Seis anos se passaram. A vida de casado cobrou o seu preço para Bruna e Renato. Aquele ímpeto inicial foi subjugado pela rotina. Ambos já trabalhavam em um escritório de advocacia e eram vistos como um casal modelo perante os amigos e à sociedade. Contudo, o sexo já não era mais extravagante. Ou seja, vida sexual estava deixando a desejar, incomodando Bruna, pois essa se considerava um “vulcão adormecido”.
Bruna é procurada por Ester, mãe de Aline. As duas conversam por uma tarde inteira. Durante a conversa, Ester pede a Bruna que perdoa sua filha pelo ocorrido. Bruna pergunta para qual Aline deve ser feito o perdão. Para sua amiga ou para que atentou contra a sua vida.
Ester muda o rumo da conversa e começa a descrever como foi a sua história de vida para Bruna. Como ela foi de um casamento com um homem irrelevante, sendo ela uma pessoa ambiciosa. História está recheada de sexo e depravação. Como ela se envolvendo com professores, professoras e alunos mais velhos.
De alguma forma isto acaba mexendo com Bruna, que não entende o que está acontecendo com ela.
...
–(Ester) A gente ainda vai se falar.
–(Bruna) Não sei tia Ester.
Aquela foi a primeira vez, nesse encontro, que Bruna se dirigiu a Ester da forma como fazia antigamente, chamando-a de Tia, o que não passou despercebido por ela.
–(Ester) Mas ainda tenho muita coisa para te contar. Nem falamos na Aline.
–(Bruna) Não sei não. É muita informação para minha cabeça.
Ester apenas sorriu e as duas, trocando beijinhos na face e se despediram. Bruna entrou em seu carro e saiu em direção ao seu local de trabalho, enquanto Ester voltava para casa sentindo-se mais leve por ter pelo menos conseguido a atenção de Bruna por uma tarde inteira, enquanto a jovem mulher dirigia remoendo tudo o que ouviu e se sentia estranha. Ela não sabia explicar o que era aquela sensação diferente que agitava seu corpo, porém, quando sentiu que estava com sua buceta molhada, assustou-se e murmurou baixinho:
–(Bruna) Meu Deus! O que está acontecendo comigo?
Continua ...
Capítulo 02 – Experiência Inesperada
Bruna decidiu ir diretamente para casa. Seu corpo queimava com desejos que há muito tempo não sentia e, por esse motivo, resolveu que teria uma noite de gala com Renato. Com essa ideia, tomou um banho na hidromassagem que durou horas, massageou de forma a explorar toda sua sensualidade a sua pele branca, usando óleos aromáticos.
Quando já estava pronta, resolveu depilar completamente sua xoxota e, como tinha poucos pelos, resolveu fazer ela mesma. A consequência foi que, depois de se depilar, ao passar um creme para evitar a irritação da pele, exagerou na massagem e acabou por se tocar em uma masturbação deliciosa que a levou a um gozo incrível.
Tremendo, não viu outra saída em repetir novamente todo o processo, assim, voltou para a hidromassagem e, quando finalmente resolveu sair e ia começar a se massagear com seus óleos aromáticos, foi surpreendida pelo adiantado da hora.
E só se deu conta que já era noite quando Renato entrou na suíte chamando por ela e, quando ela avisou que estava no banheiro, ele foi até lá. A intenção de Bruna era pedir para que o marido fizesse uma massagem bem gostosa nela que o provocaria para transarem ainda antes de jantarem.
Renato, que entrara no banheiro, olhava para a esposa totalmente nua que, estendendo a ele o frasco contendo o óleo disse:
–(Bruna) Aí amor, que bom que você chegou. Estou precisando mesmo de uma massagem, você me faz esse favorzinho? – Bruna colocou toda a sedução que conseguiu em seu gestual ao dizer essa frase.
–(Renato) Onde foi que você se enfiou a tarde inteira? – Disse Renato ignorando tanto o frasco que a mulher lhe estendia, como toda a oferta velada que ela colocara em sua voz.
Para Bruna aquilo foi um choque. Ela estava ali, totalmente nua, depois de planejar uma noite com muito sexo e o marido, fez exatamente o contrário do esperado. Em vez de entrar no jogo dela, simplesmente a interrogava. E o pior de tudo é que Bruna não tinha a intenção de contar, pelo menos por enquanto, seu encontro com Ester.
Ela sabia que teria que dizer tudo a ele, apenas pretendia fazer isso só depois de preparar o terreno. Mas agora, tudo indicava que, se não agisse com inteligência, tudo iria por água abaixo.
Acontece que Bruna não era uma pessoa treinada em manipular, mentir ou enganar. Sua criação com os pais não lhe ensinara nada disso e sempre cumprira sua parte no acordo que fizera há seis anos atrás com o marido de nunca esconder a verdade. Talvez por isso, talvez pela decepção de estar ali nua, toda preparada para se dar por inteira ao marido e ele, em vez de enxergar isso simplesmente a interrogava. Ou até mesmo por sentir uma ligeira raiva nascendo de sua decepção, mentiu descaradamente:
–(Bruna) Ah! Eu saí com a Dora. Como a audiência dela foi adiada, nós fomos almoçar juntas e depois fomos a um Shopping Center fazer compras.
Renato olhou para a esposa sem esconder sua expressão de raiva. Então, aumentando a voz, perguntou onde estavam as compras que ela fizera. Bruna gelou. Não tinha nada para mostrar a ele, pois não comprara nada. Ela conhecia o marido e se conhecia e, por esse motivo, sabia que estavam se dirigindo a um conflito. Resolveu então pensar com calma o que fazer e ficou apenas fitando o marido que, por duas vezes, voltou a perguntar pelas compras.
Bruna sentiu seu rosto em brasa e tudo começou a piorar, pois o seu silêncio parecia aumentar a raiva do marido, como uma brasa atiçada por um vento. Não conseguindo mais se conter, Renato passou direto para a acusação.
–(Renato) Você está mentindo, a sua querida amiga Dora ligou duas vezes para o escritório e sua secretária, na segunda vez, transferiu para mim. Então não teve almoço. – Nessa hora ele engoliu em seco e disparou: – Pelo menos não almoço com a Dora.
A revolta que dominou Bruna foi tão grande que ela simplesmente se levantou e saiu do banheiro, não sem esbarrar violentamente com ele que se viu obrigado a se apoiar na pia para não cair. O tempo perdido em se equilibrar foi o suficiente para Bruna escapar e correr em direção ao closet, onde entrou e trancou a porta.
O tempo que se seguiu foi decisivo na decisão que Bruna resolveu tomar, pois enquanto sentada no chão, tentava achar uma saída para aquela situação, Renato gritava do lado de fora, insistindo em que ela contasse onde passara a tarde. Como não vinha resposta, sua raiva aumentou, fazendo com que ele passasse de um interrogatório à ofensa.
Chamou Bruna de mentirosa, que deixara todo o serviço parado, que sumira e não atendera ao telefone e nem respondera às suas mensagens, aumentando o tom de suas acusações na mesma medida que sua irritação crescia por não receber nenhuma resposta, até que, totalmente descontrolado, ele fez a acusação fatal. Ele não acreditava no que falou, porém, com a intenção de ferir a esposa, gritou:
–(Renato) O que foi? Estava com saudade de levar a vara de um velho e saiu procurando por algum? Quis matar o desejo e como meu tio morreu foi procurar outro?
Ao escutar isso, Bruna viu tudo vermelho na sua frente. Esse era um assunto que eles nunca tinham tocado. Por que então, o marido desenterrava esse trauma agora? Qual seria o motivo dele ter se lembrado disso e, para piorar, a acusando de estar fazendo tudo de novo?
Talvez, se ela procurasse saber o motivo dele reagir dessa forma, depois de algumas ofensas e gritos, eles pudessem conversar e ela descobrir isso, porém, nesse momento, Bruna se encontrava surda e cega e até mesmo muda, pois nem sequer teve forças de responder.
Mas teve muita energia para reagir. Bruscamente, escolheu um vestido preto e justo e o vestiu apressadamente para depois procurar por uma calcinha, mas quando pegou uma que achou muito comportada, pensou: “Foda-se. Quem precisa disso?”.
Seguiu então se arrumando, fazendo um esforço supremo para se acalmar. Passou uma escova nos cabelos que ainda molhados umedeceram a parte de traz do vestido. Passou uma maquiagem leve, calçou uma sandália baixa. Foi até o espelho que tomava toda uma das paredes do closet e se examinou, perguntando quem era aquela mulher estranha na sua frente.
Bruna não se reconhecia. Seus olhos vermelhos, sua boca contraída, as narinas dilatadas e a cor do rosto só não mostrava uma palidez mórbida por causa da maquiagem. Finamente saiu do close e se deparou com o marido que ainda falava, embora ela já tivesse deixado de ouvi-lo por um bom tempo.
Quando viu Bruna, já vestida, na sua frente, Renato finalmente se calou na esperança de que ela fosse finalmente dizer alguma coisa, porém, qual não foi sua surpresa ao ver Bruna se desviar dele e andar em direção à saída do quarto. Ele foi atrás, mas não tocou nela. Viu a esposa pegar a bolsa que estava atirada sobre o sofá da sala e a chave do carro na mesa de centro.
Ao se dar conta que Bruna saia de casa, ele pirou de vez. Correu até ela e segurou em seu braço, fazendo com que ela girasse o corpo para ficarem frente a frente e, ao ver a expressão de Bruna, vacilou. Sua esposa demonstrava que queria sangue. Mas, mesmo vacilando, tentou impedi-la de sair, ao que Bruna disse:
–(Bruna) Solta meu braço. Você só vai me segurar aqui se me matar.
Foi uma frase muito forte, porém, Renato se lembrou de uma das vezes que Bruna foi conversar com ele depois de uma discussão e ele tentou evitar, o que não conseguira, simplesmente porque ela não desistira. Assim era Bruna, dificilmente resolvia adotar uma postura de desafio ou confronto, mas quando ela adotava, não havia nada nesse mundo que a impedia. E essa era uma dessas ocasiões.
–(Renato) Posso saber pelo menos aonde você vai?
–(Bruna) Não sei. – Ela se voltou para ele e, baixando a voz, completou: – Sei lá, talvez vá procurar um homem de idade para me foder. Afinal, eu já fui acusada, condenada e agora me sinto livre para cometer o crime.
Ao escutar isso Renato vacilou dando tempo suficiente para que Bruna alcançasse a porta e saísse em direção à garagem. Quando ele se deu conta de que ela sairia mesmo, correu atrás, mas já era tarde. Bruna já ligara o carro e começava a manobrar em direção a saída, ao mesmo tempo em que o portão automático se abria.
Correu de volta para pegar a chave de seu carro e praguejou ao se dar conta de que a chave estava no piso superior, no criado mudo de sua cama. Sabia que jamais sairia a tempo de seguir Bruna. Enquanto subia a escada, ligou para o celular dela que tocou três vezes e depois deu mensagem de caixa postal. Ligou novamente quando já se dirigia a garagem e dessa vez a mensagem foi imediata. Não precisou pensar mais nada para saber que a esposa havia desligado seu aparelho. Mesmo assim, entrou no carro e saiu.
Duas horas depois, Renato rodava pelas ruas que, por ser quase vinte e duas horas, tinham trânsito tranquilo. Já havia passado várias vezes nas proximidades das residências das pessoas que achava que Bruna poderia ter ido. Em todas elas desistira ao passar em frente, pois examinara atenciosamente os veículos estacionados e nenhum era o de Bruna.
Apenas na casa dos pais dela ela poderia ter entrado com o carro, porém, ele entendeu que era melhor não procurar por ela lá, e sua decisão se baseava em dois motivos. Se ela estivesse lá, eles discutiriam na frente dos sogros, e ele não desejava isso e, se não estivesse, o fato dele estar ali procurando por ela deixaria os pais dela preocupado.
Finalmente, tomou coragem e ligou para Edna que, ao saber do que se tratava, informou que a última vez que vira Bruna foi no período de manhã, antes dela sair para a audiência. Em seguida, demonstrando preocupação, Edna tentou arrancar de Renato o que estava acontecendo, o que ele se negou. Porém, sendo praticamente a fada madrinha daquele casamento, acabou por convencê-lo a ir para sua casa.
Bruna perambulou sem rumo. Atingiu uma autoestrada e aumentou a velocidade, o que a fez ir se acalmando aos poucos e, quando se sentiu totalmente no controle, fez o primeiro retorno e voltou. Tinha a intenção de ficar rodando seu rumo, porém, logo se deu conta dos riscos que tal atitude envolvia. Então, simplesmente se deixou levar, dirigindo sem rumo e, meia hora depois, se deu conta que estava passando na frente da casa de Ester. Sem se controlar, estacionou e andou até o portão, apertando insistentemente o interfone.
–(Ester) Quem é? – Perguntou uma voz irritada.
–(Bruna) Sou eu Ester? A Bruna. – Respondeu com voz baixa, mas deixando transparecer que estava se controlando.
Ester ia fazer algum comentário, porém, a voz de Bruna a alertou de que havia algo errado com a jovem. Então, sem dizer mais nada, destravou o portão, colocou o interfone no gancho e andou apressada em direção à porta de entrada, aonde chegaram ambas quase ao mesmo tempo.
Bruna estava parada, lívida em frente à sua porta. Ao ver o rosto conhecido de Ester, com uma expressão de ponto de interrogação no rosto, desabou. Lágrimas caíram de seus olhos e ela se deixou abraçar pela mulher que, com palavras calmas e comedidas a conduziu para dentro de casa, deixando-a no sofá e se afastando, voltando depois de trancar a porta da sala e ir até a cozinha. Em sua mão um copo de leite morno e um comprimido.
–(Ester) Aqui querida. Tome isso que você vai se acalmar.
Bruna aceitou apenas o copo, acenando com a cabeça quando Ester aproximou dela a mão com um comprimido pousado na palma, falando:
–(Bruna) Não quero. Vai fazer eu dormir e eu não quero dormir. – Depois, olhou para Ester que apenas a fitava aguardando, então continuou: - Se eu dormir agora amanhã vai ser pior.
Ester aceitou a negação da Bruna em tomar o comprimido e o colocou em um vaso que continha algumas flores, dizendo que faria bem para as flores. Depois se sentou ao lado da jovem e aguardou. Nessa hora, a última resistência de Bruna foi por terra e ela começou a chorar copiosamente, enquanto Ester, sem dizer uma palavra, puxou-a para si, fazendo com que ela apoiasse a cabeça em seu ombro e ficou fazendo carinhos nos longos cabelos negros de Bruna.
Apenas depois de meia hora, Bruna começou a se acalmar. Com o rosto banhado em lágrimas, olhou para Ester e perguntou se ela não tinha nada forte para beber. A mulher tinha, e várias, porém, achou melhor não lhe dar nada muito forte para tomar e foi pegar um vinho tinto e retornou com duas taças. Beberam em silêncio por algum tempo até que, sem que Ester pedisse, Bruna começou a falar.
Começou a falar de seus planos para uma noite de amor com o marido, pulando a parte que revelaria toda a sua excitação. Contou do banho, da depilação e de como estava ansiosa em se entregar a Renato. Depois passou para a parte em que ele chegara aborrecido, falou da mentira que tentara contar, porém, sem explicar o motivo. Finalmente, falou da reação dele, chegando na parte que ele a acusara de ter passado a tarde transando com algum homem mais velho. Por fim, terminou com um comentário:
–(Bruna) Ele nunca, nunca nesses anos que estamos juntos, tocou nesse assunto. Para nós era como um tabu. Algo proibido até de pensar. Eu jamais poderia imaginar que ele, nesse tempo todo, pudesse pensar que eu tinha desejos de repetir tudo o que aconteceu.
–(Ester) Esse foi um erro de vocês dois Bruna. O que aconteceu hoje iria acontecer uma hora ou outra. Um assunto que ficou mal resolvido. Este é o tipo de coisa que não se pode empurrar para debaixo do tapete e esquecer, porque uma hora alguém vai levantar o tapete e a situação vai estar ali, diante de vocês e, o que é pior, cobrando explicações que até agora ninguém se preocupou em perguntar, como também ninguém se tocou em responder.
–(Bruna) Que tipo de explicação? O que mais a gente tem a falar sobre isso? Tudo foi dito quando ele terminou comigo.
–(Ester) Sim. Foi falado tudo o que a revolta, o ciúme e a raiva trazida à tona. Mas e depois?
–(Bruna) Depois o que?
–(Ester) Quando vocês voltaram a ficar de boa. Vocês conversaram sobre isso?
–(Bruna) Não. Nunca mais falamos sobre isso. – Disse Bruna, e perguntou: Por quê? Deveríamos ter falado?
–(Ester) Eu não sei querida. Eu nem sei o que aconteceu direito.
Bruna então começou a contar a história e foi interrompida:
–(Ester) Não é isso Bruna. A sua transa com o tio do Renato eu já sei. A Aline me falou sobre tudo aquilo. O que eu não sei é outra coisa. – Ester ficou observando Bruna que apenas olhava para ela e, ao ver que ela não falaria nada, perguntou:
–(Ester) Bruna, posso te fazer uma pergunta?
Não houve resposta e ela entendeu como um sim, então disparou:
–(Bruna) O Arnaldo te forçou?
Ao ouvir aquele nome, Bruna estremeceu. Entretanto, não fugiu do assunto, e demonstrando muita timidez, balançou o rosto em negativa.
–(Ester) Então querida. Se ele não forçou, por que você cedeu?
–(Bruna) Eu não sei. Parece que não era eu. Aquele homem ali, dando em cima de mim na frente da esposa me deixava irritada, mas ao mesmo tempo, a ousadia dele me olhando como se fosse meu dono, movendo a boca como se estivesse me beijando, ou me chupando, sei lá. Só sei que aquilo tudo foi me dando uma sensação que eu não conseguia controlar. Ao mesmo tempo em que sentia raiva, e até mesmo asco, sentia meu corpo se aquecer com a imagem dele me pegando como se eu fosse um brinquedo dele.
“Depois, quando não estava na presença dele, eu só sentia raiva e essa era a parte que o Renato tinha conhecimento. Depois, entrar no carro dele foi um erro, eu sei, mas eu só queria era falar poucas e boas para ele e pedir para ele me deixar em paz. Só que, quando me dei conta, estávamos em um local isolado e ele já me dominava. Na hora, só sentia mesmo vontade de dar vazão a todo o tesão que estava sentindo. Então me entreguei a ele”.
–(Ester) E depois? – Bruna olhou para Ester como se não tivesse entendido a pergunta, fazendo com que ela explicasse: – A noite, na piscina. Afinal, você já tinha chupado ele no carro e, ainda assim, deixou que ele te fodesse no mar. Então, por que tinham que repetir tudo de novo a noite.
–(Bruna) Eu não sei Ester. Quando olhei pela janela e vi ele lá embaixo, jogando pedrinhas na janela do quarto em que estava, algo mexeu comigo. Se depois da praia eu me senti suja, naquela hora eu me senti excitada. Muito excitada. Para mim ainda faltava alguma coisa.
–(Ester) Você disse isso tudo para o seu marido?
–(Bruna) Nunca! Imagine se eu contaria isso! Na verdade, eu segui a onda do ódio de Renato e deixei que toda a culpa ficasse em cima do tio dele.
–(Ester) Isso foi errado. E foi esse engano que está trazendo os fantasmas do passado que estão assombrando a sua vida hoje.
Bruna olhou para Ester como quem não estava entendendo. Então a mulher explicou:
–(Ester) Olha Bruna. Tem coisas que não tem volta. Pode até ter conserto, mas não tem volta. Dizem que é flecha lançada, a oportunidade perdida e a palavra dita. Mas eu acho que tem mais. E uma delas é o sexo realizado. Vou parecer rude, mas vou te falar da forma mais vulgar. Se um cacete entrou em uma buceta, ele vai sair, porém, o fato de ter entrado, o motivo disso e a sensação causada, nunca vai ser apagado. Você se entregou ao Arnaldo. Você se deu a ele de uma forma que nunca tinha se dado a ninguém. Até mesmo anal vocês fizeram. Isso não tem como apagar.
“É uma coisa que aconteceu e ninguém jamais vai poder fazer algo com relação a isso. Um marido traído pode matar o amante, socar, pode se matar ou se afastar da esposa, porém, para ele sempre vai existir o fato de que outro homem fodeu sua esposa. Para ela que foi fodida e para o amante, se ele sobreviver, lógico, – um sorriso ocupou os lábios de Ester ao dizer isso – vai sempre saber que possuiu aquela xoxota. Não se apaga.
–(Bruna) E o que eu poderia ter feito? – perguntou Bruna e, antes da resposta, completou: – Eu devia ter me afastado definitivamente do Renato? Nunca mais ver ele? Foi tão difícil o tempo em que ficamos separados.
Ester pensou um pouco e depois explicou:
–(Ester) Difícil saber o que seria certo. Mesmo porque, qualquer coisa que você fizesse, não teria apagado nada. Estava feito. Na verdade, – nesse momento Bruna notou que Ester estava mais cautelosa ao falar, – Na verdade, eu teria explorado o fato de o Renato ter assistido tudo e não ter interferido. Aliás, pelo que você me contou, você acha até que ele até bateu punheta assistindo a transa sua com o tio dele. Esse é o ponto fraco dele. E você nunca soube explorar isso.
–(Bruna) Eu não tenho certeza se ele se masturbou. Pode ser somente imaginação minha. E eu nem saberia o que fazer com isso. O que você faria?
Nessa hora Ester soltou um riso cristalino e depois disparou:
–(Ester) Bom, você ouviu tudo o que te contei hoje a meu respeito. Baseado nisso, você sabe que eu convidaria o Renato para me foder junto com o tio.
–(Bruna) Credo Ester. Eu jamais teria coragem de fazer isso.
–(Ester) Então. E é aí que mora o problema. Seu maridinho, na época namoradinho, acho eu, sentiu tesão em ser corno e você não soube como se aproveitar disso. Nem na hora e nem depois.
–(Bruna) Você é doida mesmo. – Falou Bruna sorrindo pela primeira vez desde que chegara à casa de Ester.
A partir daí a tensão em Bruna começou a se desvanecer. Mais tranquila, ela começou a falar o que pretendia fazer com o marido a noite, maldizendo-o por ter perdido a chance de uma noite espetacular. Nessa altura, a garrafa de vinho acabara e Ester foi buscar outra. Quando retornou, sem nenhuma preparação, perguntou:
–(Ester) E o que você pretendia fazer quando saiu de casa?
–(Bruna) Sei lá. Na hora eu cheguei a pensar mesmo em achar um homem e ir para a cama com ele.
–(Ester) E por que não fez isso?
–(Bruna) Sei lá. Acho que eu não sou capaz de fazer isso.
–(Ester) Fazer o que? Transar com outro que não seja seu marido.
–(Bruna) Não. Isso acho que eu faria, se ficasse muito excitada. Eu não sou capaz de agir como uma caçadora de homens. De chegar chegando e partir para o crime.
Ester riu do jeito de Bruna falar. Então olhou para a jovem mulher ali na sua frente e algo lhe ocorreu. Desde a tarde, quando estivera a sós com ela, que ficara admirando a beleza natural daquela mulher que conhecera desde quando não passava de uma garotinha. Uma garotinha linda. Ela agora exalava uma sensualidade que atraia Ester, porém, decidida que estava em contar sua vida até chegar no envolvimento de Aline no episódio que terminara em tragédia.
Agora, talvez pelo efeito do vinho, seus olhos corriam pelo corpo dela e o desejo que sentia veio à tona. Então lhe ocorreu algo que até então não havia mexido consigo. Quando ela conduziu Bruna até a sala e a fez sentar-se no sofá, por um descuido de ambas, as pernas de Bruna se levantaram um pouco e ela teve a visão que agora a assaltava. Percebeu que a jovem não usava nenhuma roupa além do vestido e, de repente, a visão da bucetinha dela lhe veio à mente. Sem tentar dissimular o tesão que sentia em sua voz, perguntou:
–(Ester) Então, foi por isso que você saiu de casa sem calcinha?
–(Bruna) O que? Do que você está falando?
–(Ester) Eu notei que você não está usando calcinha querida. Por acaso foi para facilitar você transar com outro?
Bruna abaixou a rosto, em uma tentativa de esconder o rubor de seu rosto. Ester se aproximou mais dela, pegou uma mecha de cabelos que lhe cobria o rosto e conduziu para trás da orelha da jovem. Bruna, ao sentir o toque da mão de Ester em sua pele, levantou o rosto e a encarou corajosamente. Os rostos das duas se aproximaram.
–(Ester) Você está excitada, querida? – Perguntou Ester.
O sorriso de Bruna respondia por ela. Então Ester continuou:
–(Ester) Olha, eu até poderia te levar em um local agora. É um local onde você poderia dar para o homem que escolher sem receios de cobranças depois. Mas ...
–(Bruna) Mas o que?
–(Ester) Mas eu estou te desejando e não gostaria de te dividir com ninguém. Não agora.
Bruna não respondeu a isso, mas também manteve o olhar preso aos olhos de Ester. Então suas cabeças se aproximaram mais e seus lábios se roçaram. Primeiramente foi um toque leve para em seguida os lábios de Ester se abrirem e sua língua tocar os lábios carnudos de Bruna que também entreabriu os seus e permitiu a invasão daquela língua quente invadiu e começou a explorar sua boca. Sentiu as mãos de Ester em sua nuca e se entregou ao beijo que não durou por muito tempo, pois logo Ester se afastou, abaixou a cabeça e disse:
–(Ester) Meu Deus! O que eu estou fazendo!
Então ouviu a voz cálida e sensual de Bruna próximo ao seu rosto, chamando por ela:
–(Bruna) Tia Ester. – Não tendo resposta, repetiu: – Tia Ester, olha pra mim.
Ester não obedeceu. Mas aí sentiu a mão firme e macia de Bruna segurar seu queixo e forçar seu rosto para cima. A mulher mal teve tempo de fechar os olhos e sentiu os lábios de Bruna se grudarem ao seu. Agora o beijo foi apaixonado. As línguas das duas duelavam para conquistar mais espaço na boca da outra, se enroscavam e só se recolhiam para que uma pudesse mordiscar os lábios da outra. Bruna colocara os joelhos sobre o sofá e debruçada sobre Ester, foi forçando para que ela se deitasse, caindo em cima dela.
Ester empurrou lentamente, mas de maneira firme a garota até que ela se levantasse. Olhou para o seu rosto e viu a expressão entre envergonhada e decepcionada. Envergonhada por fazer o que estava fazendo e ao mesmo tempo decepcionada por ter sido interrompida. Porém, não teve tempo de dizer nada, pois Ester já se levantara também e, pegando em sua mão, saiu levando a jovem a reboque até seu quarto.
Parou então ao lado da cama, enfiou a mão sob a espessa camada de cabelos que cobria toda as costas de Bruna e, pelo tato, encontrou o fecho que começou a abrir. Puxou todo o zíper que ia até a altura da bunda dela e em um único movimento, arrancou o vestido pela cabeça.
Bruna estava nua. Usava apenas uma rasteirinha no pé que pensou em tirar, porém, não teve tempo para isso, uma vez que foi empurrada com força para a cama, onde caiu de costas e, antes que pudesse reclamar, Ester segurava suas duas pernas, abrindo-as, e se deitava sobre ela, com o rosto na altura de sua boceta.
Sem indecisão, sem preparação nenhuma, sua língua lambeu pincelando de baixo para cima até encontrar o grelinho que, demonstrando a excitação de Bruna, se destacava entre os grandes lábios. Prendeu aquele grelo nos lábios e começou a tocá-lo com sua língua áspera numa velocidade surpreendente. Bruna gozou, levou as mãos para baixo e forçou a cabeça de Ester ao encontro de sua buceta.
Ester se esbaldou na buceta jovem, suculenta e banhada por seu próprio gozo, pois foi só começar a chupar que a garota gozou puxando seus cabelos e gritando. Enfiou a língua naquela xoxota o mais fundo que conseguiu. Depois tirou e desceu mais, atingindo o cuzinho dela que, num espasmo, gemeu e abriu ainda mais as pernas para dar livre acesso àquela boca que a estava fazendo gozar sem parar.
Foi avassalador. Bruna não se lembrava de ter gozado assim antes. Na verdade, ela nunca tinha. Nem mesmo a transa com Arnaldo que a deixara tão entregue a ponto de permitir fazer anal pela primeira vez e agora, pela primeira vez com uma mulher ela suplantara aquilo em prazer.
Sem saber quanto tempo durou, se deixou ficar largada na cama depois que Ester a deixou. Quando se deu conta, ela estava deitada ao seu lado fazendo carinhos ternos. Olharam-se e sorriram. Ajeitou-se para poder ficar dando beijinhos no rosto e na boca dela. Então disse olhando-a nos olhos:
–(Bruna) Quero retribuir esse prazer pra você. Me ensina?
Ester respondeu sorrindo:
–(Ester) Isso não se ensina querida. É só seguir o fluxo.
Bruna, mesmo sem entender exatamente o que isso queria dizer, sorriu antes de dar um beijo na boca de Ester. Um beijo terno e, como da primeira vez, foi se intensificando até que se deitou sobre o corpo dela e sentiu o frenesi que aquele o contato com o corpo quente e ao mesmo tempo suave de Ester provocava.
Depois de um longo tempo abandonou a boca de Ester e foi descendo pelo seu pescoço. Atingiu os seios que foram sugados um a um. Beijou, chupou e mordeu levemente sentido o corpo dela vibrar sob o seu. Quando se deu por satisfeita naqueles seios cheios e firmes, continuou a viagem com sua boca em busca de seu objetivo final.
Lambeu o abdômen de Ester parando um bom tempo no umbigo antes de atingir os pelos ralos e aparados que foram lambidos. Não resistiu à tentação e mordeu com uma força moderada a testa da buceta de Ester que, suspirando alto, levantou o quadril pressionando seu corpo ao encontro do rosto de Bruna.
Finalmente chegou ao destino. Diante de si estava um grelo de uns dois centímetros se sobressaindo dos grandes lábios. Como se tivesse feito isso a vida toda, Bruna sabia o que fazer. Prendeu aquele apêndice entre os lábios e esfregou a língua na parte que estava dentro da sua boca. Ouviu o chiado do ar abandonando os pulmões de sua amante e soube que estava fazendo a coisa certa.
Então sugou com força o grelinho inchado de Ester sem deixar de friccionar a língua na sua extremidade. Nem mesmo quando a pressão das mãos atrás de sua cabeça ao mesmo tempo que o corpo dela se erguia como se uma força invisível a guindasse para cima. Nessa hora soube que poderia fazer mais. Então foi descendo com sua língua esfregando na buceta da outra, captando o cheiro e o gosto, o que fez sua buceta melar de tesão.
Como se Ester percebesse isso, começou a movimentar o corpo para ficar embaixo, o que Bruna impediu dizendo com uma voz tremida:
–(Bruna) Agora não, agora não. Deixe que eu faça você gozar.
Foi obedecida e continuou em sua tarefa de dar prazer à sua companheira. Então não resistiu mais, separou os grandes lábios dela com as duas mãos e enfiou sua língua na buceta melada dela. Lambeu e colheu o mel que emanava daquela gruta quente. Pensou que, se soubesse que era tão gostoso assim, já teria feito isso há muito tempo.
Lambeu, chupou e chegou ao cuzinho dela que também foi invadido por sua língua ávida, enquanto dois dedos exploravam o interior da buceta procurando pelo ponto G. Foi quando ouviu o chiado. Na verdade, parecia mais um miado de um gato distante que foi aumentando passando ao grito de uma criança até atingir o status de um grito rouco e intenso. Era como se nada no mundo existisse, que nada importasse.
Que se dane se os vizinhos ou algum passante na rua ouvissem os gritos dela, pensou Ester, afinal, quem é que pode resistir ao um prazer assim. Da mesma forma que o orgasmo surgiu lentamente e foi crescendo, ele foi diminuindo também devagar. Bruna, que com o rosto melado dos sucos de Ester agora a olhava foi ficando preocupada, pois ela parecia estar em transe e, apenas quando já estava à beira de um pânico, viu Ester abrir os olhos lentamente e sorrir docemente para ela.
–(Ester) Oi. Quem é você mulher maravilhosa? – Disse Ester em meio ao seu sorriso meigo.
–(Bruna) Oi ... Sua aprendiz. Está lembrada? – Respondeu Bruna também sorrindo.
–(Ester) Sei não. Você não agiu como uma aprendiz. Jura mesmo que nunca fez isso antes?
Bruna respondeu que jurava sorrindo e Ester riu alto quando viu que ela cruzava os dedos, como ela mesma havia ensinado nos tempos de criança que essa era uma forma de comprovar que um juramento era pra valer.
–(Ester) Você dorme aqui comigo? – Perguntou Ester.
–(Bruna) Dormir? Quem falou em dormir? Eu quero é mais.
E ambas riram alto, como duas crianças que acabaram de descobrir um brinquedo novo.
Continua ...