Oiiieee, migas. Gente, vou fazer mais este capítulozinho, com muito carinho, no amor, porém atualmente estou sem computador e pra mim fica muito difícil fazer textos longos e elaborados do meu celular. Por isso, caso queiram realmente mais capítulos daqui por diante, peço que de alguma forma façam alguma contribuiçãozinha espontanea para mim via PIX: renatinha_novo@outlook.com. Tenho certeza de que a historinha irá agradar muito a todas, pois irei continuar dando meu máximo para deixar ela o mais excitante e real possível, ok? Obrigada, amores.
CONTINUA...
- Mas, tia... - falou perdido Felipe, com a roupa dourada da Rainha em uma das mãos...
- Que, Felipe? - indagou a tia, com um sorriso estranho que tentava mostrar naturalidade.
- Tia... eu não quero ser Rainha do Carnaval...
- Afff... óbvio que não. Imagina. Falei só pra tu experimentar, de brincadeira. Afinal, é Carnaval, oras...
Felipe continuou atônito, porém foi saindo do quarto lentamente com a roupa pendurada em uma das mãos. Entrou em seu quarto, botou a roupa na frente de si em frente ao espelho e se mediu:
- Pior que eu acho que serve...
Então balançou a cabeça negativamente, como que saindo de um transe. Francamente, usar uma roupa de mulher? E ainda: de Rainha de Carnaval? Jamais.
Felipe então deixou a roupa em cima da cama e já ia saindo do quarto.
- Hey, onde você está indo, Lipe?
- Ah, tia... eu sei que é Carnaval, que você está abalada com essa situação da Dani, mas isso que você está me pedindo é demais. É muito constrangedor.
- Ai, Felipe... desculpe se te constrangi. Essa coisa toda de a Dani não poder ser a Rainha mexeu demais comigo e com certeza perdi a noção de tudo.
Minha tia Maria no final da frase estava com a voz embargada, e logo começou a chorar.
- A gente fez tudo com tanto carinho... tudo... decoração, roupas, convites... ainda não acredito que isto está acontecendo, sabe?
- É realmente muito triste, tia... eu estou super triste também.
- Pois é. Nós pegamos até empréstimo para pagar tudo... foi tudo uma grande loucura mesmo, ainda mais que contávamos com a chance de ganharmos o concurso das Rainhas, contra a Praia Nova e a Praia do Farol.
- Como assim, tia?
- Então, esse ano na última noite de Carnaval vai ter concurso da mais bela das Rainhas, contra a Rainha dessas praias. Concurso patrocinado e tudo, com prêmio deReais pra melhor Rainha e vários outros prêmios.
E então minha tia volta para o quarto, fecha a porta e ouço ela aos prantos. Realmente era o fim de um sonho para eles.
Felipe então volta para o quarto e encara novamente a fantasia. Por um momento ele se imagina ganhando aquele prêmio, ajudando seus tios e, quem sabe, ficando com os demais prêmios ou parte do valor em dinheiro. Não seria de todo mal.
Então Felipe sacode rapidamente a cabeça e ri sozinho 'não viaja, Felipe. Volta pra realidade'.
Felipe ameaça sair do quarto, porém para e vira em direção à cama, onde repousa a roupa de Rainha de sua prima. É um vestido dourado, todo em lantejoulas, com um cintinho cintilante prata.
- Cara, é só um vestido. Não custa nada ver se te cabe.
Felipe então pega o vestido, tira as alcinhas do cabide e bota sobre a cabeça, deslizando lentamente sobre o corpo. Pronto, estava de vestido. Arrancou pedaço?
Feipe se vira e se olha no espelho: não estava ruim. Fora a cara de assustado, de estar de pés descalços, havia ficado muito bem na roupa.
Tomado num misto de coragem com vontade de tirar a tia daquele momento triste, vai até a porta do quarto da tia e bate na porta:
- Sim? - pergunta ela com voz chorosa.
- Sou eu, tia.
- Pode entrar...
Felipe então entra no quarto da tia. A tia está de costas e quando vira vê seu sobrinho trajando o vestido de sua filha: havia ficado perfeito.
- V-você experimentou...
- Claro, tia. Queria te ver mais animada. Achei que seria engraçado.
Mas sua tia não havia achado graça naquilo, embora estivesse com um sorriso largo e sincero no rosto.
- Gente, ficou lindo em você.
- Ah, tá, tia...
- Ficou mesmo... olha! Até aqui no busto.
Felipe tinha ginecomastia, que é quando os meninos tem os peitos mais proeminentes que o normal. Sofria muito bullying na escola por causa disso.
- É da minha gineco... - falou num misto de riso e constrangimento.
A tia então, sorrindo sinceramente, olha para o sobrinho, morde a boca ansiosa e pergunta:
- Posso pedir mais uma coisinha?
- Ai, tia...
- Bota a sandália também?
- Tia, não abusa...
- Ah, menino... já está com o vestido, que que te custa botar a sandalia também? Ninguem vai ver...
A tia então percebendo que o sobrinho titubeava correu para o armario e tirou de lá uma sacola com as sandálias da fantasia. Elas eram douradas, cheias de brilhantes, daquelas que se amarravam nos tornozelos até o joelho, com um salto enorme, de 10cm, fino.
- Ahhhh, não, tia. Essa sandália já é demais..
A tia nem fala nada, mas pega a sandália do pé direito, puxa a perna do sobrinho, calça e começa a amarrar com destreza até o joelho.
- Tia... por favor.
Antes que ele conseguisse reclamar mais alguma coisa, a tia já tinha calçado e amarrado o outro pé.
Felipe agora estava sentado, com os pés pra cima, olhando entre o maravilhado e o horrorizado o calçado em seus pés.
- Agora dá uma desfilada pra tia ver, vai.
Felipe olhou para a tia e não conseguiu falar nada, mas seguia disposto a ser gentil. Levantou desequilibradamente, ficou sobre o sapato e tentou dar alguns passos, quase caindo.
A tia ria com gosto:
- Vai até ali a parede e volta.
Felipe obedeceu. Na segunda ida já pegou um pouco mais o jeito, então tentou uma terceira. Com alguns minutos ele já havia meio que pegado o jeito, o que lhe fez sorrir:
- Gente... já pegou o jeito pra andar de salto. Agora falta aprender a sambar assim.
Felipe olhou pra tia zangado, mas logo desfez a zanga e riu. E então ensaiou alguns passos, como das Rainhas de Carnaval que sempre viu na TV.
A tia colocou as mãos em frente à boca e gargalhou: era inacreditável o quanto ele já andava e dançava naquele salto enorme com naturalidade.
- Olá, gente!!! Tudo bom? Desculpe já ir entrando, mas não podemos perder tempo...
Karine, a maquiadora contratada para maquiar Dani, havia entrado no quarto avoada, olhando para dentro da bolsa.
Felipe arregalou os olhos e olhou para a tia, que não conseguiu ter nenhuma reação também.
- Dani, vamos começar logo essa maquia...
Então Karine levantou os olhos da bolsa e viu que quem estava fantasiada de Rainha não era Daniele, mas outra pessoa. E que lhe parecia ser homem.
- Gente... desculpe, cadê a Dani?
Felipe olhou para a tia que voltou o olhar para Felipe. Então após muito custo, tia Maria falou desconcertada...
- K-Karine, a-a Dani acabou se machucando e não vai poder mais ser a Rainha...
- Geeeeeente, como assim? Ela está bem?
- Está sim. Quer dizer, triste porque machucou a perna e não vai poder ser Rainha, mas enfim... é da vida.
- Entendi... e o plano então é fazer de... ele ou ela... desculpe...
- Ele. É meu sobrinho Felipe. Eu estava tão atonita com essa história toda que achei que seria engraçado ele experimentar a fantasia da Dani. Enfim...
- Ele? Gente... fora o cabelo curto eu jurava que era uma menina. Está otima, ou ótimo, na fantasia, Felipe.
- O-obrigado... - balbuciou ele, baixinho.
- Bom, então o plano é fazer do Felipe a Rainha do Carnaval? - indagou Karine, de forma prática.
Tia e sobrinho se olham com o mesmo olhar: que? Depois a expressão se desfaz e vira uma expressão de dúvida. Nenhum dos dois admitiria, mas ambos haviam pensado já nessa possibilidade, porém não queriam admitir um para o outro.
- Nãooooo... nunca
- Jamais... que bobagem
Responderam ambos juntos, embora negando com palavras diferentes
- Ué, por que não? - Karine seguia com a maior naturalidade. Eu já maquiei muito homem pra parecer mulher e não posso negar que sempre ficou maravilhoso. Ainda mais com esse menino, de rostinho tão delicado. Não seria nem um pouco difícil deixá-lo com cara de Rainha do Carnaval.
- Não... que isso. Deixa ele. Ele já fez demais por mim experimentando essa roupa. Deixa.
Karine então vira pra Felipe e pergunta com os olhos 'e então?'
- Er... mas ficaria bom mesmo, Karine? - pergunta Felipe, numa vergonha jamais tida em toda sua vida.
- Menina, você vai ficar maravilhosa. Confia em mim.
Felipe então olha para a tia com cara de dúvida, a qual a tia responde dando de ombros como se dissesse 'e o que temos a perder'?
- Olha, o serviço está até pago - comenta a tia.
- Verdade! E eu não faço devoluções - acrescenta Karine, já largando a bolsa como que pronta para iniciar os trabalhos.
Felipe entao fica parado, olhando um pouco para a tia, um pouco para Karine, que já vai tirando da sacola caixas e caixas com cosméticos.
- E então, querida? Nao vai sentar para eu fazer tua produção?
Felipe então olha de novo para a tia, como que precisando de referência.
- Karine, vamos ali para o meu quarto que tem uma cadeira melhor para o Felipe sentar enquanto... você trabalha nele.
- Ótimo! Vamos! - responde Karine ja juntando tudo, botando na sacola e indo para o outro quarto.
Felipe e a tia se olham, riem, como se um pedisse confirmação para o outro se aquilo ali iria mesmo acontecer. Ambos riem de forma aceptiva: sim, já estava acontecendo.
- Senta aqui, amor. Deixa a Karine fazer a magia acontecer - falou Karine já com pincel na mão, pronto para passar base em Felipe e iniciar os trabalhos...
CONTINUA
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