Tadeu segura um bocejo na biblioteca enquanto lê um livro por conta própria naquela tarde de quarta-feira, como lhe é de costume. O jovem até tem amigos, mas no momento não está com eles pois os rapazes preferem assistir ao jogo da Champions. De fato, nosso protagonista não tem muito em comum com outros rapazes, mas sua amizade perdura pois desde a infância os três que moram na mesma rua, compartilham momentos de brincadeiras, estudos e tudo o que remete à infância, e Tadeu sempre será grato pelas aventuras que passaram juntos.
Repentinamente os caras aparecem. "Fala, mano. Bora ver a Champions hoje?" diz o melhor amigo de Tadeu, Andrey, logo após ter aparentemente se materializado atrás dele. Tadeu dá um suspiro quando Bruno também aparece ao seu lado empurrando o seu livro sobre a mesa e encarando os outros dois. Ambos jogavam no time de futsal do colégio, diferente de Tadeu, e apreciavam muito assistir a um bom jogo.
"Talvez mais tarde, pessoal. Eu preciso mesmo terminar esse capítulo hoje", respondeu Tadeu, dando um breve sorriso de desculpas. Andrey e Bruno reviraram os olhos por isso. "Ah, qual é? Eu vou lá com vocês depois. Podem ir", completou. Ambos viraram como se fossem embora, mas Bruno para de repente. Andrey se vira olhando para ele intrigado, e rindo, Bruno se aproxima do seu ouvido para cochichar alguma coisa, fazendo o seu amigo rir e concordar.
Suspeitando dos dois, Tadeu analisa os seus amigos imaginando o que esses dois têm em mente. "Bom, pela nossa parte está tudo bem. Eu só achei que você ia gostar de ir", falou Bruno para ele, logo em seguinda completando. "Aliás, a Cristina também vai". Bruno e Andrey sabem do rolo que Tadeu vive com a Cristina há alguns anos. Desde que ela se mudou para a rua em que eles moram, Tadeu ficou perdidamente apaixonado por ela, mas eu vou me aprofundar nisso mais à frente. O fato é que ele respondeu ao convite gaguejando "Ah, t-tá bom então. E-eu acho que vou com vocês". Essa reação arranca um riso alto dos amigos, incompatível com o silêncio da biblioteca, e de lá saem os três juntos. Tadeu segue andando um pouco atrás dos outros dois, colocando sua mochila em suas costas e sentindo aquele nervosismo de sempre quando está prestes a se encontrar com Cristina.
Seguindo pelo corredor do colégio, todo mundo encara aqueles três de maneira estranha. Muitos se perguntam por quê Andrey e Bruno não andam com os outros caras do futsal ou com os riquinhos da escola, já que são tão populares no meio da molecada de sua idade. Apesar disso, os dois nunca abandonaram Tadeu, e a amizade dos três é essencialmente a mesma desde o ensino fundamental, de modo que até mesmo os seus pais, sabendo disso, sempre se esforçaram em mantê-los estudando na mesma escola ano após ano. Por esse motivo, o vínculo entre os rapazes era tão forte que, olhando de fora, pareciam até irmãos.
Chegando na casa de Bruno, os três se acomodam e Tadeu olha de um lado para o outro, impaciente, aguardando a chegada de Cristina. A sua presença lá era a única razão pela qual ele aceitara deixar a sua leitura de lado por uma programação pela qual não nutria o menor interesse. Discretamente, Andrey puxa o celular e manda um WhatsApp para ela.
─ Ei.
─ Fala.
─ Ta fazeno oq??
─ Em casa. Pq?
─ Vem aq. A gnt vai ve o jogo e dps sair p comer.
─ Ta bom.
Minutos depois a campainha toca. Cristina, que já era íntima daquele local, mal esperou o anfitrião abrir a porta e já foi entrando, procurando lugar no sofá para sentar e ficar no Instagram enquanto não acabasse aquela partida. Quando Tadeu, que tinha ido até a cozinha pegar uma garrafa de Fanta, volta à sala, percebe a presença da garota e começa a andar meio desengonçado e fica corado de vergonha. Ela realmente consegue intimidá-lo, e por isso o garoto mal consegue fazer outra coisa além de olhar na direção dos próprios pés. Cristina dispara um olhar acolhedor para Tadeu, percebendo o seu estado de ânimo, e diz "Oi", deixando-o ainda mais vermelho. "É bom te ver fora da biblioteca. Você fica muito tempo lá, vai acabar ficando corcunda", ela diz tentando quebrar o nervosismo do rapaz, que se senta próximo a ela e, sem querer querendo, não se furta de olhar pelo canto de olho as coisas que vão aparecendo na tela do celular da garota.
Os sentimentos de Cristina para com Tadeu são controversos. Ela sempre soube do seu amor platônico, e já tinha até dado um beijo nele em uma festinha na escola. O porém é que Cristina não sentia nada pelo rapaz, e em algumas ocasiões se sentia culpada por achar que estava alimentando expectativas impossíveis com o seu comportamento. A situação só piorou depois que alguém espalhou para o resto do colégio que eles estavam namorando, fato que Cristina negava veementemente para qualquer um que fosse tirar dúvidas com ela sobre o assunto.
Após os noventa minutos de muita frustração para Tadeu ─ que não avançara nem um milímetro com as suas intenções em relação à sua amada ─ e muito aborrecimento para Cristina, que mal esperava o jogo acabar para enfim ir sair com o pessoal, os quatro se reuniram e foram até uma lanchonete próxima dali, a pé mesmo. Bruno e Andrey discutiam efusivamente o jogo que acabaram de assistir enquanto Tadeu seguia mais atrás, perseguindo Cristina, que parecia não se importar com a sua presença. Uma ou duas vezes ele tentou puxar assunto com ela e frustrou-se por não saber o que dizer após as suas respostas curtas.
Chegando à lanchonete, encontraram um pessoal do colégio em outra mesa mas passaram reto e se sentaram do outro lado do salão. Como sempre, Tadeu buscou o lado esquerdo de Cristina, e os dois se sentaram de frente para a dupla que lotava os dois lugares restantes naquela mesa redonda. Cada um pediu um salgado e um suco, e aguardando o pedido chegar, conversavam sobre assuntos de menor importância e vez ou outra um deles colocava o celular sobre a mesa para conferir rapidamente se tinha mensagem nova ou notificação das redes sociais, logo em seguida bloqueando a tela e voltando a se concentrar nos presentes.
Encarando Tadeu, na outra mesa estava Carla, uma colega de sala que andava sempre com outros rapazes por que não gozava muito do prestígio das outras meninas, seja pela sua aparência, seja pelo seu jeito extrovertido e pela sua tenacidade, traço marcante de sua personalidade que virou até mesmo um bordão entre os alunos da escola: "Carla sempre consegue o que quer". Nada lhe faltava, nem amigos, nem dinheiro e nem homens.
Vinda de família rica, a garota se destacava entre as de sua idade pelos luxos que ostentava no Instagram e pela sua grande beleza. A jovem deslumbrava os homens com seus cabelos lisos e longos, que escorriam sobre suas costas e ombros até a altura de sua bunda; sua pele morena e muito bem cuidada, na qual não se econtrava um mísero sinal de acne, e ornada com uma fina, quase microscópica, marquinha de bronzeado, que despertava a curiosidade sobre o biquíni que ela usava quando conseguiu aquilo. Seu corpo era todo trabalhado no crossfit, e por isso a jovem ostentava uma barriga seca, braços e ombros fortes na medida certa, mas pernas muito bem torneadas e uma bunda para ninguém colocar defeito. O conjunto todo, completado por seus pequenos seios e a curva acentuada de sua cintura acima dos quadris, dava a ela uma silhueta de violão que magneticamente atraía olhares de todos os homens à sua volta.
Todos não. Quase todos. Havia um garoto que era imune ao encanto de Carla, e ela o encarava naquele exato momento. O que frustrava a jovem era que Tadeu só tinha olhos para Cristina. Não importa o que Carla fizesse para chamar a sua atenção, era impossível disputar com aquela garota, e isso estava consumindo-a por dentro. A bela garota já havia perguntado a Andrey e a Bruno sobre ele, e a resposta era dada em uníssono:
─ O Tadeu? Esquece. Na mente dele é só a Cristina. ─ Dizia Bruno.
─ Mais fácil fazer ele pular na frente de um caminhão do que tirar a Cris da cabeça. ─ Foi o que respondeu Andrey.
Carla podia ter seus defeitos, mas um dos seus traços mais salientes era a sua esperteza. E apesar dos comentários de que havia algo entre Tadeu e Cristina, pelo desdém da moça para com ele a garota inteligente logo percebeu que os boatos não eram de todo verídicos, apesar ver os dois sempre indo e voltando juntos da escola, e sempre saindo juntos por aí. Como Tadeu não era muito inclinado a novas amizades e nem a marcar presença nas festas, Carla nunca tivera a oportunidade de arrancar dele alguma coisa. Só restava então falar com Cristina.
Naquele momento, Cristina vivia uma situação muito complicada. A sua percepção de si mesma, e a imagem que achava que os outros tinham dela, era de uma garota diferente das demais. Ela não era exatamente tímida, mas também não era extrovertida ao ponto de aceitar de bom grado a aproximação de outras pessoas além dos seus três amigos de sempre. Ela gostava de músicas indie e brincava de ser escritora nas horas vagas, porém, mesmo tendo medo de que as outras pessoas soubessem dos romances teen de sua autoria, não deixou de publicá-los no Wattpad, com uma esperança remota de um dia ser descoberta e ficar famosa. Seus hábitos faziam com que se sentisse superior às outras pessoas, o que podia até afastar a maioria delas, mas Cristina nunca deixou de andar com "os três patetas", como sempre dizia, pois apreciava a amizade sincera, a lealdade e a confiança que tinham entre si.
O núcleo dos problemas de Cristina vinha das condições financeiras de sua família. Eles não eram necessariamente pobres, mas pertenciam àquela classe-média que tem o suficiente para viver, mas não o bastante para adquirir tudo o que almejam comprar. Por isso mesmo, seu pai, que dava a ela uma pequena mesada todos os meses, há algum tempo prometia à garota que pelas suas notas na escola e pelo bom comportamento dentro de casa, iria comprar-lhe um celular novo, mas nunca conseguia reunir o dinheiro necessário para isso. Com a quantia que Cristina conseguiu economizar mês após mês, faltava algo em torno de novecentos reais para comprar a versão mais barata do último iPhone lançado, só que o tempo necessário para reunir esse valor era quase de um ano. Todos os dias Cristina passava em frente de uma loja de departamentos e se imaginava com aquele celular novo. Todos os dias ela saía do colégio ansiosa para ver se alguém já o tinha levado do mostruário, e a ansiedade a consumia dia após dia. Ela precisava dos novecentos reais, sob a ameaça de acabar fazendo alguma besteira para tê-lo para si.
Vivendo esse momento de quase desespero, no intervalo da aula Cristina é chamada por Carla para ir até o banheiro feminino. Talvez você, leitor(a) não tenha ciência do quão inusitado seja esse momento para a nossa jovem Cristina, porém eu peço que ponha-se no lugar dela: Cristina via a si mesma como um ser dotado de um espírito grande demais para o corpo em que estava aprisiondo. Uma jovem filha de enfermeiros que estudava em uma boa escola, mas sentia que as condições de sua família limitavam as suas potências ao ponto de não ser capaz de ter o celular que gostaria de ter; não ter a menor expectativa de cursar a faculdade na Europa para a qual sempre desejou ir; nem sequer sonhar com a sua carreira de escritora, pois jamais teria o suporte financeiro que esperava.
Diante dela estava Carla, filha de um grande empresário que tinha filiais de sua empresa em várias capitais do Brasil. Falava francês fluentemente e já tinha viajado por vários países da Europa, ir à Disney era para ela só um programa comum de férias que "suportava" todos os anos, pois tantas vezes já tinha ido que o encantamento se perdeu quase por completo. Além disso era bonita, e sua beleza era impulsionada por sua condição de ir aos melhores salões, frequentar a academia mais cara da cidade e ter para si sempre as melhores maquiagens, os melhores sapatos e as melhores roupas.
No fundo Cristina sentia uma inveja de Carla. Não uma inveja tão descarada ao ponto de agir contra a sua colega, mas aquela inveja branda, silenciosa. Aquela que, quando via Carla postando algo no Instagram ou recebendo algum elogio, qualquer que fosse, sussurrava em seu ouvido: se você tivesse tanto dinheiro quanto ela, conseguiria fácil também.
Mas agora a perseguição se invertia, e era Carla queria falar com Cristina. E não queria apenas falar, queria tratar de um assunto importante. Se não fosse, ela não teria razões para chamá-la a uma conversa em particular. E se antes Carla já tinha a sua atenção, agora ela conseguia a sua curiosidade.
Chegando ao banheiro, Carla se certificou de que ninguém estava lá para ouvir a conversa que estava prestes a ter com a sua convidada. Quando teve enfim certeza, foi direto ao ponto:
─ Cristina, você tem alguma coisa com o Tadeu?
─ Com o Tadeu?! NÃO! A gente só ficou uma vez, mas agora a gente é só amigo.
─ Mas amiga, você sabe que ele gosta de você, né? ─ Carla falou claramente tentando forçar uma intimidade com Cristina que não tem.
─ Acho que sim. Mas por que você quer saber? ─ Perguntou, intrigada.
─ Ai, eu acho ele um fofooo! ─ Disse Carla em um tom meio lúdico, transparecendo a sinceridade de suas palavras. ─ Ele é tão bonitinho, aquele cabelinho dele e o jeito que ele fica coradinho quando a gente fala com ele...
─ Você quer o número dele? ─ Cristina disse, claramente tentando ganhar a confiança de Carla também.
─ Eu queria, mas só se você não gostar dele também...
─ Mas eu não gosto dele! Quer dizer... A gente já ficou uma vez, mas eu acho que não sinto por ele o que ele sente por mim...
─ Mas amiga, você não vai se sentir mal se rolar alguma coisa entre a gente?
─ Não sei. Acho que na cabeça do Tadeu a gente tem alguma coisa, mas não sei...
─ O que foi, amiga? ─ Carla percebia a dúvida que havia no tom de voz de Cristina. A sua relutância em dizer que poderia ajudar, mas também em negar o auxílio, soava como se Cristina quisesse alguma coisa.
Na mente de Cristina, Carla era só mais uma garota vulgar como todas as outras, que só se destacava das demais pelo patrimônio milionário de sua família. E por isso mesmo um turbilhão de pensamentos passava pela sua mente. Quer dizer que a garota mais bonita havia chamado ela só pra falar sobre o idiota do Tadeu? Será que ela se sentia melhor do que sua "rival"? Cristina pensava que até poderia ajudá-la com isso, se... Cristina acabou pensando esse "se" alto demais, tão alto que Carla conseguiu escutar um sussurro quase inaudível:
─ Se ao menos você tivesse mil reais...
─ Oi? Amiga? ─ Carla franziu as sobrancelhas intrigada.
─ Nada não... Disse Cristina, assustada com a besteira que acabara de dizer.
─ Não, tudo bem. Se o problema for esse eu posso te ajudar.
─ Como assim? ─ Perguntou Cristina.
─ Faz o seguinte. Me dá uma ajuda com o Tadeu, se a gente ficar eu te dou esse dinheiro.
─ Mil reais?! ─ Cristina ficou realmente espantada.
─ Claro. Mas só se você não contar nada pra ele.
─ Não, não. Pode deixar...
Não foi fácil para Cristina digerir aquela conversa que teve com Carla. Depois que voltou para a sala, manteve-se sempre de cabeça baixa, ignorando tudo o que era dito pelo professor de história naquela interessantíssima ─ e eu espero que o leitor capture a ironia ─ aula sobre o crash da bolsa em 1931. Cristina não era daquela cidade, tinha vindo de outro lugar e chegara como uma completa desconhecida. Quão solitária teria se sentido durante aqueles anos se não fossem aqueles três, Bruno, Andrey e Tadeu, que sempre estiveram lá para fazê-la sorrir. Vários momentos felizes eles haviam lhe proporcionado, e quando se sentia triste, somente com eles podia contar.
Ao chegar em casa, Cristina abriu o seu notebook e o som das teclas era mais alto e sua digitação mais veloz do que o normal. Se fosse filósofa, talvez Cristina tivesse escrito uma dissertação sobre o fundamento ético das ações humanas, mas como era romancista, tudo o que foi capaz de escrever foi uma página mais longa do seu diário. Sua mente vagava, e se ela tivesse lido o que escrevia, não teria encontrado nada mais do que frases deconexas e pensamentos sem pé nem cabeça. Escrever nunca havia sido tão cansativo para ela, de sorte que a sua atitude foi apenas salvar o que conseguiu produzir e deitar-se em sua cama olhando para o vazio do telhado.
Cristina conjecturava como fazer Tadeu abrir seus olhos para Carla. Ela não tinha dúvidas que ele a achava bonita, era impossível não achar. Mas sabia da personalidade dele, que era de uma ternura e uma lealdade tão ímpares que, se os quatro amigos eram como se fossem irmãos, Cristina olhava para Tadeu como se fosse seu irmão caçula, e por diversas vezes, assim como Andrey e Bruno, teve que protegê-lo de outros que tentavam se aproveitar da sua bondade e ingenuidade.
Mas Tadeu jamais ficaria com Carla. Mil diálogos passaram pela mente de Cristina sobre como convencer Tadeu a isso. A pior ideia do mundo seria dizer a ele que ela estava sendo cafetã de seu amigo. Conhecendo a personalidade do rapaz ele não só romperia de vez a amizade com ela como também ficaria profundamente machucado, e o coração de Cristina se partia só em imaginar Tadeu chorando em seu quarto. Como convencer Tadeu a dar uma chance para Carla?
Se parecia impossível despertar o interesse dele diretamente por Carla, como um estalo Cristina teve uma ideia. E se fosse possível usar o amor de Tadeu por ela para convencê-lo a ficar com Carla? Essa ideia poderia nunca passar pela cabeça de outras pessoas, mas Cristina era diferente das demais, e um pouco mais inteligente. Cristina sabia que Tadeu jamais ficaria com Carla por vontade própria, mas talvez ele fizesse isso como uma prova de amor.
No dia seguinte, Cristina chamou Tadeu para conversar depois da aula. Sentia-se podre por dentro por manipulá-lo assim, mas a essa altura não podia mais voltar atrás. Carla era um ser humano perigoso, e se Cristina não cumprisse a sua parte do acordo... Ela tremia só em pensar que graves consequências poderia enfrentar. Com medo do que podia acontecer, seguiu em frente com o seu plano abjeto, quase vomitando pelo nojo que sentia de si mesma ao vê-lo chegar.
─ Tadeu, é o seguinte... ─ Disse Cristina incapaz de olhar nos olhos de seu amigo. ─ Eu sei que a gente é amigo, e eu não queria acabar com a nossa amizade que é tão bonita, mas...
─ Pode falar, Cris. ─ Disse Tadeu. Ele já tinha passado tanto tempo observando a sua amiga que era impossível não perceber como ela não estava bem.
─ Eu acho que gosto de você, Tadeu. ─ Disse Cristina mal conseguindo segurar a lágrima que antecedia o choro de vergonha.
─ Cris... Tá chorando? ─ Tadeu disse preocupado.
─ Não... É só que... Eu... Você também gosta ou não gosta de mim ou não?! ─ Cristina já estava vermelha e com a voz embargada.
─ Sim, Cris. Eu te amo! Eu sempre te amei desde o primeiro dia em que eu te vi! Lembra de quando eu segurei a sua mão pela primeira vez e... ─ Tadeu foi interrompido por um abraço de Cristina, que chorava sobre seu ombro se vendo obrigada a fazê-lo parar de falar, pois cada palavra que saía de sua boca era como um golpe de lança em sua consciência. Tadeu se manteve em silêncio enquanto sentia as mãos dela tremerem e escutava o seu pranto, ainda muito confuso com tudo aquilo.
─ Cris?
─ Hum.
─ Eu posso te beijar?
Cristina estava prestes a consolidar o ato mais vil de sua vida, mas quando sua boca estava a instantes de tocar a dele, foi interrompida por Bruno, que, como sempre, apareceu de surpresa quando os dois menos esperavam. O que era para ser um beijo de língua tornou-se um selinho quase protocolar, pois Tadeu ficou tão feliz que ao ver seu amigo que não conseguiu fazer outra coisa senão compartilhar a sua alegria. "Bruno, a gente tá namorando!" disse Tadeu empolgado e correndo na direção do seu amigo, que mal conteu a sua felicidade e correu em sua direção e de Cristina, envolvendo os dois em um abraço triplo e dando saltos de felicidade. "Vamos contar pra todo mundo, mal posso esperar pra ver a cara do Andrey quando ele souber disso", e os três foram empolgados buscar o amigo para contar as boas novas.
Ao saber da fofoca, Carla no mesmo instante mandou mensagem para Cristina pelo direct do Instagram.
─ É vdd oq estão falando sobre vc e o Tadeu? ─ Disse Carla sem arrodeios.
─ Falo cm vc amanhã no banheiro, na hr do intervalo. ─ Disse Cristina, sem dar outras explicações.
"Carla sempre consegue o que quer". Eu já falei sobre essa frase? Quando Carla queria alguma coisa, não havia um ser humano que ousasse ficar em seu caminho. Carla sempre conseguia o que queria, seja pelo dinheiro ou pela luxúria. Sempre uma aluna exemplar, as paixões de Carla mudavam como o vento, e o seu desejo pelo que conseguia sempre se voltava para o que ainda não tinha. Queria sempre mais: mais atenção, mais dinheiro, mais likes... E o que Carla queria, ela conseguia. Vamos explorar melhor a sua psiqué.
Quando era muito nova, aos 15 anos, Carla se apaixonou por um rapaz de 19. Um desses que sai da faculdade e fica na frente do colégio à espera de uma novinha para matar a vontade. Certo dia a novinha da vez foi Carla, e com a uma lábia e toda a aura que o cercava, pela sua idade e fama de cafajeste, o rapaz conseguiu tirar a sua virgindade após uns longos amassos. No primeiro dia somente beijos, no segundo uns amassos, e no terceiro dia Carla aceitou fazer um boquete. Depois disso, o rapaz sumiu, fazendo a jovem Carla cair em desespero pela sua insegurança, perguntando-se o que fez de errado. Ou melhor: o que havia de errado com ela.
Uma semana depois ele voltou. E por saudade e medo de perdê-lo de novo, Carla deu a ele tudo o que ele queria. Primeiro a sua virgindade, e depois de um mês, o seu cuzinho. Ela estava tão apaixonada por aquele safado quatro anos mais velho que para satisfazê-lo transformava-se em uma puta na cama, e dava a ele tudo o que ela tinha para dar. Mas a decepção veio quando, depois de um tempo, ele começou a perder o interesse. E quanto meno interessado ele se mostrava, mais Carla tentava agradá-lo. A tristeza dela e o afastamento dele duraram até o dia em que Carla completou 16 anos. Ela foi convidá-lo para a sua festa e ele, que a amava tanto, nunca tinha perguntado a data do seu aniversário...
Carla fez 16, mas algum tempo depois, viu o seu namorado curtindo e comentando a foto de uma garota no Instagram. A suspeita veio, e no dia seguinte, quando ele não apareceu para buscá-la na escola como fazia antes, ela descobriu onde estudava aquela menina e lá foi atrás dela. Quando a encontrou nos braços de seu namorado, Carla percebeu que tudo o que ela tinha para dar não era suficiente. Nesse dia ela chegou em casa, chamou os seus pais conversar e disse que perdera a sua virgindade. Que ele tinha 19 anos, e que tirou contra a sua vontade. E nunca havia contado porque ele a ameaçava constantemente. O pai de Carla ficou furioso e, amigo como era do delegado da cidade, recebeu como um "favor" que a polícia fizesse com o jovem o que a polícia não deveria fazer com as pessoas. E Carla jurou para si mesma que jamais sofreria por homem nenhum novamente.
Começou a fazer crossfit, transformou suas idas ao salão em rotina, mudou o seu guarda-roupa e a sua personalidade por completo. O trauma pelo qual Carla passou fez com que ela nascesse de novo em meio às suas próprias cinzas, e a lagarta que estava em um casulo aos 16 ressurgiu aos 17 como uma linda borboleta. Agora ela era sexy, poderosa, e para nunca mais ser manipulada por ninguém, passou a controlar todos ao seu redor.
Todos não. Havia alguém que era imune aos seus encantos, e Carla se frustrava com isso. Essa frustração começou quando certa vez teve que fazer um trabalho em dupla com Tadeu. Ela já havia reparado naquele magrinho de cabelos compridos, que andava com o pessoal do futsal. Quando descobriu que ele se chamava Tadeu, e que ele era seu parceiro no trabalho de biologia, foi falar com ele sobre a atividade e se sentiu ofendida quando o rapaz, sem que ela tivesse o direito de falar qualquer coisa a ele, simplesmente disse "Não esquenta com o trabalho. Deixa que eu faço e coloco o seu nome". Seco e curto, como se não desse a mínima importância para ela.
Ele não era o mais bonito de todos, mas o seu jeito indiferente chamava a atenção dela. E ele não poderia ser gay, não pela forma como olhava para Cristina. Mas o que faltava em Carla para tê-lo? Às vezes, de noite, antes de dormir, Carla trancava a porta, fechava as janelas, despia-se e deitava, nua, sobre a sua cama. O tesão que Carla sentia era tão grande que homem nenhum seria capaz de satisfazê-la, apenas ela mesma. Ela fechava os olhos e via a imagem de Tadeu, aquele jovem tímido que fica todo vermelho ao falar em público e sempre se esconde para conversar o mínimo possível com as pessoas.
Carla imaginava Tadeu fugindo dela, e como uma predadora perseguindo sua presa, ela o alcançava. Sentia a umidade em seus dedos ao desenhar em sua mente aquele garoto tímido em sua frente, babando pelo seu corpo nu. Carla se via na frente dele, encarando o pau duro daquele rapaz, provavelmente virgem, explodindo debaixo da cueca. Ela se contorcia de tesão imaginando ele implorar para transar com ela, e então ligava o seu abajur para, sob a tênue luz amarelada, abrir a gaveta e tirar um óleo de amêndoas que tinha no seu closet. Voltava para a cama, deitava-se e espalhava o óleo em suas mãos, transferindo em seguida para o seu corpo. Carla, de olhos fechados, conseguia enxergar Tadeu em pé na beira de sua cama, e ela passava o óleo pelos seus peitos com uma mão, descia com a outra em direção à sua bocetinha, esfregando dois dedos nela e sentindo o líquido abundante que escorria, levando-os à boca dele.
Nas fantasias de Carla, Tadeu se ajoelhava ao lado da cama e ela perguntava "Quer me foder?", o jovem gaguejava e só sabia dizer "É-é-é... Humrum", e ela atiçava "Então implora, implora para me foder", ela sentia tesão em dominar Tadeu, fazê-lo submisso a ela, e se sentir gostosa olhando para o espelho da face dele. Mas entre ela e a realização de sua fantasia havia Cristina, e foi acometida por um acesso de fúria quando viu no Instagram a foto de Tadeu beijando-a, anunciando o recém-constituído namoro. A sua raiva aumentou exponencialmente quando confirmou que sim, os dois estavam namorando. E ao confrontar Cristina, tudo o que teve como respota foi "Falo cm vc amanhã no banheiro, na hr do intervalo.
Nem uma queda de um prédio de 20 andares faria com que Carla deixasse de tomar satisfações com Cristina no dia seguinte. Antes do despertador tocar ela já estava tomando banho, e impulsionada pelo ódio que estava sentindo, arrumou-se, desceu para tomar o café da manhã, foi rude com a empregada e com o porteiro nem falou. O empregado de seu pai, que sempre a levava para a escola, já conhecia os trejeitos da patricinha, e quando ela entrou no carro sem ao menos responder ao seu "Bom dia", ele já sabia que aquele dia era qualquer coisa, menos bom.
Se pudesse ameaçar o relógio com um revólver para fazer seus ponteiros andarem mais rápido, Carla não teria olvidado em trazer o Magnum que seu pai escondia em casa para a escola. Muito impaciente, Carla olhava para a janela, para a parede, para Cristina e para o relógio novamente, na ânsia de passarem as horas. Todo mundo sabia o que ela estava sentindo, mas ninguém imaginava o motivo. Quando faltava 5 minutos para tocar o alarme do intervalo, Cristina viu uma bola de papel cair sobre a sua mesa. Desembrulhou-a e lá estava escrito, com uma letra inconfundível: "Vou te esperar no banheiro".
Cristina estava nervosa. Ela era inteligente o suficiente para saber que Carla não amava Tadeu, e que só enxergava ele como o troféu que ainda faltava em sua prateleira. Se estava nervosa, não é porque tinha medo de ferir os sentimentos de Carla, era a mera hipótese de desagradá-la com sua ideia que lhe dava arrepios somente ao pensar sua possível reação dela. Primeiro, foi ao bebedor tomar água. Olhou para o fim do corredor e o caminho até lá parecia um quilômetro. Ajeitou seus óculos e marchou em um ritmo constante, sentindo-se completamente amedrontada pela raiva e paciência que vira Carla demonstrar.
Chegando ao banheiro, a porta bateu atrás dela com uma explosão ensurdecedora. "Que ideia é essa? Achei que nós tivéssemos um acordo", Carla disse de forma ríspida, cruzando os braços e apoiando todo o peso do corpo sobre a perna direita, enquanto estendia a esquerda numa clara posição de confronto. "Calma, eu posso explicar", disse Cristina tentando acalmar a situação.
─ Eu acho bom mesmo você explicar, garota. Porque se você vacilar comigo, não sabe o que eu sou capaz de fazer...
─ Tá bom, eu imagino. ─ Disse Cristina engolindo seco. ─ Olha, o Tadeu não vai ficar com você, a menos que ele seja convencido a fazer isso.
─ E quem vai fazer isso? Você? ─ Carla falou, bufando de raiva.
─ Eu vou dizer pra ele que eu sinto tesão em imaginar ele transando com outra... ─ Cristina pensou em dizer que ela ia se assumir como uma "cuckquean" para o seu namorado, mas ficou com receio de Carla não saber o significado da palavra.
Carla ficou atordoada com essa situação. No final das contas, ela havia se comprometido a pagar Cristina por uma transa com Tadeu, mas ela nunca tinha parado para pensar nele como namorado dela. De repente Carla refletiu bem e idealizou que a situação era como se Cristina estivesse vendendo seu namorado por mil reais. Pensar nisso fez ela refletir sobre como, por uma quantia ínfima em dinheiro, ela poderia usar e abusar de Tadeu. Mas não somente isso, ela poderia transar e gozar gostoso com o namorado de Cristina, o que era ainda mais humilhante. A calcinha de Carla começou a umedecer pela sensação de se sentir superior e mais gostosa que Cristina ao fazer o namorado dela ficar de pau duro e gozar dentro de sua boceta, após comprá-lo como se fosse um prostituto.
Quando Carla deu por si, o interior de suas pernas estava encharcado, e então ela falou para Cristina "Vou pensar nisso com calma e te respondo". Ao chegar em casa na hora do almoço, Carla trancou a sua porta e fechou a janela como fazia somente ao fim do dia. A empregada bateu na porta chamando-a para comer e ela apenas gritou "VAI EMBORA!". Somente de calcinha, ela estava adorando a ideia de se imaginar sendo comparada a Cristina lado a lado por Tadeu. Como sempre, ela imaginou ele de pé ao lado da sua cama, mas um desejo diferente veio à tona. Carla foi até a sua escrivaninha e puxou a cadeira para perto da cama, como se alguém estivesse lá com o corpo em sua direção. Carla deitou novamente, e imaginou Cristina sentada na cadeira vendo seu namorado, Tadeu, completamente hipnotizado pelo seu corpo nu. Pelo espelho, Carla se olhava e sentia-se gostosa, queria ver o tesão estampado na cara de Tadeu e se deleitava imaginando a cara de ciúmes de Cristina.
Passou o óleo pelo seu corpo e suspirou "Passa um pouco na minha bocetinha, Tadeu?", em seguida olhou para a cadeira, mordeu os lábios, esfregou o dedo em seu clitóris e disse "Tá com ciuminho, Cristina? Tá com ciúmes de ver o Tadeu passando óleo em mim?". Carla enfiou fundo dois dedos em sua boceta, querendo acreditar que era Tadeu ali, comendo-a na posição de frango assado. Virou-se de bruços e começou a brincar com seu cuzinho. Será que se Tadeu estivesse no quarto naquele momento ela daria para ele? Não, ela só daria se fosse na frente de Cristina. Ela queria ver a sua rival assistindo-a ser deliciosamente fodida por Tadeu, e esse desejo fez o líquido tão abundante derramar-se como um fio esticado até o colchão, onde terminava em uma mancha de fluidos.
O fetiche de Carla tinha se tornado mais ousado ainda, e ela estava adorando aquilo tudo. Carla ficou de joelhos na cama, inclinou-se para frente e apoiou o peso de seu corpo no seu peitoral, com isso ela podia acariciar o seu clitóris e enfiar dois dedos melecados de óleo em seu cu. Com dois dedos na frente, dois dedos atrás e dois olhos bem abertos encarando a cadeira, Carla teve um orgasmo tão intenso que desabou sua cama, caindo em um sono de cansaço profundo. Quando acordou, foi direto para o celular e mandou uma mensagem para Cristina:
─ Eu aceito. Cm uma condição.
─ Boa noite Carla. Ql é?
─ Eu quero q vc esteja cmg quando eu estiver transando cm o Tadeu.
Depois de alguns minutos, chegou a confirmação: "Tá bom".
Durante os dois dias que se passaram após iniciar o namoro com Tadeu, as conversas entre ele e Cristina ficaram muito mais frequentes do que antes. Apesar de se martirizar pelo que estava fazendo, Cristina se esforçava o máximo quanto podia para se manter no papel de namorada, como uma boa atriz, mesmo que doesse na sua alma ter que falar "Eu te amo" para Tadeu todas as noites. Algo até esperado era que, por mais meigo e apaixonado que ele fosse, cedo ou tarde ele ia falar sobre aquilo que move a cabeça de todos os homens. Era só questão de esperar até o sexo se tornar a pauta do momento.
No primeiro dia, Cristina teve a conversa com Carla. Naquela noite, com a confirmação dela de que o plano estava aceito, foi uma bela coincidência que Tadeu, durante a ligação que virou rotina fazer todas as noites, viesse puxar assunto justo sobre a matéria de fetiches. Inseguro, confidenciara a ela que era virgem, e perguntou se ela era virgem também. Cristina confirmou o que ele já esperava, e disse que nunca teve nenhum homem também. Tadeu falou ao telefone "Sabe, Cris, tem um negócio que eu queria te falar, mas eu tenho medo...". Ela respondeu: "Pode falar, Tadeu".
─ É que às vezes eu penso que não vou saber o que fazer... Você sabe... Na hora... ─ Cristina ficou em silêncio. ─ Eu tenho medo de perder você para alguém mais experiente.
─ Eu acho que preferiria um homem mais experiente mesmo. ─ Cristina disse sem ter noção do impacto que isso causou em Tadeu. Percebendo o desapontamento dele, mas enxergando uma janela de oportunidade, ela continuou. ─ Mas você pode ser esse alguém mesmo assim.
─ Como? ─ Tadeu perguntou, com aflição em sua voz.
─ Eu tenho um fetiche, Tadeu. Não sei se você vai concordar...
─ Qual é?
─ Eu sinto tesão em pensar no meu namorado transando com outra na minha frente... ─ Cristina não percebeu que a forma como falou deixava claro que ela estava só aguardando pela reação do seu namorado. Por sorte, ele também não percebeu.
─ Como é? ─ Tadeu perguntou, mas ela não disse nada. Após uns 40 segundos de silêncio, Tadeu retoma: ─ Cristina, ficar com você sempre foi o meu maior sonho. Todas as noites eu me imaginava pedindo você em namoro, eu me imaginava te mandando mensagem todos os dias pela manhã falando que te amo, conversando com você como estamos fazendo agora... Desde que eu te vi eu nunca quis ninguém, eu só quis você. E agora que eu te tenho, eu não sou capaz de olhar para nenhuma outra pessoa, eu não sei nem se seria capaz de ficar nu na frente de alguém... Eu quero você, não quero mais ninguém.
A pureza dos sentimentos de Tadeu fez com que a culpa de Cristina aumentasse ainda mais. Ela interrompeu a ligação dizendo que seu pai estava chamando, desligou o celular e desaguou o choro que mal conseguia conter. Ela perguntava para si mesma como tinha sido capaz de fazer isso com alguém que a amava tanto, contaminando toda a inocência daquele rapaz... Cristina se imaginava acabando com uma bondade raríssima de se encontrar nos dias de hoje, e por isso mesmo o seu crime parecia tão hediondo. Quando finalmente criou coragem para abrir o WhatsApp, tinha certeza que encontraria uma mensagem dele. E ela não estava errada. Mas entre um grupo e outro, havia mais uma mensagem também, dessa vez de Carla. Eram só dois olhinhos, e Cristina respondeu com uma interrogação.
─ Onde vc ta? ─ Perguntou Carla.
─ Pq vc quer saber?
─ Nd...So perguntando msm.
─ Em casa.
─ O Tadeu tá aí? Manda ft dele. ─ E como se essa mensagem já não fosse por si só uma afronta, ela ainda complementou com "Minha sócia."
─ Affz! ─ Cristina respondeu e não entrou mais no WhatsApp naquele dia. Nem para dizer que amava Tadeu.
Na manhã seguinte, Cristina se sentou sozinha na hora da merenda. Bruno faltou, estava doente, e Cristina pediu licença a Andrey, pois estava querendo ficar um pouco sozinha. Quando Tadeu entrou no refeitório, foi recepcionado pelo seu amigo que lhe avisou do ocorrido. "Eu vou lá falar com ela assim mesmo, eu acho que preciso fazer isso como namorado", respondeu. "Tá bom então", disse Andrey.
Tadeu se aproximou meio receoso de Cristina, que quando viu ele daquele jeito, parecendo um cachorro se aproximando de uma mesa de restaurante para pedir comida, não conseguiu conter o riso. Ao perceber a alegria dela em vê-lo, Tadeu perdeu o medo e sentou-se ao seu lado, dando-lhe um beijo na bochecha.
─ Bom dia, meu amor.
─ Bom dia. ─ Disse Cristina, sentindo-se bem em perceber, apenas pela linguagem corporal e pelo tom de voz o quanto Tadeu se preocupava com ela. Se não fosse seu namorado, ele continuaria sendo o seu melhor amigo.
Quem entrou logo em seguida no recinto foi Carla. Ela não costumava comer a merenda da escola pois sempre tinha dinheiro para adquirir a própria refeição, mas com o desejo de reforçar a sua posição de dominância, seguiu rapidamente para a mesa de Tadeu e Cristina, juntando-se a ambos.
─ Oi, querida. ─ Cumprimentou Cristina com um beijo em cada bochecha, um sinal de cordialidade tão falso quanto ela poderia ser. ─ Oii Tadeu! Ai, vocês ficam tão lindos juntos... ─ Disse ela abraçando ele e acariciando as suas costas. Tadeu ficou um pouco incomodado com isso, mas conseguiu vencer a mudez e responder:
─ O-oi, Carla.
Quando Carla se sentou à mesa, Cristina encostou a cabeça na parede e começou a olhar para o vazio do lado de fora da janela, enquanto o morno sol das 9:30 batia em seu rosto. Aquele calor aconchegante que escapava entre as nuvens de um céu mais ou menos nublado ajudou Cristina a se distrair, mas virando-se, voltou a si. Estava à mesa com o seu namorado de mentira e a sua amiga de mentira. Sua mente de escritora começou a mirabolar as sentenças que escreveria se estivesse contando aquele momento da sua vida em forma de texto.
Primeiro, Cristina começou a imaginar como decreveria Carla. Para começo de conversa, Carla era a menina mais bonita do colégio. E a mais rica também. Só que ela estava ali, completamente louca por Tadeu, o seu namorado. O seu namorado Tadeu, que antes era apenas o mais tímido dos três patetas, agora estava ali, conversando com a menina mais bonita da cidade, que lhe pagaria mil reais por uma noite com o seu namorado. Por esse dinheiro, Cristina teria que assistir Tadeu ser assediado e, enfim, transar com a menina mais bonita do mundo.
Essas ideias foram aflorando na mente de Cristina de tal modo que ela se viu em agonia, precisava escrever isso antes que o surto de criatividade passasse. Começou a mexer a perna impaciente, mordia os lábios, estalava os dedos... Mas nada faria aqueles dois saírem dali. E como ela estava entre Tadeu e a parede, não tinha como se retirar sem que ele viesse atrás dela. Acostumada à solidão do seu quarto, se não estivesse sozinha não era capaz de escrever.
Voltando à sua atividade mental, Cristina agora pensava em como descrever Tadeu. O seu namorado fofo, inseguro, fiel... A imagem que ela tinha dele era a de um anjo, um bebê com asas. Ou melhor, a de um santo. São Tadeu. Ela precisava fazê-lo traí-la com Carla, em sua mente imaginou o seguinte fragmento:
"Meu São Tadeu. Queria que você se transformasse em Judas. São Judas Tadeu. Mas o traidor não era Judas Iscariotes? Meu São Judas, eu quero que você seja para sempre meu Tadeu, mas por uma noite, Iscariotes". Cristina gostou disso, e lamentou não ter seu caderno ali para escrever.
Ao chegar em casa, para Cristina a ideia de Tadeu e Carla já não era mais tão ruim assim. Talvez ele até gostasse da experiência. Talvez não, com certeza gostaria. Cristina imaginou que ela estava sendo paga para fazer seu namorado feliz dando a ele de presente a garota mais bonita da escola. Quantos não gostariam de estar no lugar dele, usufruindo de toda a gostosura de Carla? Naquela noite, quando Tadeu fez a sua ligação de todos os dias, quem puxou o tema do sexo foi Cristina.
─ Hoje eu dormi de tarde e sonhei com você.
─ E o que você viu?
─ Eu te vi sentado de frente para mim. E uma mulher de joelhos chupando o seu pau. ─ Cristina disse isso e sentiu uma excitação incomum.
─ Nossa... ─ Respondeu ele do outro lado da linha. ─ E aí?
─ E aí que eu assistia ela sentar no seu colo e tirar a sua virgindade na minha frente... ─ Ela falou enquanto se acariciava por cima da calcinha.
─ E você deixava? ─ Tadeu responde, ainda meio sem entender.
─ Eu incentivava...
─ Não entendo como você pode querer isso. ─ Disse ele contrariado.
─ Foi muito bom... ─ Cristina estava de olhos fechados na cama, e imaginar aquilo que dizia, por mais mentiroso que fosse, lhe ajudava a ter convicção na fala.
─ Mas você quer mesmo? ─ A voz de Tadeu vacilava ao telefone. Ele não acreditava no que estava ouvindo, mas se fosse mesmo verdade o que Cristina falava, Tadeu imaginou ela trocando-o por um jogador do time de futsal, desses que pegam várias meninas, só para ter a oportunidade de assisti-lo transando. Tudo isso passou como um flash em sua mente.
─ Quero.
─ Por você eu posso fazer. Mas acho não tem nenhuma garota que queira transar comigo...
─ A gente arruma alguém.
Tadeu estava se sentindo bastante desconfortável com esse assunto e tratou logo de mudar. Cristina, porém, estava certa de que isso precisava acabar, o mais rápido possível. A mistura de culpa, tesão e vergonha estava matando-a. Quando encerrou a ligação, lá estava Carla, perturbando no WhatsApp.
─ Iai, falou cm ele?
─ Sexta agnt acaba cm isso.
─ Ok.
Faltavam dois dias para sexta-feira. Cada um dos nossos personagens carregava a própria cruz. Cristina com sua culpa, Carla com sua luxúria, e Tadeu com sua ignorância. A semana se arrastara até ali, mas daí em diante passou como um milésimo segundo. Após saírem da aula, Cristina se convidou para assistir um filme na casa de Tadeu, que jamais diria não para ela. A namorada-cafetina mandou mensagem para Carla e disse "Vem aq em casa as 7 hrs".
No horário combinado, um e-Tron GT apareceu na porta da casa de Cristina. Obviamente ela não conhecia o modelo daquele carro, embora a beleza dele fosse incomum. De dentro dele saiu Carla, com um shortinho comum para os dias de hoje, uma blusa branca e uma bolsa que tinha um V sobreposto por um L muito à mostra. Nos pés trazia uma sandália bege, uma maquiagem básica no rosto e cabelos soltos. Cristina enxergava ali um mulherão de 17 anos, muito diferente dela, magrinha, cabelos castanhos à altura dos ombros, sempre com seus óculos grandes de armação negra, sem sal. Não tinha como não pensar na reação de Tadeu ao receber aquele mulherão em sua casa.
Chegando na casa de Tadeu ─ que ficava a menos de 30 metros dali ─, Cristina tocou a campainha. O carro não estava na garagem, denunciando que os pais dele haviam saído. Tadeu aparece na porta com uma camisa cinza de mangas curtas, um short que findava um dedo acima dos joelhos e o cabelo um pouco mais bagunçado do que Carla estava acostumada a ver na escola, porém nada anormal para Cris. Ao abrir, Carla foi logo se atirando para ele antes mesmo de sua namorada, e o rapaz ficou meio confuso sem entender o que ela estava fazendo ali.
─ Eu chamei ela pra ver o filme com a gente. ─ Disse Cristina já entrando na casa tão familiar. Tadeu não podia conter o aborrecimento, pois achava que teria um momento a sós com a sua namorada no primeiro fim de semana que eles passariam juntos.
Chegando no quarto, Cristina escolhe um filme de terror enquanto Carla arruma a cama bagunçada e Tadeu fazia a pipoca. O silêncio do quarto era estranho, as duas sabiam o que estava prestes a acontecer ali, e por isso uma evitava a outra. Quando Tadeu chegou, Carla estava sobre a cama e foi de joelhos em direção a ele. Apoiou as mãos nos joelhos e pediu para ele colocar uma pipoca na boca dela. Cristina apenas olhou.
─ Hum. Tá sem sal. ─ Carla reclamou.
─ Vou pegar mais um pouco. ─ Tadeu disse e deu meia-volta em direção à porta.
Carla olhou para Cristina e riu, já a outra permaneceu calada, mas deixou escapar um sorrisinho de canto de boca. Quando Tadeu voltou, Cris estava encostada no canto do quarto, seu corpo tocava a cabeceira da cama e a parede; Tadeu estava ao meio, e Carla à esquerda dele. Se o leitor estivesse presente, talvez até pensasse que Carla e Tadeu eram os namorados e que Cristina era a "amiga". Quando o filme começou, a cada cena de morte Carla apertava firme o tronco de Tadeu, e se aproximava ainda mais dele. Cristiana, vendo tudo o que estava acontecendo, assistia calada a garota se atirando para o seu namorado.
─ Tá com medo? ─ Carla sussurrou no ouvido dele. Tadeu negou apenas balançando a cabeça.
Em certo momento do filme, um casal de jovens tira a roupa e começa a fazer sexo, tudo sendo gravado sem nenhum pudor com direito até aos peitos da atriz aparecendo na tela. Visivelmente desconfortável, Tadeu olha para um lado e para o outro, vira para Cristina, e Carla começa a rir do comportamento dele. "Sem querer" ela se apoia sobre a sua virilha como se fosse levantar e sente seu membro ereto. No mesmo instante o rapaz fica completamente vermelho, mas Carla não tira a sua mão dali.
Sentindo que a presa estava em suas garras, Carla começa a massagear o pau de Tadeu por cima da bermuda. No seu ouvido ela pergunta se ele tá de cueca, e ele responde "Para, a Cris tá aqui". Carla vira para a namorada dele e diz "Amiga, me empresta o seu namorado um pouquinho". Cristina olha sem dizer nada Carla colocar as mãos por baixo do short de Tadeu e iniciar um projeto de punheta. Tadeu vira para Cristina assustado, e ela assiste sem esboçar qualquer reação. Carla tira a mão do pênis dele e puxa-o pelo queixo, dá-lhe um beijo de língua e fica impressionada com o desempenho do rapaz.
A impaciência de Tadeu deu lugar a uma excitação por Carla que o fez esquecer momentaneamente que a sua namorada estava assistindo o beijo entre ele e sua amiga. Carla se levanta e senta sobre o colo dele, e dá mais um beijo desses de tirar o fôlego, arrancando suspiros do rapaz. Ela puxa a camisa dele para cima revelando o seu corpo magro, olha para Cristina, aponta para a escrivaninha e diz: "Senta ali".
Cristina se levanta e senta na cadeira próxima da mesa, enquanto Carla conduz Tadeu a uma posição mais confortável para os dois. Ele deita, e ela puxa de uma vez o seu calção, deixando-o completamente nu. Ela fica em pé à beira da cama, vira de costas para ele e encara Cristina, enquanto desabotoa seus shorts. Cristina abre as pernas levemente e começa a se tocar por cima da calcinha, fazendo pequenos círculos em sentido horário. Carla se empina para Tadeu, que puxa seus shorts para baixo até os tornozelos, revelando uma calcinha que era formada por um pequeno triângulo na frente, do qual corria um fio de cada lado rumo a um anel dourado na parte de trás, logo acima de sua bunda, que naquele momento só Tadeu podia ver. Ainda havia um terceiro fio preso a esse anel, que se escondia entre aqueles glúteos abundantes e seguia até a parte da frente, no terceiro vértice do triângulo.
Mais nua do que vestida, Carla senta no colo de Tadeu ainda de frente para Cristina, buscando nela formar a imagem mental que tanto lhe excitava: a namoradinha submissa que entregava seu namoradinho na bandeja, por apenas mil reais. Já que estava pagando, Carla se sentia no direito de fazer de tudo com seu escravo sexual. Ela ergue os braços, e Tadeu puxa sua blusa para cima, revelando seus pequenos seios. Carla pede para Cristina pegar a sua bolsa, e de lá retira o seu óleo de amêndoas. Aquele óleo que tantas vezes ela desejou que Tadeu passasse em seu corpo.
Cristina volta para a sua cadeira. Sentada no colo do único homem ali, Carla puxou as mãos dele para frente, virou as palmas das suas mãos para cima e derramou o óleo sobre elas. Esfregou a sua bunda provocantemente sobre o seu pau e pediu para ele espalhar o óleo, o que ele obedeceu prontamente. As mãos de Tadeu deslizavam sobre as curvas daquela morena, ainda mais apetitosa com a sua pele brilhante e lambuzada. Ele começou pelos ombros dela, descendo pelas suas costas, indo até a sua bunda e seguindo para as laterais externas de suas coxas, daí retornando pela parte da frente, subindo pela barriga e enfim alcançando os seios daquela gostosa.
Quando sentiu os dedos de Tadeu tocarem seus mamilos, Carla soltou um suspiro contido e pressionou com mais força sua bunda contra o pau de Tadeu. Ele apertava, melecava aqueles peitinhos, e Carla apenas fechava os olhos e virava seu rosto para cima, desejando que aquilo nunca parasse. Cristina já podia sentir seus líquidos tocando por cima da calcinha, e agora deslizava seus dedos na vertical, descendo rápido e subindo devagar... À sua frente Carla rebolava gostoso no pau de seu namorado e o contraste era ainda mais excitante.
Na cama, aquele rapaz franzino, branquinho, de rosto inocente e cabelos longos, estava nu. No colo dele uma cavala de sangue puro, panturrilhas saltadas, coxas torneadas, bunda avantajada, quadris largos, cinturinha fina e peitos pequenos, um verdadeiro monumento. Cristina se perguntava se era Tadeu quem ia fuder Carla, ou se era ela quem ia fuder Tadeu. Quem estava no comando era Carla, à sua frente Cristina assistia como ela havia mandado e Tadeu estava ali disposto a obedecer tudo o que ela estava por mandar. Aquela escultura de mulher ficou de pés diante dele, e de tão gostosa que era, Tadeu não controlou o seu impulso de beijar aquela bunda.
A respiração quente dele fez correr um arrepio no corpo dela, que apoiou as mãos no joelho, olhou para trás e disse: "Continua". Um pedido desses não se nega, então Tadeu continuou beijando aquela morenaça empinada na frente dele, subindo lentamente em direção aos seus ombros, levantando-se no meio do caminho e esfregando o seu pau naquela bunda. Ao chegar no ombro direito, ele puxou o cabelo dela para o lado jogando-o para frente, cobrindo o seio esquerdo de Carla. Seguiu beijando pelo seu corpo acima, chegando no seu pescoço e, enfim, na sua orelha.
Quando sentiu a respiração dele em sua orelha, Carla se virou para Tadeu e deu outro beijo de língua, mas o empurrou de volta para a cama. Olhou para Cristina, fez um sinal com o dedo indicador para ela se aproximar. Ela veio, ficou de joelhos na beira da cama e viu bem de pertinho Carla com o pau de Tadeu na mão, prestes a engoli-lo. "Segura meu cabelo assim" disse Carla, puxando seus longos cabelos com a mão direita imitando um rabo de cavalo, e a ela sucedeu a mão direita de Cristina. Carla então colocou a cabeça do pau de Tadeu na ponta de sua língua e começou a lamber em pequenos círculos, reforçando em sua mente que estava com o pau do menino fofo da sala na boca enquanto a namorada dele estava segurando seus cabelos em auxílio para chupá-lo.
Carla, com a ponta de sua língua, torturava Tadeu com a excitação que provocava nele. Aquela pontinha subia e descia por aquele pau, e algumas gotas de líquido saíam timidamente da abertura no topo. Tadeu se retorcia na cama de tesão, apertava o lençol, puxava-o para morder... O que Carla queria é que ele pedisse, mas ele, caindo em desespero, só gemia. A dona perguntou "Quer que eu chupe?", o escravo gritou "SIM!", e ela respondeu "Pede para a sua namoradinha", sorrindo e levando adiante aquela tortura.
Cristina segurava os cabelos de Carla e observava atentamente a técnica bem-elaborada com que ela levava aquele virgem à loucura. Tadeu, encurralado, fez o que Carla estava pedindo:
─ Amor.
─ Oi.
─ Ela pode me chupar? De-deixa ela me chupar? ─ Tadeu falou quase não resistindo mais àquela tortura.
Cristina foi até o ouvido dele e sussurrou "Tá, eu deixo", sem largar o cabelo de Carla por um segundo. Tadeu pediu "Vai, Carla. Me chupa, ela deixou", mas Carla não seguia adiante de jeito nenhum. Por cima da cabeça dela, Tadeu podia ver aquela bunda espetacular empinada para cima, além das belas curvas de seu corpo, e Cristina mordia os lábios e se acariciava com a mão esquerda. Carla começou colocando a pontinha do pau de Tadeu na boca, babou bastante e depois desceu devagar, para o deleite daquele jovem que recebia o seu primeiro boquete em toda a vida.
Depois de engolir todo o pau de Tadeu, Carla deixava-se levar pelo ritmo imposto por Cristina, que ainda segurava o seu rabo de cavalo. A todo momento Carla ficava ainda mais tesuda em imaginar que era a namorada de Tadeu quem controlava o ritmo da chupada que ela dava nele. A morena passava o dedo pela sua calcinha e os líquidos vazavam do tecido ao toque, como uma esponja encharcada. Até que ela parou e andou de quatro na direção da boca de Tadeu, beijando-o com o gosto de seu próprio pau e encostando a sua calcinha molhada no pênis ereto dele. Ao sentir a umidade de Carla, ele impulsivamente ergueu o quadril, como se quisesse penetrá-la através da calcinha. Carla sentou-se, apoiou as mãos na barriga dele e se ergueu, exibindo o seu corpo esculpido para o casal equanto deslizava no pau de Tadeu para frente e para trás.
Cristina tirou a sua calcinha e já se masturbava olhando nos olhos de Carla, sempre atenta a qual seria o seu próximo movimento. Tadeu tinha as suas mãos na cintura dela, mas somente acompanhava o ritmo da gostosa, que ia molhando mais e mais o seu pau. Ela então pega-o e começa a deslizar a sua mão por aquele mastro que estava lubrificado apenas pelos seus fluidos, era a primeira vez que Carla ficava tão molhada com um homem, só tinha ficado assim antes quando se masturbava sozinha. E pensando em Tadeu, é claro.
Carla pegunta para Cristina como ela quer que tire a virgindade do seu namorado. Cristina, que também estava num alto nível de excitação, dizia "De quatro, de quatro". Mas Carla apenas puxou a calcinha para o lado e o pau de Tadeu naturalmente deslizou para dentrou de sua boceta. Tudo o que ela disse foi um "Oops". Carla ia para frente e para trás, induzindo a cabeça do pênis de Tadeu a tocar no seu ponto G, e se vangloriava de foder o namorado de Cristina na sua frente. Carla deu mais um beijo em Tadeu, e perguntou:
─ Quem você prefere, eu ou ela? ─ Carla disse rebolando de forma ainda mais acentuada, arrancando gemidos do rapaz que olhava para sua namorada já mostrando o arrependimento pela resposta que estava prestes a dar. ─ Diz, quem você prefere?
─ Vo-você, Carla. Desculpa, Cristina. ─ Ele disse gaguejando, e foi presenteado com uma rebolada ainda mais gostosa.
Cristina, que pagava o preço por vender seu amigo para aquela leoa, não se importava mais com nada. Ela queria mesmo era ver Carla arrancar um orgasmo de Tadeu. Queria ver seu namorado gozando dentro dela, e Carla gozando em cima dele. Aquela predadora brincava com seu cordeirinho como um lobo prestes a devorá-lo, a cada rebolada ela tirava um novo gemido, controlava ele pelas sensações que sentia em seu pau. Se deliciava com a virgindade do magrelinho, olhava-se no espelho e se via como a gostosa que realmente era. Manipulando-o como uma marionete, Carla saiu de cima e fez Tadeu comê-la de ladinho, exibindo seus peitos pequenos para Cristina, que nada fazia além de acariciar os seus próprios mamilos e a sua bocetinha, que escorria de excitação.
Tadeu, meio sem jeito, enfiou a primeira vez e ficou procurando a posição mais confortável para continuar metendo. Quando encontrou, foi incansável em meter naquela safada. Tinha guardado fôlego para esse momento por 17 anos, não seria agora que ele iria parar. Carla aceitava as pombadas de Tadeu como declarações da sua superioridade sobre Cristina, e enquanto encarava a corna que estava assistindo aquele espetáculo quietinha, lambeu a ponta do seu dedo e começou a acariciar os próprios mamilos, ainda melecados pelo óleo de amêndoas.
Carla era aquele tipo de mulher que gozava uma vez só, e sentia o seu orgasmo se aproximando. Por isso ficou de quatro na cama e falou "Vem, Tadeu". Ele, de joelhos sobre o colchão, começou a meter nela compulsivamente, encarando aqueles três fios amarrados ao anel dourado sobre a sua bunda, apreciando o belo banquete do qual se servia. Porém, a visão de Carla de quatro foi demais pra ele, e, como se já tivesse planejado tudo, Carla sentiu um arrepio subindo pela espinha e suas pernas começaram a tremer no mesmo instante em que ouviu o urro de Tadeu e sentiu suas mãos apertarem firme as suas ancas. Carla não dizia nada, só curtia a tremedeira e o intenso relaxamento que fez sua coluna envergar como ela nunca pensou que pudesse.
Nem Tadeu e nem Carla se importaram com Cristina, que continuou sua siririca em silêncio e gozou logo depois. Dormiram os três na cama, Tadeu rente à parede, Carla no meio e Cristina na ponta. Durante a madrugada, os dois ainda transaram mais uma vez, e pela manhã as meninas voltaram para suas casas e Tadeu trocou o jogo de lençóis.
Cristina recebeu o seu dinheiro mas perdeu Tadeu, que agora estava apaixonado por Carla. E ela, depois de satisfazer suas vontades com Tadeu, bloqueou-o no WhatsApp e no Instagram, e nunca mais falou com ele novamente. Tadeu era só mais um prêmio que ela havia conquistado. E de brinde, arruinou um amor e uma amizade.