Sexta-feira, 15 de julho de 2016. Acordo por volta de nove da manhã, a essa hora minha aula da disciplina de férias já deveria estar pela metade, mas era meu aniversário e eu havia decidido que meu fim de semana começaria mais cedo.
Desço as escadas e minha mãe me recebe com um abraço apertado e um beijo no rosto seguindo de suas felicitações, meu pai e meu irmão me parabenizam em seguida. Minha família é bem comum, pai, mãe, dois filhos e um cachorro.
Meu irmão mais novo é a cópia do meu pai, um homem branco, de cabelos claros e olhos azuis, corpo longilíneo e ombros largos. Já eu sou uma mistura do meu pai com a minha mãe, pois fisicamente, meu corpo herdou muitas características dela como pernas bem grossas, quadris levemente mais largos que a circunferência do abdome, bunda grande, pele morena e cabelos pretos, felizmente herdei também os ombros largos do meu pai que me permitem ter uma aparência máscula embora da cintura pra baixo tenha as curvas que já citei e medir apenas 1,72 metros. Tenho os olhos dela, amendoados e cor de mel, ao sol são quase amarelos, também seus lábios carnudos e dele o rosto anguloso, nariz pequeno mas não muito fino, nessa época ainda não tinha deixado a barba crescer. Uma boa e harmônica mistura, quem me olha nunca me acha comum.
Após tomar meu café da manhã, pego meu celular para responder as mensagens de aniversário dos amigos, parentes e dos contatinhos. Eu não era muito pegador, na maioria das vezes os rapazes com quem conversava acabavam se tornando apenas seguidores de redes sociais, pois eu tenho um bloqueio muito grande para quem não sabe me envolver na sua conversa, a aparência importa muito sim, mas nem o homem mais lindo me atrai se não me instigar na conversa a querer conhecê-lo, pelo menos nessa época eu era assim.
Fazia dois anos desde que havia namorado pela última vez, e na verdade única, depois disso só cheguei a ficar com mais três rapazes nesse tempo e na presente data fazia quase 4 meses que não saia com ninguém. Já estava com saudades de beijar na boca e de sentir meu corpo tremer na presença de alguém, de tocar e sentir os corpos se envolverem.
Nesse momento a pessoa mais próxima de chegar a esse fim era um dos 3 rapazes que citei anteriormente pois estávamos conversando bastante pelo whatsapp desde que ele havia me mandado um "oi sumido". Se chamava Diego, um homem negro, careca, 26 anos, corpo musculoso, 1,78 metros, um Deus de ébano e típico rato de academia. Conheci Diego na academia um ano atrás, eu achava que ele era hétero, mas as vezes tinha a sensação de que sempre que o olhava ele estava desviando seu olhar de mim, mas com ele tinha aquela sensação de quando achamos que um homem é bonito demais para nos dar bola. Então somando todos esses achismos e sensações, ficava na minha e qual não foi minha surpresa quando o vi no Tinder gay, maior ainda foi a surpresa do match, a partir daí vocês já devem imaginar no que deu.
Quando ficamos tive a sensação de que estava quase virando namoro, foram ótimos 3 meses até que soube que ele pretendia morar em outro estado para estudar. Fato é que aproveitamos o quanto deu e mesmo longe mantivemos contato, não se adaptando à nova vida logo ele voltou e manifestou interesse em me rever. Meus amigos e eu combinamos que à noite sairíamos para algum barzinho em comemoração ao meu aniversário, eu obviamente convidei Diego.
Não tinha assumido minha sexualidade para muitas pessoas até então, mas sentia carinho e confiança suficientes para abrir o jogo para meus amigos, fui super bem aceito e na verdade a amizade até fortaleceu, eles conviviam comigo o suficiente para perceber e quando contei tanto eu quantos eles ficamos mais leves e até mais livres. Mas essa seria a primeira vez que eles me veriam com alguém, e no fundo eu estava ansioso para ver a reação das meninas quando vissem o quão bonito esse alguém era.
O dia seguiu muito tranquilo, meu pai trouxe um bolo e após o almoço cantamos parabéns, à tarde eles foram para o trabalho e fique em casa vendo filme com meu irmão, que estava de férias da escola. À noite fiz a melhor produção que pude, queria estar bonito para o meu momento, calça slim cinza, tênis branco, camisa de botão azul bebê ajustada no corpo que coloquei por dentro da calça, pois se tem uma coisa que sempre gostei foi de mostras as curvas do meu corpo, não que eu seja tão musculoso quanto o Diego, mas com as características já descritas e o habito de malhar que cultivo desde os 17 anos posso dizer que tenho um corpo bem atraente.
Quando cheguei no barzinho meus amigos já me aguardavam, Fabrício e Isabela eram colegas de faculdade, estavam dois períodos à baixo de mim e nos conhecemos em uma disciplina que eles fizeram com a minha turma, onde eles se juntaram a mim, ao Carlos e à Vanessa, esse últimos, não só colegas de faculdade, mas de turma, eles namoravam desde o primeiro período e eu fui o cupido da relação, os quatro são héteros. Enquanto conversávamos, eu acabei esquecendo que faltava o Diego chegar então levei um susto enorme quando senti aquelas mãos pesadas acariciando minhas costas, mas logo percebi que era ele quando olhei para as meninas que estavam em estado de choque com tamanha beleza, vestindo tênis marrom escuro, calça skinny preta e uma camisa polo cinza quase estourando nos seus músculos.
- Boa noite aniversariante - Disse ele com um tom ainda um pouco sem jeito devido ao fato de ter acabado de chegar - E boa noite pessoal, eu sou o Diego.
Levantei para abraçá-lo e ao meu ouvido ele disse - Uma falta de respeito essa roupa sua, preciso sentar antes que percebam que eu estou ficando de pau duro.
Indiquei um lugar para ele ao meu lado e ao sentarmos eu disse - Bem, já que ele já se apresentou, deixem eu apresentar vocês a ele - e assim o fiz.
Todos apresentados ele se juntou a nós na bebida e continuamos conversando. Muito educado e comunicativo ele logo se enturmou, ainda mais pelo fato de trabalhar como vendedor de concessionária de veículos e coincidentemente o Carlos manifestar interesse em trocar de carro. Alguns mojitos depois eu já estava alto, rindo com o vento, mas ainda um pouco controlado, só que ele percebeu, pôs a mão na minha perna e encostou para falar no meu ouvido.
- Vai devagar príncipe, senão você não aguenta chegar no segundo tempo da sua comemoração.
Antes que vocês pensem em sexo, não era essa a pretensão de segundo tempo que combinamos, isso ficou acertado para ser o terceiro tempo, rs. Nosso segundo tempo fui uma ideia que a Isabela tinha sugerido, de irmos para uma boate depois da meia noite. Felizmente eu ouvi o conselho e cheguei bem no segundo tempo, Carlos e Vanessa estavam cansados e decidiram não nos acompanhar nessa etapa, então fomos eu, Diego, Fabrício e Isabela. Não era um espaço muito grande, era frequentado por uma galera classe média alta, maioria aparentemente hétero, mas podia notar que aqui e ali havia alguém do lado colorido, o que tornou o rolê bem mais divertido.
Não cheguei a beijar Diego na boate, até pelo fato de nunca ter feito isso na frente dos meus amigos, mas em dado momento em que eu pegava uma bebida, senti Diego vir por trás e encostar bem seu corpo no meu, era uma delícia sentir aqueles músculos, voltando para a companhia dos outros ele disse que viu um cara olhando demais, como se fosse chegar em mim a qualquer momento, sorri e continuamos a nos divertir.
Por volta das quatro da manhã eu já estava bem bêbado, Fah e Bela também, Diego, muito provavelmente por perceber que eu estava a fim de chutar o balde, bebeu muito menos e ainda estava bem sóbrio. Decidimos ir embora, os meninos foram de uber e Diego pegou as chaves do meu carro para me levar para casa e não posso dizer que não ficava todo derretido com o jeito quieto com tiradas safadas e divertido com uma boa pitada de responsabilidade e cuidado comigo.
Na porta da minha casa, fiz o que estava morrendo de vontade. Ao parar, ele se virou para mim e eu dei um beijão nele, logo encontrei a alavanca do banco dele e empurrei para trás, passei para o seu colo, e comecei a beijar aquele homem gostoso como se tivesse a intenção de dar para ele ali mesmo e na verdade eu tinha. Suas mãos passeavam pelas minhas costas por dentro da camisa, que ele já havia puxado para fora da calça que a esse ponto estava prestes a estourar devido a posição que estava com suas pernas entre as minhas.
Diego beijava como um galã de novela, calma e firmemente, era um beijo úmido sem ser molhado demais e que tinha um ritmo perfeito, o movimento da língua tornava aquilo que poderia parecer muito romântico, algo com um toque sensual, fora as mãos dele que já haviam encontrado minhas nádegas e se alternavam entre apertá-las e dar uns tapinhas com as duas mãos ao mesmo tempo.
- Chega! Eu não do conta assim! Desse jeito vou te comer aqui mesmo.
- E isso é ruim? - respondi com um sorrisinho safado
- Ruim não, mas é perigoso, vai que aparece alguém ai na porta da sua casa? Fora que você está bêbado demais e não quero sentir que posso estar abusando de você.
Eu fiquei desapontado pois planejei que terminaria meu dia sentando naquele homem. Mas entendi o cuidado dele, fora que o argumento de alguém aparecer na porta de casa me deixou com medo, pois ainda não havia conversado sobre minha sexualidade com meus pais e nem imaginava como seria quando isso acontecesse e o Diego sabia disso.
- Tudo bem gatão, mas fica sabendo que tô louco pra sentar nesse cacete – Disse apertando seu órgão por cima da calça.
- E eu louco pra te comer, mas fica tranquilo que amanhã você não me escapa.
Voltei pro banco do carona e demos mais um beijo, em seguida ele pediu um uber e assim que este chegou, me entregou as chaves do meu carro e entramos, eu em casa e ele no uber. No fundo eu estava um pouco chateado, mas já ansioso devido promessa que ele havia me feito.
Continua...