Sinopse: Vamos conhecer um pouco da vida da mãe de nossa protagonista?
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Vinte minutos...
O tempo ideal que eu sempre precisei de hidromassagem. Me sentia renovada, com o corpo relaxado e a mente devidamente descansada.
Era o que eu me dava ao direito após um dia inteiro de atendimentos, pelo menos duas, às vezes três noites na semana. Todo o amor e dedicação que eu possuía pelo meu trabalho me fez colher muitos frutos mas também cobrava o seu preço, tanto o físico quanto o mental.
O meu trabalho como esteticista atendia à todas as mulheres: desde as mais tranquilas ao iniciarem um tratamento de beleza e que confiavam em mim de olhos fechados até as mais exigentes. Com essas, as minhas definições de paciência e simpatia deveriam estar devidamente atualizadas. Mas desde o início da minha carreira com apenas dezenove, quase vinte anos, aprendi que precisávamos oferecer aquilo o que tínhamos de melhor. No meu caso, como mencionei antes, eram o amor e dedicação pelo que eu fazia. Por serem como são, clientes com esse perfil se tornavam o meu maior desafio: conquistar a confiança delas demostrando tranquilidade e esclarecendo todo o tipo de questionamento que elas faziam.
Sem falsa modéstia, a beleza que eu possuía contribuiu para o sucesso na minha profissão. Ostentar belos olhos azuis e um rosto de traços perfeitos se tornaram um trunfo a mais quando mulheres se consultavam comigo pela primeira vez. "Nossa, mas você é tão bonita!", "A sua pele é perfeita assim mesmo?", "Você usa pouca maquiagem e tem um rosto lindo!" eram inúmeros os elogios que eu sempre recebi ao longo de vinte e um anos de profissão.
Mas nada se comparava em ver a reação de garotas adolescentes, ao lado de suas mães, me admirando com um brilho nos olhos. "Quero chegar na sua idade e ter o rosto perfeito igual ao seu!". Ouvir isso de meninas tão jovens me emocionava, não tinha preço e era uma das razões que me faziam acordar antes do Sol nascer para mais um dia de trabalho.
A razão maior era o meu amor maior. Que estava de férias na França havia duas semanas, na casa dos meus sogros. Nívea era o meu anjo, a filha que toda mãe poderia sonhar em ter. Linda, meiga, educada... Eu e o meu marido, sempre a tratamos como uma verdadeira princesa que tinha tudo o que queria a hora que quisesse. Foi a maneira que encontramos de suprir a ausência como pais devido ao nosso trabalho. E além disso, seu jeito compreensivo e amoroso em lidar com isso me fazia ser grata todos os dias.
Mesmo ausente, eu procurava ser uma mãe compreensiva e mostrar para a Nívea que ela poderia se sentir acolhida por mim. Jamais iria invadir o seu espaço sendo uma mãe controladora. É claro que a crise de choro dela no início do ano me deixou preocupada. No entanto, não a questionei e apenas fiz o que ela me pediu: um abraço longo e protetor durando tempo suficiente para fazê-la se acalmar. Perguntei apenas uma vez o que se passava no seu coração mas ela não quis se abrir comigo e eu respeitei. Adolescência nunca é um período fácil, embora a minha tenha sido tranquila.
Me lembrava sempre de situações inesperadas que aconteciam comigo e com a minha filha. Uma vez quando Nívea ainda era criança, ela me perguntou se eu e o pai dela nos beijávamos como os casais nos filmes. A pergunta me pegou de surpresa mas a respondi com naturalidade que sim. E também lhe disse que tudo tinha a hora certa de acontecer. Mesmo que eu tivesse beijado a primeira vez aos catorze anos e ficado com outros meninos depois disso, o meu beijo verdadeiramente apaixonado que fez o meu corpo flutuar foi somente aos vinte anos com aquele que tornou-se o homem da minha vida.
Ao me formar em estética, inaugurei uma pequena sala comercial no Centro do Rio de Janeiro iniciando os meus primeiros atendimentos. Minha querida avó que me criou desde pequena foi quem me ajudou a dar esse pontapé inicial na minha carreira. "Escolha o local, que eu te ajudarei a pagar a metade do aluguel", essas foram as suas palavras. Foi um alívio pois eu não tinha como saber se eu decolaria como profissional. Parte do que me tornei hoje, eu devo e muito à ela. E também à Marina, minha grande amiga e parceira que conheci quando ainda estudava para me formar. Graduada em Administração, foi ela que sempre cuidou da parte burocrática dos meus ganhos. E pensar que ela começou comigo ainda na recepção e agendando atendimentos de forma muito precária, mas que fazia com enorme prazer. Mais do que merecido e mesmo ela relutando por anos, tornou-se a minha sócia com a inauguração da filial.
Quando eu tinha quase seis meses trabalhando na área, fechei a minha sala temporariamente por dois. O motivo? Um intercâmbio estudantil que eu faria na França onde estudaria o idioma. Embarquei para Paris no início de dezembro e retornaria na primeira semana de fevereiro do ano seguinte. Marina ficou responsável apenas por marcar as consultas dos meus atendimentos e quando retornei para o Brasil, a agenda felizmente estava cheia.
Ainda que eu fosse fluente no inglês, esse intercâmbio para mim foi importante pois eu teria contato com uma nova cultura. O apartamento que dividi na Cidade Luz era com mais três garotas: uma brasileira, uma americana e uma inglesa. Estudávamos francês todos os dias e nos finais de semana, passeávamos pelos pontos turísticos da capital.
No início de Janeiro, fizemos uma loucura. Pegamos um trem até Lyon, cidade localizada no sudeste do país chegando quase no fim da tarde de sábado. Fizemos turismo apenas pelo centro e entramos em uma casa noturna. Me sentia totalmente aventureira. Fazia frio naquela época do ano e o local estava entupido de gente.
Eu estava toda de preto. Desde a blusa até a meia calça por baixo da calça junto de uma bota e enquanto dançava com as minhas amigas ou ao menos tentava, senti duas mãos me pegando por trás na minha cintura. Ao me virar, me deparo com o dono dos olhos azuis mais doces que tinha visto. Aquele homem poucos centímetros mais alto que eu, de cabelos bem curtos e com o fios bagunçados em um topete, manteve as mãos onde estava e chegou no pé do meu ouvido pedindo licença para passar em meio às pessoas na pista. Senti algo estranho mas bom. Talvez fossem as mãos dele, a tal da famosa pegada que tivesse causado um efeito no meu corpo nunca sentido antes. Depois que ele passou, eu o acompanhei com os olhos e subitamente ele olha para trás na minha direção e sorri. Um sorriso tímido mas que era lindo. Tudo aconteceu por segundos mas que mudaria minha vida para sempre.
Instantes depois, um outro rapaz com traços semelhantes veio até mim e me disse que o irmão caçula dele nunca tinha visto olhos tão lindos iguais os meus. Agradeci mas só iria me convencer do elogio se ele viesse e me falasse pessoalmente. ''Meu irmão é tímido'', me respondeu em francês. Sendo assim, tomei coragem e fui até ele me apresentar. Jacques Martin era o nome dele. Um homem muito mais bonito quando o vi de perto. Ao dizer que era brasileira, ele não acreditou. Me disse que tinha nascido no Brasil mas se mudou para a França com doze anos pois os pais e irmãos mais velhos eram franceses. Passamos o resto da noite inteira juntos e foi assim que nossa história de amor começou...
Jacques morava e trabalhava em Paris, o que ficou mais fácil para os nossos encontros na parte da noite. Ele estava em Lyon apenas para visitar os pais nos fins de semana, que moravam na cidade. Passamos o mês de Janeiro nos encontrando quase que diariamente e quando o intercâmbio se encerrou foi o pior momento para nós dois. Ele implorou para que eu permanecesse na França mas infelizmente não poderia pois eu queria dar continuidade na minha carreira. Trocamos e-mail, telefone e nos falávamos por horas durante o sábado. Estávamos apaixonados um pelo outro mas a distância só piorou. Por vários momentos, cheguei a pensar que não daria certo e que ele poderia terminar tudo.
Em julho daquele mesmo ano, foi a vez dele cometer uma loucura: desembarcou no Brasil após pedir transferência para a filial brasileira da multinacional onde trabalhava e aquele rapaz de personalidade tão introspectiva, cinco anos mais velho, apareceu na pequena sala que eu atendia, com um buquê de rosas vermelhas nas mãos, me pedindo em casamento na frente das clientes. O meu sim foi junto de lágrimas de emoção. Imediatamente eu e ele passamos a morar juntos. Completei vinte e um anos de idade em outubro e nos casamos uma semana depois. E lá se vão quase vinte anos de casamento, repleto de muito amor.
***
Terminei a hidro e, após sair da banheira, peguei o roupão branco e felpudo pendurado no aro de inox da parede e o vesti no meu corpo, indo para o quarto. Era início de uma noite de sábado, Jacques e eu fomos convidados para um jantar entre os diretores da empresa na casa do Simon. Escolhi um vestido rosa quase puxado para o salmão sem nenhum decote mas que era justo no corpo e contornava os seios, a cintura, os quadris e o bumbum que chamavam a atenção principalmente quando eu usava calças jeans bem ajustadas. Os sapatos na cor rosa, obviamente eram scarpins. Meu modelo favorito e que eu possuía mais de uma dezena de pares. O corredor entre o quarto e a suíte era o meu parque de diversões da moda e Jacques possuía o guarda-roupa dele ao lado da nossa cama. Quando fui ao cinema assistir ao filme De Repente...30! aparecendo a cena do closet que se tornou clássica, decidi que iria trabalhar para ter um igual. Objetivo alcançado.
Do quarto enquanto secava os cabelos com uma toalha, ouvi a voz do Jacques vinda do escritório falando em francês. Quando cheguei na porta, a tela do skype estava aberta no computador e vejo do outro lado a minha princesa. Não contive a emoção em vê-la e me aproximei para que pudesse me ver.
- Oi, mãe! - ela acenou para mim.
- Minha linda! Que bom falar com você! Já estou com saudades.
- Eu também. Estou falando com o papa sobre a viagem em Praga na minha primeira semana aqui. Vocês viram as fotos que eu mandei, não viram?
- Vimos sim, meu amor! Praga é uma cidade linda! - falei, abraçando Jacques por trás e encostando meu queixo no seu ombro.
- É, eu achei mais ou menos...
- Por quê meu anjo? Você não gostou?
- Ah, eu gostei. Mas achei Viena mais bonita.
- Não deixe o seu tio ficar sabendo disso!
- Falei o mesmo para ela, Helena - Jacques aconselhou com os braços cruzados - Jérôme planeja essas viagens de verão para você e para os seus primos com muito carinho.
- É, eu sei papa, foi minha impressão mesmo... Mas e vocês? Vão sair?
- Vamos sim. Um jantar na casa do seu amigo querido!
- Do Frederik?
- Ele mesmo.
- Ah... Legal. Mande um beijo e um abraço meu para os pais dele.
- Mandamos sim, meu amor.
- Eu vou desligar agora. Já são meia-noite aqui em Lyon e amanhã vamos ao Parc de la Tête d'Or dar um passeio.
- Ok, mon chére. Amusez-vous bien ! E mande um abraço nosso para os seus avós.
- Merci, papa. Eles já estão dormindo mas eu mando.
- Durma bem, meu anjo!
- Obrigada, mãe. Vou sim.
Dei um beijo no rosto do Jacques e voltei ao meu quarto para continuar a me arrumar para a ocasião. O conjunto de lingerie preta e rendada estava em cima dos travesseiros perto da cabeceira da cama e, distraída, ao me despir do roupão que usava, senti suas mãos carinhosas em volta da minha cintura e sua boca faminta devorar o meu pescoço, causando um arrepio por todo o meu corpo.
- Meu amor... - sussurrei, apoiando meu pescoço no seu ombro - Assim, vamos nos atrasar... - senti as sugadas e os chupões pelo meu ombro.
- Podemos mudar de ideia... - sugeriu, esfregando seu membro rígido, por baixo da calça social no meu bumbum, me deixando molhada. Uma das suas mãos agarrou o meu seio enquanto a outra deslizou e acariciou o meu ventre que já formigava - Aqui está bem melhor - provocou ao pé do ouvido, sugando o lóbulo. A chama do prazer entre nós nunca se extinguiu.
Jacques tirou sua mão do meu seio e pousou no meio da minha coluna, me fazendo ficar ajoelhada na ponta da cama, em posição de quatro e seu corpo bem atraente para um homem de quarenta e cinco anos ficou por cima do meu, se encaixando perfeitamente. Com habilidade, abriu o botão e o zíper da calça e em um tranco, com as mãos na minha cintura, me penetrou gostoso onde agarrei o lençol com firmeza e o deixei ditar os movimentos de vai e vem. Eu rebolava querendo por mais e seu dedo chegou dentro de mim, acariciando o minha vulva, àquela altura já inchada e ensopada.
- Ah, Jacques... - sussurrava, sentindo os meus quadris grudados nos dele.
- Tellement parfaite...
- Oh... - gemi, mordendo o meu lábio inferior e me entregando ao prazer.
Era o meu ponto fraco. Jacques, além de putarias, sussurrar elogios em francês no meu ouvido, em meio à transa, me deixava enlouquecida e mais excitada do que já podia ficar. Rebolei igual uma verdadeira vadia e os meus gemidos ecoavam por todo o quarto.
Virei meu rosto e nos entregamos a um beijo lento enquanto o sentia dentro de mim. Suas mãos subiram pela lateral do meu corpo e chegaram nos meus seios, me deixando em chamas.
Eu era esposa, amante e puta em uma só mulher. Acelerei os movimentos, sentindo o ápice daquela trepada inesperada e deliciosa vir à tona como um vulcão em erupção e minha buceta esmagava sem controle o membro gostoso do meu marido. Agarrei o lençol com toda força que reuni, empinando mais o meu bumbum chamativo e redondo, senti meu grelo durinho, pulsante e gozei. Gozei sem parar de rebolar um só instante mesmo estando em volta de estrelas. Jacques não demorou muito e se juntou a mim jorrando todo o seu prazer, continuando a socar. Tesão, muito tesão!
Me joguei na cama e ele continuou por cima, sentindo o perfume dos meus cabelos e da minha pele. Os espasmos na parte interna das minhas coxas ainda eram presentes e meu coração parecia que iria saltar para fora de tão acelerado que batia.
- Só por isso, vai ter que entrar comigo no chuveiro de novo - provoquei ainda extasiada.
- Com todo prazer... - aceitou, depositando um beijo no meu ombro em meio aos fios úmidos.
***
- Aqui é mesmo muito lindo - comentava enquanto observava todo o condomínio - Não é a toa que a Nívea adora passar o fim de semana aqui.
- Realmente. Como ela mesmo fala, "parece um outro bairro" - Jacques comentava atento ao volante - Uma pena que não conseguimos financiar um apartamento. Mas morar perto do Centro e no mesmo bairro do colégio dela foi uma ótima decisão.
Eram quase oito e meia da noite quando estacionamos bem próximo do prédio. Entramos na elegante portaria e ao chegarmos no balcão, semelhante a um prédio comercial, Jacques lhe entregou o documento de identidade para o porteiro que estava com uma espécie de lista de convidados.
- Lamento senhor, mas é apenas um procedimento de segurança - o homem explicou enquanto olhava atento - São as normas do condomínio.
- Tudo bem, entendemos bem como isso funciona.
- Aqui está - ele devolveu após confirmar - Basta apertar o botão com a letra C e o elevador privativo levará vocês direto à cobertura da Família Bertrand.
- Certo, merci.
Deixamos o balcão e, de mãos dadas, seguimos em direção ao elevador indicado. Jacques apertou o botão e logo após a porta se fechar, seu braço envolveu a minha cintura por trás levando meu corpo junto ao dele.
- São compromissos sociais que eu detesto e que eu compareço por educação. Chego nos lugares com vontade de voltar pra casa na mesma hora... Sabe o que eu quero dizer não sabe? - sussurrou no meu ouvido, me abraçando apertado com as suas mãos indo parar no meu bumbum.
- Sei. - falei bem baixo, envolvendo meus braços no seu pescoço e sentindo o perfume delicioso amadeirado que usava - Agora apaga esse fogo! Estaremos entre amigos - pedi com as mãos apoiadas no peitoral e olhei nos seus olhos lhe dando um selinho. Na verdade, vários.
No momento que o som semelhante ao de uma campainha tocou, nos afastamos rapidamente e a porta se abriu. Jacques se recompôs ajeitando o blazer preto e estiquei discretamente o meu vestido pelas coxas o mais comportado que consegui, mantendo a alça minha pequena bolsa de festa no meu ombro. A mão ousada dele deslizou até o meu bumbum onde senti o aperto que fez meu corpo saltar levemente para frente.
- Para! - falei baixinho.
- Gostosa... - ouvi o sussurro e senti o beijo nos meus cabelos.
Logo que deixamos o elevador, fiquei impressionada com o tamanho da sala de estar que foi devidamente arrumada e decorada para uma recepção onde haviam poucos móveis, apenas os sofás e algumas cadeiras espalhadas pelo recinto. Era enorme! Minha primeira vez na cobertura da família Bertrand e a cada detalhe observado mais eu dava razão à minha filha dos motivos dela gostar tanto daqui.
- Mon Dieu... - Jacques de mãos dadas comigo também não conseguia esconder a surpresa - Que cobertura é essa? Acho que é o dobro do apartamento dos meus pais. - Tanto os olhos dele quanto os meus percorriam o enorme cômodo.
Cumprimentamos um casal conhecido que estava próximo da entrada. Era Nicolas, o CEO Financeiro da empresa e a sua esposa. Trocamos rapidamente algumas palavras e andamos pela sala procurando com o olhar, o casal anfitrião. Não havia muitas pessoas uma vez que não era uma festa e sim, algo mais íntimo. Talvez uma quantidade menor de convidados do meu aniversário no ano anterior e com o tamanho da casa, não tinha mesmo tantas pessoas.
- Ah, finalmente chegaram! - Denise estava conversando com um outro casal e veio na nossa direção quando aparecemos na varanda - Pensei que não viriam mais!
Ela estava como sempre muito elegante em um vestido preto e branco e calçando um par de sandálias de cor preta. O rosto parecia estar iluminado e meu olhar clínico sempre entrando em ação nesses momentos buscando por alguma imperfeição. Felizmente não havia nenhuma, afinal era eu que estava realizando o seu mais recente tratamento de pele, dias depois da inauguração da filial. Mas ela optou por ser atendida na matriz que ficava perto de onde morava.
- É, nos atrasamos... - Jacques, com um sorriso beirando o cinismo, apertou de leve a minha mão com nossos dedos entrelaçados - Mas espero que pouco.
- De jeito nenhum - ela me cumprimentou com dois beijos no rosto e fez o mesmo com o meu marido - Sejam muito bem vindos. Vamos servir o jantar daqui a mais ou menos quarenta minutos!
- E o Simon?
- Contente por ver amigos tão queridos finalmente visitando a nossa casa - ouvi sua voz atrás de nós e a mão no meu ombro e no ombro do Jacques e nos viramos para cumprimentá-lo - Que prazer em vê-los.
- O prazer é todo nosso! - falei em meio ao breve abraço que os dois trocaram e o dono da festa me beijou no rosto - Comentei com o Jacques sobre como é lindo esse lugar.
- Exato, inclusive para nossas hóspedes especiais.
- Ai Denise, nem me fale. Falamos com a Nívea pelo Skype antes de virmos pra cá, com o coração apertado de saudade.
- Posso imaginar. Ela realmente não quis ir pra Londres encontrar o Frederik?
- Infelizmente não. Depois da viagem para Praga, os primos pediram para ela ficar pois eles se divertem pela cidade todos os dias. Férias de Verão e Lyon fica bastante agitada. Não sei te dizer se ela e o Frederik se falaram. Mas ela enviou um abraço para vocês.
- Nívea é um amor de menina. Realmente uma pena ela e o Frederik não terem se encontrado.
- Mas quando ele volta?
- Na quinta-feira não é, Simon? - ela perguntou ao marido ainda em dúvida.
- Isso. Ele embarca de volta na quarta-feira de noite em Londres.
- Que bom. No caso do nosso anjo, ela só volta no finalzinho do mês.
- Mas vai passar rápido! - Denise me pegou pela mão - Venha comigo, Helena. Deixe a sua bolsa no nosso quarto. Nos dão licença?
- Claro! - Jacques assentiu e saímos as duas em direção ao interior da casa deixando os dois conversando.
***
- Você e o seu marido estão de parabéns, Denise. É lindo onde vocês moram! - elogiei enquanto estávamos no quarto do casal - Mesmo sendo muito amplo, é aconchegante demais.
- Obrigada. Eu moro aqui desde criança, herdei dos meus pais.
- Mesmo?
- Sim. Me casei e Simon veio morar conosco, não consigo me imaginar morando em outro lugar.
- Posso entender.
- Espero que quando o Frederik se casar, ele também queira morar aqui ou ao menos em outro apartamento do condomínio.
- Sim e você sabe o quanto a Nívea gosta demais de vir para cá! - dei uma piscada de olho.
- E isso me deixa muito feliz! - gargalhamos juntas e me voltei para a minha bolsa em cima do móvel tirando apenas o meu celular - Vamos voltar, tem um jantar nos aguardando! Caso queira usar o banheiro, use a nossa suíte. O social está à disposição dos outros convidados.
Quando voltamos para a sala, Jacques estava com Simon e um outro rapaz aparentemente mais jovem que eles. Conversavam como se conhecessem há anos.
- Helena, mon chére! - meu marido esticou o braço e caminhei ligeira até ele, pegando em sua mão - Eis o rapaz responsável por deixar notre princesse em casa todos os dias depois da escola. - me apresentou, envolvendo a mão na minha cintura.
- Evandro? - perguntei olhando em seus olhos, não escondendo a surpresa.
- Prazer em conhecê-la, Senhora Toledo - ele estendeu a mão me cumprimentando.
- Eu digo o mesmo! - o cumprimentei de volta - Finalmente estamos nos conhecendo. Não consegui buscar a Nívea no colégio em nenhum dia este ano, por isso não tivemos a oportunidade.
- Eu entendo. - ele assentiu, sorrindo discretamente. Além de educado, Evandro era um rapaz bonito e com um porte físico que chamava a atenção. Atenção demais para um motorista.
- Evandro está meio que de férias logo depois que o Frederik viajou mas eu o convidei para o jantar. Somos muito gratos por toda a sua assistência. - Simon lhe deu um tapinha nas costas.
- Apenas faço o meu trabalho. - ele abaixou a cabeça com os braços cruzados sobre o peitoral - E a Dona Norma onde está? Não a vi pela casa.
- Também demos uns dias para ela e então foi visitar as irmãs que moram na Região Serrana. Se ela ficasse aqui sem o menino querido dela, ia morrer de saudade então foi bom pra ela essa viagem.
Nossas atenções se desviaram para a porta do elevador que se abriu e um casal também de mãos dadas saiu de dentro dele. Ela era loira com os cabelos repleto de cachos, os olhos verdes e o corpo cheio de curvas destacadas pelo vestido vermelho de alças finas mas com um decote reto nos seios, bem discreto. E o homem ao seu lado muito bem vestido em um blazer azul marinho e calça social da mesma cor. Os olhos e os cabelos castanhos com a barba por fazer.
- É a Carina... - Jacques sussurrou bem perto de mim, aspirando o perfume dos meus cabelos.
- Quem?
- A secretária do Simon.
- Sério?
- Sim.
- Ela é bonita.
- Muito.
Ambos se aproximaram, sorrindo por nos ver.
- Boa noite. - ela mantinha o sorriso simpático.
- Carina, minha querida! - Denise a abraçou carinhosamente - Fico feliz que tenha aceito o convite!
- Não podia recusar - ela correspondeu ao abraço - Seria feio da minha parte - as duas se afastaram e os olhos da jovem se voltaram para o dono da casa - Como vai senhor Bertrand?
- Vou bem Carina, obrigado! - ele a cumprimentou e percebi o semblante dele sério.
- Que bom vê-la, Carina!
- Eu digo o mesmo, senhor Martin!
- Essa é a minha esposa.
- Helena Toledo, muito prazer! - lhe estendi a mão e ela fez o mesmo.
- Finalmente está conhecendo mais uma seguidora sua. - ela brincou.
- Mesmo? Que ótimo, fico feliz! - sorri.
- Este é o Diogo, o meu namorado - ela, enfim, nos apresentou o rapaz que a acompanhava.
- Boa noite, é um prazer conhecê-los.
- Você é o gerente-geral do banco que atende a empresa não é mesmo?
- Exato, Senhor Martin! Estou sempre em contato com o Ruan.
- Ele fala muito bem de você.
- Fico grato.
- Estou surpreso, Carina - Simon de repente entrou na conversa - Não sabia que estava namorando.
- Estamos juntos há apenas um mês.
- Claro. - ele continuava a encarar o rapaz e estranhei o modo como ele o fazia.
- Me dêem licença? - Evandro que até então estava calado, interveio - Estou indo para a varanda.
- Sim Evandro, à vontade - a anfitriã assentiu.
- Fazemos companhia à você! - a jovem loira sugeriu - Você se incomoda, Diogo?
- Não! Bom que não ficamos deslocados - os três seguiram para onde estavam os outros convidados.
- Se me dão licença também, vou até o meu quarto! Eu não demoro.
- Claro, querido! E eu vou até a cozinha para ver como está o jantar.
- Sim, à vontade.
Cada um foi para um lado oposto e quando me virei, Jacques olhava de modo analítico na direção que Carina, junto do seu namorado, e Evandro estavam. Os três conversavam animadamente.
- Sim, meu amor. Os olhos dela são bonitos mas os meus são mais! - comentei em tom de ironia lhe dando um beliscão discreto na cintura.
- O quê? - ele se voltou para mim - non ma princesse de sparte, não é isso - e me beijou - Só fiquei surpreso.
- Com o fato da secretária do seu amigo de trabalho estar namorando?
- Sim - ele voltou a olhar na direção da varanda - Carina é bem focada e discreta no trabalho e... Bom, não é da nossa conta - deu de ombros, me olhando de volta.
- Não mesmo. - continuei a encará-lo e ele sorriu.
- Ciúmes não combina com você - e envolveu as mãos na minha cintura, aproximando nossos corpos, me fazendo apertar as coxas uma na outra para não me render totalmente ao calor que surgiu entre elas.
- Não começa! - afastei seu corpo com as mãos e ele se conteve apenas com um abraço, afundando seu rosto no meu pescoço.
***
- Mas isso aqui está delicioso - Nicolas elogiava o salmão ao forno servido para os convidados - Tão delicioso quanto a entrada!
Jacques e eu sentamos em uma mesa para quatro pessoas e a dividimos com o seu colega do setor financeiro e a esposa. Realmente, tanto o prato de entrada, que foi caldo de peixe, como o prato principal estavam divinos. O salmão foi servido com arroz branco cozido na água de camarão dando um aspecto mais colorido ao prato. Eram várias as opções de frutos do mar mas optei por não comer nada muito exótico.
- Está mesmo - concordei enquanto continuava a comer - O sabor está bem leve.
Os demais convidados estavam sentados nas mesas espalhadas pela varanda. Todas para quatro pessoas. Olhei para o lado e vi os donos da casa conversando tranquilamente com um outro casal. No entanto, Simon parecia inquieto com algo e seu semblante sério me intrigava, mesmo ele se esforçando ao máximo para disfarçar. Achei estranho, não podia ser coisa da minha cabeça.
- Está tudo bem? - senti a mão do Jacques repousou sobre a minha.
- Hã? - me virei na sua direção - Está! Está sim, meu amor. - afirmei e ele puxou minha mão para um beijo no dorso e sorrimos um para um outro.
Logo que terminamos com o prato principal, a sobremesa foi servida. Taças de coquetéis com mousse de limão e maracujá estavam à disposição na mesa, que os funcionários do buffet da festa rapidamente arrumaram. Jacques fez questão de buscar e trouxe para nós dois, o mousse de maracujá junto de duas colheres de prata. Estava muito bom.
- Como estão os nossos números, Nicolas? - Jacques questionou em meio a uma colherada pequena que deu no mousse - Já tem os resultados da projeção dos nossos produtos para o trimestre?
- Fechamos com uma margem de lucro acima do esperado, Martin. Se compararmos com o primeiro período do ano, podemos respirar aliviados. Que continue assim até Dezembro.
- Isso é bom. Me envie essas projeções por email na segunda feira, como sempre, pode ser? Sou o contato direto com o Canadá e o Diretor da filial em Montréal precisa saber como o Brasil está se saindo. O país está à frente representando a América Latina.
- Te envio até o fim do dia sem falta após a revisão final.
- Excellent !
Ouvir aquela conversa de negócios se tornou rotina para mim. E ficava mais feliz em saber que o homem com quem me casei era um profissional exemplar.
***
Pensava que apenas eu, por causa da minha profissão, possuía vários produtos de beleza espalhados pela pia do meu banheiro mas estava enganada. Após escovar os dentes, pois odiava ficar com gosto de comida na boca e sempre levava comigo uma escova de dente e pasta tamanhos de bolso e retocar o meu batom cor de boca, me distraí observando os inúmeros tônicos, loções, hidratantes e cápsulas de colágeno que pertenciam à Denise. Conhecia as marcas, a maioria importadas. Para nós mulheres que chegavam aos quarenta anos, os cuidados com a pele mereciam atenção redobrada.
Terminei de lavar as mãos e após secá-las com um lenço de papel que também estava na pia, guardei meu pequeno kit de higiene bucal e deixei o banheiro, colocando minha bolsa de volta onde estava no móvel do quarto do casal.
Ao sair do cômodo em direção ao corredor que me levava de volta para sala, vi um pôster de super heróis na porta de um dos quartos do outro lado que deveria ser do Frederik.
- É isso que você quer? Me fazer de otário? Me fala!!!!
Ouvi a voz alterada do Simon vindo da direção de uma porta próxima do quarto do Frederik. Identifiquei de imediato pois estava aberta mas não me atrevi a chegar nela, ficando encostada na parede pois minha curiosidade foi maior em ouvir o motivo daquela alteração toda.
- Eu não entendo esse seu chilique, Simon. Até onde todos sabem eu sou uma mulher solteira e posso namorar quem eu quiser!
Era a voz da jovem secretária dele. E não consegui conter a falta de ar devido ao espanto.
- Foda-se o que os outros sabem! Pelo visto o meu pau não tá sendo o suficiente pra você, não é mesmo? Pra precisar abrir as pernas pro imbecil do Diogo!
Senti as minhas pernas tremerem de nervoso e o meu coração acelerar como nunca, ao ouvir o que de fato se tratava o teor daquela conversa. O Simon e a Carina... Os meus pensamentos poderiam estar me enganando. Fiquei encostada na parede buscando por apoio porque meu corpo poderia desabar no chão diante daquilo.
- O Diogo me dá atenção! Coisa que você não estava me dando há semanas! Ele me convidou para jantar, depois em namoro e eu aceitei. Sem nenhuma enrolação da parte dele. Bem diferente de você que vive apenas morando debaixo do mesmo teto que a mãe do seu filho!
- Você sabe muito bem que depois da minha promoção, o trabalho aumentou e agora eu dirijo uma equipe com dez advogados! Eu não posso me separar da Denise exatamente por causa do Frederik. Ele é o meu único filho e herdeiro e ainda vivo aqui por causa dele!
- Frederik não é mais nenhum bebê! Vai entender muito bem a separação de vocês.
- Ele não tem que entender nada! O que ele precisa é me ver ao lado da mãe dele. Ainda não tem maturidade pra enfrentar isso.
- Você mima demais aquele garoto, essa é a verdade.
- Cala a boca! Você não é ninguém pra falar como eu devo educar o meu filho!
- Pois então fica com o seu Pequeno Príncipe e a sua esposa. E me deixa em paz!
Ouvi o ruído de salto alto.
- Volta aqui que eu ainda não terminei com você!
- Me solta, você tá me machucando!
- Posso fazer muito melhor do que te machucar.
O silêncio surgiu de repente. Ouvi o ranger de uma cadeira como se estivesse sendo arrastada para algum canto. E segundos depois, os gemidos femininos abafados. Aquilo não estava acontecendo. Não poderia estar.
- Simon... Oh...
- Duvido que ele te faça gozar como eu faço...
- Não... Não para...
- Gostou tanto que quis saber como era com outro não foi? Foi bom?
- Não...
Ela respondia com a voz abafada e a adrenalina percorria por todos os poros do meu corpo.
- Pois então você trate logo de acabar com esse namorinho de merda que inventou porque o primeiro pau que te fodeu foi o meu e vai ser o único entendeu bem?
- Simon...
- Responde!
- Entendi... Hum, que delícia...
- Bom. É isso que eu espero dos meus funcionários. Que sejam disciplinados.
Eu precisava ter certeza do que estava acontecendo e somente os meus olhos seriam capazes de me mostrar o que eu precisava saber. Ao chegar na porta, flagrei os dois deitados em cima de uma mesa de reuniões com ele por cima dela, enfiado por entre as pernas, mesmo vestindo a calça social. Engoli em seco. Ambos estavam tão envolvidos que jamais perceberiam a minha presença ali. As mãos dela agarravam as costas do amigo de trabalho do meu marido, com as unhas fincadas na sua blusa e ele mergulhado por entre os fios loiros e encaracolados.
- Goza gostoso, minha loirinha... Goza...
As estocadas para dentro dela ficaram mais intensas e eu já tinha visto o suficiente. Saí dali dando passos para trás e tentei andar ainda que sentisse as pernas fracas. Caminhava em forma de zigue zague pelo longo corredor, procurando me apoiar nas paredes com as mãos. Eu estava tão em choque que não ouvi o ruído de uma porta se abrir e um rosto recém conhecido aparecer.
- Senhora Toledo! - Evandro veio na minha direção e me segurou pelos ombros! - Está passando bem? - me perguntou aflito - Consegue ficar de pé?
- Mais ou menos... - com o olhar disperso, procurei respirar tranquilamente de todas as formas mas era difícil.
- Está gelada e pálida. - me pegou pelas mãos - Parece que viu um fantasma.
- Antes eu tivesse visto... - finalmente olhei em seus olhos e ele fez o mesmo, como se estivesse decifrando o que eu havia dito.
- Claro... - ele virou o rosto devagar na mesma direção de onde eu estava vindo, voltando a me olhar nos olhos - Seja o que for que tenha presenciado, senhora... É bom que esqueça. - falou baixo.
Nossa troca de olhares, por um instinto natural, chegou à mesma conclusão.
- Fazer o seu trabalho, também inclui fazer voto de silêncio? - perguntei de forma direta.
- É esse voto de silêncio que garante o meu bom salário e uma mesada de dois mil reais para a minha irmã caçula que cursa enfermagem em uma faculdade pública, senhora... O senhor Bertrand está sendo muito generoso em fazer isso por ela.
- O Frederik...
- Ele é o principal motivo pelo qual este silêncio precisa ser mantido. Para o bem dele.
- Entendi... - assenti com a cabeça mesmo que eu ainda estivesse absorvendo tudo o que se passou minutos atrás - Desculpe, quase desabei em você - Me apoiei com as duas mãos no seu ombro e finalmente consegui ficar de pé.
- Não tem problema - ele sorriu - Consegue andar? Vou acompanhá-la até o seu marido.
- Eu agradeço.
- Venha - senti sua mão no meio da minha coluna, me conduzindo em forma de apoio.
- Helena! - Jacques ao me ver deixou o a taça de vinho tinto na mesa e veio rapidamente ao meu encontro, pois viu que eu ainda estava abalada - O que aconteceu? - ele segurou meu rosto com as mãos - Está branca igual papel! Vem, senta aqui! - me fez sentar em uma cadeira.
- Helena, o que houve, minha querida? - Denise se aproximou de nós dois - Está passando mal?
- Encontrei a senhora Toledo no corredor quando saí do banheiro e não estava se sentindo bem. - Evandro explicou com tamanha calma que chegava a ser assustadora.
- Meu Deus, será que foi algo que você comeu do jantar? - ela pegou na minha mão e se abaixou para me encarar - Pedi para que servissem chá e café. Você aceita?
- Eu aceito o café.
- Claro.
- Vou até a cozinha buscar.
- Obrigada, Evandro.
- Acho que tive uma leve queda de pressão...
- Quer ir embora? - Jacques me perguntou e eu o encarei - Você se incomoda se voltarmos pra casa, Denise?
- Não, de modo algum. Apenas beba o café, Helena. Vai se sentir melhor.
Evandro voltou minutos depois com uma xícara branca e me entregou. Estava bem quente e precisei assoprar antes da dar o primeiro gole.
- Boire lentement - Jacques acariciou os meus cabelos dando um beijo em seguida.
Continuei a assoprar e ir bebendo aos poucos. Jacques me observava preocupado e acariciava o meu ombro sentado do meu lado. Ele me conhecia bem o suficiente para saber que o meu mal estar não era apenas uma queda de pressão mas discreto como sempre foi, não perguntou mais nada.
- Estava ótimo - terminei o café e deixei em cima da mesa - Obrigada Denise.
- Imagine. Vou até o quarto buscar a sua bolsa.
- Não! - exaltei meu tom de voz e ela franziu o cenho estranhando - Quero dizer...
- Pode deixar, senhora Bertrand - Evandro rapidamente tomou a frente da situação - Eu vou buscar. Fique aqui fazendo companhia à ela.
- É uma bolsa preta que está em cima do móvel do lado da cama.
- Com licença, vocês viram a Carina? - o namorado da jovem se aproximou, perguntando - Ela disse que ia ao banheiro e não voltou.
- Vou chamá-la.
Evandro devolveu o seu olhar rapidamente para mim, assentindo e saiu, entrando pela enorme sala em direção ao corredor a passos rápidos. Me peguei pensando em tudo o que aquele rapaz estaria sendo forçado a ouvir e presenciar por causa de um bom salário. Não apenas trabalhar de motorista para o filho do casal mas também acobertar as imundícies do homem que o remunerava, tendo o silêncio como aliado.
Será que estava sendo bom para Nívea passar finais de semana esporádicos na companhia daquela família? O meu anjo estaria presenciando situações as quais ela não estava acostumada?
Não poderia proibi-la de ficar na companhia do menino que conquistou o meu carinho e o do meu marido mas a que tipo de constrangimento ela poderia estar exposta?
***
Caminhava lentamente pela sala de casa, segurando pela alça minha bolsa na mão, ainda me lembrando do que tinha escutado e flagrado. Ouvi a porta se fechar atrás de mim e o ruído do chaveiro do Jacques ser colocado no móvel do lado da porta.
- Helena.
Ouvi ele me chamar mas não o respondi. Era como se eu estivesse sob o efeito de algum entorpecente ou calmante pesado e continuei caminhando até chegar ao nosso quarto. Sentei na beira da cama, tirei meus sapatos e deixei a bolsa do meu lado.
Tentava encontrar uma explicação e não conseguia. É claro que infidelidades no casamento infelizmente aconteciam mas o choque era muito maior quando flagramos o ato. Uma mulher tão bonita como a Denise. Por quê?
- Telefonei para Denise e disse à ela que chegamos bem em casa - Jacques apareceu na porta e se aproximou de mim, se sentando ao meu lado, afastando a bolsa que estava entre nós - Quis saber como você estava e falou que se não estivesse se sentindo bem, era pra avisar à ela que ajudaria em alguma coisa que precisássemos.
- Eu estou bem, meu amor. Obrigada.
- Eu sei que está. Você sempre teve uma saúde de ferro, não foi o jantar que te fez mal e muito menos uma queda de pressão - senti sua mão no meu queixo e ele virou na sua direção, olhando nos meus olhos - Qu'est-ce que s'est passé, Helena???
Fiquei observando o homem por quem eu me apaixonei e escolhi dividir a minha vida. Passamos por tantos momentos juntos, bons e ruins, mas sempre saíamos fortalecidos depois dos momentos de tormenta. E eu nunca, em momento algum, cheguei a pensar em trocá-lo por outro. Eu o amava mais e mais a cada dia após tantos anos.
- O Simon e a secretária dele... Eles são amantes. - afirmei como se estivesse me livrando de um peso nos ombros. Jacques permaneceu sério, me observando e engoliu em seco - Eu vi, eu flagrei os dois!
Seu semblante não mudou em nada. Calmo, ele estudava os detalhes do meu rosto como não estivesse surpreso com o que eu havia acabado de revelar.
- Você não acredita em mim??
- Acredito.
- Jacques... - foi quando uma luz me fez entender a razão da sua tranquilidade - Você... Você sabia???
- Desconfiava.
- Meu Deus... - pousei a mão no meu colo e mesmo sentada, me permiti desabar com o corpo na tentativa de relaxar.
- Fica calma - ele me abraçou de lado, levando meu corpo junto ao dele - Agora que você viu não há mais dúvidas.
- Desde quando?
- Há algum tempo. Eu e o Simon dividimos o mesmo andar com as nossas equipes no prédio da empresa e todos os dias eles saem juntos para almoçar. O Ruan tinha certeza mas eu o impedia de falar a respeito. Nunca admiti qualquer margem para fofocas no meu setor entre ele e os meus funcionários.
Me afastei do seu abraço para encará-lo. Sua mão acariciou o meu rosto e o abracei apertado novamente envolvendo meus braços pelo seu pescoço.
- Aquele jovem sabe. - continuei a abraçá-lo - O Evandro...
- É lógico que ele sabe! - suas mãos deslizavam pela minha coluna a aquecendo - Mas ele está ali pelo Frederik e o casal de irmãos, amigos da nossa filha. E infelizmente se vê obrigado a ficar calado diante dessas situações.
- Por isso que você ficou confuso ao vê-la com o namorado.
- Exato, fiquei sem entender. Mas tem mais uma coisa.
- O quê? - nos encaramos mais uma vez.
- A Nívea sabe.
- Como assim, a Nívea sabe??? - a onda de choque voltou a dominar o meu corpo.
- Je ne sais pas, Helena! Eu não sei como ela sabe! Concluí isso tem algumas semanas. Lembra naquele domingo em que ela e a Melissa saíram para almoçar com a Gabriele e o Patrick?
- Lembro. Foi no mesmo domingo do bazar de caridade que eu sempre vou.
- Exato. Quando ela voltou pra casa, eu estava aqui no escritório e você tomando banho. Conversamos sobre o passeio, depois começou a me fazer perguntas sobre o meu trabalho e eu percebi que ela estava um pouco aflita. E do nada, perguntou se alguma vez eu já havia traído você.
- Ela perguntou isso??
- Perguntou.
- O nosso anjo... - esbocei um sorriso e balancei a cabeça em negação - O amor dela por nós dois.
- É tanto a ponto de se preocupar.
- Então se ela sabe... Talvez mais pessoas também saibam.
- É possível - ele respirou fundo - O absurdo é ele fazer isso onde mora o próprio filho. Simon é um excelente profissional e pai incrível, faz de tudo pelo Frederik, mas como homem não tem um pingo de caráter.
- A Denise não merecia isso.
- Nenhuma mulher merece. - olhei em seus olhos e sorri, lhe dando um pequeno beijo.
Uma viagem de trem para o sul da França. E Deus e o destino fizeram o melhor por mim, colocando aquele homem maravilhoso na minha vida.
- Acha que a Nívea deve continuar passando os finais de semana com eles?
- Não vejo motivo para que ela não vá, Helena. Frederik é amigo dela e nós dois desejamos que essa amizade dê um passo a mais. Além disso, o filho não é igual ao pai.
- Ela entende as nossas indiretas em relação à ele.
- Oui, e uma hora quem sabe acontece o que mais sonhamos: eles dois chegando aqui e ele pedindo a nossa filha em namoro.
- Eles formam um casal lindo.
- Um casal perfeito.
Jacques estava certo. A amizade entre Nívea e Frederik não poderia ser atingida por esse assunto de cunho tão grave. Um bom rapaz, inteligente e sempre tão gentil com a nossa filha. Sem falar que era lindo. O namorado ideal para uma adolescente da idade dela.
***
O relógio do celular apoiado no pequeno suporte embaixo do abajour, no criado-mudo, marcava na tela 7h30 da manhã. Em dias comuns, Nívea estaria em sala de aula e Jacques chegando ao trabalho. Mas no mês de julho, nossa rotina naquele horário mudava e para melhor.
Os lençóis brancos, amarrotados e embolados pela cama denunciavam o momento delicioso que estava acontecendo. Nossos corpos suados, os fios úmidos de cabelo grudados pelo rosto, meus gemidos despudorados debaixo do corpo do meu marido. Com ele enfiado dentro de mim, socando sem nenhuma delicadeza, fazendo minha buceta contrair gostoso com as minhas unhas arranhando suas costas largas pedindo por mais.
- Jacques... - mordia o lábio inferior, agarrando ainda mais o seu corpo com os braços e as pernas. Eu estava tão sensível por entre elas, mas não queria parar. Não saberia dizer quantas vezes eu e ele havíamos gozado desde a hora que começamos, no final da madrugada.
Sua boca percorria o meu pescoço junto da língua que passeava pela minha pele me causando calafrios pelo corpo inteiro. Nossos lábios se encontraram e sua língua invadiu cada canto da minha boca tornando o beijo mais quente e saboroso. Porém, nossa trepada matinal fora interrompida por uma vibração vinda do móvel.
- Não atende, meu amor... Own... - pedi em meios aos sussurros - Não quero parar...
- Quem falou que vamos parar? - e esticou o braço, continuando a me foder e olhando nos meus olhos - Martin! - respondeu, após apertar o botão da tela aceitando a ligação e colocando no ouvido esquerdo.
- Bom dia, senhor.
- Bom dia, Ruan. Algum problema?
Meus seios estavam amassados no seu peitoral sentindo alguns pêlos bem finos e grisalhos. Agarrei no seu pescoço e grudamos nossos lábios por segundos formando vários beijos.
- Não senhor, ao contrário. Recebi agora por e-mail a confirmação do vôo de volta da senhorita Nívea. Acredito que esteja no seu email também - ouvi a explicação - Será no sábado dia 31. O desembarque no Rio está previsto para oito e cinco da noite.
- Parfait !
- Ooohhh - não consegui conter o gemido alto bem perto do aparelho. Minhas pernas tremiam, mesmo apoiadas em volta do seu corpo e arranhei com força sua pele no alto das suas costas. Mais um gozo misturado ao suor impregnado na nossa pele.
- Senhor...
- Sim, diga.
- Está tudo bem?
- Perfeitamente bem. - seus olhos e sorriso eram meus - O site de putas de luxo que o Marcelo do Marketing me passou semanas atrás foi um achado e tanto. - e piscou pra mim.
Sabia que ele estava pregando uma peça no seu dedicado assistente e comecei a rir, descansando a minha cabeça no travesseiro.
- Ah sim... Claro... - sua voz murcha do outro lado evidenciava o quanto ele estava sem reação com o que acabara de ouvir - O senhor então não chega cedo na empresa?
- Em uma hora mais ou menos estarei aí.
- Certo.
- Algo mais?
- Não senhor, era apenas isso. Desculpe ligar essa hora mas como se tratava da menina Nívea, achei importante.
- Fez muito bem - sua língua passeava pelo meu rosto e eu respirava pesado, ainda sentindo os efeitos do orgasmo que só ele era capaz de me proporcionar.
- Obrigado. Era apenas isso.
- Ok, até mais tarde. - e desligou, colocando de volta o aparelho onde estava.
O ritmo do vai e vem dos seus quadris ficaram mais ligeiros, seu rosto mergulhou pelo meu pescoço e senti o jato quente me lambuzando. O seu membro continuou cravado dentro de mim e a respiração daquele corpo que tanto me excitava subia e descia devagar. Nossos rostos se aproximaram cuja ponta do seu nariz brincou com a minha.
- O que o Ruan vai pensar de você, meu amor?
- Vai pensar o que acabou de ouvir: que eu estava comendo uma puta deliciosa antes de começar mais uma semana de trabalho. Só que essa é especial. Eu trepo com ela há anos e vou trepar até o fim dos meus dias.
- Vamos ter que parar - alisei os seus ombros, observando seu rosto saciado lhe dando um selinho - minha primeira cliente está marcada para nove e meia.
- Ser promovido a Diretor tem suas vantagens. Não ter mais horário certo para chegar na empresa nas férias da nossa princesa. Mas com ela em casa, temos uma rotina a cumprir.
- Isso é verdade.
- Quero mais uma... Hum? - pediu, deixando um caminho de beijos no meu colo, me fazendo ficar úmida e o deixando molhado.
- Ô, meu amor...
- Essa última não valeu pois fomos interrompidos.
Eu e Jacques transávamos todos os dias, mas nas férias do nosso anjo, o sexo ganhava uma pimenta mais forte devido ao fator tempo que tínhamos a nosso favor. Com Nívea em casa, eram rapidinhas bem gostosas logo quando nós dois acordávamos seja na cama ou debaixo do chuveiro.
- Vem! - ele se virou, deitando na cama e me pegando pela cintura sem se desgrudar - Cavalga no meu pau.
- Uhum... - me ajeitei, sentando como ele pediu e rebolando de imediato como se o meu corpo não obedecesse ao meu comando. Minhas unhas pintadas de vermelho arranhavam o seu peitoral de leve e as suas mãos quentes nos meus quadris acariciavam até o meu bumbum. Meus seios quicavam no mesmo ritmo cujos bicos estavam rígidos dominados de prazer.
A puta de luxo daquele que era o Diretor de Operações e apenas um cargo abaixo do CEO da empresa, chegou ao céu praticamente desmaiando por cima do corpo do homem que amava. Momentos que precisavam ser aproveitados ao máximo pois transas tão intensas como aquelas da manhã estavam com os dias contados.
***
🎵🎶Although loneliness has always been a friend of mine
(Embora a solidão sempre tenha sido minha amiga)
I'm leaving my life in your hands
(Estou deixando minha vida em suas mãos)
People say I'm crazy and that I am blind
(As pessoas dizem que eu sou louco e cego)
Risking it all in a glance🎶🎵
(Arriscando tudo em um piscar de olhos)
A música dos Backstreets Boys, banda que fez um enorme sucesso durante a minha adolescência e início de vida adulta tocava no rádio que se ouvia por toda clínica, enquanto eu estava na minha sala. Comecei a semana atendendo na filial inaugurada há quase três meses. Eu alternava os dias de trabalho entre ela e a matriz na Barra da Tijuca. Após atender a primeira cliente do dia, estava no computador respondendo alguns e-mails de fornecedores.
- Espero que tenha sentido a minha faltaaaa! - a voz e o rosto da minha melhor amiga e sócia surgiram na porta - Porque estou de volta!!!!
- Mariiiiii - dei um grito de alegria e saltei da cadeira, indo abraçá-la - Que saudade, minha amiga!!!! - nos abraçamos tão forte que quase esmagamos uma à outra - Por que não veio na minha sala? Tô na clínica desde nove horas!
- Isabel me falou que você estava em atendimento, então aproveitei e fui pra minha sala, ajeitei tudo por lá e fiquei conferindo o livro da contabilidade.
- Me conta, como foi em Noronha?
- Maravilhoso, Lena - a puxei pela sua mão e fiz com que se sentasse em uma das cadeiras em frente à mesa, no que eu retornei para a minha poltrona - Foram os melhores dias da minha vida.
Marina tirou quinze dias de férias e durante esse tempo, a responsável pela minha agenda foi a Isabel, uma das recepcionistas. Ela trabalhou direitinho mas nada como a zona de conforto e cumplicidade profissional que eu e minha sócia possuíamos há anos.
- E por aqui, como as coisas caminharam? - ela se sentou quase que esparramada com os cotovelos apoiados no dois descansos.
- Foi tranquilo. A Isabel fez os agendamentos muito bem.
- Claro que fez pois eu a treinei direitinho o mês de Junho inteiro. Ai dela se cometesse algum erro.
- Não é pra tanto, minha amiga. Mas vou confessar que não foi a mesma coisa sem você. - estiquei o braço na mesa pegando na sua mão e ela fez o mesmo.
- Óbvio que não, mas estamos de volta à programação normal. Sua agenda já está comigo.
- Que ótimo.
- Esse mês aqui tá fraco de atendimentos, não está? Vi a quinzena do mês.
- Pois é, mês de julho e a Universidade em recesso, isso já era esperado. Não apenas na clínica mas o comércio todo aqui no entorno fica fraco. Por um lado é tranquilo mas a nossa receita dá uma leve queda.
- E em janeiro devemos estar preparadas pra acontecer o mesmo. Pra mim, além de ser péssimo não ter clientes, vir pra cá pra filial e ter a chance zero de esbarrar com aquele Deus grego maravilhoso não tem graça nenhuma!
- E lá vamos nós de novo... - balancei a cabeça encostada na poltrona de couro - Marina, você e eu sabemos muito bem que ele tem namorada! Não só sabemos como também vimos!
- Aquela loira azeda? Ah, pelo amor de Deus, Lena. Loira por loira eu sou mais eu. Além disso, eles afirmaram no nosso encontro naquele dia na cafeteria que não eram um casal.
- Eles tinham que afirmar, afinal trabalham juntos e precisam ser discretos em ambiente de trabalho.
- Pois eu duvido que aquele pecado em forma de homem tenha alguma coisa com ela. E não vou perder as esperanças de um dia conseguir sentar na pica deliciosa que ele com certeza tem e só vou levantar com a ajuda de um guindaste.
Comecei a gargalhar descontroladamente ao ouvir aquilo a ponto de perder o ar e borrar o lápis de olho.
- Tu ri? Pois eu falo muito sério.
- Ele é o professor da Nívea, Mari.
- E daí?
- Daí que fica uma situação desconfortável. Sei que não tenho nada a ver com a sua vida, mas nos tornamos sócias. Imagina você namorando o professor da minha filha!
- E em algum momento eu falei em namoro? Falei em sentar e gozar gostoso nele. Depois do meu divórcio, não quero mais bancar a certinha. Fiz isso com o Jairo e me fudi.
- Eu sei. Ele te traiu.
- Exato.
A palavra ''traição'' voltou a ecoar na minha cabeça, me trazendo de volta as péssimas lembranças do último sábado. O que eu presenciei, a minha conversa com Jacques... E lembrar dele, em toda a conversa acolhedora que tivemos em casa sobre o acontecido, me acalmou o coração por saber da sua segurança que ele sempre me passava.
- Lembrando do marido querido. Esses olhinhos brilhando te entregam.
- Você me conhece. - suspirei.
- Conheço. Foi bom?
- Bom o quê?
- Como o quê? Acha que eu não sei quando suas bochechas ficam vermelhas? Aposto que tá com a calcinha molhada.
- Marina!
- Pode parar! Quando o assunto é sexo, entre eu e você não há segredos e nem nunca houve. Deu pra ele hoje de manhã como sempre, acertei?
- Muito. - sussurrei, apertando as minhas coxas uma na outra, tentando controlar o fogo que insistia em crescer, molhando minha calcinha pequena que eu usava por causa da saia preta social até a altura dos joelhos que marcava o corpo - Perdi a conta de quantas vezes eu gozei.
- É o teu marido, teu homem. Se não te faz gozar, não serve.
- Jacques sempre foi o único.
- Aham. Você se casou virgem, Helena! Inacreditável isso.
- E nunca me envergonhei! Vinte anos atrás já era algo ultrapassado mas não me arrependo nem um pouco. Ele foi tão cavalheiro que respeitou minha decisão, pois sabia da criação que eu recebi da minha avó e da educação que tive, estudando em colégio católico. Só esperamos poucos meses entre ele chegar no Brasil e nos casarmos.
- Nunca vou te perdoar por vocês terem se casado na velocidade da luz. Eu já planejava um vestido lindo de madrinha e tive que comprar um modelo meia boca.
- Você sabe que aqueles primeiros meses não foi fácil pra nós dois.
- É, eu lembro. Mas no final deu tudo certo.
- Mais ou menos, até hoje existem cicatrizes abertas. Pequenas mas existem.
- Por isso que a Nívea passa as férias inteiras em Lyon.
- Exato. Mas no fim de julho ela está de volta pra acabar com a minha saudade - sorri para ela e então o telefone da minha mesa começou a tocar no que eu apertei o viva voz - Diga.
- Helena, sua cliente das onze já chegou - a voz da Cláudia, uma das recepcionistas anunciou.
- Me dá quinze minutos, Clau. Eu retorno pedindo para que ela entre.
- Tá bom.
- Obrigada.
- Bom - Marina se levantou em um rompante - Vou lá. Se precisar de alguma coisa, estarei na minha sala. Vou continuar analisando os nossos números.
- Ok, Mari.
Ela saiu e eu fui até a antesala onde eu realizava os procedimentos estéticos, ver se estava tudo em ordem. Me olhei no espelho de corpo inteiro que havia em um canto da parede e prendi o meu cabelo em um coque no alto, soltando alguns fios. Ajeitei minha blusa social azul e a saia preta, vestindo o meu jaleco branco por cima.
A conversa erótica que pensei em ter com o meu marido por telefone, relembrando nossas inúmeras transas da manhã teria que ficar para um outro momento do dia...
***
Mesmo com pouco movimento, o primeiro dia útil da semana foi produtivo. Nos últimos anos, passei a selecionar mais os meus atendimentos dando prioridade às clientes mais antigas. Com isso, as esteticistas que eu treinava e que começavam a trabalhar comigo tinham a oportunidade de fazer a sua própria clientela. Por isso no mês de dezembro, período de maior procura para tratamentos estéticos devido ao verão no Brasil, as minhas férias ao lado do meu marido e da minha filha tornaram-se prioridade, concedendo à elas a oportunidade para faturarem um dinheiro a mais.
Eram sete da noite e eu já tinha encerrado o meu expediente. Estava sentada e descansando na minha mesa, vendo algumas postagens no Instagram da clínica quando recebo uma ligação da Denise. Estranhei pelo horário mas atendi normalmente.
- Alô?
- Oi Helena.
- Oi Denise, que surpresa.
- Sim, liguei para saber como você está.
- Estou bem, obrigada. Trabalhei normalmente o dia todo.
- Que bom, fico tranquila. Eu achei melhor ligar hoje porque ontem, domingo, você poderia estar descansando.
- Sim, no domingo eu e o Jacques raramente saímos de casa.
- Eu entendo. Ainda na clínica?
- Sim, os atendimentos terminaram e liberei as meninas da recepção. Eu mesma vou fechar.
- Ah sim...
- E com você, tudo bem? O jantar terminou normalmente no sábado?
- Sim, tudo normal. Ainda ficaram alguns convidados, moradores do prédio mas por volta das duas da manhã encerramos tudo.
- Lamento ter ido embora tão cedo... ''Será que ela não desconfia de nada?'' - Pensei.
- De jeito nenhum, ao menos vocês aproveitaram o jantar. Não perderam a viagem ficando sem comer - ela brincou e nós rimos - Falei com o Frederik hoje, ele confirmou a volta na quinta-feira.
- E como ele está?
- Ah, adorando a terra da Rainha. Ele já tinha ido outras vezes quando era mais novo mas na companhia dos amigos é sempre melhor.
- Com certeza.
- Bom, vou voltar pro trabalho.
- Ainda não terminou o seu dia?
- Ser Diretora Geral de uma das maiores editoras literárias do país não é fácil.
- Posso imaginar.
- Era só isso. Que bom que está tudo bem. Um beijo.
- Outro pra você.
E encerramos a ligação.
Desliguei o computador da minha sala, ajeitei algumas coisas na minha bolsa e fiz uma inspeção geral pela clínica antes de acionar o sistema de alarme para, enfim, ir embora para casa. Marina sempre saía uma hora mais cedo que eu.
Após encerrar toda essa rotina e chegar na porta para trancá-la, vejo aquele carro preto conhecido, estacionado na calçada bem em frente à entrada. Me aproximei e confirmei o que os meus olhos me mostravam. O vidro da janela dianteira do assento do carona se abaixou, a pequena luz interna do carro se acendeu e Jacques sorriu para mim, mesmo com o rosto aparentemente cansado.
- Vim te buscar.
- Meu amor - abri a porta e sentei - meu carro está no estacionamento e amanhã estarei na Barra.
- Eu venho aqui com você para buscá-lo. Temos que ir embora juntos para casa mais vezes.
Sorri para ele e me aproximei do seu rosto, lhe dando um beijo carinhoso.
- Passei por aqui e dei sorte quando vi as luzes da clínica acesa - ele desligou a luz interna - Então decidi esperar.
- E se eu já tivesse ido embora?
- Apenas iríamos chegar em casa para algo que podemos fazer aqui - falou enquanto desfivelava o cinto da calça social, abaixando-a junto da cueca preta e apontando pra cima sua prova de que era um homem de verdade - Me faz relaxar, minha puta...
- As de luxo não fazem na rua.
- Você é a minha de luxo em qualquer lugar.
Molhei meus lábios com a língua e por sorte, meus cabelos ficaram presos no coque que mantive o dia inteiro.
Joguei a minha bolsa no banco traseiro e abaixei na direção, começando a sugar de leve a cabecinha já inchada e latente. Bem devagar fui chupando, sentindo as veias que saltavam, evidenciando o quanto o meu marido ansiava por aquilo.
- Isso! - seu corpo enrijeceu por inteiro e suas mãos por dentro dos meus cabelos empurravam minha cabeça mais para baixo, implorando para chegar até a garganta - Essa boca me deixa louco...
Chupava com maestria deixando um rastro úmido com a língua e sem nenhuma pressa. Se Jacques queria relaxar, era isso o que eu iria dar. Massageando com carinho as bolas, eu o chupava e lambia. Minha calcinha a essa altura já estava ensopada desde a virilha até o início da parte interna das minhas coxas com a minha buceta que não parava de latejar.
Aos poucos, fui sugando e terminando com os lábios de volta por onde comecei, lambendo a gotinha transparente e circulando a ponta da minha língua.
- Você não vai me deixar desse jeito... - ele respirava com dificuldade.
Ergui a minha saia e tirei a calcinha rapidamente, me sentando no seu colo formando o encaixe que eu tanto amava.
- Goza dentro de mim... - pincelei a cabecinha por todos os lados até enfiar sem nenhuma dificuldade, apoiando as mãos nos seus ombros.
Quicava e rebolava inclinando o meu corpo para trás, me segurando para não encostar no volante e acionar a buzina.
- Ah, que gostoso! - suas mãos seguravam na minha cintura e me agarrei no seu pescoço, começando a gemer no seu ouvido.
- Ah, Helena... - Jacques erguia o corpo do assento, enfiando o seu membro cada vez mais fundo, trazendo o meu lado mais vadia à tona - Deliciosa...
- Sua puta...
- Minha...
Seu líquido quente me invadiu e ele continuou a socar, querendo prolongar a sensação do prazer. Continuei rebolando e mesmo estando exausto, senti o seu dedo polegar circulando pelo meu grelo, enrijecendo minhas coxas no que eu não aguentei segurar por muito tempo.
Explodi em um orgasmo que me deixou completamente zonza e tudo que eu senti foram os nossos corpos caindo devido ao encosto do assento ter sido colocado para trás nos deixando deitados. Respirávamos de forma pesada e relaxava no seu peito sentindo sua blusa social levemente úmida.
- Je t'aime, Helena - declarou seu amor deixando um beijo no topo da minha cabeça.
- Je t'aime aussi - virei meu rosto na sua direção e mesmo escuro passei meu dedo indicador pelos seus lábios e mais um pequeno beijo eu senti.
***
- Sabia que o Ruan está pensando até agora que eu estava com uma prostituta hoje cedo de manhã? - ele comentou comigo abraçado a mim dentro do elevador, indo para o nosso andar.
- Não acredito que você não contou para ele! - ainda estava sob os efeitos da trepada dentro do carro e sem a minha calcinha por baixo da saia que se perdeu por algum lugar entre os assentos - Jacques!
- Ele mal conseguia olhar na minha cara - começou a rir contando - Conversava comigo apenas o essencial do trabalho.
- Ele vai pensar que você é igual... Bem... Você sabe.
- Amanhã eu falo com ele - me beijou na testa e sua pasta preta de trabalho estava bem na altura do meu bumbum, fechando o abraço.
O elevador chegou no nosso andar e saí dele ainda com as pernas fracas. Quando olhamos para o lado oposto ao nosso apartamento, Cecília e Felipe estavam no corredor encostados na parede, com roupas formais de trabalho e faculdade e os olhos dela estavam tomados pela tristeza.
- Cecília?
- Oi meus queridos - ela esboçou um sorriso forçado.
- Está tudo bem?
- Ah, Helena estou tão chateada.
- O que houve? - me aproximei de mãos dadas com o Jacques, deixando a minha bolsa pelo chão.
- Podemos ajudar em alguma coisa? - ele questionou.
- Eu agradeço mas infelizmente não. Recebi hoje, com uns dias de atraso por e-mail, as notas da Melissa do segundo bimestre e mais uma vez, igual o primeiro, ela está repleta de notas baixas. Todas em matérias de exatas.
- Ah, meu Deus - lamentei.
- Eu custei a acreditar quando vi, até liguei para a direção do colégio perguntando se havia algum engano.
- Sinto muito, minha amiga.
- Posso imaginar como esteja - Jacques endossou - Não quero te desanimar ainda mais mas felizmente, a Nívea nunca nos deu esse tipo de preocupação.
- Eu cortei a mesada dela pela metade desde as primeiras provas mas parece que não serviu de lição. Se eu tivesse recebido as notas antes das férias, ela não teria ido viajar com a minha irmã.
- Agora não tem o que fazer.
- A Helena tem razão. Deixa ela curtir.
- O Henrique me falou a mesma coisa. Mesmo assim eu fico arrasada, sabe? Melissa sempre tirou ótimas notas, não sei o que está acontecendo com ela este ano.
- Conversem vocês duas assim que as aulas começarem. Quando ela voltar de viagem, não diga nada. Deixa ela aproveitar os últimos dias livre.
- O meu pai também faz muita vontade dela! - o irmão mais velho reclamou - Alivia muita coisa, mima demais.
- Henrique não fala nada mas ele sabe que também tem a sua parcela de culpa.
- Ele está em casa?
- Me ligou um pouco antes de vocês chegarem. Está saindo do gabinete - E suspirou - Eu faço de tudo por ela, mas agora vou ter que apertar as rédeas.
- Ela pode ser reprovada?
- A Diretora conversou comigo e disse que ela precisa tirar acima de oito pra escapar da recuperação no fim do ano. Eu não sei se ela vai conseguir.
- Não tem outro jeito. - Felipe enfatizou - Deixa de castigo, cortando o que ela gosta.
- Ela volta no domingo. Meu cunhado esticou a viagem de Nova York até os parques da Flórida por causa das minhas sobrinhas. Vou ter que segurar pra não explodir em cima dela quando ela voltar.
- Não faz isso não - aconselhei - ela vai voltar feliz de viagem, contando tudo o que fez por lá... Não vale a pena.
- E a Nívea? Ela volta a tempo pro meu aniversário?
Nesse momento me surgiu uma idéia do nada.
- Então, Felipe...
- Infelizmente a Nívea não voltará a tempo - cortei o Jacques - Não é meu amor? - Olhei para ele dando um leve aperto na sua mão.
- É... - me olhava, tentando disfarçar sua expressão de estranheza - A Nívea não virá - e voltou a olhar para os nossos vizinhos.
- Ah, que chato... - vi o seu semblante triste.
- Pois é, o vôo que ela conseguiu foi para a madrugada de sábado para domingo, isso porque vai fazer uma conexão em Lisboa.
- Que pena... - Cecília também lamentou - Será apenas uma reuniãozinha simples com os amigos dele e vocês. Pensei da Nívea chegar a tempo.
- Também estamos arrasados - encostei minha cabeça no braço do meu marido fingindo lamentar.
- Bom, eu vou entrar. Amanhã pela manhã eu tenho reunião com o meu orientador na faculdade. Mesmo em recesso, alguns setores de lá funcionam e isso inclui a biblioteca. Eu e mais dois colegas vamos discutir sobre os nossos trabalhos de conclusão.
- Nervoso?
- Louco para terminar.
- Vai dar tudo certo.
- Eu espero.
- Se quiser conversar, Cecília, estamos à disposição.
- A hora que quiser.
- Obrigada mesmo.
Nos despedimos e entramos em casa. Eu estava me sentindo triunfante com o plano que surgiu na minha cabeça.
- Não entendi nada Helena! - Jacques continuava confuso - Por que você disse aquilo? A Nívea vai chegar a tempo de comemorar junto do Felipe.
- Eu sei mas vamos fazer uma surpresa pra ele! - lhe segurei no rosto - Você sai para ir buscá-la no aeroporto e enquanto isso eu fico na festa. Invento uma desculpa que você precisou sair e traz ela contigo! Entendeu?
- Entendi - ele sorriu - Gostei. Ótima ideia.
- Ele vai adorar. Só precisamos sustentar essa mentira até o dia - e pisquei.
***
Eu não conseguia controlar a ansiedade que sufocava o meu peito junto da saudade. Parecia que os dias haviam se arrastado até o último sábado do mês. Minhas mãos estavam uma pedra de gelo e meu coração batia descompassado pois eu estava na expectativa de que tudo daria certo e a surpresa para o Felipe com a chegada da Nívea se tornaria um baita presente.
Eu estava na sala dos nossos vizinhos, usando uma blusa vinho de mangas curtas com corte reto no decote e uma bermuda preta social acima dos joelhos. Bom, os sapatos, o modelo de sempre mas de salto bem baixinho.
O bolo de chocolate estava na mesa próxima da varanda. Uma outra mesa com comidas de festa estava próxima à entrada da cozinha onde uns poucos funcionários do mesmo buffet do meu aniversário trabalhavam focados em preparar o jantar mais informal que iria ser servido.
Felipe conversava com seus três amigos da faculdade que foram convidados, sentados na varanda, usando uma bermuda preta, blusa branca e tênis preto. Melissa estava tristonha pois pensava que não teria a companhia da sua melhor amiga naquela noite e não lhe restou outra saída do que ficar de bobeira no seu celular, sentada perto da mesa do buffet, alheia à tudo e à todos com seu macacão jeans e uma blusa preta curta por baixo.
Estávamos eu, Cecília e Henrique conversando normalmente no sofá em meio à música pop com volume agradável que alegrava o ambiente. O casal usava roupas informais. Ela com um vestido longo até os pés e um par de sandálias rasteiras e ele com roupas iguais do filho. Com uma taça de vinho branco nas mãos, vi a tela do meu celular no meu colo marcando quinze minutos para as oito. ''Ela vai aterrissar daqui a pouco'', falei baixinho.
- Mesmo que ele ainda não tenha se formado, acho interessante o Felipe fazer o concurso para Delegado de Polícia - Henrique nos explicava - Ao menos para ele ter uma noção do que é o concurso ainda que não seja aprovado.
- O essencial é que ele não se sinta pressionado - Cecília completou - Mas concordo que ele faça sim. Eu li o edital e não achei nada de outro mundo.
- Ele nem estudou não é mesmo? - perguntei dedilhando a borda da taça.
- Nada. Ele vai fazer a prova totalmente às cegas. Na zoeira como ele mesmo disse! - e rimos.
O som do interfone tocou na parede perto da entrada da cozinha desviando a nossa atenção.
- Opa! Deixa que eu atendo! - Felipe saiu da varanda correndo até o aparelho - Oi! Sim, eles podem subir. Valeu!
- Convidou mais alguém, filho?
- Sim pai, mas não se preocupe - ele seguiu até a porta do apartamento deixando a aberta - Vocês conhecem.
"Acabei de chegar no aeroporto. O vôo está previsto para chegar com meia hora de atraso."
Era a mensagem que recebi do meu marido no celular.
- Sério? - digitei de volta - Poxa vida. Tomara que dê tudo certo e ela chegue a tempo.
Respirei fundo e dei um último gole no vinho branco colocando a taça na mesa de centro perto da garrafa e de alguns aperitivos.
- AEEEE - Felipe recebeu o convidado de braços abertos cujo belo rosto eu já conhecia e que estava acompanhado de uma loira de cabelos lisos e curtos o qual ele me apresentou meses atrás - Eu cheguei a pensar que vocês não viriam!
- Não vi motivo para não aceitar o convite - ele respondeu sorrindo lhe entregando um presente - Uma lembrança de nós dois.
- Poxa, não precisava.
Ambos trocaram um abraço fraterno mesmo eu sentindo nas ocasiões em que nos encontramos que ele sempre fora contido nos cumprimentos. A camisa polo na cor preta apertava os seus braços musculosos nas mangas e a calça jeans completava o visual. E ela usava uma calça cinza escuro e uma blusa branca de alças com uma renda na lateral forrada por um tecido. E como eles ficavam lindos juntos!
Felipe apresentou o casal ao amigos da faculdade no que a loira fez alguma piada fazendo todos rirem.
- E daquele lado, não preciso apresentar não é? - ele apontou para nós.
- Professor Schneider! - me levantei do sofá e sorri lhe dando dois beijos no rosto - Que surpresa boa!
- Eu digo o mesmo, Helena - seu sorriso se manteve do mesmo modo.
- Como vai, Luciana?
- Estou ótima, Helena. Que prazer em revê-la - e trocamos dois beijos no rosto.
- Mãe, pai vocês lembram do Eric não é?
- Ele estava no meu aniversário, Cecília!
- Claro, a Nívea e a Melissa foram as anfitriãs. Sejam bem vindos, viu? Fiquem à vontade.
- Obrigado.
- Melissa! - Cecília a repreendeu com o olhar para que ela cumprimentasse os recém chegados.
- Ih mãe, o Professor Eric já é praticamente de casa. Oi Professor.
- Tudo bom?
- Ela é a Melissa?
- Exato Luciana, a melhor amiga da minha filha.
- Isso mesmo! Sou a aluna do Professor Schneider sem ser a aluna do Professor Schneider.
- Como assim?
- Ah, é piadinha interna eu inventei agora. Pra eu não precisar rir de nervoso.
- Não liguem, a minha irmã é retardada em boa parte do tempo.
- Isso mesmo.
- E a senhorita Martin, Helena? - Eric me perguntou curioso.
- É triste dizer mas ela está neste momento dentro do avião saindo da França.
- Mesmo?
- Pois é. Não conseguiu vôo a tempo de chegar para o aniversário. E o Jacques saiu mas não deve demorar.
"Mantenha a mentira Helena, você está indo bem!"
- Que pena - seu rosto ficou sério - Então só vou vê-la na segunda em sala de aula.
- Sei o quanto ela é uma aluna muito especial para você.
- Bastante.
- Vou ficar na varanda - Felipe falou apontando na direção do lado de fora - Qualquer coisa falem comigo.
- Cecília, posso trocar uma palavrinha com você em particular? Você também, Melissa!
- Claro!
- Vamos pro meu quarto, Dona Helena!
- Eric, Luciana vocês se incomodam de ficarem aqui só um instante? Não demoramos!
- Não, não! Ficamos aqui - e puxaram duas cadeiras que estavam perto da mesa de centro.
- Com licença!
Saímos as três da sala e seguimos corredor adentro até entrarmos no quarto da Melissa, fechando a porta.
- Eu preciso dividir isso com vocês ou então eu vou explodir.
- Dividir o quê Helena?
- O Jacques está no aeroporto.
- Como assim no aeroporto?
- Isso mesmo, Melissa! - confirmei e Cecília pôs as duas mãos na boca, entendendo o que eu queria dizer - Sua melhor amiga está chegando em pouco menos de uma hora!
- Como é que é??????
Continua...
Nota da autora: É o grande encontro que teremos entre Nívea Caroline e Luciana Monteiro, senhoras e senhores? Estão preparados? Hahahahahaha.
Talvez esse capítulo entre para a minha galeria dos favoritos também viu? Me diverti muito escrevendo.
- Amusez-vous bien: Divirta-se
- Tellement parfaite: Tão perfeita.
- ma princesse de sparte: minha princesa de Sparta.
- Boire lentement: Beba devagar
- Qu'est-ce que s'est passé: O que aconteceu?
- Je ne sais pas: Eu não sei
Música que Helena ouvia no trabalho: As long as you love me.
Contato: a_escritora@outlook.com
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