Capítulo 28
Ao contrário de Patrick, Matheus não recebeu com entusiasmo a notícia de que Betinha era o novo morador da comunidade. O garçom vivia sozinho num apartamento pequeno, que ficava próximo ao seu trabalho. No entanto, o aumento do aluguel e condomínio não cabiam mais nos bolsos de Betinho.
Em uma de suas visitas a Patrick, mais precisamente num almoço de domingo, em que a família toda se reunia na casa de Renata, Betinho narrou sobre a sua situação e pediu recomendação a todos eles de algum imóvel para alugar.
Leninha se posicionou de primeira, informando que uma das casas da comunidade estavam vagas e que o preço do aluguel era acessível a um proletariado como ele. Betinho adorava subir o morro para visitar o amigo. Com o seu jeito extrovertido já havia conquistado não só a família de Matheus, como também muitos moradores do local. Ele sempre era convidado para as festas nas casas dos vizinhos, os Churrascos, almoços e jantares. O que ele mais gostava era estar sempre por dentro das fofocas do local. Betinho fez amizade com Ágata, uma mulher trans, dona de um salão de beleza da comunidade. Ele sempre visitava o salão e lá se mantinha informado e informava sobre as fofocas.
No mesmo dia, Leninha o levou até o dono da casa vaga, ele os levaram para conhecer e casa e Betinho se encantou de primeira.
A princípio, devido ao valor do preço do aluguel, Betinho julgou se tratar de algum barraco sem reboco nas paredes e com teto de telhas. Mas, ao vê-la se surpreendeu com a sua graciosidade. A casa era pequena, possuía apenas um quarto, uma pequena cozinha, que tinha como divisa com a sala um balcão feito de marmore preto e brilhante, acima dele uma luminária de cor grafite, uma pequena salinha com portas e janelas de madeiras e um pequeno banheiro de azulejos azuis verdes e brancos com o vaso sanitário e pia de mesma cor. As paredes era todas pintadas de salmão com contornos brancos nas áreas externas e internas e o chão era feito de pisos beges porcelanato. Havia uma confortável varanda na frente da casa, e uma pequena área de serviços por trás. O quintal era pequeno e asfaltado, com pequenos canteiros com plantações de flores e temperos. Uma árvore de Dama da noite plantada próxima à janela do quarto, que presenteava ao morador com o seu perfume delicioso.
Na mesma hora Betinho resolveu fechar negócio e estava disposto a se mudar o quanto antes.
Depois de Patrick, Renata foi a quem mais gostou da ideia de ter Betinho como vizinho. Para dar as boas vindas, ele teve a ideia de organizar uma festa surpresa para o garçom. O tema escolhido era festa junina. Cada vizinho convidado ficou responsável por levar um prato de comida típica. Como ela gostava de cozinhar, ofereceu aos convidados bolos de cenoura, milho e mandioca e brigadeiros. Marília ficou responsável pelo caldo verde. Bebidas alcoólicas e refrigerantes também foram divididas entre os convidados, o que Rose achou mais fácil para contribuir, já que estava sem tempo para cozinhar.
O terraço de Renata foi ornamentado com bandeirinhas, chapéus de palha, uma fogueira fake feita com madeiras papéis crepom e luzinhas. Para por os alimentos, os moradores construíram painéis simulando barraquinhas, que puseram na frente das mesas forradas com rolhas xadrez.
_ Eu não sei o porquê dessa produção toda para receber aquele fofoqueiro. Pra aquilo pão e água já bastava._ disse Matheus, enquanto todos arrumavam o terraço.
_ Meu amor, pare de implicar com o Betinho pelo menos hoje. Você me ajuda a enrolar estas cocadas?_ Patrick perguntava de um jeito tão meigo, que Matheus não se sentiu no direito de negar. Ficou com o coração tão quentinho que a sua resposta positiva não veio com um sim, mas com um beijo.
Patrick havia pedido a Rafael, por meio de uma mensagem no Whatsapp, para que pudesse liberar Betinho naquela noite de sábado para que o garçom pudesse aproveitar a festa. Ele também convidou a ele e Olivia para irem ao local. Quis fazer o mesmo com Jonas, mas temeu a reação do marido e achou mais prudente não fazer o convite.
Bruno recusou o convite de Rose para ir à festa, preferindo ficar em casa assistindo TV.
_ Eu não vou não, mãe. Prefiro ficar em casa mesmo. Quietinho no meu cantinho. Está tão frio e aqui em casa está muito confortável. Além do mais, eu estou um pouco pra baixo e sem a menor paciência para os chiliques do palhaço do Matheus. Se for para sair de casa e me aborrecer mais do que já estou aborrecido, é melhor ficar por aqui mesmo.
Para não levantar suspeitas sobre a festa, Rafael inventou um sorteio em que o premiado teria um sábado de folga. Betinho pulou de felicidade quando soube que foi o beneficiário. Planejou ir à um baile funk com uma amiga. Quando estava prestes a sair, recebeu uma ligação de Patrick dizendo que havia brigado com Matheus e que devido a sua tristeza, precisava da visita do amigo para desabafar.
Internamente, Betinho lamentou o pedido de Patrick, mas sentia um carinho tão grande pelo amigo que odiava vê-lo triste. Abriu mão da sua noite divertida para ser bancar o psicólogo do ruivo.
Ao chegar no local, os seus olhos se umideceram diante da festa surpresa de boas vindas. Lia chorando a frase "Seja bem-vindo, Betinho!" na placa esticada no centro do terraço. Demonstrou a sua gratidão com beijos e abraços em todos, sendo mais afetuoso com Patrick e Renega, declarando o seu amor sincero pelos dois.
Puxou Matheus para um abraço, mesmo esse se mostrando ríspido.
_ Você é uma bicha insuportável, chata, mimada, barraqueira e desclassificada, mas eu gosto de você, não pela sua pessoa, mas pelo fato de fazer o meu amigo feliz. _ disse enquanto o abraçava, fazendo Matheus sorrir.
Betinho reparou que todos estavam vestidos a caráter, menos Patrick.
_Por que você não se fantasiou, bicha? Quer ser a diferentona? A única que destoa?
_ Eu estou fantasiado de o cara que odeia se fantasiar.
_ Praga!_ Brincou Betinho, dando um beijo no rosto de Patrick._ Eu amei a surpresa. Pena que não estou vestido a caráter.
_ Não seja por isso.
Renata o entregou dois pacotes de presentes: um com uma camisa xadrez rosa e preto e outro um chapéu de vaqueiro com gliter dourado.
_ Monaaaa! Que arraso! Ameiiii!
Betinho também recebeu dos vizinhos vários presentes de utensílios caseiros para a casa nova.
Daiane era uma moça baixinha, de 22 anos de idade bonitinha, com os olhos pretos e cílios grandes. Ao natural, os seus cabelos eram cacheados e castanho claro, mas estava sempre no salão da Lola para tingir os cabelos de pretos e alisa-los, pois era sim que os preferia.
Como morava com a mãe e a avó enfrente a casa de Renata, cresceu convivendo com Matheus e os dois tinham uma longa amizade. Daiane e a família compareceram à festa por também simpatizar com Betinho.
No entanto, ela levou um convidado a mais. Tratava -se do seu primo Armando.
Betinho estava ao lado de Patrick e Leninha sentado numa mesa, próximo à fogueira artificial, quando Daiane chegou acompanhada do seu primo Armando.
Ao ver o jovem de pele clara, cabelos curtos pretos, olhos castanhos escuros e sorriso alvo e atrevido, Leninha pulou para abraçá-lo.
_ Armandinho! Quanto tempo! A última vez que te vi você era um frangote!
A tatuagem de uma cobra entrelaçada na sua perna direita foi o que mais chamou a atenção de Patrick. Ele usava uma bermuda preta, uma blusa gola V branca, e uma polchete atravessada no colo.
_ Oi, Betinho! Seja bem-vindo!
A jovem o cumprimentou com três beijos no rosto e apresentou a todos o seu primo.
_ Primo esse é o Betinho e esse é o Patrick, que te falei.
_ Esse é o companheiro do Matheus?_ Armando perguntava apontando com se dissesse "esse é o coitado que o Matheus cuida?"
O olhar penoso que Armando direcionou a Patrick, o fez se sentir extremamente desconfortável. Betinho ficou irritado ao ver o amigo daquele jeito.
_ Ah, esse aí é o ex-namorado do Matheus!_ disse Leninha dando um leve tapinha no ombro de Patrick.
_ Como assim ex-namorado? Que eu saiba a Matheuzona só namorou o Joanete!
_ Ah, não foi bem um namoro firme. Foi um lacinho que vivemos. Bons tempos! A melhor transa que já tive._ Armando olhou para Patrick._ Com todo respeito, é claro.
_ Se fala isso com todo respeito, imagina se não respeitasse. Triturar a Matheusona como as piranhas fazem quando cai uma presa no rio.
Por mais que todos riram, Betinho falava a sério reprovando a atitude do rapaz em elogiar Matheus sexualmente, diante de Patrick.
_ Você voltou a morar aqui, Armandinho?
_ Que nada, Leninha! Depois que saí desta favela nunca mais vou voltar. Graças a deus! Só vim mesmo passar uns dias.
_ É mesmo? E quando você vai embora?
Armando olhou espantado para Betinho, percebendo a sua antipatia.
_ Na segunda-feira. Eu amo a minha prima e tias, mas estou louco para voltar para a minha casa. Aliás, eu ainda não vi o Matheus. Cadê ele prima?
_ Deve estar lá dentro. Vamos lá procurar, primo?
_ Quando vocês encontrarem a Matheusona digam que a Patrick quer falar com ele.
_ Pode deixar._ Daiane disse mandando um beijo para Patrick e saiu com o primo.
_ Que bicha abusada! Olha, eu no seu lugar já tinha partido a cara dela.
_ Eu não vejo motivo nenhum pra isso, Betinho. Eu não posso sair batendo em todos os ex do Matheus.
_ Como não vê? Viu o jeito que a bicha te olhou? Como se você fosse algum coitado.
_ Ah, não liga não, nem. Se você for esquentar a cabeça toda vez que alguém te olhar assim, você vai ter que brigar com o mundo inteiro. E além do mais, o que ele teve com Matheus faz tanto tempo....Ih ó! Bem antes dele te conhecer.
_ Eu sei, Leninha, mas você viu o comentário provocativo dizendo que Matheus foi a melhor transa dele? Ah, a bicha tá com a cara coçando. Você deveria ter dado uns bons chega pra lá nela, gay.
_ Eu não vou me rebaixar por causa de ninguém. Principalmente por causa de uma pessoa sem noção como essa gay. Eu sou mais eu.
_ Huumm! Gostei de ver em Patrick!_ disse Leninha batendo palmas.
_ Mesmo assim, eu não gostei do jeito que ele falou contigo.
Daiane e Armando foram cumprimentar Renata. Ela abraçou Armando feliz em vê-lo e o apresentou a Wilson.
_ E o Matheus?_ perguntou Armando empolgado.
_ Tá lá na cozinha junto com o Marquinhos preparando as caipirinhas.
_ Vou lá falar com ele!
Armando desceu todo animado e Daiane foi atrás.
Pela casa havia mais pessoas espalhadas, conversando pelos cômodos. Armando passou por todas elas sem cumprimenta-las e foi direto falar com Matheus. Pulou em suas braços animado, já que não o via há anos.
_ Há quanto tempo! Eu senti a sua falta, Matheus!
_ É mesmo?_ Matheus disse com um sorriso amarelo._ E como você está?
_ Estou ótimo! Estou trabalhando como vendedor de uma loja de roupas femininas. É uma loja para patricinhas. Só vende grifes. Aí eles exigem que os vendedores tenham uma boa aparência.
_ Que legal! Eu tenho que ir lá em cima levar estas bebidas._ Matheus sempre odiou a forma como Armando se gabava, se sentindo melhor que os outros. Inventou um motivo para sair de perto do ex.
_ Eu soube que você está dando aulas de inglês! Eu estou precisando de umas aulinhas. Sabe como é, né...trabalhando no Leblon, em loja de gente rica, é sempre bom falar inglês. Bem que você poderia me dar umas aulinhas.
_ Ih, cara, não vai rolar. A minha agenda está cheia. Mas, eu posso te indicar uma amiga que é ótima professora.
_ Ah, que pena! Eu queria que fosse você. Bom, em todo o caso, eu te espero.
_ Vai demorar a ter vagas._ Matheus tinha a intenção de fazê-lo desistir. Não achava prudente ter contato com o ex ficante. Temia que isso pudesse ofender Patrick.
_ Eu espero. Aliás, eu tenho uma novidade. Eu estou solteiro.
_ Eu estou casado!_ Matheus disse mostrando a aliança. Deixando claro para Armando que não havia nenhuma possiblidade de rolar algo._ Foi um prazer te ver, Armando, mas eu tenho que ir levar essas bebidas.
_ Tudo bem. Até mais.
Armando passou a maior parte da festa correndo atrás de Matheus, tentando puxar conversa, mas o loiro sempre dava um jeito de escapar, inventando que tinha algo a fazer e se afastava. Depois, de um tempo, parou para sentar ao lado de Patrick e o abraçou, notando que o marido estava tristinho.
_ O que houve, meu nenê? Você tá tristinho?
_Não aconteceu nada. Eu só estou com um pouco de sono._ Patrick mentiu para que Matheus não insistisse em perguntar.
_ Quer mimir? Eu te levo para o quarto e você tranca a porta._ Matheus beijava o seu rosto, enquanto falava com voz de bebê.
_ Por mais que eu esteja com sono, não vou conseguir dormir com essa barulheira toda. Eu aguento ficar acordado.
_ Tem certeza, bebezinho? Eu não quero te ver cansadinho.
Patrick o olhava sério, se sentindo inseguro diante de Armando, que era jovem bonito e podia andar normalmente. Temeu a possibilidade deles terem uma recaída, ou que Matheus o trocasse por ele. Sentiu o medo o apossando por completo. Apoiou a cabeça no colo de Matheus, buscando refúgio em seu abraço.
O loiro passou alguns minutos sentado ao lado do marido. Ambos observavam a festa em silêncio. Patrick mantendo a cabeça apoiada no ombro de Matheus.
"Eu te amo demais. Não quero te perder." Pensava com medo de dizer para não parecer ridículo.
Wilson se aproximou chamando Matheus para que confirmasse para os outros integrantes da família algo que disse que vivenciou no curso.
_ Vou roubar o seu marido um pouquinho, Patrick.
A companhia de Matheus foi trocada pela de Betinho. Ele se aproximou chamando Patrick para acompanha-lo até o banheiro da casa, alegando estar sem paciência para esperar na fila do banheiro do terraço.
A escada que dava acesso ao terraço foi substituída por uma rampa, o que facilitou para que Patrick descesse.
Enquanto Betinho ia ao banheiro, Patrick o aguardava na varanda ao lado de Renata. A mulher arrumava alguns brigadeiros numa bandeja que estava em cima de uma mesa de vidro e o ofereceu um docinho.
_ Hum! Esses brigadeiros estão maravilhosos! Você não sabe o quanto amo brigadeiro.
_ É mesmo, meu amor? Eu não sabia que você gostava tanto. Agora que sei, amanhã vou fazer um monte para você.
Betinho se aproximou.
_ Queridos, vocês podem me ajudar levando os brigadeiros? Tem mais bandejas na cozinha.
_ Claro, sogrinha.
Quando se aproximaram da porta do cozinha, Betinho segurou a cadeira de rodas, a travando de passar. Eles ouviram as vozes de Armando e Daiane.
_ Você viu como o Matheus tá mais gatinho que antes?
_ Ele está casado, primo.
_ E daí? O marido dele tá morto das pernas pra baixo, mas ele não.
A raiva que Betinho sentiu o fez dar um passo para frente com a intenção de entrar na cozinha. No entendo, foi detido por Patrick, que segurou fazendo sinal para que ficasse quieto.
_ Eu não sei se ele está tão morto assim. Segundo o Mat, eles têm uma vida sexual.
_ Matheus fala isso por pena. Você acha que foder com um inválido é bom? O cara nem mexe os quadris. Deve ser o mesmo que transar com uma bonequa inflável.
_ Ah, que maldade, primo._ Daiane disse sorrindo.
_ Do jeito que Mat está passando fome, será fácil fácil dar umazinha com ele.
_ Ele não larga o Patrick por nada.
_ Claro! Matheus tem é pena do aleijadinho. Eu também tenho. Deus me livre tirar o marido dele. O coitado não tem ninguém. Eu só quero dar umas besliscadas sabe. E vamos combinar, né? Eu sou mais eu. Pelo outro ex do Matheus eu até entendo se ele me rejeitasse, mas esse aí. Todo pálido, com aspecto de doente, magrelo, com cara de melancólico e ainda por cima aleijado. Não sei o que Matheus viu nele.
_ Agora ninguém me segura. Eu vou dar na cara dessa bicha.
Betinho disse pronto para entrar na cozinha e armar um escândalo. Não admitia que ninguém ofendesse Patrick na sua frente.
No entanto, foi detido, quando o ruivo segurou no seu braço.
_ Pode deixar, que eu sei me defender.
Patrick entrou cozinha sério, olhando diretamente para Armando.
_ O que ele viu em mim, com certeza não viu em você.
Armando ficou vermelho de vergonha pelo flagrante. Daiane compartilhava do mesmo sentimento do primo.
_ Ao contrário do que você erroneamente pensa e diz sem nenhum fundamento, Matheus não tem pena de mim, ele me ama, ele me respeita e cuida de mim, não porque sou um coitado abandonado. E, sim porque cuidar do outro é uma forma de demonstrar amor.
_ Oh, não me interprete mal. Eu só...
_ Apesar da nossa vida sexual não ser da conta de ninguém, eu agradeço pela preocupação, mas a dispenso. Ela anda muito bem. Como sugestão deixo que ocupe o seu tempo cuidando da sua, já que anda carente demais para querer se rastejar pelo ex ficante casado.
_ Uiuiui! Podia ter dormido sem essa, cretina!_ disse Betinho, sorrindo e fazendo uma dancinha.
_ Eu não estou me rastejando por ninguém. Não preciso disso. As minhas pernas me levam para aonde eu quero.
Daiane arregalou os olhos para o primo, assustada com a crueldade do seu comentário.
_ Armando! Isso é coisa que se diga?! Patrick, me desculpa?
Patrick o olhava de cabeça erguida e Armando devolvia o olhar com um sorriso debochado.
_ O que te move são as suas pernas. O que me move é a minha competência.
_ Mais uma porrada sem mão.
_ Acho melhor eu ir, antes que você conhece um barraco.
_ Não se preocupe. Eu não vou discutir com você. Detesto baixarias e vexames. Eu faço questão que fique e desfrute da festa. Ter um pouco de alegria pode te fazer bem.
_ Me dar alegria mesmo olhar para o Matheus.
_ Ah, Já chega, Armando! Vamos embora!
_ Não, Dai. Fiquem! Eu concordo com o Armando, olhar para o Matheus dar alegria mesmo. Ele é tão especial que só de olhar já desperta sorrisos, imagina em mim, que além de olhar posso tocar? Agora você consegue entender a minha felicidade.
_ Felicidade é uma coisa que ele não sabe o que é, amigo. Se soubesse não estava desesperado correndo atrás de um ex comprometido. Isso é carência no mais alto grau.
_ Pra mim já deu. Estou morrendo de vergonha! Patrick, me desculpe mesmo. Você não merecia isso. Vamos, Armando. Você já bebeu além da conta._ Daiane disse puxando o primo para ir embora.
_ Vá mesmo, mal amada!_ Betinho gritava rindo._ Bichaaaaa! Arrasou! A senhora pisou na puta sem perder a classe. Fez ela de pano de chão todo trabalhado na etiqueta. É uma lady essa minha amiga.
O nascimento do sol dava o seu ar da graça quando o último convidado embriagado saía da casa de Renata. Ela quis limpar o terraço antes de dormir. Porém, Wilson percebendo o seu cansaço, a sugeriu que fizesse isso mais tarde, prometendo a ajudar nessa tarefa. Os dois partiram para o quarto para dormir.
Patrick e Matheus já estavam na cama desde às 4 da manhã. O loiro adormecia profundamente, enquanto Patrick permanecia sentado na cama, com as palavras de Armando martelando em sua mente.
Sentia-se muito ofendido por ouvir que estava morto da cintura pra baixo. Olhava para Matheus jovem, belo e saudável se perguntando se realmente conseguia dar prazer ao marido.
As lágrimas brotaram nos seus olhos. Chorava baixinho para não acordar Matheus, lamentando o seu estado.
Recebeu uma mensagem de Betinho no Whatsapp.
_ Tá dormindo, gay?
_ Não consigo. Estou me sentindo péssimo. Fico pensando o quão injusta é a minha vida. Eu tinha um casamento ótimo. Eu e Matheus éramos muito felizes na cama. Agora eu sou um aleijado._ Patrick digitava chorando.
_ Pare de palhaçada, Veado! Vai ficar acreditando numa bichinha pão dormido e murcho ao invés de na sua competência? A senhora é uma vagabunda de primeira e sabe muito bem disso. Sabe que na cama arrasa! E não digo isso para puxar o seu saco. Digo porque é verdade. Todos os caras que a senhora já fodeu dizem que a senhora é profissional na cama. O próprio Jonas até hoje elogia o seu boquete. Então querida, enxugue essas lágrimas, pare de ter pena de si mesmo, acorde essa bicha insuportável que está do seu lado e dar um show. Bota o Matheus pra gozar gostoso. Deixa a loira do banheiro louca por você. Eu hein!
Patrick pôs o celular no criado mudo e olhou para Matheus por alguns minutos. Aproximou-se beijando e acariciando a sua face. Ainda sonolento, Matheus deu um sorriso e puxou para si, o beijando na face e o acomodando em seus braços.
As mãos finas e brancas de Patrick acariciavam o pênis de Matheus, o deixando ereto.
Deslizou o seu corpo até que a sua cabeça ficasse na direção da virilha do marido. Foi beijando por cima da cueca, fazendo Matheus despertar sorrindo.
_ O bebezinho quer a mamadeira a uma hora dessas?
_ É hora do café da manhã.
Patrick deslizou o corpo para cima para que os dois pudessem se beijarem de um jeito intenso. Retornou para baixo ficando entre as pernas de Matheus.
Com os dentes, retirou a cueca até os meio das coxas, em seguida a tirou por completo com as mãos. Beijou a vigília, as pernas e a cabeça rosada do pau do loiro.
Matheus não conteve o gemido quando sentiu a ponta da língua do marido no buraquinho do seu pênis. Patrick lambia a cabeça, dando beijinhos, antes de o engolir por completo.
O loiro delirava sentindo a cabeça do seu pau roçando no céu da boca do ruivo e pelo canto das bochecas. Em seguida, Patrick movia a cabeça para frente e para trás, se deliciando com aquele mastro rígido e pulsante. Ao chegar na cabeça, dava uma sugada, fazendo Matheus ir ao paraíso com aquela sensação gostosa.
O ruivo levou a boca até os testículos, onde se deliciou chupando-os, enquanto masturbava o marido. Lambia a linha entre as bolas e depois as pôs na boca por completo.
Matheus lamentava que o orgasmo estava próximo à chegar. Ele queria desfrutar ainda mais daquela boquinha.
Patrick voltou a mamada para estimular o gozo. Acelerava ainda mais, gemendo com o pau na boca.
_ Caralhoooo! Que boca gostosa! Puta que pariu! Eu sou muito sortudo mesmo! Aiiii! Delicia! Haaam! Vou gozar, porra!
O olhar pidão de Patrick com o pau da boca o deixou ainda mais louco. Gozou muito, lambuzando aquela boquinha úmida com o seu leitinho. O ruivo engolia tudinho, expressando satisfação, deixando um fiozinho de porra escorrer no canto da boca.
Matheus sorria satisfeito. Estava nas nuvens.
_ Esse é um dos motivos pelo qual eu sou louco por você. Você além de lindo, amigo, inteligente, companheiro, maravilhoso é gostoso pra caralho! Eu tô muito na sua, mô nenê.
Patrick sorriu, limpando a boca com o lençol.
Matheus o puxou e o beijou. Percorrendo a mão por sua pelo macia. Focando na nuca, onde o dava mais prazer.
_ Eu quero mais!
_ Não está mais com sono, príncipe?
_ Você não só me acordou, como acendeu o fogo que há em mim.
Matheus retirou o pijama de Patrick, o beijando. Depois de dar a pílula azul ao ruivo, Matheus o colocou ajoelhado na cama, com os braços apoiados na cabeceira. Abriu as suas pernas para que o cuzinho ficasse a amostra e o lambuzou com o lubrificante.
Patrick tremeu, sentindo a cabeça do pau do marido roçando na portinha do seu cuzinho.
Gemia quando sentiu tudo dentro dele. Os quadris de Patrick se moviam com o impacto dos de Matheus. O barulho da cama rangendo, os gemidos e a suas peles se chocando ecoavam pelo quarto.
A boca de Matheus devorando o seu pescoço, enquanto o comia e o masturbava o deixava queimando de tesão.
Ambos estavam suados e ofegantes. Entregavam-se por completo os seus corpos à paixão e os corações ao amor.
Desfrutaram juntos do orgasmo.
Matheus apoiou a cabeça no ombro do amado e disse:
_ Você é o meu tudo, Patrick. A vida foi muito generosa comigo te pondo no meu caminho.