Caralho! Porra! Maldição! Mais uma sessão de documentos e planilhas. Tudo isso no meio do meu dia de verão (no inverno) perfeito. Maldito, William. Ele é uma espécie de Darth Vader da diversão.Miguel e Nicky, ajudam o William na seleção dos documentos. Enquanto a Izzy joga conversa fora com o Felipe, amigo de William. Estou sentado na cama, passeando pelas redes sociais, até que encontro uma mensagem do Klaus e tenho uma ideia brilhante.
— Eu mesmo vou arrancar uma confissão desse fodido. — pensei, pegando a minha carteira e saindo do quarto.
O William pode até ser inteligente, mas nunca vai superar a esperteza das ruas. O tio do Miguel está comendo em minha mão. O degraçado precisa pagar por tudo o que fez com o meu amigo.
***
Alejandro:
E ai, gato! Tá em Santos?
Klaus:
Sim, bb. Esperei você me ligar.
Alejandro:
Desculpa, problema em casa. Mas estou liberado. Passa a localização.
Klaus:
(Localização)
Vem logo, bb!
***
Vinte minutos depois, a boca de Klaus está babando no meu pau. Ele suga com uma verocidade, implorando para que eu foda a sua boca. Seguro sua cabeça e meto sem pena. Puta que pariu. Pensando que hoje mais cedo eu fodi o sobrinho dele. Droga. Não posso pensar no Miguel. Solto um barulho estranho, uma espécie de gemido. O Klaus para por um instante, mas logo volta sua atenção para o meu pau.
Em seguida, o pego de quatro na cama e meto sem dó. Quero que ele sofra de alguma forma, porém, tenho certeza que o safado está curtindo, uma vez que pede por mais. Estou cansado, só que preciso continuar o meu plano de sedução e vingança.
O viro na posição de frango assado. Seguro suas pernas com força e soco. Caralho, cara, sou uma máquina de sexo. O Klaus aproveita para se masturbar. Até que o seu pau é grande. O suor de nossos corpos fazem um som engraçado. Só quero ajudar o Miguel. Só quero destruir o Klaus.
— Vou gozar, caralho! — anunciei, socando sem parar.
— Isso! Isso! — gritou Klaus se masturbando e gozando.
Já posso ganhar o Oscar? Eu aceito. Porra, sou um puta ator, literalmente. O Klaus deita, provavelmente, cansado da surra de pau. Eu fico ao seu lado, ainda ofegante e acaricio a sua cabeça. Como será que eu puxo o assunto do Miguel? Na última vez, consegui ler uma mensagem, quase uma ameaça contra o Miguel. Preciso pensar rápido.
— O que você tem, bebê? — perguntei. — Parece tão tenso.
— Problemas. Empresa, família, essas coisas. — ele contou.
— Você é casado?
— Não, solteiro. É um sobrinho. Os pais morreram e ele desapareceu. — comentou Klaus me fazendo dar um sorriso discreto.
— Não faço a mínima ideia. Coloquei um detetive para encontrá-lo, mas até agora nada. Eu não vou receber o prêmio de tio do ano, mas quero muito pedir perdão ao meu sobrinho. — Klaus disse, então, percebi que a sua preocupação é real.
Como assim? O Klaus gosta do Miguel. Eu não estou entendendo. Será que perdi alguma pista? Até onde sei, o Klaus mandou os seus capangas surrarem o Miguel. Isso é amor? Puta que pariu. Estou confuso.
— Se quiser, posso te ajudar. — ofereço. — Conheço muitas pessoas em São Paulo. O teu sobrinho tinha algum vício?
— Não. O Miguel é um menino de ouro. Infelizmente, sempre o tratamos como um adulto. Os pais deles sempre exigiram muito, afinal, temos um nome a zelar.
— Não seria mais fácil você comandar os negócios?
— Alejandro, eu sou um péssimo administrador. Mal entrei e já tem gente sendo demitida. Eu sou o cara da criação, o meu irmão, o pai do Miguel, que era o homem de negócios. — Klaus levantou e suspirou fundo. — Do jeito que as coisas estão vou afundar o nome da família. — levantando e indo para o banheiro.
— Caralho. — soltei, confuso com o discurso de Klaus.
O celular de Klaus começa a tocar. Do banheiro, ele pede que eu rejeite a ligação. Para a minha surpresa, a foto de William aparece na tela. Eu aceito a chama.
— Klaus? — ele questiona do outro lado da linha.
— Oi. — disfarço a voz.
— Eu acho que sei onde o Miguel se escondeu. Preciso só de uns dias para trazê-lo para casa. Você vai ter o seu sobrinho de volta. Bem, agora preciso desligar. Até. — William avisa, antes de desligar o telefone.
Ok. Eu preciso de um segundo. Que porra que aconteceu? O William tem contato direto com o Klaus? Que brincadeira de mal gosto. São tantas perguntas. Eu preciso ter uma conversa séria com o Miguel. Tem alguma coisa errada nesta história toda. Tenho certeza que Miguel e Klaus dizem a verdade, mas o que não está batendo nesta trama?
Faço mais algumas perguntas para Klaus. Sempre evitando colocar muito interesse no assunto. O cara parece triste por não saber o paradeiro de Miguel. Após uma ducha, sigo para o hotel e encontro os meus amigos (e agregados) comendo pizza. Aparentemente, William e Felipe conseguiram conquistar o coração de todos.
Dou uma risada e me aproximo deles. Confesso, depois de duas trepadas no mesmo dia, o corpo pediu arrego e comi pra caralho. O Miguel parece feliz. Ele dá uma risada engraçada. Que boca linda. Há algumas horas estava dentro da minha. De uma maneira natural, o Miguel limpa o meu rosto, que está cheio de azeite por causa da pizza. Puta merda, não vou conseguir seguir. Ele me quebra toda vez.
Graças aos deuses dos Garotos de Programa, a Izzy mudou de assunto e ressaltou a beleza do Felipe, amigo de William. Ele é um cara negro, gato e com algumas tatuagens pelo corpo. Será que eu faço uma tatuagem para me deixar mais atraente?
— Stefano, as meninas me contaram que todos vocês são "da noite"? — perguntou William me fazendo engasgar com uma fatia de pizza.
— Cof. Cof. — levei um tempo para me recuperar antes de responder. — Essas linguarudas.
— Nunca tive vergonha de quem eu sou. — Nicky afirmou mostrando uma confiança de dar inveja. — Nem você deveria, Stefano.
— Eu quero agradecer vocês. — soltou William, erguendo um pedaço de pizza. — Obrigado por ajudarem o Miguel.
— Ele que ajudou a gente. — garantiu Izzy. — Principalmente na cozinha.
Sim. O Miguel foi uma ótima adição para a nossa pequena família. Ele está sem jeito. Não consegue ser o centro das atenções. Como alguém pode ter tantas qualidades? Bonito, humildade e bom no sexo (mesmo sendo novato no assunto).
— Ainda bem que você está voltando para casa, né? — William pegou no ombro de Miguel e apertou.
— Como assim? — indaguei.
— Descobrimos que o tio dele tem roubado a empresa há anos. O Klaus vai ficar um bom tempo na prisão.
— Conseguimos uma série de informações que o tio do Miguel desviava dinheiro da joalheria.
— O Klaus? Tapado do jeito que é...
— Você conhece o Klaus? — William perguntou.
Olho para Miguel, que fez sinal de negativo com a cabeça. As meninas também ficam na expectativa da resposta, afinal, o plano de seduzir o Klaus foi meu.
— Só pelas coisas que o Miguel conta. — menti, uma vez que sou especialista nesse quesito. — Bem, vamos beber? Toda festa precisa de bebida! — sorri.
Cara. Tem alguma coisa errada. Eu sou um especialista em mentiras. O filho do puta do William é um péssimo mentiroso. Preciso ser cuidadoso. A vida do Miguel está em risco. Espero que o William e o Felipe sejam fracos para bebidas fortes. Acho que a noite vai ser mais promissora do que pensei.
Vamos ao Studio Rock Café, um barzinho famoso em Santos. Tenho prazer em pagar todas as rodadas e incentivo os dois amigos do Miguel a beberem. Caipirinha, cerveja e vodka. Estou generoso. As meninas aproveitam para dançar e curtir o ambiente. O Miguel parece um pássaro tomando água. Bica um pouco da cerveja e para.
Estou limpo. Sem um pingo de álcool no meu sangue. Preciso ficar atento para qualquer pista vinda do William. Caralho, o FBI está perdendo um ótimo agente. As ruas me trouxeram vários traumas, mas também serviram para me deixar esperto.
O William dança com a Nicky, enquanto o Felipe beija a Izzy. Elas estão com tudo. Nem contei o meu segundo plano secreto do dia, porém, conseguem ajudar. "Dividir para conquistar", digo para mim mesmo. O mais "mamado" é o Felipe. Ele abraça a Izzy com força. Os dois se olham e riem.
— Izzy, o Miguel não está se sentindo bem. Pode ir dá uma força? — atrapalho o casal e me sinto feliz.
— Claro. Com licença, bebê. — pediu a Izzy, saindo e andando na direção de Miguel.
— E aí, cara. Que merda essa história do Miguel com o tio, né? — questionei me aproximando de Felipe, que está zonzo.
— Sim. Precisamos acabar com o filho da puta. — afirmou Felipe.
— Sério? Ele é tão ruim assim.
— É um pacana! — esbravejou Felipe.
— Hum?
— Um panaca! Ele é um panaca! Ele não entende nada de administração. Por isso, o William e eu, trabalhamos para ele. Precisamos. — André para um pouco e faz uma careta.
— Precisamos?
O escroto vomita em cima de mim. Consigo dar alguns passos e escapo do segundo jato de vômito. A Izzy se aproxima e ajuda o Felipe. Que inferno. Sigo em direção ao banheiro para me limpar. Ao entrar, encontro o Miguel chamando o "Raul" no vaso. Fraco. Ele não se dá bem com bebidas, principalmente quando mistura as coisas.
Com toda paciência do mundo o ajudo. Seguro a cabeça do Miguel para que não suje as próprias roupas. Eu já tô todo cagado, então, preciso cuidar do meu menino zumbi. Depois dele vomitar tudo o que tem direito, o levo para a área das pias. Pego um lenço de papel e umedeço na água.
— Eita, menino zumbi. Sempre ao seu socorro. — comentei.
Passo na boca do Miguel. Ele sorri. Puta que pariu. Não posso te beijar. Não me tente. A luz néon do banheiro deixa o cabelo dele em um tom de azul celeste. Existe uma energia latente entre nós. Sou um imã e o Miguel é um metal. Somos atraídos um pelo outro. Um magnetismo extremo.
— Que diabos está acontecendo? — Miguel perguntou entrando abruptamente pela porta do banheiro. — Ele está tentando te abusar?
— O quê? — respondi, ainda sem entender.
— Vem, Miguel. Não deve confiar nesse gigolo. — puxando Miguel, que não estava em um dos seus melhores dias.
— Cara, tú tá ficando louco? — indaguei partindo para cima de William.
— Tá vendo, Miguel. Esse tipo de você quer na sua vida? — William ficou na frente de Miguel. — Vamos embora.
— Eu não quero ir. — Miguel tentou lutar, mas não conseguiu e foi arrastado pelo William.