Uma carona inesperada ㅡ Cap 2

Um conto erótico de LuCley.
Categoria: Gay
Contém 2394 palavras
Data: 09/08/2021 00:06:36
Assuntos: Gay, Homossexual

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Eu tinha um plano perfeito todo esquematizado na minha cabeça. Só faltava meus avós e tio concordarem.

Em um almoço de família decidi contar aos coroas que queria viajar com a Lata Velha, mas que precisava muitíssimo que eles me apoiassem.

Minha avó nem esperou eu terminar de falar e já estava aos prantos dizendo que só de imaginar algo de ruim acontecendo comigo, ela já sentia que estava infartando, afinal, depois que tirei a carteira de motorista, eles não faziam questão alguma de esconder o quanto ficavam preocupados quando eu pegava o carro do meu tio pra ir em algum lugar.

ㅡ Que isso vó?! Até parece que nunca mais vou voltar.

ㅡ Você sabe muito bem que eu não posso perder mais ninguém. ㅡ Ela se referia à aos meus pais; especialmente minha mãe.

ㅡ A senhora fala como se fosse acontecer alguma coisa comigo e... não vai. Eu sei que posso fazer isso sozinho. O tio Leandro bem que poderia ir comigo, se ele quisesse.

ㅡ Não é tão simples assim, Tavinho! Eu tenho minhas obrigações com a loja. Além do mais, se apoiarmos essa sua maluquice, como você pretende se manter? ㅡ Meu tio não estava de todo errado, mas eu já tinha pensado em tudo.

ㅡ O vô e você me ensinaram tudo que eu sei sobre mecânica e posso fazer uns bicos. Também tem a mesada que você me dá todo mês. Não vou passar fome. E prometo que se algo acontecer, volto para a casa e nunca mais toco de novo nesse assunto.

Meu avô coçou a cabeça e me prometeu pensar.

Meu tio ainda estava bem relutante. Disse que eu só sairia de casa depois que eu me formasse na faculdade e que o dinheiro gasto em meus cursos pré-vestibular, seria um dinheiro jogado fora, caso eu estivesse mesmo disposto a viajar.

Eu não queria decepcionar ninguém. Queria apenas fazer algo diferente e sair daquela cidade por um tempo.

Eu sabia que era jovem demais, mas sempre fui uma pessoa muito responsável e passar um tempo sozinho só me ajudaria a amadurecer.

Conforme os meses foram passando, decidi não prestar vestibular aquele ano. Eu estava concentrado demais na minha "loucura" e juntando uma grana para poder pegar estrada o mais rápido possível.

Eu trabalhava na loja e ajudava meu avô na oficina nos finais de semana.

De tanto eu falar e planejar sobre a viagem, meu tio estava a cada dia mais acostumado e também começou a me ajudar na organização do motor home.

Sempre muito prestativo, foi comigo até uma loja de departamentos e compramos tudo que eu iria precisar para viver confortavelmente na Lata Velha.

Me senti apoiado e foi uma sensação muito boa.

ㅡ Eu preferia que você estivesse estudando, mas se vai te fazer feliz, essa aventura, quem sou eu para destruir seus sonhos? ㅡ Meu tio era tão maravilhoso, que não contive a emoção e o abracei.

ㅡ Obrigado! Não poderia esperar menos de você. É muito importante para mim, saber que mesmo eu indo, posso voltar a qualquer hora e que serei bem recebido.

ㅡ Claro que pode, moleque! Você é como um filho pra mim e jamais me perdoaria se o fizesse se sentir infeliz. Só não quero você de vadiagem por aí. Estude, você sempre quis aprender a falar Inglês. Aproveite seu tempo livre e fique mais inteligente do quê já é. Eu vou continuar com sua mesada, mas vai ter que trabalhar pra se virar, também.

ㅡ Combinado! Você bem que poderia ir comigo, né? Seria legal.

ㅡ Bem que eu queria, mas tem a loja e meio que estou começando a gostar de um cara aí. Ele é muito gente boa e não quero me afastar por enquanto, mas prometo que vou quando você decidir voltar.

ㅡ Tudo bem, mas você poderia me ajudar com os coroas, né? A vovó está dificultando as coisas para mim, não vou conseguir ir, sabendo que ela ficará triste.

ㅡ Pode deixar que converso com ela. Agora levanta essa bunda daí e vai atender os clientes. Não te pago pra ficar sentado, garoto.

Era muito importante pra mim, ter meu tio me apoiando. Eu não conseguiria sair da cidade sem o consentimento da minha família. Seria horrível imaginar que ficariam tristes por minha causa.

Esperei a poeira baixar e fui vivendo minha vida normalmente, sem alarde

Dado momento, senti falta do meu pai, de minha mãe e por alguns minutos desejei que eles estivessem ao meu lado, planejando tudo aquilo, mas foi meu tio entrar pela porta que percebi que eu já tinha tudo que eu precisava para nunca mais me sentir só.

Meus avós eram uns amores, mas meu tio se tornou o pai que eu merecia.

Em um sábado a tarde fomos em uma loja de artigo de pesca. Se eu resolvesse acampar à beira de algum riacho, poderia pescar tranquilamente com os equipamentos certos.

Meu tio pensava em tudo, porque nem passou pela minha cabeça essa possibilidade.

Sorte minha eu ter ele ao meu lado.

ㅡ Quando você estiver na estrada, quero que me prometa algumas coisas. Pode ser? ㅡ Meu tio me encarava e parecia estar realmente preocupado.

ㅡ Prometo qualquer coisa, pode falar.

ㅡ Nunca vai dirigir durante a noite, vai me ligar todos os dias, não ultrapasse jamais o limite de velocidade e não dê carona para estranhos. Me promete!?

ㅡ É sério isso?

ㅡ Estou falando sério! O motor home ainda está em meu nome, a primeira multa de trânsito que chegar, eu vou te buscar e você volta para casa, Tavinho. A mamãe está certa: não precisamos perder mais ninguém. Perder sua mãe já foi o bastante. Eu te amo como se fosse meu filho e não quero te perder por irresponsabilidade. Me promete, vai!

Eu o abracei e ele me espremeu com força. Era impossível sair daquele abraço sem derramar uma gota se quer de lágrima.

Olhei em seus olhos e disse que faria tudo o quê ele me pedisse.

Ele beijou minha testa com carinho e assanhou meu cabelo dizendo que eu era muito chorão.

ㅡ Eu, chorão? Você que já está morrendo de saudades de mim, confessa!

ㅡ Você nem foi e eu já estou com saudades e preocupado. Vai acabar me envelhecendo antes do tempo de tanta preocupação.

ㅡ Vou nada! Ainda está bem bonitão. Acha que um dia vou conhecer alguém bacana?

ㅡ Claro que vai! O quê não vai faltar é rapazes bonitos atrás de você. É só se cuidar, usar proteção, que fica tudo certo. Aproveita sua vida.

ㅡ Está querendo ter Àquela conversa comigo?

ㅡ Acho que já estamos tendo ÀQUELA conversa, não é mesmo? Eu só tinha sua mãe para conversar e ela me ajudou muito; foi muito importante para mim.

ㅡ Eu tenho muita sorte por ter você, tio. Obrigado!

ㅡ E eu por ter você! Agora termina logo de comprar suas coisas e vamos para casa terminar de arrumar a Lata Velha.

Falar sobre sexo e homens com meu tio, de início, foi a coisa mais constrangedora que já me aconteceu, mas foi divertido e muito educativo. Ele realmente sabia do quê estava falando e foi muito esclarecedor.

A cada dia que passava, meus avós, nos vendo organizar tudo que eu precisava para a minha viagem, meio que começaram a se acostumar com minha ideia maluca e, mesmo me fazendo todas as recomendações possíveis, decidiram me apoiar.

Eu não poderia estar mais feliz. Era tudo que eu queria: que minha família me apoiasse.

Já estava quase no final do ano e eu viajaria depois do almoço de Natal.

Minha vó fez questão de que passássemos o Natal em família. Era importante para ela, então achei justo esperar mais um pouco.

Eu estava na loja, terminando de fechar o caixa e ir para casa mais cedo, pois era véspera de Natal, quando vi um rapaz entrar. Ele parecia estar com pressa e, antes de eu perguntar se precisava de algo, veio até mim quase sem fôlego e me pediu um copo d'água.

Sorri dizendo que esperasse um momento e vi meu tio no escritório.

ㅡ Hey?! Olha o deus grego que acabou de chegar na loja. ㅡ Disse e meu tio se levantou rapidamente.

Enquanto eu servia a água, meu tio foi até o balcão atendê-lo e ouvi quando o rapaz perguntou por mim. Eu abri um sorriso ridículo de orelha a orelha e meu tio voltou dizendo que acabara de ser dispensado pelo bonitão.

ㅡ Vai lá, garoto! Aproveita que ele te quer! ㅡ Ele ria baixinho e eu estava morrendo de vergonha.

ㅡ Para com isso, tio, ele vai ouvir. Você está é com inveja, isso sim! ㅡ Mostrei a língua para ele e voltei com a água.

Ele bebeu em apenas um gole e colocou o copo sobre o balcão. Perguntou se tínhamos suporte para bicicletas.

Sem pensar duas vezes, disse que sim e que me acompanhasse.

O cara era um gato. Parecia ter minha altura, 1,76 e um corpo extremamente gostoso. Ele não era magro, mas seu peso era muito bem distribuído; aparentava ter uns 33, 34 anos e tinha uma bunda que me fez salivar.

Eu nunca havia sentido tanto tesão por um homem na minha vida, como estava sentindo naquele momento e, juro que se estivéssemos a sós, eu teria investido, mas me contive e fiquei esperando ele ver o quê mais precisava.

Perguntei se ele pedalava e sorriu dizendo que havia acabado de comprar uma bike para fazer trilha com uns amigos e a esposa.

Fiquei extremamente chateado quando me disse que era casado e, sinto que ele percebeu meu desânimo e, do nada, perguntou se eu namorava.

ㅡ Não namoro. Nem tive tempo de pensar nisso ainda.

ㅡ Um rapaz tão bonito e não namora? Dúvido! Tem quantos anos, 20, 21? ㅡ Confesso que quase surtei com o interesse.

ㅡ Ainda tenho 18 e muito obrigado aí pelo elogio.

ㅡ Eu só disse a verdade. Então, trabalha aqui há muito tempo?

ㅡ Bom, a loja é da minha família, mas é meu tio Leandro quem administra. Ele cuida de mim desde que meus pais faleceram. ㅡ Notei que ele ficou sem graça e tentei mudar de assunto, mas ele parecia mais interessado ainda.

ㅡ Eu sinto muito! Você me parece um rapaz muito gente boa. Sei lá, me simpatizei contigo. Seu tio é aquele rapaz que veio me atender?

ㅡ Sim, senhor!

ㅡ Pode me chamar de Maurício. Muito prazer...

ㅡ Otávio! Bom, todo mundo me chama de Tavinho.

ㅡ Então, Tavinho...eu vou levar o suporte e um cartão da loja, caso eu precise de mais alguma coisa, posso te ligar?

Disse que ligar, ele poderia, mas não me encontraria, pois iria viajar no dia seguinte.

Ele lamentou minha partida e depois que expliquei tudo a ele, disse que admirava minha coragem de sair viajar sozinho tão jovem.

Começamos a conversar sobre outras coisas e era como se nos conhecêssemos há muito tempo.

Pensei em pedir um telefone para contato, mas esperei que ele me oferecesse, mas não o fez.

Ele levou tudo que precisava, me desejou boa viagem e se foi.

Meu tio saiu do escritório com uma cara estupidamente feliz e perguntou se eu tinha pego o número dele.

ㅡ Eu não tive coragem de pedir, sei lá...fiquei com vergonha. Além do mais, ele é casado com uma mulher e isso já me desanimou. Não vou ficar de conversinha com homem comprometido.

ㅡ Mas ele estava interessado em você, eu ouvi algumas coisas e ele é muito simpático. Meio velho pra você, mas parece ser um homem de caráter.

ㅡ Bom, eu vou pegar estrada amanhã...então, deixa pra lá. Vamos? Ainda tenho que tomar banho. A vovó já deve estar nos esperando. Aí, vou ganhar comissão por essa venda, não vou?

ㅡ Deixa se ser mercenário, rapaz! E fecha logo a loja. Onde já se viu, querendo comissão...rum! ㅡ Ele me deu um abraço e fomos para casa nos arrumar para a ceia.

Assim que entrei no banho, senti uma saudade doida de casa, do meu tio e dos meus avós. Eu sabia que queria muito viajar por aí, mas também os amava imensamente e queria tê-los sempre ao meu lado.

Será que eu não era jovem demais para cuidar de mim mesmo? Afinal, eu nunca saí da barra das saias do meu tio e tudo o quê eu precisava, era ele a quem eu corria pedir ajuda. Talvez eu estava me antecipando e deslumbrado demais com meu espírito aventureiro.

Juro, que por alguns minutos, pensei em desistir daquela loucura, e ficar, mas só de imaginar como seria edificante todas as experiências que eu viveria sozinho, desisti de não ir. Eu precisava tomar conta de mim mesmo e, quanto antes, melhor.

Eu estava absorto em meus pensamentos e quando dei por mim, estava de pau duríssimo e pensando no Maurício.

" Mau-mau! Que homem bonito da porra!"

Bati uma bela punheta em homenagem àquele homem que eu acabara de conhecer e me senti um idiota por não ter ao menos pedido seu contato.

EU fui um burro, mas um burro consciente, pelo menos.

O cara era casado e mesmo, talvez, ele estivesse me dando bola, não mudaria o fato dele ter uma esposa e talvez até filhos.

Desci de minha nuvem e terminando meu banho, fui chamar meu tio.

Quando o vi, perguntei onde ele iria tão bonito e disse que depois da ceia, iria se encontrar com o Lourenço, cara por quem estava apaixonado.

Tudo que eu queria, era que meu tio fosse feliz e eu estava mais tranquilo por saber que ele não ficaria completamente sozinho, depois que eu fosse embora.

Chegamos na casa de meus avós e estava tudo impecável. A família toda reunida; alguns tios e amigos de longa data.

A ceia de Natal foi perfeita. Jamais esquecerei.

Mesmo com um ar de despedida, o clima familiar estava leve e meus avós me mimando como sempre.

Eu tinha uma família incrível, a melhor que eu poderia ter e independente da distância, eu sabia que, se precisasse, teria para onde voltar...

Continua!

Olá, pessoal! Como vcs estão?

Muitíssimo obrigado pelo retorno de toooooodos vcs! De vdd!

Não esqueçam de curtir, comentar, e dar nota... é muito importante.

Grande abraço e até o próximo capítulo! 😉😘

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Comentários

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Lucley do céu, não abandona nois

Tá maravilhosa a história

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Olá Lucley, que bom que está de volta. Sou seu fã. Suas histórias são maravilhosas! Espero que também dê continuidade nas outras... Um forte abraço!!

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