PARTE 3 - MARCELO
Eu não podia estar em lugar melhor, cercado pela minha família, rindo e comendo a comidinha da minha mãe. Aquilo era o Paraíso.
- Vamos para sala? - Minha mãe fala comigo e Marina. Nós nos levantamos e a sigamos, deixando Malu com meu irmão.
- Muito obrigada por me receber aqui Dona Cida - Marina agradece.
- Que isso minha filha, essa casa é sua, você é da família.
- Muito obrigada mesmo. – Com os olhos querendo encher de lagrimas, provavelmente pensando na bosta da família dela que a excluiu quando ficou grávida.
Minha mãe começa a falar sobre os preparativos para o Natal e logo vai emendando um assunto no outro, quando vou perceber ela já está falando sobre apresentar a cidade para Marina, é nessa hora que Claudio aparece.
- Está pronto? - Eu pergunto para ele, sem dar tempo dele saber sobre o que estávamos falando.
- Para que?
- Mostrar a cidade para Marina, é a primeira vez dela aqui.
Percebo que alguma coisa esta errada. Ele tinha saído feliz para acompanhar meu primo ate o carro e voltou com uma tristeza no olhar, tento pensar se aconteceu algo que o magoou, mas não me lembro de nada.
- Sim, Claro, a cidade é tão grande, que o risco dela se perder e enorme.
Eu reviro os olhos quando ele me responde, não pela resposta irônica dele, mas por saber que era uma tentativa de disfarçar.
Ele continua falando, brincando e disfarçando. Eu deixo por enquanto, sem perguntar qual é o problema, esperando o momento certo.
Logo vamos para rua e mostramos a cidade para Marina. Claudio estava certo, a cidade não apresenta risco nenhum da Marina se perder. Quando chegamos à praça, Marina leva nossa filha para o parque é eu aproveito para interrogar Claudio.
- Ta tudo bem?
- Claro. - ele diz monossilábico.
- você parecia estranho depois que saiu com o Hugo. - continuo, mostrando que não ficaria satisfeito apenas com um "claro".
- Eu só fiquei um pouco emotivo vendo a casa do meu pai. Você reparou? A casa foi pintada, ela ta sendo bem cuidada, está com mais vida, isso me deixou feliz e triste ao menos tempo.
Lógico caralho, como eu fui burro, em momento algum pensei sobre isso. Claudio passou sua vida mais na minha casa do que na dele, mesmo assim, a casa do outro lado da rua era a dele, é claro que ele iria se lembrar dos pais.
- eu nem reparei na casa, desculpa - Eu seguro sua mão, dando um aperto forte, não precisava dizer mais nada.
- Não tem problema, foi só aquele momento mesmo, eu to legal.
Ele olha para frente e eu sigo seu olhar, Malu descia o escorrega enquanto Marina a segurava. O sorriso no rosto naquela criança era a certeza que tudo estava bem, ao menos tudo o que realmente importava.
- Acho melhor ir ajudar Marina. Você deveria compra uma água para nossa sapeca.
- Verdade.
Eu vou em direção a uma lanchonete que fica de frente para praça, a lanchonete era nova, em algum momento desde que fui embora, alguém comprou o aviário que tinha ali e reformou, transformando num comercio mais jovem, atravesso a rua e peço a água.
- Você não é pequeno demais para ficar sozinho aqui? - eu pergunto para menino que me atendeu.
- Não, mamãe fala que eu já sou um rapazinho, mas ela esta lá trás, já ta vindo.
- Você realmente parece um rapazinho mesmo. – O menino abre um sorriso quando digo isso, era muito fácil deixar o pequeno feliz e eu sorrio de volta - Ah quando que deu água?
O garoto me fala o valor e eu dou o dinheiro, deixando elo ficar com o troco. Atravesso a rua, de volta para praça.
- Marcelo - Escuto me chamarem.
Olho para trás é saindo da lanchonete está Clara.
Ela fica parada na calçada, eu a encaro, mesmo sem lembrar quando foi a ultima vez que a vi, eu sabia que ela estava ainda mais linda. Porra, tento me lembrar que agora eu sou um adulto, e o ressentimento do passado tinha ficado para trás. Clara atravessa a rua e vem na minha direção.
- Bem que eu achei que conhecia a voz da pessoa falando com filho.
Ela me abraça e eu automaticamente faço o mesmo, seu cheiro continua igual.
- Hum... - começo e limpo a garganta - o rapazinho é seu filho?
- Sim, e você acaba de fazer a noite dele melhor, ele ficou todo besta com a gorjeta que você deu.
- Ele mereceu, me atendeu muito bem, é... Muito bonito, o seu filho.
- Obrigada, ele é a melhor coisa da minha vida.
- Filhos sempre são...
- Você tem algum? - ela me pergunta.
Antes que eu pudesse responder, Clara olha para trás de mim e abre um sorriso. Caralho, que sorriso.
Eu olho para quem ela estava rindo, era o Claudio, que vinha com a Marina e Malu se pendurando entre eles.
- Oi Clara, tudo bem? - Claudio pergunta parando do nosso lado.
- Eu nem acredito que vocês estão aqui - Ela vai ate ele e o abraça, Claudio faz cara de surpresa, mas a abraça de volta - pensei que nunca mais veria vocês.
- Papai, água - Malu diz no colo da Marina.
- Ah sim, você comprou a água que eu pedi? - Claudio me pergunta serio, como se não tivesse visto a água na minha mão.
- Ta aqui - eu entrego para Marina.
- A filha de vocês é linda - Ela diz olhando para Claudio e Marina. - Vocês dois formam um belo casal
- Nós não somos um casal, mas obrigado - Claudio diz - Você tem filho?
- Sim - Clara responde e abre um sorriso - O meu Pedro.
Escutar isso faz meu peito doer. De todos os nomes, ela tinha que dar o nome que a gente falava que seria o nome do nosso filho? Claudio me encara.
- Bem, nome bonito... Estamos mostrando a cidade para as garotas, foi bom te ver Clara - Ele diz se despedindo dela e começa a andar - você vem, Celo?
- Cla... Claro. Te vejo por ai.
Eu os sigo.
***
Eu já conhecia a cena, mas dessa vez era diferente, eu estava no meu quarto, deitado na minha cama totalmente pelado quando a Clara entra nua pela porta, mas dessa vez não era a Clara de dez anos atrás, e sim a que eu tinha acabado de ver na praça.
Ela veio para cima da minha cama e sobe em cima de mim, seus peitos ficam na altura da minha boca e eu aproveito para chupar.
Clara solta um gemido muito sensual e vira, colocando sua boceta na minha frente, eu a puxo para mais perto de mim e beijo sua bocetinha, vou enfiando a língua e começo a lamber.
Depois eu a tiro de cima de mim e a deito de barriga para cima, levanto suas pernas e coloco meu cacete dentro dela. Eu começo a foder então a abraço, meu pau indo cada vez mais fundo enquanto eu digo que a amo.
É nessa hora que o Claudio entra no quarto, diferente das outras vezes, ele também é o Claudio de hoje e não do passado. De repente eu era dois, o que estava na cama com Clara e o que vinha atrás dele e assistia a cena parado em frente à porta.
- Preciso falar contigo - Claudio ignorando minha transa.
- Serio? Agora? Ta vendo que eu to ocupado.
- Ela não é o que parece, A Clara me beijou na semana passada, ela não te ama, ela te trai com metade do colégio.
- É o que? - A minha versão da cama pergunta. - por que você esta falando isso?
- Desculpa Celo, eu não queria...
- Não fode Claudio, você vive dando em cima dela, faz isso na minha frente. O que aconteceu? Você deu em cima dela e foi rejeitado?
Eu não conseguia acreditar no que minha versão da cama essa dizendo. Não foi assim que aconteceu, o Claudio não mentiu para mim, mas porque a minha versão da cama disse isso?
- Me faz um favor, sai do meu quarto e não fala mais comigo, você esta me atrapalhando e eu estava comendo essa boceta deliciosa.
Minha versão da cama parou de dar atenção para o Claudio e voltou a foder com a Clara. Eu parado ali, vi a cara de tristeza do meu amigo ao sair do quarto e comecei a gritar com o Marcelo da cama.
- Celo, acorda... - Claudio disse ao meu lado.
Eu sabia que aquilo era um sonho, já tinha sonhado com aquilo outras vezes, mas ao contrario dessa vez, eu sempre acreditava na verdade, eu sempre acreditava no meu amigo. O que estava acontecendo?
- Ta tudo bem? - Ele sussurrou.
Nós dois estávamos deitados num colchão no chão do meu quarto. Marina e Malu dormiam na cama.
- Ta sim, só um sonho ruim.
- Quer falar sobre?
- Não. Foi só algo que nunca iria acontecer de verdade.
- Posso te perguntar uma coisa?
- Desde quando você precisa pergunta?
- O que você sentiu quando viu a Clara? Não precisa responder se não quiser, é só que ela foi o seu primeiro amor...
- E me traiu, tentou me colocar contra você. Eu não senti nada.
Mas será que era verdade? O sonho que tive talvez estivesse dizendo outra coisa. Cacete!
CONTINUA...
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Obs.1: Este conto é uma continuação direta dos contos "Na Web" e "Antes da Web" e seria bom se fosse lido da ordem.
Obs.2: O começo da próxima parte já esta disponível no wattpad.
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