Duas semanas após Henrique me colocar aquela pulguinha atrás da orelha sobre Gustavo, chegou a confirmação.
Estava na cozinha a noite, terminando de lavar as vasilhas, quando Sarah entrou bufando em casa com Gustavo atrás.
Depois de um tempo de discussão entre os dois, com meus pais tentando apaziguar, enquanto eu só olhava e escutava da cozinha, consegui entender exatamente o que tinha acontecido.
Sarah havia descoberto que Gustavo andava traindo ela com uma amiga dela. Gustavo tentava se defender, mas aparentemente fora um flagra sem chance de negativa. Minha mãe tentava acalmar Sarah e meu pai apaziguar a situação. Mas como Sarah não se acalmava, meu pai recomendou ele ir embora, enquanto as coisas não se acalmavam.
Aproveitei e saí escondido pela porta da cozinha sem fazer barulho, enquanto meus pais continuavam com Sarah na sala.
- Gustavo, quer dizer é verdade? Você tem outras né? – falei alcançando ele próximo do portão.
- Não é da sua conta – ele falou seco levando a mão pra abrir o portão.
- Não é da minha conta? Você fica exigindo fidelidade e fica aprontando e...
- Cala a boca, porra. Eu já to irritado, não me provoca que eu saio do sério
- Vai fazer o que? me bater? – falei desafiando Gustavo
- Aposto que é isso que você quer né? – ele falou agarrando meu braço firme e me olhando bem de frente - Um macho te dando uma sova. mas não estou com cabeça pra puta hoje, então sai fora – ele falou largando meu braço.
- Grosso, de você não quero mais nada – falei virando e correndo de volta pra cozinha.
Atravessei rápido pro meu quarto ao checar que meus pais e Sarah já não estavam na sala e chorei com o rosto no travesseiro. Não podia nem demonstrar minha desilusão.
A semana passou em um clima mais estranho do que o normal na minha casa, todo mundo de cara fechada. Geralmente eles já tinham mesmo a cara fechada pra mim, mas o tempo todo assim era a primeira vez.
Na quinta-feira eles estavam a tardinha sentados na sala e escutei da cozinha que estavam falando de Gustavo. Meu pai tentando convencer Sarah a dar mais uma chance.
- Não tem que dar mais chance mesmo – falei deixando a bandeja com um lanche e um café novo.
- Sai daqui – Sarah falou irritada
- é sai daqui e não se mete, o Gustavo é igual um filho pra mim – meu pai falou com raiva e se virou pra Sarah – Filha, ele gosta de você, se alguém teve culpa foi essa sua amiga que tanto deu de cima até ele não aguentar, ele é homem ora. Uma mulher dando de cima assim o tempo todo e ainda sua amiga, acabava encontrando mesmo sem querer.
- Ahh boa agora a culpa é da ...
- Sandro, vai lá mercearia comprar pó de café, que acabou e não tive tempo de ir supermercado – minha mãe interferiu antes que meu pai e Saraha, que viraram os olhares me fuzilando dissessem algo.
- Tá bom – peguei o dinheiro da mão dela e saí falando pra mim mesmo já no terreiro – quer ser corna a vida toda, que seja. Acho é bom.
Cheguei até a mercearia, já próximo do horário de fechar, e seu Antonio me recebeu com o sorriso de satisfação de sempre, confesso era o que tava precisando depois do tratamento da minha família e da decepção com Gustavo.
- O que meu cliente favorito deseja?
- pó de café,mas pode deixar que eu pego lá – falei indo até a prateleira que já sabia onde ficava.
O café estava na prateleira mais alta e na ponta dos pés eu não conseguia alcançar. Olhei pra trás toda empinada e seu Antonio me olhava tentando alcançar.
- Aii, seu Antonio...tá muito alto, me ajuda – falei dengoso ainda tentando sem sucesso.
- Claro, Sandrinho – ele falou vindo pra pertinho de mim até estar praticamente me encoxando com uma mão na minha cintura. Esticou o braço, prolongando o máximo de tempo possível e me entregou o pacote desgrudando um pouco de mim.
- Aqui meu bem
- Aii, obrigado, seu Antonio – falei derretido com o jeito dele comigo e surpreendendo-o com um beijinho no rosto – o senhor é sempre tão bonzinho pra mim.
- você merece, meu bem – ele falou após se recuperar e me puxou pra um abraço
Fiquei sentindo aquele peitoral macio no meu rosto, a barriga e me senti acolhido nos braços dele. Estava tão distraído que até assustei quando senti ele apalpando minha bunda.
Levantei o rosto surpreso pra olhar, seu Antonio que com um sorriso no rosto disse.
- Realiza meu sonho, bebe, deixa eu ver essa bunda, deixa? – ele falou dando mais uma apalpada.
Sem pensar muito me afastei um pouco dele, que imaginou eu ia embora. Estava usando uma camiseta colada e meu short curtinho e uma das calcinhas que Gustavo havia me dado. Abaixei o short e fiquei só de calcinha.
- Nossa, calcinha ainda por cima? – seu antonio falou surpreso e se aproximou pra passar a mão pela minha bunda e dar uma apalpada – que bunda linda, sandrinho.
Levantei o short até atochar um pouquinho na bunda e me virei pra olhar seu Antonio. Estiquei na ponta dos pés e dei um beijinho na bochecha dele ao mesmo tempo que entregava o dinheiro do café.
- Pode me chamar, Sandrinha, seu Antonio. Agora tenho que ir.
- tá bom, Sandrinha. Mas promete vem me ver de novo logo, meu bem
- Eu venho - falei já da porta e corri pra casa.
Mas nos dias seguintes, toda hora que eu mercearia tinha mais gente fazendo compras e assim, seu antonio, que logo ficava inquieto ao me ver não podia fazer nada além de me dar umas olhadas. Eu correspondia sorrindo cúmplice e logo saía, olhando pra trás e vendo o olhar dele acompanhando o movimento da minha bunda nos shortinhos apertados que eu usava.
Nesse meio tempo, pelo que ouvia do pessoal lá de casa, Gustavo estava fazendo de tudo pra voltar com sarah, mas ela ainda estava resistente.
Um dia voltando da escola no horário de almoço tomei um susto com uma moto parando abruptamente do meu lado, mas logo vi que era Gustavo.
- Oi, Sandrinha
- Oi – respondi seco
- Estou com saudades
- Sei, minha ou da minha irmã?
- Das duas – ele falou e como não respondi nada completou – olha só, desculpa ter sido grosso aquele dia, eu estava nervoso.
- Foi mesmo
- Olha só, eu quero falar direito com você, com a minha Sandrinha. Vai lá pra casa e me espera a tardinha bem linda que a gente conversa tá?
- Não sei, não posso chegar tarde.
- Vai antes e me espera, não vai demorar. Fica com a chave – ele falou me entregando e completou antes que eu respondesse – vim rapidinho no horário de almoço, tenho que voltar pro serviço. Até mais, bebe.
Fui pra casa ainda matutando tudo e na dúvida do que fazer. Seguir meu orgulho ou meu desejo reacendido só pela imagem de Gustavo todo gostoso naquela moto?