No dia seguinte, acordei bem cedo. Na verdade,acredito que sequer dormi, pensando em como iria falar sobre o acontecido da noite.
Todavia, afinal, minhas preocupações se mostraram demasiadamente prematuras, uma vez que, na manhã seguinte, Evandro sequer parecia lembrar de nada do ocorrido.
- Cara, como eu cheguei em casa ontem a noite?
Eu primeiro fiquei atento a seu rosto, para me garantir que ele não estava fingindo amnésia. Então, após ter alguma segurança, resolvi narrar o episódio. Omiti a parte do quarto, pois estava com vergonha de dizer que eu praticamente abusara dele enquanto dormia. E também acrescentei uma por minha conta, apenas para tirar um sarro de sua cara:
- E depois que você dançou em cima da mesa, eu o trouxe pra casa.
- Ta de sacanagem - ele balançava a cabeça incrédulo.
- Olha, de fato dançar você não dança. Pois pra isso precisa de técnica - continuei segurando o riso - o que você fez no Pub ontem estava mais ora um... Ataque epilético. Mas sejamos justos, você só queria irritar a Adriele.
Infelizmente não fui capaz de manter o ar sério diante de sua cara de pânico.
- Vai tomar no seu cu - me atacou quando percebeu a farsa.
Então eu gargalhei. Evandro também ria, ainda vermelho pois por um segundo havia acreditado que tinha pagado aquele vexame.
*
- Olha, Fabio. Apeear de o que você fez ser quase considerado criminoso. Acredito que no fim você não precisa se sentir dessa forma. Afinal, você foi homem o bastante para perceber que ele estava desacordado e parar. - Bianca me consolou após eu ter narrado com riqueza de detalhes o ocorrido. - Agora, me desculpe se vou falar isso pela milionésima vez, mas você está realmente bem com tudo isso? Pois pra mim está claro que você não superou em nada essa paixão.
- A questão é que... Naquela sexta ele me deu a entender que... Sabe... Poderia dar certo entre a gente. Mas como vou saber se isso foi real e não só a bebida falando?
Bianca me olhou com um pouco de pena e então falou em tom de desculpas:
- Você só vai saber se arriscar.
Eu esperei ela concluir, mas ficou calada.
- Como assim? Só isso? - questionei - nenhuma piada ou algo ofensivo contra mim?
Ela apenas sorriu sem jeito e eu vi o quanto estava fodido. Pois para ela não se atrever a fazer uma de suas brincadeiras e deixar de lado seu tom agressivo, era porque a coisa era verdadeiramente séria.
*
Como todos esperavam, inclusive eu, não tive coragem de tocar naquele assunto com Evandro. E me valhendo de sua amnésia induzida pelo álcool, deixei as coisas seguirem sua normalidade.
Desde Adrielle, ele não se permitiu mais um segundo encontro com ninguém. Mantendo sua linha de solteiro querendo curtir a vida.
As coisas não poderiam estar melhores entre nós, se não fosse aquele arrependimento que me destruia por dentro. E não era arrependimento do que eu tinha feito, mas das coisas que eu não fiz ou fazia. E esse era o pior de todos.
Se não fosse por isso, eu diria que minha vida estava perfeita. Morar com Evandro era ótimo. Não havia estresse entre nós. Dividiamos muito bem as contas e as tarefas, respeitavamos o espaço um do outro e sempre tinhamos assunto. Além disso, meu emprego ia de vento em poupa e eu era elogiado por cada setor em que passava. Tudo parecia lindo num horizonte de espectativa.
Foi quando aconteceu aquilo que fez o
mundo ruir sobre meus pés.
Evandro tinha precisado se ausentar por duas semanas para o Canadá. Viagem de negócios. Conversamos durante toda sua ausência, ele falando das maravilhas do país e tudo mais. Porém, conforme a segunda semana se passava, notei sua voz mais engasgada, suas feições um pouco mais pálidas.
- Tem certeza de que você está bem? - perguntei em uma video conferência.
- Só estou um pouco resfriado. - Explicou - esse frio é letal para nós cariocas - e riu.
Porém, minhas preocupações não eram infundadas. Ele piorou. E quando voltou para o Brasil, teve de ser internado as pressas com um quadro gravíssimo de pneumonia.
- Mas ele sempre foi saudável. Se cuida, tem boa alimentação - questionei o médico
- Acontece quando o nosso corpo é exposto a bactérias até então desconhecidas. Foi a primeira vez que o seu amigo esteve no Canadá?
- Sim, mas... - eu não queria acreditar.
O médico, muito paciente, me explicou o que eu sabia mas não queria acreditar. Que quando vamos para outro país, esse é um risco real a medida em que nos expomos a microorganismos com os quais nunca tivemos contato. Evandro, por mais saudável que fosse, não tinha defesas contra aquilo e por isso seu estado ficou tão ruim em tão pouco tempo.
Ele ficou internado no CTI por 4 dias, nos quais 2 ele ficou completamente desacordado.
*
- Bianca... E se ele morrer?
Bianca estava comigo aquele dia no hospital, onde eu passava a maior parte do meu tempo em que não estava trabalhando.
- Não pensa assim - tentou me trazer de volta ao ânimo - É só um susto. Logo logo ele volta pra casa.
- Mas e se ele morrer e eu... Eu não tiver dito que...
- Cala a boca - ela começava a ficar nervosa - Ele vai sair e você vai ter a chance de dizer a ele todas as coisas melosas que você tem guardado todos esses anos. Espero que dessa vez você aorenda a parar de ser um bundão e assuma de uma vez o que sente.
Acho que eu precisava dessa injeção de choque que só Bianca era capaz de me dar.
Aguentei firme os dias que se seguiram. O visitei no horário restrito do CTI, e fui com alegria o acompanhar para o quarto.
Obviamente segurei a vontade de falar o que estava entalado, pois a prioridade era ele se recuperar. Só esperava não perder a coragem com o tempo.
Quando Evandro recebeu alta, o acompanhei até em casa e cuidei dele.
- Olha, vou acabar ficando mal acostumado assim - riu-se, sentado na cama enquanto eu lhe servia um lanche.
- Pode se acostumar, eu discuto os termos das minhas remunerações quando você melhorar plenamente.
Rimos juntos e eu sentei na cama ao seu lado.
- Tô sempre te dando trabalho, né? - falou de repente, sem me encarar.
- Não... Você só esta passando... Ah, quer saber? É. Da trabalho sim. Sempre fazendo merda - brinquei e ele riu.
- Que bom que tenho você comigo - desabafou. Senti uma pontada de emoção em sua voz.
- E vai ter sempre - soltei, levado pelo momento.
Nos olhamos por uns seguntos, os quais foram o bastante para deixar os dois sem graça.
- Eh... - ele cortou, desviando o olhar - Me diz, como está o trabalho?
Eu ri, cansado, e fui narrando. Infelizmente, mais uma vez, eu havia perdido o tempo da coisa.
Numa noite de sábado, ele se sentiu febriu. Medi sua têmpera e bateu 37 graus.
- Relaxa. É normal. O médico disse - expliquei.
- Será que tomo alguma coisa?
- Não. É melhor observar se ela vai ceder sozinha.
O médico havia me alertado que ele pudesse ficar febril nos primeiros dias. E pediu para observar e voltar até ele caso a temperatura passasse dos 38 ou persistisse por mais de dois dias acima dos 36. E evitar remédios que influam nessa medição.
- To com frio - queixou-se, daquele jeito manhoso que assumia sempre que estava adoentado.
- Own, tadinho - zombei e deitei com ele, - quer que eu te esquente, quer? - brinquei, o abraçando.
Nesse momento, ele se virou pra mim e me abraçou mesmo
- Nossa, como você é quente.
E enfiou as mãos debaixo das minhas axilas e os pés entre minhas pernas.
Eu ri. Mas achei bonitinha a forma como ele ficou aninhado em mim.
O abracei e fiz carinho na sua cabeça, até que ele dormiu. E eu também.
Evandro acordou bem suado de madrugada e eu estiquei a mão até a mesa de cabeceira e o ajudei a medir novamente.
- Viu? 36 graus.
- Será que isso está certo? - falou ainda meio sonolento.
- Olha, dizem que a forma mais segura de medição é a retal - e mostrei o termômetro de forma ameaçadora.
- Enfia na tua...
- Olha! Não mete a mãe no meio. - o repreendi, achando graça.
- Eu ia falar pra enfiar na tua bunda - e apertou minha bunda de sacanagem.
Estávamos mais uma vez muito próximos. Seu rosto, bem perto do meu
- Obrigado - pediu mais uma vez
- Para de agradecer tudo que eu faço - briguei.
- Não dá. Você é tão altruísta que eu to sempre sendo ajudado por você.
- Você também me ajudou sempre que eu precisei - lembrei.
- Não é a mesma coisa - disse. - o que você faz por mim... Sei lá, ninguém nunca fez. Tirando minha mãe, claro - e riu, cansado. Então, me olhou nos olhos - posso te perguntar uma coisa?
- Hum - engasguei - acho... Que pode sim.
- Se você pudesse fazer algo agora. Algo egoísta. Pensando somente em você e sem ligar pra opinião dos outros. O que faria?
Senti meu coração acelerar com a proximidade dos nossos rostos.
- Eu... Não sei
- Ah vai, fala. Caramba, você vive me ajudando. Deixa eu saber o que poderia fazer.
- Acho que não tem nada...
- Fabio, vamos, fala
- É que...
- Anda logo - insistiu - fala, uma coisa
E foi quando eu fui empurrado por alguma força dentro de mim. Diante de sua insistência, eu apenas me precipitei e o beijei.
- Desculpa. - pedi.
Evandro, entretando, não parecia surpreso. Mas também ficou ruborizado
- Só isso? - perguntou e eu o abracei e beijei de novo
De novo. E de ne novo.
Então, levado pelos meus impulsos, senti meu corpo se mover por vontade própria. Me vi rolando por cima dele e o beijando mais. Evandro correspondeu, passando a mão nas minhas costas e descendo até a bunda.
Como era bom beijer ele daquela forma, sentindo sua lingua, seu hálito. E melhor, sentir que era correspondido. Se ele estava realmente interessado ou fazia aquilo apenas como forma de agradecer, eu não sabia e nem queria saber.
Tanto tempo de desejo reprimido explodiu de uma vez. Haviam muitas partes de seu corpo que eu gostaria de provar, e não sabia se teria outra chance daquelas. Então, com pressa, beijei seu rosto, senti o cheiro de seu cabelo suado, lambi seu ouvido. E fui descendo. Os gemidos de Evandro iam irrompendo, em baforadas baixas e contidas.
Tirei sua blusa e beijei seu braço, o ergui e lambi toda a axila. Chupei seu peito, lambendo carinhosamente cada mamilo. Então desci para a barriga, mordiscando a carne. Desajeitadamente, arranquei seu short. E foi quando vi aquele membro extremamente rigido saltar, que minha boca se encheu de saliva e eu o abocanhei. Meu amigo contorceu na hora, soltando o grito.
- Machuquei você? - perguntei, preocupado. Mas ele apressou em puxar minha cabeça de volta.
- Vai, vai... Não para.
E o abocanhei novamente, chupando todo seu órgão fazendo ele envergar de um lado para o outro, como se contorcesse em agonia.
Lambi seu pau, da cabeça ao saco. Enebriado pelo cheiro, pelo gosto, pelo calor.
Então, tomando fôlego, eu o virei de bruços, e continuei a devorar seu saco por aquela posição
Abri suas nádegas e, sem tempo de esperar, enfiei a lingua no orificio. Fazendo ele gritar novamente, mas desta vez abafado pelo travesseiro.
Os dedos de seus pés se contorciam , seus músculos enrigeciam enquanto se agarrava a fronha como se tivesse medo de cair.
Mordi sua nádega, a beijei e fui subindo por suas costas. Rocei por trás e me deitei por cima dele. Peguei suas mãos e entrelacei nossos dedos.
Eu estava plenamente encaixado, bastava uma pressão para o penetrar.
- Fabio - sussurrou - Vou pedir só pra você pensar um pouquinho em mim quando for.. quando for fazer isso
Beijei seu rosto e falei.
- Não se preocupe. Nunca te faria mal.
Ele virou o rosto pra trás e me beijou. Com carinho, ficamos assim um tempo, sentindo suas nádegas pressionarem meu membro. Quando as abri novamente e encaixei, ele arfou baixinho. Devagar, entrei com a cabecinha. Ele apertou bem minha mão.
Gemeu baixinho.
- Está doendo? - perguntei com atenção.
- Um pouco, mas pose ir.
E mordeu o lábio, abrindo mais as pernas e me deixando deslizar. Até enfim entrar por completo.
- Cheguei amigão - e lambi seu ouvido
- Ai... Ai - sussurrou
- To comendo teu cuzinho, amigão - não sabia se falava com ele ou comigo mesmo, para me força a acreditar que aquele momento era real .
Entrei e sai devagar, Evandro ficando imóvel a todo o momento.
- Ai - era tudo o que ele conseguia dizer, mas ao perceber que sua bunda fazia movimentos para trás, pressionando meu órgão, eu sabia que era um dor desejada
Pacientemente, fui aumentando o ritmo. Ele entrelaçou meus dedos com mais força, gemendo de forma mais livre.
- Não acredito que você está fudendo meu cuzinho - falou, aparentemente consigo mesmo
- To sim, amigão - falei a seu ouvido - e to ouvindo você gemer.
Meti mais forte, conforme ele mesmo foi se soltando .
Os estalos comecavam a serem ouvidos. Evandro e eu não conseguiamos mais conter os gritos altos que preenchiam as paredes do quarto.
- Vou gozar - anunciei. Quase tarde demais. Pois foi só alerar, que comecei a verter.
Finquei fundo, despejando tudo. E quase imediatamente, saí, desci novamente, abrindo sua bunda e enfiando novamente a língua em seu orificio recem judiado. O desabafo que Evandro soltou depois foi um grito de alivio, como quem tem um bálsamo lançado cobre uma queimadura. Lambi tudo, beijando e tratando sua bunda com o carinho que merecia. E eu poderia ficar a vida inteira assim.
Um silêncio prazeroso e ao mesmo tempo constrangedor se intalou. Eu não sabia como ou o que falar, e Evandro parecia partilhar do mesmo desejo pelo silêncio.
Na manhã seguinte, ainda dormindo, o abracei. Sentir o cheiro gostoso de seu cabelo suado me era um pequeno pedaço do paraíso.
- Como eu te amo - soltei sem querer, ainda enebriado pelo sono e pelo prazer.
Naquele momento, despertei de um salto e o olhei, parecia ainda dormir. Meu rosto queimou. E queimou mais ainda quando o vi sorrir.
- Eu ouvi direito? - perguntou, sem abrir os olhos.
- Ah...
- Fábio tá ficando vermelho - cantarolou, brincando e se divertindo ao ver meu rosto.
- Para - pedi, querendo enfiar a cara no travesseiro.
- O que foi? Ta gamadinho em mim, é?
E brincou mais ,deitando por cima de mim. Eu queria gritar, jogar ele longe, sumir, mas Evandro me segurou firme.
- Você me ama mesmo? - perguntou, me olhando nos olhos e fixando a atenção
- Eu... - como era dificil falar assim, de caso pensado.
Ele então me deu um beijinho.
- Fala - pediu.
,- Eu... Eu acho...
- Não. Acha não - e riu, me dando outro beijinho e abrindo minhas pernas e se encaixando - Fala. Sim ou não
- Sim... - sussurrei.
- Sim o que? - se divertiu.
- Você é um idiota - acusei.
Ele riu e me deu outro beijo.
Foi sua vez de rir, provando. Beijando meu pescoço, meu peito. Descendo e lambendo minha barriga, abrindo minhas pernas e passando para minha virilha.
Abocanhou meu saco e chupou, massageando com a língua. Era dificil controlar, eu apenas me contorcia, soltando espasmos.
Evandro abriu minhas pernas e enfiou o nariz abaixo do saco, me olhando com ar ardiloso. Não o reprimi, deixando-o livre para explorar meu corpo assim como ele se permitiu a mim.
A ponta de sua lingua tocou a entrada e eu arrepiei. Não era necessáriamente uma sensação agradável, e não totalmente incomoda. Era como um comichão, que me consumia
Evandro se achegou, se posicionou entre minhas pernas e roçou a pélvis contra minha bunda, num movimento bem gingado.
Nos beijamos novamente, deliciando com aquele momento carinhoso
- Diz aí... Ta afim de dar o cuzinho também? - e massageou minha entrada.
Não consegui responder.
- Acho que não - e sorriu, compreensivo. - Você precisa aprender a dizer o que quer, Fábio - me deu um leve sermão - Como podemos dar certo, se você me esconde sempre o que sente?
Aquelas palavras me tomaram o ar. Senti os olhos marejarem e eu não consegui me conter. O beijei novamente. Puxando-o para mais perto e o apertando contra mim.
- Me fode de novo - pediu, ao meu ouvido.
- Tem certeza? - quis saber
- Eu sei o que eu quero, Fábio - e mordeu minha orelha.
Eu então o deixei por cima, o encaixei e, por baixo, fui penetrando suavemente sua bunda. Evandro apoiou as mãos em meu peito e se ergueu, revirando os olhoss e gemendo conforme meu pau subia e fincava fundo
- Te amo - falei enfim.
Ao que ele sorriu e respondeu:
- Eu sei.
- Convencido - acusei e ri
Ao que ele me acompanhou. Isso antes de voltar a sentar e seu rosto voltar ao gozo.
Era delicioso ver seu rosto expressando o prazer de ser fodido. Sentia que jamais me enjoaria de o ver assim.
E assim, de fato foi, pelos longos anos em que ficamos juntos
Fim