Capítulo 42
Quando Neide chegou no quarto, Bruno estava deitado na cama com os olhos fechados. Estava acordado, mas não queria ser incomodado.
_ Bruno...Bruninho!_ Neide chamava baixinho, porque tinha dúvida se o patrão estava dormindo ou acordado.
_O que foi, Neide?
_ Tem um rapaz lá embaixo querendo falar com você...um tal de Betinho.
_ Ah, não! Eu estou tão cansado! Diga a ele que estou dormindo e que volte outro dia.
_ É falta de educação mandar a visita embora, Bruninho.
_ Falta de educação é aparecer na casa dos outros sem ser convidado. Diga que estou dormindo. Com certeza, ele veio trazer algum recado do Jonas.
_ Não vim trazer recado de ninguém.
Bruno se assustou ao ver Betinho na soleira da porta, entrando no quarto com o seu andar rebolativo.
O jornalista ficou envergonhado por Betinho ouvir a sua conversa com Neide.
Betinho se aproximou da cama e deu três beijinhos no rosto de Bruno.
_ Como vai, Brunosa? Eu sei que a senhora não tá pra visitas, mas o que eu tenho pra te falar vai abalar as estruturas desta casa.
_ É segredo ou eu posso ouvir também?
_ Pode, mona. Senta aí que o negócio vai ser babadeiro.
Neide sentou na beira da cama, ao lado de Bruno. Ela estava curiosa para saber o que Betinho tinha para dizer.
_ Betinho, com todo respeito, se você veio falar do Jonas, eu digo que não quero saber nada sobre ele.
_ Eu não vim dizer. Vim mostrar. Eu sou "mulher" da verdade.
Betinho retirou o celular da bolsa e mostrou o vídeo a Bruno, ele assistia próximo à Neide.
_ Gente! Esse Daniel é louco mesmo!_ disse Neide, espantada com a mão na boca.
_ Louco é pouco pra esse veado, mona! Isso aí é o diabo. Ele vive perseguindo o Jonete. O meu chefinho número dois está cortando um dobrado na mão dessa maldita. Olha, mesmo proibida, ela vai pra porta da pizzaria fazer escândalos, vivia ligando pro Jonas, aonde ele vai a bicha tá lá. E nem adianta Jonas brigar, bater e escorraçar a bicha, que é o que ele sempre faz, o veado insiste em persigui-lo.
"Brunosa, tudo o que o Daniel te disse é mentira. Ele e Jonas não têm nada. Nunca tiveram. Jonas nem quer olhar na cara dele. Tem pavor só de falar do Daniel. Ele ama mesmo é a senhora. É com a senhora que ele quer ficar, gata."
Bruno ficou em silêncio, respirando fundo para assimilar a informação que acabara de receber. Pensou no quanto foi tolo de ter acreditado em Daniel e sentiu raiva de si mesmo.
_ Eu não acredito que... Eu nem sei o que dizer.
_ Que você foi burro de não ter acreditado em mim quando eu disse que aquele japonês do Paraguai era uma cobra. Nem na sua mãe você acreditou.
Bruno olhou espantado para Neide, devido à ousadia da mulher.
_ Gostei da senhora. Fala tudo na lata!
_ Vocês vão ficar me humilhando ? É isso mesmo?
_ Mas a senhora foi burra mesmo, Brunosa. Mesmo depois de tudo que Danicobra aprontou, a senhora me vai e acredita nela! Me admiro a senhora tão inteligente, jornalista, bilingue. Ah, tenha dó, Brunete!
_Coitado do Jonas! Que ódio! Eu fui injusto com ele!
_ Jonete é piranhudo, mas desta vez, a bicha tava inocente.
_ Ele deve tá com ódio de mim!
_ Tá nada! Ele é louco pela senhora. A Rose passou o mel no seu cu que deixou o meu patrão nos seus pés.
_ Betinho, respeita a Neide!
_ E eu não sei o que é cu? Não sou nenhuma criança inocente e nem uma velha metida a moralista.
_ Ih, gostei da senhora! É das minhas!_ disse Betinho, dando um leve tapinha no ombro de Neide.
_ Bruninho, não dar molhe não. Esse Daniel sempre quis destruir o seu casamento. Nunca mediu esforços para obter o Jonas e tudo que é seu. Vire esse jogo! Levanta, dessa cama, tome um banho, se arrume e vá atrás do seu homem.
_ Assino em baixo no que a tia tá falando.
_ Será que o Jonas vai querer me ver depois do escândalo que eu fiz?
_ Oh, se vai. Do jeito que ele é louco por você. Vai logo, veado!
...
_ Cara, você não pode ficar assim. Levante essa cabeça e toca a vida para frente._ Rafael aconselhava Jonas, com a intenção de animar o amigo.
Há dias Jonas não mostrava mais entusiasmo para qualquer atividade do dia a dia. Estava sempre cabisbaixo ou mal humorado.
_ "Toca a vida pra frente. " Pra você é fácil falar. O meu casamento acabou, Rafa. Já era.
_ E por causa disso, você para a vida? Levanta dessa cama e vamos jogar uma pelada. O dia tá tão lindo!
_ Não tô a fim. Vou ficar por aqui mesmo.
_ Você é quem sabe.
Rafael saiu do quarto chateado. Foi até á casa de dona Chiquinha com a intenção de levar Jonas para jogar futebol com ele, mas percebeu que perdeu tempo.
Jonas permaneceu deitado com o controle remoto na mão a procura de um canal para assistir. Nada que passava na TV o interessava.
Dona Chiquinha bateu na porta pedindo para entrar. Entrou sorrindo com entusiasmo.
_ Você tem visita, meu bem.
_ Ah, vó! Eu não tô para ninguém.
_ Essa visita você vai gostar de receber.
Jonas pulou da cama ao ver Bruno entrar no quarto. Vestia apenas um short de moletom grafite e Bruno pode perceber que o marido havia perdido um pouco de peso.
_ Eu vou deixar vocês dois conversarem mais à vontade._ disse dona Chiquinha, saindo e fechando a porta.
Eles se olharam, em silêncio, por alguns instantes. Bruno sentia-se envergonhado pelo escândalo que deu da última vez que se encontraram. O seu olhar doce expressava um pedido de desculpas e Jonas soube interpretá-lo.
_ Meu amor!_ Jonas exclamou correndo para os braços de Bruno. Abraçou-o e beijou no alto da sua testa.
Com a cabeça apoiada no ombro de Jonas, Bruno deixou as lágrimas caírem.
_ Me perdoe, Jonas?
Jonas o segurou pelo queixo e enxugou as suas lágrimas. Deslizando a sua mão pela face de Bruno, que fechava os olhos para sentir o carinho do marido.
_ Vamos recomeçar, minha borboletinha? Vamos deixar essa merda toda no passado? Eu te amo tanto! Só quero viver em paz contigo.
Bruno concordou com a cabeça.
Seus lábios se tocaram num selinho. Bruno pôs a mão no rosto de Jonas.
_ Eu vim te buscar. Aquela casa não tem vida sem você.
Jonas sorriu e o beijou.
O casal passou a tarde juntos assistindo TV, deitados e abraçados.
Dona Chiquinha convidou Bruno para dormir na casa, mas Jonas estava ansioso demais para voltar para a casa e dormir em sua cama, ao lado do homem que ama.
Bruno o ajudou a fazer as malas. O casal voltou para a casa após o jantar.
Jonas sentiu o coração ser preenchido de alegria ao por os pés no seu quarto e sentir o cheiro das velas aromáticas que Bruno colocou no ambiente, elas davam uma iluminação confortável e um odor agradável.
Os lençóis cheiravam a amaciante perfumado, que Bruno mandou Neide usar especialmente para a chegada do marido.
_ Você não sabe o quão feliz estou por estar de volta em casa._ Jonas exclamou sorrindo, retirando uma mexa de cabelo da testa do marido e o beijou no alto da testa.
Bruno o olhou de um jeito suplicante. Em seus pensamentos, pedia para que Jonas não saísse mais de sua vida. Prometeu a si mesmo que não deixaria mais Daniel estragar a sua relação e reconheceu o quanto amava Jonas.
Sentiu ser puxado para próximo aos braços de Jonas, que provocou arrepios por seu corpo ao beijar o seu pescoço e, ao mesmo tempo, acariciar as sua nádegas.
Gemia sentindo o tesão dominar o seu corpo e o coração bater acelerado sentindo o calor do corpo de Jonas.
Entregou-se em beijos ardentes. Sua mão foi de encontro ao mastro rígido de Jonas, ativando ainda mais a excitação do marido.
_ Me come no debaixo do chuveiro? Faz tanto tempo que não tomamos um banho juntos.
Jonas sorriu, mordendo os lábios e lançando sobre Bruno um olhar devorador, que o fez se sentir completamente nu.
Um arrepios percorreu por seu corpo, quando sentiu a mão de Jonas puxando a sua nunca para si e o beijando, dando leve mordidinhas em seus lábios.
Despiram-se enquanto se beijavam. Entraram nus no boxe.
Bruno encostou Jonas na parede e mordeu levemente o seu queixo, enquanto o masturbava.
Jonas fechava os olhos, gemendo baixinho sentindo a mão de Bruno o proporcionar prazer. Contraria os dedos dos pés, delirando com a boca do amado sugando os seus mamilos, deslizando, em seguida, a língua sobre a barriga até chegar no pênis ereto e pulsante.
Bruno ajoelhou-se, as águas batiam em seu corpo.
Segurou oquoadril do marido com uma das mãos, enquanto a outra segurava delicadamente o pênis.
Começou a chupar pela cabeça rosada, engolindo todo o máximo que podia.
Jonas se animou e movia os quadris com força, desfrutando daquela boca macia, húmida e deliciosa.
_ Aaaaah! Caralho! Vou gozar.
_ Me dar leitinho, safado!_ Bruno pediu de joelhos, deslizando a língua sobre os lábios, com os olhos fechados.
Jonas se viu louco diante da posição submissa e excitante do marido. Posicionou o pênis na entrada da boca de Bruno e se tocou até ver o líquido deslizar entre a boca e o rosto de Bruno, que sorria prazeroso.
_ Minha putinha gostosa! Hoje eu vou te destruir.
Bruno foi puxado pelo pescoço e levantado, até que ficasse de frente para Jonas. Recebeu um beijo caloroso e um forte tapa na bunda, que o fez tremer de tesão.
Foi posto, com brutalidade, com as mãos na parede, e sentiu a perna de Jonas abrindo as suas.
_ Empina esse rabo!_ ouviu a voz grossa de Jonas sussurrar em seu ouvido, exalando um hálito quente e o fazendo arrepiar dos pés a cabeça.
Obedeceu alegre.
_ Agora que eu te tenho de volta, não vou te deixar escapar. Você é meu.
Jonas beijava a nuca de Bruno, enquanto roçava a cabeça do pau na entradinha do ânus de Bruno, o umidecendo com o restinho de porra.
Bruno rebolava para provocar o marido e, também, desfrutar da maciez daquela cabeça rosada.
_ Mete em mim, gostoso! Me deixa ardida, meu macho.
Bruno sorriu mordendo o lábio inferior ao sentir mais dois tapas sonoros e doídos nas duas nádegas. Rebolou gemendo sentindo o dedo de Jonas o invadindo.
_ Eu vou meter muito neste cuzinho gostoso.
_ Aaaah! Delícia! Aaaah!_ Bruno gemia numa voz quase feminina, deixando Jonas ainda mais excitado.
Ele deslizou a língua sobre as costas de Bruno, ajoelhando até ficar com o rosto no ânus rosado do marido.
Beijou as nádegas, antes de abrí-las e mordê-las loucamente. Penetrou a língua o mais fundo que podia.
Bruno gemia alto e rebolava, se masturbando.
Jonas levantou e penetrou o pau de uma só vez, fazendo Bruno dar um gritinho de dor.
Abraçou-o por trás, enquanto metia com força.
Segurou no pênis ereto de Bruno e disse:
_ Quero ver meu bebê dando leitinho também, enquanto eu fodo esse cuzinho gostoso.
As palavras de Jonas deixavam Bruno ainda mais vulnerável. O jornalista se viu amolecido nos braços do amado. Apenas gemia e se deixava dominar pelo poder de sedução de Jonas.
Ambos gozaram juntos.
Bruno parou para recuperar o fôlego.
_ Eu tô acabado.
_ Pode parar de moleza, que eu ainda não estou satisfeito.
Bruno virou o rosto para trás, olhando espantado para Jonas.
_ Mas você acabou de gozar!
_ Você me deixou muito tempo sem sexo! Agora vai ter matar a minha fome.
Bruno foi pego com força e suspenso na parede do box. Jonas pôs as suas pernas abertas e encaixadas nos seus quadris.
Seus olhos se encontraram e Bruno pode ver a chama do tesão arder no olhar do seu marido.
Novamente, Jonas o envadiou, fodendo com força, o fazendo gemer.
Apoiava os braços envolta do pescoço de Jonas. Sentia o frio do azulejo esfregar nas suas costas. As estocadas eram fortes, intensas e rápidas.
Jonas sentia o seu pau arder e ser contraído no cuzinho de Bruno. As suas pernas estavam bambas. Ver o parceiro gemer lambendo os lábios o deixou ainda mais fogoso.
Não resistiu aos lábios úmidos de Bruno e o beijou com volúpia, absorvendo deles todo o prazer que podia.
Gozou sentindo o gosto dos beijos calorosos de Bruno.
...
Bruno visualizava os rios de sol entrarem pela vidraça da janela. Do lado de fora, o céu estava num azul deslumbrante e um calorzinho suave aquecia a cidade do Rio de Janeiro.
No seu corpo nu as marcas da noite anterior estavam presentes em forma de hematomas de mordidas, chupões e uma ardência no seu ânus. Bruno se sentia satisfeito como não se sentia a tempos.
Sorriu ao ver o marido entrando no quarto trazendo uma bandeja de café da manhã nas mãos. Jonas estava incrivelmente sedutor vestindo apenas uma cueca boxer cinza e os cabelos desgrenhados.
Aproximou-se da cama, pondo a bandeja no criado mudo e se curvando para beijar os lábios de Bruno.
_ Bom dia, minha vida. Dormiu bem, borboletinha?
_ Melhor impossível!_ Bruno respondeu sorrindo e suspirando, beijando Jonas novamente.
_ Hum! Que honra! Café da manhã na cama! Eu vou acabar me acostumando com tanto mimo.
_ É para se acostumar mesmo. Eu vou mimar muito o meu amorzinho.
Jonas deitou ao seu lado e o puxou para si num abraço. Pôs suas pernas entre as de Bruno e o beijou no rosto.
_ Eu amo ficar assim, abraçadinho contigo, Jonas. Era tudo que eu queria. Mas, você só pensava em trabalho.
_ Isso acabou, meu bem. Eu e o senhorito vamos estipular um horário de trabalho. Os nossos expedientes serão das nove da manhã até as cinco da tarde. Detalhe, de segunda a quinta. Sexta, sábado, domingo e feriados são nossos.
_ Sério, amor?! Que sonho!
Bruno sorriu tão empolgado e o beijou.
_ Amanhã vamos sair em férias. Vamos pra Angra.
_ Mas assim?! Sem planejar nada, Jonas? Eu tenho algumas coisas da redação para resolver e você deve ter algumas coisas para fazer na pizzaria e...
Bruno foi silenciado com o dedo de Jonas em seus lábios.
_ Xuuu! Nós temos sócios. Eles que resolvam. O importante agora é o nosso casamento.
Jonas o segurou pelo queixo, levando a boca de Bruno até a sua e o beijou.
O toque do celular de Bruno interrompeu o momento do casal.
_ Só um momento. Pode ser a Duda ou a minha mãe.
Bruno se livrou dos braços de Jonas, rolando para o outro lado da cama, deixando o bumbum a vista de Jonas, que sorriu com a visão da sua fonte de prazer.
Ao olhar a tela do celular, Bruno sentiu o corpo gelar e o coração bater acelerado, a sua respiração era ágil, fazendo o seu peito se movimentar de cima para baixo. O nome de Diego na tela era o motivo do seu desespero.
_ Quem é?_ Perguntou Jonas tranquilo, com os braços cruzados sob a cabeça.
A expressão de Jonas mudou para desconfiado ao perceber a aflição de Bruno.
_ Quem é, Bruno?!_ dessa vez a voz de Jonas tinha um tom ameaçador.
Vendo que não tinha como escapar, Bruno abaixou a cabeça e respondeu tristonho.
_É o Diego.
Jonas arregalou os olhos e retorceu o rosto. O ódio era visível em seus olhos.
_ Me deixa falar com esse filho da puta!_ gritou, enquanto tentava pegar o celular de Bruno.
O Jornalista foi mais ágil, pondo o aparelho no criado mudo e segurando os braços do marido.
_ Meu bem, fique calmo! Eu vou resolver isso! Deixa comigo!
_ O que você tem com esse cara?
_ Agora nada!
_ Vocês estavam juntos?
_ A gente tava ficando. Mas, já acabou! Agora estamos juntos novamente.
Bruno tentava beijar Jonas para acalmá-lo, mas ele desviava o rosto.
_ Amor, estávamos brigados! Eu estava com ódio por causa do que você e o Daniel me fizeram. Mas, já acabou. Vamos esquecer tudo isso e sermos felizes.
Jonas estava furioso, mas sabia que tinha que domar o ciúme, mesmo sendo difícil.
_ Eu não quero que você fale mais com esse moleque. Não quero que chegue perto dele. Ouviu, Bruno? Não quero que fale com ele!
_ Tudo bem, amor! Eu não vou mais me aproximar dele, mas preciso por um ponto final nessa história. Preciso conversar com o Diego.
_ Não vai conversar porra nenhuma! Eu não quero!
_ Jonas, não é assim.
_ Você quer o que chegando perto daquela largatixa seca?
_ Eu preciso por um ponto final nessa história com o Diego. Tem ser numa conversa.
_ Então, ligue para aquele palhaço na minha frente agora e termine tudo.
_ Jonas! Eu não posso fazer isso desse jeito!
Jonas começou a esbravejar e exigir que as suas ordens fossem cumpridas. Para evitar mais conflitos, Bruno aceitou fazer a vontade do marido.
_ Eu vou ligar, mas você fica em silêncio e quieto. Deixe que eu falo. Depois dessa ligação, acabou citar o nome do Diego aqui dentro de casa. Ok?
_ Já que estamos fazendo exigências, eu prometo não falar mais na largatixa seca e você me promete não falar mais nem no Daniel e nem no Matheus.
Bruno suspirou revirando os olhos. Odiava ouvir aqueles dois nomes.
_ Tudo bem. Tudo bem.
_ Agora ligue logo para o magricela e deixe no viva voz.
Bruno retornou à ligação de Diego com aflição. Apesar de querer pôr um fim na "relação " e reatar o casamento com Jonas, Bruno sentia-se mal por magoar Diego.
O jovem atendeu sorridente. Estava completamente apaixonado e ouvir a voz de Bruno alegrava o seu dia.
_ Bom dia, meu amor!
Ouvir outro chamar Bruno de "meu amor" feria o coração de Jonas, causando uma raiva intensa.
Bruno quis desligar o telefone e fugir da situação, mas sabia que tinha que ir até o fim.
_ Oi, Diego.
_ Como você dormiu, meu bem?
_ Bem.
_ Muito bem, quicando na minha pica._ a voz de Jonas soava debochada e um riso brotava em seu rosto. Bruno o olhou de um jeito repreensivo, fazendo sinal de silêncio com o dedo indicador nos lábios.
_ Eu tô de bobeira hoje. A minha aula foi cancelada. Tô pensando em te levar pra dar um rolê em sampa. Eu falei de você pra minha coroa. Ela tá doida para te conhecer.
_ Diego, eu preciso falar com você. É um assunto um pouco delicado.
Diego, que estava deitado em sua cama, levantou preocupado, sentando.
_ Aconteceu alguma coisa, meu amor?
_ Eu...eu...acho melhor a gente não se ver mais.
Diego contraiu as sobrancelhas, espantando com o que ouvia.
_ Como assim, Bruno? Por quê?
_ É uma situação complicada. Eu tô passando por um momento muito difícil e preciso pôr a minha cabeça no lugar.
Diego ficou em silêncio. Bruno só conseguia ouvir a sua respiração do outro lado da linha.
_ Diego? Diego? Você ainda está aí?
_ Você tá pensando que eu sou otário?_ a voz de Diego soava serena e tristonha. _ Eu todo apaixonado por você, querendo ter um lance na moral contigo e você me despensa por telefone?
_ Eu sinto muito.
_ Sente porra nenhuma! Se sentisse não teria me usado. Eu já saquei tudo, voltou pro cara né?
Bruno ficou em silêncio.
_ Tranquilo, Bruno. Tranquilo.
_ Eu não quero te magoar.
_ Não quer me magoar, me usando para fazer ciúme para o seu ex? Agora voltou pra ele e me dispensa por telefone? Porra, imagina se quisesse me magoar.
_ Eu gosto de você. Me desculpe por ter feito o que fiz. Eu fui babaca contigo. Eu sinto muito mesmo.
_ Eu não sei se vou te desculpar agora. Bruno, Você quebrou o meu coração. Mas, não vou ficar na merda não. Vou tocar a minha vida. Você não é o único cara que existe por aí. Bom, apesar do mal que você me fez, eu te desejo que seja feliz e que melhore como pessoa para que não possa magoar mais ninguém, assim como me magoou.
Diego desligou o telefone e Bruno sentiu um aperto no coração. Pôs o celular no peito, sentindo, pela primeira vez, arrependimento por ter usado Diego.
Jonas percebeu a tristeza do marido e conteve o sorriso que tinha vontade de expor.
Abraçou-o e beijou o seu rosto. Bruno se encolhia em seus braços como uma criança desprotegida.
_ Você não precisa se sentir assim.
_ Eu fui canalha, Jonas. Eu não deveria ter usado o Diego. Não deveria ter ficado com ele para te fazer ciúmes.
_ Acabou, amor. Agora o foco somos nós. Esse magricela é um filho da puta, mas é bonito. Com certeza, vai arrumar outro cara e nem vai mais lembrar de ti._ Jonas tentava aconselhar Bruno, mas não surtia efeito, pois ele sentia o peso da consciência.
....
O casal seguiu viagem no dia seguinte. Jonas pediu aos amigos e familiares que só os ligassem se fosse algum caso de urgência.
Alugaram um casarão de frente à praia. A casa tinha dois andares e as paredes da frente eram de vidros.
A piscina ficava em frente a fachada da casa e tinha umas palmeiras em volta. Nadando nela, era possível ver o mar.
O clima ensolarado ajudou o casal a aproveitar os dias de descanso.
O casal postava no Instagram várias fotos sorridentes. Pelas aparências de ambos estavam expressas a felicidade e a paixão que sentiam um pelo outro.
Olivia não viu com bons olhos o retorno da relação dos dois. Achava que Bruno logo logo usaria Jonas para conseguir dinheiro. Rafael a tranquilizou com as seguintes palavras:
_ Eles se amam, meu amor. Veja como o Jonas está feliz. Olhe o brilho nos olhos dele! Eu sei que você ama o seu irmão e a felicidade dele é o que mais deseja.
Ela sorriu para o marido concordando e encolhendo os ombros. Rafael a puxou pela cintura e segurou em sua nuca.
_ Assim que Jonas voltar e estrearmos a nova pizzaria, quem vai sair em férias seremos nós.
_ Hum! E para aonde vamos?_ ela perguntou, envolvendo os braços pelo pescoço do marido.
_ Pra onde você quiser, minha rainha.
Olivia foi puxada, recebendo um beijo que molhou a sua calcinha.
Rose vibrava grata pelo filho e Jonas terem se acertado. Agradeceu aos Santos e as entidades que era devota.
Betinho varria o chão da pizzaria, quando Daniel chegou na porta. O garçom pôs o objeto de lado e foi ao encontro do jovem caminhando como uma modelo deslifalando na passarela.
_ Bom dia, sushi de cobra! Que maus ventos o trazem?
_ Eu quero falar com o Jonas!
_ A senhora sabe que está proibida de vir aqui e que eu e qualquer funcionário temos autorização para te expulsar daqui?
Daniel ergueu a cabeça sorrindo.
_ Eu não saio daqui até falar com ele._ disse com os braços cruzados e balançando a perna.
Betinho gargalhou erguendo a cabeça para traz e com as mãos na cintura.
_ É um prazer te dizer isso. Mas, o Jonas viajou para um lugar lindo e tropicalesco com o maridinho dele.
O sorriso de Daniel se transformou numa expressão de ódio.
_ Do que você está falando, sua bicha ridícula?
_ Que Jonete e Brunosa se acertaram e viajaram em uma segunda lua de mel. Você perdeu, vaca! Game over para a senhora.
_ Isso não é verdade! Eu não acredito em você!
_ Ah, não? Eu sinto muito, mas liga para a minha preocupação pra vê se ela te atende. Agora monta no veado que eu tenho mais o que fazer. Rala, gata!
Daniel saiu pisando pesado e bufando de raiva.
_ Aaah! Ela saiu soltando fogo pelas ventas Igual um dragão chinês._ Betinho soltou uma gargalhada._ Adoooro.
Em seu apartamento, Daniel bufava de ódio ao ver as fotos do casal em Angra. Arremessou o celular no sofá e gritou de ódio. Puxava os próprios cabelos negros e gritava histérico.
_ Não é justo! Não é justo! Ele tem tudo e ainda quer ficar com o meu homem! Jonas é meu! É meu! Eu te odeio, Brunooooo! Te odeiooooo!_ dizia gritando e soluçando de tanto chorar.