Meu Amigo do Futebol - T01E04 – Sozinho nunca! (Versão 2022 - Atualizada e Revisada)

Um conto erótico de Vitor Fernandez
Categoria: Gay
Contém 2929 palavras
Data: 30/01/2022 00:27:29
Última revisão: 05/04/2022 11:33:47

— Sozinho? — perguntou-me Gustavo pelo celular. Ele estava me ligando para saber onde eu passaria a virada de ano. Era véspera do ano novo — Sozinho nunca! Você vai passar o ano novo com seu brother aqui!

— Nem quero segurar vela de você com a Jéssica.

— Jéssica? A gente não namorava sério e nem estamos nos vendo mais. Vem pra cá, Vitor! Vamos fazer A FESTA aqui.

— Ah não sei cara! Estou boladão aqui sem a Fernanda. Nem sei se estou em clima de festa de ano novo.

— Ah para, Vitor! A Fernanda está em Floripa se divertindo e você vai ficar em casa na maior solidão podendo passar o ano novo aqui em casa? Vai dispensar o convite do seu melhor amigo? Vou fazer o maior churrascão aqui na piscina e vou chamar a galera do futebol. Você está intimado a vir, ouviu? Se você não vier eu vou aí te buscar.

Era incrível que, mesmo eu rejeitando todos os convites de Gustavo, ele não ficava chateado comigo e não desistia de me convidar. Parecia que no fundo ele já sabia o real motivo de eu estar me afastando. Ele sabia que eu tinha ficado excitado com ele no vestiário e depois me pegou olhando para seu saco. Ele sabia ou desconfiava de algo. Mesmo assim, nunca veio tirar satisfações comigo. Pelo contrário, continuava fazendo questão de me manter por perto dele. Aquilo me preocupava.

— Tá bom, cara. Eu vou dar uma aparecida por aí mais tarde.

Eu falei aquilo só para ele parar de insistir. Deu certo. Ele se despediu e desligou. Eu estava certo de que não iria para sua casa, mesmo com muita vontade. Eu estava com vergonha e medo de ficar perto dele. Tudo o que havia acontecido conosco nos últimos dias estava me deixando bastante pensativo e confuso. Eu nunca havia sentido tesão por homem algum, porém naqueles dias Gustavo não podia me abraçar ao comemorar um gol, ou fazer uma de suas brincadeiras sacanas comigo porque eu acabava ficando excitado. E eu não queria que isso acontecesse. Queria ficar excitado apenas com Fernanda. Quando Gustavo ligou para me chamar pra passar o Réveillon em sua casa, só de ouvir sua voz grossa e rouca no telefone fiquei com tesão e me deu vontade de me masturbar pensando nele. Cheguei a ficar aliviado quando ele desligou e menos culpado. Havia decidido para mim mesmo que não iria definitivamente para sua festa.

Deitei na cama, fechei os olhos na esperança de conseguir dormir e acordar somente no outro dia, num novo ano. Tentava cultivar pensamentos aleatórios para ver se eu conseguia me livrar de meus pensamentos eróticos. Era uma luta e aquela guerra interna me consumia.

No fim da tarde do último dia daquele ano, consegui dormir depois de tanto viajar perdido em meus pensamentos de negações, mas logo aquele pequeno alento foi interrompido.

— Vitor… Vitor…

Acordei com minha mãe me chamando. Olhei para a janela e vi as estrelas no céu.

— Que foi? Já é ano-novo? Dormi demais?

— Que nada, menino! Deu nem oito horas ainda. Tem visita para você. Eu falei que você estava dormindo, mas ele insistiu para te acordar — disse ela já se desculpando sacudindo as duas mãos estendidas, como se estivesse rendida.

Gustavo entrou no meu quarto segurando seu capacete.

— Só te acordei porque era o Gustavo.

“É hoje que eu vou preso por homicídio” — pensei na hora olhando para a ara dele, que sorria com ar de “eu não disse?”.

— Fique à vontade, Gustavo. Vou continuar fazendo a salada para o bacalhau — disse minha mãe saindo do quarto.

— Você não acreditou em mim quando eu disse que viria te buscar né?

Assim como eu em sua casa, Gustavo sempre teve livre acesso na minha desde quando éramos crianças. Por isso minha mãe permitiu que ele já fosse entrando em meu quarto, mesmo eu estando dormindo.

— Te odeio, cara! — disse eu assumindo para mim mesmo, em pensamento, o quanto meu amigo era o maior gatão e eu não havia percebido isso mesmo convivendo com ele por anos. Mas fiz questão de fazer uma cara de desconforto por conta de quem acaba de acordar. Não quis demonstrar que eu estava admirando sua beleza.

— Que cara de destruído é essa, mano? — perguntou Gustavo rindo — Já era para você estar pronto para ir lá para casa. Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima, meu irmão. É ano-novo!

— Onde você aprende essas frases?

— Sou um cara cheio da referência do samba, respeita o pai! — disse ele transbordando autoconfiança e destilando todo seu charme pelo meu quarto. Eu conseguia enxergar as gotículas das porções de Gustavo saindo de seu corpo e entrando por minhas narinas. Depois daquilo era só tentar lutar porque a batalha já estava perdida. Gustavo estava muito conquistador e ele fazia aquilo naturalmente.

— Bora? — ele perguntou todo sério olhando para mim esperando eu responder.

— Bora para onde? Eu não vou, cara. Já disse que não estou com clima para festa.

Gustavo mudou de fisionomia na mesma hora. Até sua postura havia mudado.

— Tem alguma coisa acontecendo e que você gostaria de compartilhar comigo? Está tudo bem contigo?

— Está tudo bem sim, Gustavo.

— Sabe que eu sou seu amigo, né? E que você pode se abrir para mim. Sabe que comigo não tem caô.

— Eu sei — limitei e fixei o olhar para o chão, porque estava difícil ficar olhando para ele nos olhos.

— Okay, então! Eu vou embora porque acho que já estou sendo inconveniente. Daqui a pouco começa a chegar o pessoal lá em casa. Mas olha, não vou mais ficar correndo atrás de você não. Te chamei aquele dia para ir pescar com a galera no Arpoador de noite e você não quis ir. Agora não quer ir também para a festa da virada, mas, é aquilo: não vou mais insistir porque fica chato para mim e para você. Vou nessa, valeu? Feliz ano novo!

Gustavo saiu do meu quarto e eu continuei lá, parado. Olhando para o nada. Joguei-me na cama e me senti fraco e arrependido de não ter ido com ele. Peguei meu celular na mesa de cabeceira e vi que já eram oito horas da noite. Liguei para Fernanda, mas ela não atendia. Aguardei até que o aparelho finalizasse a chamada sozinho.

Voltei a pensar em meu amigo. Sabia que deveria evitá-lo, mas eu não queria decepcioná-lo. Ele não. Não podia jogar anos de uma amizade como a nossa no lixo. Abri meu guarda-roupa e escolhi uma bermuda, camisa e sunga. A sunga era o único item do vestuário que eu não poderia deixar de usar. Fui tomar um banho para tirar toda a sujeira de fracasso que estava em meu corpo.

*

Quando cheguei no portão de sua casa, encostei o carro na rua. O portão já estava aberto e tinha algumas pessoas do lado de fora com um copo na mão. Cumprimentei alguns que conhecia do futebol e da rua de Gustavo. Eles disseram que Gustavo estava na área da piscina. Entrei e vi que o quintal de sua casa já tinha bastante gente. A maioria das pessoas estavam com trajes de banho. Meia dúzia apenas ficou do lado de fora de roupa casual. Meus olhos procuravam por Gustavo, mas eu só encontrava a galera do futebol. Até eu o encontrar na varanda bebendo cerveja no gargalo enquanto conversava com Beto e Ricardo e observava o movimento na piscina. Ele estava sentado em uma cadeira só com sua sunga vermelha escorando seus pés no muro baixo que fazia divisão da varanda com o quintal. Fiquei ali observando-o por uns instantes até ele perceber que eu estava ali.

Quando ele me viu. Ele balançou a cabeça com um sorriso fraco. Aproximei-me.

— Fala aí, galera!

— Vitor! — disse Beto surpreso.

— Ué Gustavo disse que você iria ficar em casa dormindo — disse Ricardo.

Apertei a mão de Beto e Ricardo. Quando fui cumprimentar Gustavo ele continuou sentado me olhando.

— Ué, resolveu aparecer é, bonitão? Não era nem para você estar aqui — ele estava sério — Já que não quis vir comigo, era melhor nem aparecer mais.

Ah pronto! Fodeu. Acho que eu havia magoado mesmo ele. Senti o sabor amargo da rejeição. Até Beto e Ricardo ficaram sem graça.

— Sério?

Cocei a cabeça.

— Mentira. Tá maluco? To feliz pra caralho que tu veio! — disse Gustavo se levantando rapidamente e me dando um forte abraço e esfregando meu cabelo. Eu me recuperava do mini infarto.

Beto avisou que iria buscar mais cerveja para ele.

— Traz uma para o Vitor também — gritou Gustavo olhando para a porta da cozinha.

— Festa lotada, hein — comentei.

— E eu ainda fui na casa de cada um insistir para virem, senão eu estaria sentado aqui sozinho.

Eu ri porque sabia que aquilo era mentira. Era só Gustavo fazer festa e abrir o portão que as pessoas apareciam automaticamente. Ele era muito popular no bairro e as festinhas em sua casa eram dignas de cinco estrelas entre a alta cúpula crítica do bairro. Ainda mais quando envolvia a piscina e o clima estava quente como naquele dia.

Em questão de minutos eu já estava bebendo com eles ali naquela varanda mal iluminada. Gustavo já estava nitidamente bêbado quando eu cheguei. Beto, Ricardo e Carlos nos fizeram companhia e entornamos muita cerveja para dentro conversando sobre muitas coisas. Gargalhávamos muito alto.

Certo momento eu fui a cozinha para buscar mais cerveja e quando voltei Gustavo estava sozinho. Os moleques se empolgaram com o funk que começou a tocar e correram para a piscina. Ficamos ali sentados vendo eles tomarem alguns foras de algumas garotas na piscina.

— Pensei que você não fosse vir, mais. A propósito, você tem agido muito estranho, Vitor. A gente sempre foi amigo, cara. Não precisa ficar estranho comigo. Por motivo algum.

Olhei para Gustavo. Ele estava sério olhando fixo para a piscina.

— Eu sei. Só não sei o que está acontecendo comigo esses dias.

— Explica melhor isso aí.

Nesta hora eu gelei. Não teria a cara de pau de falar que estava com tesão nele a ponto de molhar meu lençol e também me acabar na punheta pensando nele. Fui salvo por meu telefone que começou a tocar. Era Fernanda. Mostrei para ele a tela do meu celular. Gustavo balançou a cabeça afirmativamente.

Atendi e começamos a conversar. Fui conversar com ela na rua porque lá dentro não dava para ouvir nada. Disse a ela que estava na festa da casa de Gustavo, ela ficou um pouco com raiva porque ouviu o barulho da farra, mas entendeu tudo quando eu disse que estava muito triste sem ela. Ela também disse que estava morrendo de saudades. Ficamos conversando por quase uma hora.

Quando a conversa acabou, voltei para a varanda dos fundos e Gustavo não estava mais lá. Entrei em sua casa pela cozinha e encontrei dona Laura na cozinha. Disse a ela que precisava guardar meu celular e guardar minha roupa porque eu iria cair na água.

— Vitor. Você já sabe onde guardar sua roupa e seus pertences — disse ela — Nem precisa pedir a mim nem ao Gustavo.

Eu estava há tanto tempo sem ir lá que parece que eu era um visitante qualquer. Dona Laura fazia de tudo pra eu me sentir em minha própria casa. Depois do que ela me disse, subi ao quarto do Gustavo, tirei minha camisa e bermuda e os coloquei em cima do sofá-cama dele. Meu celular, deixei lá também para não molhar. Desci as escadas e avistei Mariana de biquíni, ainda seca conversando com uma amiga na sala. Ela me abraçou contente, me apresentou à amiga e fomos conversar do lado de fora da casa. Conversamos tanto. Eu observava o quanto aquela piscina estava cheia de gente. Minutos depois as garotas foram conversar com alguém do outro lado e eu fiquei ali na varanda bebendo sozinho.

— Tá fazendo o que aí sozinho, cara? — perguntou-me Gustavo que apareceu do nada me dando um susto. Ele me olhou dos pés à cabeça e sorriu — Quando eu vi aquela bermuda e camisa no meu sofá-cama eu pensei…

Ele olhou de repente para a piscina e saiu de perto de mim correndo, fui atrás para ver o que tinha acontecido. Na verdade, sua irmã Mariana estava dançando funk agarrada com Beto. Gustavo separou os dois e disse:

— Minha irmã, não!

Todos começaram a zoar Gustavo.

— Ahhh está com ciumezinho da irmãzinha!

— Eu danço com quem eu quiser, bebê — disse Mariana.

— Ei pessoal, o Gustavo caiu na pilha. Vamos jogar ele na água — gritou Carlos sendo obedecido imediatamente por todos. Comecei a rir. Gustavo já estava muito bêbado. Aproximei-me para ver a bagunça.

Depois de jogarem Gustavo na água, Beto chutou uma bola para dentro da piscina e rapidamente todos começaram a jogar uma espécie de polo aquático improvisado. Beto me chamou para jogar. Apressei-me e entrei na água. Formamos os times e começamos o jogo. Gustavo, que era do time oposto ao meu, resolveu me marcar o tempo todo.

Sempre que eu tomava posse da bola, Gustavo se aproximava de mim e tentava pegar a bola de minha mão. E no meio da luta pela posse de bola, acabava encostando sua coxa em meu pau. Isso aconteceu várias vezes. No começo eu não sabia se era intencional ou sem querer. Até ele começar a dar um sorriso sacana quando repetia. Aquilo me dava tesão e queria que parasse porque eu estava gostando.

Paramos o jogo por causa da meia-noite. Começamos a nos cumprimentar e a desejar os votos de ano novo. Alguns haviam levado fogos de artifício. Um banho de champanhe para tudo quanto era lado, foi patrocinado por Ricardo.

A festa durou por mais três horas até todo mundo começar a se retirar para as suas casas cansados. Mariana também já havia ido dormir. Com um pouco de sono, fui avisar a Gustavo que iria embora.

— Como assim você já vai, Vitor? Por que a pressa cara?

— A festa praticamente acabou. Os que ainda permanecem aqui estão se arrumando para ir embora.

— Só porque todo mundo foi embora você também tem que ir? E outra: você bebeu muito! Não vou deixar você ir pra casa dirigindo.

— É perto e eu posso ir bem devagar.

Eu jamais dirigia bêbado, mas queria ir embora para não ficar sozinho com Gustavo.

— Tá doido, Vitor? Não vou deixar você ir embora bêbado não! Você sabe que pode dormir em meu sofá-cama. Você sempre dormiu nele.

— Não sei cara…

— Ah Vitor… Você tá tão estranho, cara! Parece que está escondendo algo. Nem parece que somos mais os mesmos amigos de antes.

Ficamos em silêncio por alguns instantes. Nesta hora Mirela e Carlos, casal que estava trocando de roupa para ir embora e que eram os últimos que estavam no local, passou por nós se despedindo.

— Pega um táxi então. Eu até pago para você. Só não quero que você vá para casa com álcool no sangue. Vou pegar meu celular ali no muro para poder pedir um carro.

Gustavo foi caminhando em direção à varanda dos fundos da casa. Eu o observei caminhando com uma garrafa de cerveja na mão, mas o que me chamou mais atenção foi sua bunda toda redondinha dentro daquela sunga vermelha. Quando ele voltou, procurando pelo aplicativo no celular disse:

— Minha mãe vai reclamar comigo tanto amanhã.

— Por quê?

Eu olhava para sua sunga enquanto ele estava olhando para a tela do smartphone.

— Ai, Gustavo, por que você deixou o Vitor ir para casa de madrugada? — ele imitava a voz da mãe fazendo uma cara de meme — Ela vai achar que a gente brigou ou alguma coisa do tipo. E ela vai falar que eu sou o culpado por tudo. Sabe por quê?

— Por quê?

— Você sabe. Ela sempre fala que você é o bonzinho e eu que não presto. Eu sempre saio como o errado da história.

— Errada ela não está — disse eu.

— Olha, Vitor! — disse ele me olhando por alguns instantes e ameaçando rir, mas se conteve em seu papel de emburrado — Só não vou rir da sua gracinha porque você vai embora.

— Mas você tá rindo pelos cantos da boa.

Ele me olhou mais uma vez quase rindo. Eu achei engraçado. Ele não deu atenção para minha ironia e voltou a procurar por um carro no aplicativo.

— Gustavo.

— Fala — nem tirou o olho da tela.

— Guarda o celular.

— Esquece, Vitor! Você não vai para cara dirigindo!

— Eu não vou para casa.

Ele levantou o rosto.

— Não quero que sua mãe brigue com você amanhã.

Gustavo respirou fundo e deu um sorriso de canto de boca.

— Mas você sabe que ela vai brigar mesmo assim, né? — perguntou ele.

— Sei, o filho dela não vale nada.

Ele riu. Desta vez, mostrou todos os dentes.

Ficamos parados por alguns instantes no quintal. Sozinhos. Dava para ouvir algumas pessoas passando na rua e falando alto. O som da festa ainda tocava algumas músicas em volume bem baixo.

— Se quiser subir, tu tá com uma cara de sono. Eu vou desligar o som e guardar algumas coisas.

— Eu nem to com sono. Nem a fim de dormir agora.

— Nem eu.

— Tá o maior calor.

— Muito calor — disse ele — Quer continuar bebendo?

— Pode ser. Mais uma de saideira então.

Gustavo sorriu e foi buscar mais cerveja. Eu tentei, mas não resisti não olhar para a sua bunda de novo.

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Comentários

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Gustavo será otario em fingir que não tem tesão por ti a partir do ato de vc se abrir para ele?

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Quem irá dar o primeiro impulso de liberdade de seu tesão acumulado?

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Tua narrativa é muito boa de ler. Ansioso pela continuação. Já estou. Imaginando quando esses dois se pegarem... Será um beijaço e muito tesão. Conte-nos mais, por favor...

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