem que para o Jonas está no mesmo nível. Eles se merecem.
Uma semana depois, Rose retornava para a casa plena em felicidade. Havia relaxado nas praias paradisíacas de Porto de Galinhas, se entregou as massagens amando estar no lugar de cliente e não de massagista como de costume, visitou vários pontos turísticos. A única coisa que lamentava era ter sido proibida por Bruno de postar as fotos que tirou, já que ele não queria que ninguém soubesse o seu paradeiro.
_ Essa viagem me fez tão bem!
_ E olha que você não queria ir.
_ Eu ia me arrepender se não fosse. Eu amei essa aventura de sumir do nada e me atirar no paraíso. Me senti uma garota travessa.
Bruno sorriu ao ver a felicidade da mãe. A princípio, ele a convidou por medo de que ele revelasse a Jonas o seu paradeiro, mas acabou gostando de passar uma semana viajando em sua companhia.
_ Agora, eu preciso ir para a redação, mãe. A Duda está louca tendo que dar conta de tudo sozinha.
_ Você vem almoçar, meu amor?
_ Venho não, mãe. Eu vou estar cheio de trabalho. Vou comer alguma coisa no meu escritório mesmo.
_ Vê se não vai comer besteiras, hein! Pede comida caseira e saudável.
_ Ok, tô indo nessa._ Bruno se despediu dando um beijo no rosto.
A caminho do trabalho, ligou para Isabel para saber como Jonas o procurou. Ele ficou feliz ao saber que o marido bateu em todas as casas de amigos e familiares a sua procura.
_ Me deu pena sabia? Ele tava tão arrasado, Buba.
_ Arrasado fiquei eu. Jonas é um cretino. Ele não tinha o direito de me magoar.
Quando chegou na redação, Bruno se surpreendeu ao ver Jonas o aguardando sentado na sua cadeira.
_ O que você está fazendo aqui? Ou melhor, quem te deixou entrar na minha sala sem a minha autorização? Fora daqui, Jonas! Foraaa!
Jonas tinha uma aparência cansada, como se não dormisse há dias. Levantou e fechou a porta.
_ Nós vamos conversar.
_ Eu não tenho nada para conversar com você! Saia daqui!
_ Bruno, pare de fugir de mim e me escute! Você tá me machucando agindo dessa forma. Nem uma chance eu tive para me explicar.
_ O engraçado é que você fez a mesma coisa comigo, quando eu quis conversar e pedir desculpas por ter contratado um detetive para te vigiar. Eu me senti péssimo e ridículo por ter desconfiado de você. Enquanto na verdade, eu estava certo. Você estava me traindo. Mas, não era com o Rafael era a puta nojenta do Daniel!
"E a pestinha fazendo a minha cabeça como se o Rafael fosse o seu amante, quando da verdade era ele! Vocês dois estavam rindo da minha cara! Eu fiquei correndo atrás de você por uma semana e você me esnobando como se eu fosse um ser desprezível! Agora está reclamando porque está recebendo o troco com a mesma moeda? Aqui se faz e aqui se paga, Jonas!"
_ Bruno, aquilo que você viu naquele dia foi um mal entendido. O desgraçado do Daniel apareceu por lá de surpresa, invandiu a minha sala e eu o estava pondo pra fora quando você chegou.
_ Ah, Jonas! Me poupe das suas mentiras. Agora me faça o favor de sair da minha sala? Eu tenho mais o que fazer.
_ Bruno, nós precisamos acertar as coisas. Precisamos conversa! Eu errei em tudo, errei em ter te traído, em ter passado mais tempo no trabalho do que contigo, errei de ter te esnobado. Eu estou muito arrependido! As pizzarias e os bares estão lucrando muito. Logo vou abrir a quarta pizzaria e tenho ganhando muito dinheiro, mas a minha vida está tão triste. Hoje, eu vejo que de nada me adianta tanto dinheiro e sucesso profissional se eu perdi o grande amor da minha vida.
"A nossa casa é linda e possui muitos móveis caros e importados, mas a casa está morta sem você. Tu é a alma daquele lugar. Sinto tanta falta de me aconchegar em seus braços para dormir, de te ouvir reclamar por eu ter deixado algo espalhado, da sua companhia da hora das refeições, sinto falta de ficar abraçadinho contigo para assistir um filme.
"Amor, hoje eu consigo perceber que vacilei muito em achar que para te fazer feliz bastava te dar um presente caro. Eu percebo que você só queria carinho, atenção e um momento só nosso. Eu sinto tanto por isso. Oh, minha borboletinha, eu te amo tanto. Você é a minha vida."
Bruno relutava para não se deixar comover pelas lágrimas de Jonas. Raramente, o via chorar e isso o cortou o coração. Mas, manteve-se duro.
_ Agora é tarde para arrependimentos, Jonas!_ Bruno disse olhando para o lado oposto ao marido.
_ Amor, volte pra casa? Eu prometo que será diferente.
_ Você quer que eu volte para à casa que você indeferiu fodendo aquele lixo?
_ Aquela é a sua casa! O lugar onde você deve estar. Não há necessidade alguma de você ficar na casa da sua mãe sem nenhum conforto.
Bruno cruzou os braços e ergue a sobrancelha.
_ Eu posso até voltar para a casa Jonas. Mas, tem algumas condições.
_ Todas que você quiser, meu amor.
_ Primeiro eu só volto quando você me apresentar um escritura com a casa no meu nome.
_ Mas, ela já está no seu nome, meu bebê.
_ Ela está no nosso nome. Eu quero só no meu. E depois eu quero mandar desinfetar aquele lugar para tirar as imundices do Daniel, depois eu quero trocar toda a mobília que o verme tocou e vou pagar tudo com o seu cartão de crédito. Também quero que você continue bancando a casa sozinho, isso inclui o salário da Neide, as despesas, o pagamento do serviço de jardinagem, manutenção da casa e limpeza da psicina. E nada de trato de boca, quero tudo documentado e assinado em juízo, que você fará tudo isso por três anos.
_ Se são as suas condições para você voltar, eu topo.
Bruno ficou surpreso ao ouvir a resposta positiva de Jonas. Esperava que o marido ficasse irritado com as suas exigências e fosse embora. Como Jonas concordou, Bruno seguiu firme na sua proposta.
Louco para que Bruno voltasse para casa, Jonas contratou um advogado para cuidar dos trâmites legais para elaborar o contrato com as exigências de Bruno e para doar a sua parte da casa para o marido. Isso ocorreu em algumas semanas.
Durante esse tempo, Jonas voltou a sorrir esperançoso com a oportunidade de salvar o seu casamento, mesmo diante da frieza em que Bruno o tratava. Jonas acreditava que com o tempo e a convivência na mesma casa tudo voltaria a ser como antes.
Eles se encontram pela manhã no escritório do advogado para assinar os documentos. Jonas vibrou de felicidade quando Bruno disse que retornaria para a casa naquele mesmo dia.
Jonas fez questão de chegar em casa um pouco mais cedo. Comprou flores e planejava levar Bruno para jantar.
Entrou em casa sorrindo, com o coração transbordando felicidades.
Ao entrar, se espantou ao ver algumas malas próximas à porta de saída e Neide a olhando tristonha. Imaginou se tratar das coisas de Bruno.
_ Neide, por que você ainda não levou as malas do Bruno para o nosso quarto?
Ela abriu a boca para dizer algo, mas foi interrompida pela voz de Bruno, que descia as escadas.
_ A Neide já levou as minhas malas para o quarto de hóspedes. Elas vão ficar lá até a nova mobília chegar. Eu me recuso a me deitar na mesma cama que você se esfregou com aquele imundo. Essas malas aí são suas.
_ Como assim minhas?
_ São as suas roupas e objetos pessoais. Eu pensei em mandar entregar na casa do seu amante, mas não descobri onde fica o chiqueiro que ele se esconde. Depois eu pensei em mandar entregar na casa da sua avó, aí eu pensei e cheguei s conclusão que ela poderia ficar assustada e eu gosto muito dela não quero a envolver nisso. Teve também a opção de mandar entregar na casa ou do seu pai ou da sua mãe. Mas, eu pensei que cabe a você decidir onde vai ficar.
_ Como assim onde vou ficar? Eu vou ficar aqui na nossa casa!
_ Eu não sou professor de português, mas vou ter que corrigir o seu erro gramatical. Querido, você usou o pronome possessivo errado. Não é a nossa casa, é a minha casa.
_ Bruno, eu não acredito que você fez isso comigo! Você não pode estar falando sério.
_ E por acaso eu sou algum comediante para ficar fazendo piadinhas? Eu vou viver nesta casa sozinho! Você que vá para o raio que o parta! Ah, depois ligue para a minha secretária e avise a ela onde é o seu novo endereço para que eu mande entregar as faturas dos cartões de crédito, que usei para comprar a nova mobília da casa e mais algumas coisinhas pessoais. Só te desejo sorte para ter grana o suficiente para pagá-las.
Bruno subiu a escada sorrindo.
_ Eu não acredito que ele fez isso comigo, Neide! Não acredito!_ Jonas disse arrasado, pondo o buquê de flores numa mesinha próxima ao sofá.
Em empregada o olhava com dó.
No banheiro da sua suíte, Bruno se olhava no espelho sorrindo.
_ O Jonas já peguei. Agora, falta você, Daniel.
Patrick não quis que Matheus entrasse no consultório com ele. Acreditava que ouviria da doutora que tinha um grave problema sexual e sentiu vergonha em imaginar Matheus ao seu lado ouvindo a sua sentença de impotência.
Ele relutou muito para fazer a consulta médica. Temia ouvir uma resposta negativa e achava mais confortável fugir da situação.
No entanto, Matheus observava o quanto a rápida duração da ereção afetava Patrick emocionalmente e insistiu até convencê-lo e se consultar. O loiro o aguardava na sala de espera, enquanto Patrick conversava com a doutora.
Ele estava extremamente envergonhado. Tinha medo de ser mal julgado pelo sua sexualidade e impotência sexual. No entanto, a doutora tinha um sorriso tão simpático e um jeito tão meigo de tratá-lo, que ele se sentiu menos tenso.
Relatou o seu problema sem a olhar, mantendo a cabeça abaixada. Após terminar, seu coração batia acelerado, temendo a resposta dela.
_Patrick, isso que está acontecendo contigo é algo normal entre cadeirantes jovens. Há um mito que vocês não são capazes de ter uma ereção, o que é um equívoco. Devido a lesão na medula, as ereções são fugazes, ou seja, duram tempo insuficiente para ter uma relação sexual.
_ Isso significa que eu nunca mais vou poder transar?
_ Não, querido! De forma alguma! Você pode ter uma vida sexual plena e completa. Só vai precisar do auxílio das pílulas azuis.
_ A senhora está dizendo que eu tenho que tomar Viagra ?
Patrick a olhava assustado, sentindo a masculidade ferida por depender de tomar Viagra para ter uma relação sexual.
_ Sim. Mas, não precisa ver pelo lado negativo. É muito comum que paraplégicos e tetraplégicos fazem uso das pílulas azuis. Isso não significa que a sua masculinidade seja mais fraca que a de outros homens. Encare como uma forma de se redescobrir.
_ Pra nós homens é um pouco complicado passar por isso.
_ Tomar Viagra não é atestado de impotência sexual, é só um auxílio para melhorar a qualidade da relação. A sensibilidade do pênis, em muitos casos, é transferida para outras áreas do corpo, assim o seu parceiro pode te proporcionar mais prazer ao te tocar.
_ Então, é por isso que eu fico sensível no pescoço e mamilos! Eu já sentia sensibilidade antes, mas agora parece que ela está mais aflorada nessas áreas. Mesmo assim, eu me sinto envergonhado.
_ Isso é um tabu que você precisa quebrar. Muitos homens já se libertaram desse preconceito. Você sabia aumentou muito o número de atletas com lesão na medula que fazem usos desse tipo de medicamento?
_ É mesmo! Eu não sabia disso.
_ Sim. Mas, muitos não falam disso abertamente. Eu vou te passar a receita e te indicar como deve fazer uso. Não pode abusar para não afetar a sua saúde.
Patrick saiu do consultório com face vermelha, devido a vergonha. Não encarava Matheus quando falava com ele. O loiro ficou preocupado com o resultado da consulta. Não se preocupava se Patrick teria uma ereção ou não. A sua preocupação era com o estado emocional do companheiro.
No carro, a caminho de casa, Matheus perguntou o que a médica havia dito e Patrick respondeu olhando para a janela do carro.
_ Para ter uma ereção que dure o tempo o suficiente eu terei que tomar pílula azul.
_ Vamos à farmácia comprar.
Patrick o olhou espantado com a naturalidade em que Matheus lidava com a situação
_ E quando chegar lá me lembra de comprar um esmalte vermelho pra minha mãe? Ela me pediu para comprar e se eu esquecer ela vai falar pelos cotovelos.
_ Isso não te afeta?
_ O quê?
_ Matheus! Você sabe do que estou falando.
_ E por que me afetaria?
_ Você ter um marido impotente!
_ Quem é impotente?! Você?_ gargalhou. _ Com o fogo todo que você tem se diz impotente, imagina se não fosse. Amor, não há problema algum em tomar Viagra. Só não pode abusar no uso para não provocar problemas cardíacos.
_ A doutora me disse isso.
_ Mas, isso não é problema. Eu sei que a senhora prefere fazer passivo, né safada._ Matheus disse com sorriso malicioso, piscando o olho e segurando na mão do ruivo.
Matheus o deixou em casa e retornou para o trabalho. Patrick passou a tarde pensativo, se sentindo péssimo como homem.
No fim da tarde, recebeu a visita inesperada de Isabel. A jovem trazia consigo uma caixa com coxinhas de frango e caputiry, da lanchonete favorita de Patrick.
_ Muito obrigado, amiga! Há tempos não como essas coxinhas. Que saudade da época em que íamos lá por o papo em dia.
_ É porque a minha vida tá uma correria. É trabalho naquela loja, cuidar da casa, da Cinthia do Filipinho. Menino, são tantas coisas que eu estou sem tempo pra mim. Oh, nem as unhas eu fiz esta semana._ ela disse mostrando as unhas com a pintura descascando._ Mas, a partir da semana que vem, vou entrar em férias, assim a gente marca de dar um rolê.
_ Você vai querer sair com um cadeirante?
_ Eu não vou sair com um cadeirante, eu vou sair com um dos meus melhores amigos. Você não é essa cadeira de rodas.
_ Eu preciso desabafar. Você promete que não vai me julgar?
_ Claro que não, meu bem! O que aconteceu?
_ Bom, isso é um assunto um pouco íntimo. Eu não me sinto confortável para conversar com uma mulher. Mas, eu preciso desafabar, porque eu não posso fazer isso com o Betinho. Eu gosto muito dele, mas ele é muito fofoqueiro.
_ Isso é verdade! Comigo o seu segredo estará guardado.
Além de contar sobre o acontecido, Patrick desabafava o quão mal e envergonhado se sentia diante daquela situação.
_ Bom, eu acho que você deveria quebrar esse preconceito bobo. Pelo que você me disse, na relação de vocês só o Matheus goza. Seria bom se você gozasse também. Você acha justo que depois de tudo que você passou, se prive de ter prazer por causa de um machismo idiota? Tomar Viagra não será atestado de impotência, será um passo para desfrutar do amor que você sente e vive com o seu marido.
Patrick a olhou pensativo.
Enquanto Matheus preparava as pipocas, Patrick abria o sofá-cama da sala, pondo os travesseiros e esticando o edredom. Ele estava muito feliz por Matheus não implicar tanto quando ele queria fazer algo e quando aceitava (mesmo a contra gosto) dividir alguma tarefa com ele.
Aquela era uma noite especial de quinta-feira. Patrick sorria por uma aluna cancelar uma aula com o Matheus, assim poderia aproveitar a companhia do amado.
Renata saiu para passar a noite com Wilson e o casal combinou em assistir Stranger things, série que Matheus demorou um bom tempo para convencer Patrick a assistir. O ruivo presumia que não iria gostar da série por a considerar modinha.
_ Isso é preconceito da sua parte. Não se diz que não gostou de algo sem ter assistido antes.
_ Ah, é mesmo? Vou lembrar disso quando você disser que Alf é ruim sem nunca ter visto nenhum episódio.
_ É sério mesmo que você está comparando stranger things com Alf? Se eu não fosse tão apaixonado por ti, assinaria o divórcio agora mesmo.
_ Que exagerado!_ Patrick disse rindo, antes de beijá-lo.
Matheus deitou ao seu lado, se acomodando, deitando a cabeça no colo de Patrick, curtindo o cafuné, que recebia do seu grande amor.
De repente, a escuridão dominou o local.
_Porra , eu demoro um tempão para te convencer a assistir Stranger things. E quando finalmente consigo, a energia acaba na hora que vamos começar assistir.
Somente a luz da lua vindo da janela iluminava a sala.
_ Sabe que eu amo esses nossos momentos? Meu príncipe, eu amo a Renata. Adoro ficar perto dela, mas confesso que gosto de ficar sozinho contigo. Eu sinto como se tivéssemos na nossa casinha novamente.
_ É, a minha mãe agora só quer saber de ficar no Wilson.
_ Ela tá apaixonada. Quando isso acontece, queremos ficar grudadinhos na pessoa amada. Patrick abaixou a cabeça para beijar o marido.
_A falta de energia acabou com a nossa noite.
_Não acabou não, Matheus.
_ E o que podemos fazer sem iluminação, TV e internet?
_ Amor._ Patrick disse retirando o frasco de Viagra do bolso do pijama.
Matheus levantou animado.
_ Você decidiu tomar? Tem certeza?
_ Sim. Eu pensei direitinho e cheguei a conclusão que não posso me privar do prazer por puro machismo idiota.
O ruivo pôs o comprido na boca e bebeu um gole do suco, que Matheus havia trazido junto com as pipocas.
Olharam-se sorrindo. Sentiam uma boa sensação vinda do coração. Suas mãos se entrelaçam e suas bocas se beijaram. Matheus acariciava o rosto de Patrick, enquanto o beijava. Seus corpos se aproximaram num abraço acolhedor.
O ruivo fechou os olhos, apertando o travesseiro, tentando conter os gemidos, quando Matheus abria os botões da sua blusa do pijama. Cada botão que abria, beijava o peito e deslizava a língua. Depois da blusa toda aberta, pôs os braços em volta da cintura e o puxou para si, retornando ao beijo.
Suas mãos acariciavam os seus pênis. Despiram-se, enquanto se beijavam e se acariciavam.
Matheus abriu as pernas de Patrick, se pondo entre elas. O ruivo, sentado com as costas encostada na parede gemia de tesão sentindo a boca quente de Matheus engolir o seu pau.
O loiro começou lambendo a cabecinha rosada com a ponta da lingua, dando beijinhos. Em seguida, lambeu todo o membro e os testículos. Enquanto se deliciava no boquete, massageava as bolas do marido, o fazendo gemer alto de prazer.
_ Que mamada gostosa! Que delícia!
Quando mais Matheus percebia que Patrick estava sentindo prazer, mais caprichava no sexo oral. Passou a massagear a pele entre os saco e o ânus, deixando Patrick louco.
Parou e foi até a sua boca para beijá-lo.
_ Onde quer gozar?
_ No seu cuzinho. Lá é mais quentinho._ Patrick disse sorrindo fechando os olhos, irradiando meiguice, era o tipo de sorriso que mais encantava Matheus.
_ Eu vou pegar o lubrifante.
_ Ah, não precisa.
Patrick retirou o vidro debaixo dos travesseiros.
_ Olha que bicha prevenida!
_Por que você acha que eu topei ver aquela série? É lógico que tinha uma segunda intenção.
Matheus se posicionou de costa para o marido, ergueu as ancas para que o ruivo pudesse por o lubrifante. Foi sentando devagar, até que Patrick se sentisse todo dentro dele.
O ruivo gemia sentindo o seu pênis sendo apertado naquele buraco quente.
Matheus rebolava sentado de cima pra baixo e, às vezes, fazia movimentos giratório, enquanto se masturbava. Parou quando sentiu a mão de Patrick o segurando.
_ Deixa que eu toco pra você.
A boca de Patrick beijando as suas costas, sentando naquele pênis que tanto desejava e sendo masturbado, não demorou muito para que Matheus gozasse.
Mudou de posição sentando de frente, encostando a testa suada na de Patrick e o abraçando.
_ Caraca, você tá acabando comigo, hein veado! Que piroca gostosa!_ Matheus dizia ofegante.
_ Quer descansar um pouco?_ Patrick o perguntava acariciando o seu rosto.
_ Que descansar que nada! Eu vou é me esbaldar!
Matheus sentava com força. Estava extremamente feliz em ver o tesão estampado no rosto do marido. Ambos gemiam juntos. Nos beijos de Matheus, Patrick teve o seu primeiro orgasmo desde que sofreu o atentado. Sentiu-se nas nuvens despejando jatos de espermas.
Matheus parou para descansar apoiando a cabeça em seu peito. O ruivo sorria cansado e suado.
_ Aaah! Delícia! Eu jamais pensei que voltaria a gozar de novo! Você é tão gostoso, meu príncipe!
Matheus o beijava segurando em sua face.
_ Eu te amo tanto, meu neném! Vou te fazer muito feliz.
_ Você já me faz, meu amor.
A energia elétrica voltou, acendendo os luzes da sala.
_ Aí, Oh! Agora a luz voltou. Eu vou no banheiro pegar uma toalha úmida para nos limparmos. Mas, não pensa que vai fugir de mim não, mocinho. Deixe eu recuperar o fôlego, que no segundo round quem vai te comer sou eu.
Quando Matheus saiu, Patrick pegou o celular e mandou a seguinte mensagem para Isabel:
"Amigaaaaaaa! Eu gozeeeeiiiiii!"
Ele recebeu como resposta uma figurinha de um homem dançando. Do outro lado da tela, Isabel batia palminhas comemorando a felicidade do amigo.