Amigos,
Vejo alguns leitores quase discutindo suas razões para tentar validar ainda mais seus pontos de vista sobre os ocorridos fatos entre a Nanda e mim.
Como já disse antes, respeito todas as posições, embora não concorde com todas.
Tenham em mente que perdoar ou não é um ato inerente de cada ser humano e de sua vivência como ser um ser social, comunitário. Alguns perdoam e estão corretos. Outros não perdoam e também estão corretos. Mas porque situações tão antagônicas podem ser, ambas, corretas? É simples: porque quem perdoa ou não deve antes de tudo ser sincero e honesto consigo mesmo. Se aquela realidade fizer com que ele sinta paz, então correto estará.
Outra questão é que não existe certo ou errado na relação de um casal: certo será o que o casal adotar como meio de vida e que lhes traga felicidades sem prejudicar o próximo. Então, casais tradicionais estão certos? Sim, se estiverem felizes. Casais liberais estão certos? Sim, se estiverem felizes.
Nós nos encontramos e temos vivido muito bem essa nova realidade. Estamos felizes e procuramos aproveitar ao máximo as experiências que estamos tendo.
Não discutam com o outro o que é correto, porque provavelmente ambos estarão. Procurem ter empatia e se colocar no lugar do outro, e talvez entendam um pouco melhor a opinião alheia, sem que, com isso, precise abandonar a sua própria.
Forte abraço,
Do Mark
Agora, voltando ao que interessa, ou seja, para a linha do tempoEntão vamos pra praia. Aproveitar o resto do dia… - Eu propus.
- Vou pra qualquer lugar com você, mesmo porque estou com uma fome de leoa. Não comi nada ainda... - Ela respondeu.
Trocamos de roupa para voltar à praia. Apesar de seu semblante ainda demonstrar tristeza, parece que que minha esposa já começava a ficar leve novamente. Depois de fuçar um pouco sua coisas, veio reclamar que não tinha roupa para usar:
- Eu só tenho roupa curta.
- Coloca um biquini e vamos embora. Daqui a pouco o sol se põe... - Respondi.
- Os biquinis que você me deu praticamente me deixam pelada. - Protestou: - Não sei se estou a fim...
- A fim de quê? - Perguntei.
- A fim de chamar atenção novamente. Você viu no que deu essa brincadeira que a gente foi inventar...
- Desencana. Já passou, eu disse. Se rolar alguma coisa novamente, deixa rolar, mas dentro do nosso combinado, quero estar juntou, ou pelo menos ciente, e sempre use proteção.
Ela me olhou e se resignou. Foi ao banheiro se trocar e demorou um tempo:
- Vamos ou não vamos? - Perguntei: - Porque a demora.
- Não estou à vontade... - Disse ao sair e se virou para um espelho no quarto.
- O que que foi? - Perguntei novamente.
Ela me olhou por um momento, parecia em dúvida sobre dizer algo:
- Você está com medo que seu cuzinho esteja muito esfolado e apareça no biquini. – Falei.
Ela só me olhou constrangida e fez um “sim” tímido com a cabeça.
- “Mor”... Ficaria feio ir à praia com um biquíni pequeno e o cuzinho todo vermelho aparecendo, né!?
Ao dizer isso, ela deu uma inclinada na perna e vi de relance que realmente estava meio avermelhado. Mas só apareceria se ela ficasse de quatro. Deitada ou andando não daria para ver muita coisa:
- Tá tranquilo, amor. Pode ir com esse mesmo. - Falei.
Ela, então, colocou uma micro-saia de tecido macio e esvoaçante que deixava a polpa de seu bumbum aparecer conforme andava.
Voltamos ao mesmo local do dia anterior. Infelizmente, o local estava lotado pelo horário e não havia onde nos instalarmos. Sentamos então um pouco no quiosque do nosso amigo Zé, o garçom. Ao nos ver por lá já veio puxando assunto e minha esposa já perguntou se ele não nos ajudaria a encontrar um lugar na praia:
- Espera aí. Já volto. - Disse o Zé, sumindo na multidão, para voltar em menos de um minuto dizendo que havia arrumado um lugar chique para nós.
Nos levou até lá e ficamos no lugar indicado, bem de frente para o mar e à frente do quiosque, solucionando o problema de todos: o nosso porque teríamos uma visão privilegiada da paisagem e o do Zé que teria uma visão privilegiada de minha esposa que a essa altura já estava esticando sua canga.
Pedimos duas cervejas ao Zé, que foi busca-las e "de brinde" outra dose de "Suor de Virgem" para minha esposa. Sempre solícito perguntou a ela se não queria mais alguma coisa. Sempre secando sua bunda. Ele literalmente me ignorava a essa altura. Ela, nesse momento, deu uma ajeitada na parte de trás de seu biquíni praticamente mostrando seu cuzinho avermelhado para ele:
- E aí, "mor"? Queremos mais alguma coisa? – Perguntou-me, vendo que havíamos ficado estáticos com a imagem.
- No momento não, Zé. Obrigado pela sua "atenção". - Disse, frisando bem a última palavra.
Ele, meio que decepcionado, se recolheu ao quiosque, dizendo que continuava a nossa disposição, quando e para o que precisássemos. Assim que ele se afastou, eu perguntei:
- Você praticamente mostrou seu cuzinho para ele agora. Você tá a fim dele também!?
- Eu te falei que esse biquini estava pequeno! - Ela respondeu e emendou: - Mas porque está falando isso? Está com ciúmes, “Mor”? Olha que eu já te falei que ele parece ter um pauzão mesmo...
- É sério isso?
- Claro que não. – Respondeu entre risadas. - Na verdade, eu ajeitei o biquíni sem nem me ligar que ele ainda estava aqui. Se apareceu alguma coisa, a culpa foi sua por ter me dado um biquíni tão pequeno. Mas te garanto que agora ele vai me atender melhor ainda que ontem, quer apostar?
- Do que você está falando?
- Eu estou com fome! – Disse, se sentando.
- Eu esqueci mesmo de pedir... - Falei: - Vou lá e já volto, ou você pode ir e jogar um charme nele...
- Tem certeza?
- Claro. Tranquilo.
- Então, fica de olho em mim, mas seja discreto. Olha sem olhar, entendeu?!
Nisso ela se levantou e se dirigiu ao quiosque. Desfilava sob a areia macia. Como na vez anterior, prendeu seus cabelos em um rabo de cavalo, o que a deixava muito mais sensual com aquele balançar coreografado de suas ancas e de seu cabelo, de um lado para o outro. Quem assistia a cena ficava deslumbrado.
Disfarçando, eu fiquei olhando o que ela iria aprontar. Ela chegou toda faceira no quiosque e foi praticamente debruçando sobre o balcão enquanto conversava com o Zé. O coitado tentava atender os demais clientes e ainda lhe dar atenção, mas estava difícil. Atendia um e outro enquanto conversava com ela, mas como o movimento estava de certa forma grande, não conseguia lhe dar exclusividade.
Notei então que uns carinhas chegaram por trás dela. Eu já estava me levantando quando vi que o Zé se estressou com alguém e disse alguma coisa para eles. Seja lá o que fosse, eles se afastaram e pouco a pouco o movimento diminuiu até que eles ficaram sós. Então, a vi se dirigir para uma lateral do quiosque, onde ficou alguns minutos, para depois retornar de mãos vazias:
- E aí?! Cadê nossa porção? - Indaguei.
- Já que ela vem. - Respondeu.
- Aconteceu algum problema lá no quiosque? Parece que o Zé andou batendo boca por lá... - Continuei.
- Então... Eu cheguei lá e bem na hora deu movimento. Aí, o Zé não conseguia me atender e atender os outros que haviam chegado também. Teve uma hora que um carinha mais abusado me deu uma encoxada, me prensando no balcão e veio com um papinho mole para cima de mim: "E aí, gostosa?! Como é que vai? Vamos bater um papo?”, etc. e tal. Como eu não conseguia escapar dele porque estava prensada, o Zé chamou a atenção dele, pediu respeito e mandou que ele se afastasse.
E continuou:
- Ele me soltou e resmungou alguma coisa com ele, nem entendi o que, mas ficou nisso. Depois, quando o quiosque esvaziou, ele voltou a conversar comigo. Então, pedi para ele fazer uma porção caprichada que eu estava com muita fome e ele me perguntou se eu não queria escolher os camarões mais graúdos. Disse que confiava nele, mas ele fez questão. Por isso fui lá na porta de acesso do quiosque. Lá ele me perguntou se ele ganharia uma gorjeta por estar dando uma maior atenção a mim e eu disse que não tinha dinheiro comigo...
Nisso ela tomou um gole de sua cerveja, me observando:
- Daí ele disse, na maior cara de pau, que se eu fizesse um carinho nele já estaria de bom tamanho...
- E você fez? - Indaguei.
Antes que ela me respondesse, vi que o Zé vinha em nossa direção. Trazia nas mãos uma das maiores porções que eu já tinha visto na vida. Tinha camarões fritos, empanados, peixe, etc. Entregou e, olhando gulosamente para minha esposa:
- “Cês” precisam de mais alguma coisa? Qualquer coisa... – Perguntou.
Sentindo o clima no ar, falei:
- Que é isso, hein, Zé? Dessa forma vamos ficar mal acostumados.
- Só gosto de tratar bem meus clientes, doutor. Principalmente quando eles me tratam bem. – Respondeu ele.
Antes que eu dissesse qualquer coisa, minha esposa se adiantou, agradecendo-o e dizendo que o chamaríamos caso precisássemos de mais alguma coisa.
Ele parece ter ficado um pouco decepcionado com a resposta, mas voltou para o quiosque, não antes sem dar uma bela encarada na bunda de minha esposa:
- Nem precisa me responder mais... - Falei enquanto olhava para a porção.
- E então, o que foi que você fez com ele? – Perguntei.
- E não é?! - Ela disse, sorridente: - Eu só dei um carinho para ele, por cima da bermuda mesmo e vou te dizer, ele parece um jegue.
Depois de ela comer um baita camarão que mais parecia uma lagosta, continuou:
- Depois de um tempinho, quando me virei para dar uma olhada nos camarões, ele veio por trás e me encoxou, mas não ficou só nisso. Ele tirou o pau para fora da bermuda e colocou entre minhas pernas. Quando vi a cabeça do pau dele saindo pela minha frente até me assustei. O pau dele é do tamanho do meu braço.
- Tá, mas e daí? - Insisti.
- Eu falei para ele parar porque a praia estava movimentada e poderia dar problema. Então, ele deu uma esfregadinha rápida e pedi para ele se afastar, dizendo que aguardaria uma porção super caprichada. E acho que funcionou, não foi?
- É. Parece que sim. - Disse, meio que surpreso com sua atitude.
- Você ficou chateado? - Ela me perguntou, preocupada que pudesse ter passado dos limites novamente.
- Para ser sincero, fiquei sim. - Respondi: - Você poderia ter caprichado um pouco mais e incluído umas bebidas também, né!?
Ela riu e me perguntou se eu queria que ela fosse buscar bebida no quiosque, com a maior cara de safada:
- De jeito nenhum! - Frisei. - Se você voltar lá é capaz do Zé te comer ali mesmo.
- Nem pensar!! - Ela rebateu e frisou: - Se ele colocar aquele mastro em mim, corre o risco de estragar seu parquinho de diversões. Ali, nem de brincadeira eu brinco.
Ficamos o resto do dia conversando, bebendo, rindo. Apesar de tudo ainda pairava um clima meio estranho entre a gente decorrente dos fatos do começo daquele dia. Mas tentávamos levar da melhor forma possível.
O tempo voou. Bem no finalzinho da tarde, decidimos voltar para a pensão. Fomos até o quiosque e pedimos para o Zé fechar a conta. Ele sempre solícito e disposto a nos atender bem. Ela, no entanto, não deu nenhuma abertura para ele. Apenas foi educada, como sempre, mas sem extrapolar. Ele parece ter se decepcionado. Talvez esperasse algo mais. Pagamos e nos despedimos dele.
Voltamos à pensão. Em nosso quarto, fui direto para o banho. Ela veio logo atrás. Namoramos um pouco. Já na cama, ela viu que seu celular registrava várias chamadas não atendidas. Antes que pudesse ligar para saber quem era, ele tocou novamente. Ela atendeu e ficou branca:
- Alô? - Atendeu e ao ouvir o locutor me olhou apreensiva: - É o Caio. O que que eu faço?
- Fala com ele. - Respondi.
- Oi!? Sim, sim. Desculpa. Estou bem. E você? - Ela disse ao telefone.
Começaram a conversar ao telefone e notei que ela estava bem retraída. Preferi não ficar muito por perto e fui até a varanda, de onde a fiquei observando. Ela estava bem na defensiva. Acredito que não quisesse falar com ele por relembrar todo o susto do início do dia. Após algum tempo, se despediram e desligaram:
- Era o Caio... - Disse, vindo em minha direção.
- Já sei. - Respondi: - Aposto que já estava querendo te pegar de novo.
- Ah, para...
- Estou brincando.
- Ele ligou para saber como eu estava e saber de você, de nós na verdade. Queria saber se havíamos conversado e se estava tudo bem.
- Sei...
- Ele também me perguntou se eu queria que ele conversasse com o pai dele sobre a cirurgia de implante de silicone nos seios, mas eu descartei.
- Ahamm. Ele está querendo te comprar.
- Não. Não é nada disso. Ele só propôs e eu recusei. Nem daria certo mesmo pelo valor, despesas, distância... - Ela se resignou: - No final ele perguntou se gostaríamos de sair para conversar, comer uma pizza.
- Ele está querendo é comer você.
- Isso já tá chato, viu!? Para! De qualquer forma, eu o dispensei. Disse que só iríamos sair para comer alguma coisa e depois descansar, porque amanhã voltaríamos para casa!
- Então, tá. Vou dar uma cochilada e depois saímos para comer uma pizza, ou outra coisa. Sei lá...
Como estava cansado mesmo, deitei e caí no sono. Depois de algum tempo acho que acordei e vi ela do meu lado teclando no celular com alguém pelo WhatsApp. Não dei atenção e dormi novamente. Depois de um tempo acordei e ela não estava mais na cama. Já meio “cabreiro” pelos acontecimentos do dia, me levantei e ia saindo quando vi que ela estava no banheiro se arrumando:
- Ainda bem que você acordou. Se arruma para sairmos que eu “já, já” termino aqui. - Me disse.
Eu a conhecia há tempos para saber que um “já” significava uns 15 minutos e dois, meia hora. Coloquei uma bermuda e deitei na cama novamente. Seu celular estava ali. Normalmente eu o teria ignorado, mas uma pulguinha me fez pegá-lo. Como sabia todas as suas senhas, mesmo sabendo que não era certo, entrei no seu WhatsApp.
Lá havia uma conversa com um número desconhecido, mas ao lê-la, vi que era o Caio. Ele dizia estar feliz por termos nos acertado e pedia desculpas por ter causado algum problema. Também agradecia a noite maravilhosa que ela lhe havia proporcionado e dizia que se houvesse condições adoraria encontra-la novamente. Ela por sua vez disse que o problema todo começou em eles terem ido escondidos de mim para outro ambiente e que nunca mais faria isso, nem mais faria sexo sem proteção, principalmente. Ele de imediato disse para ela ficar tranquila que ele não tinha nenhuma doença. Conversaram mais alguma coisa sobre a possibilidade dela fazer a cirurgia de implante. Por fim, ele perguntou onde estaríamos porque queria pedir desculpas pessoalmente a mim, o que ela recusou imediatamente, temendo que pudesse criar algum problema novamente. Ela, entretanto, disse que sairíamos mais à noite para jantar e aqui uma frase me encucou:
- Entendi. Você está me dando o fora, né? – Disse Caio: - Bem, se quiserem companhia para mais tarde, me dê um toque!
- Não é nada disso. Também curti. Só acho que não existe clima para “outras brincadeiras” hoje. - Ela respondeu e finalizou: - Quem sabe outro dia, né?!
Fechei o aplicativo e coloquei o aparelho de lado. Pouco depois ela saiu:
- Estou pronta. Que tal? - Perguntou.
- Belíssima! Como sempre... - Respondi e já emendei: - Acho que sonhei com você teclando no celular com alguém hoje...
- Você deve ter me visto mesmo, mas não foi nada demais. Era o Caio que agradeceu pela noite, se desculpando novamente e dizendo que queria nos encontrar, inclusive para se desculpar com você. - Ela respondeu: - Se quiser te mostro meu celular.
- Não precisa. Acredito em você. - Eu respondi.
Mal sabia ela que eu já havia fuçado seu celular. Somos humanos e eu também tinha o direito de errar. Além do mais, depois do que acontecera, eu confiava meio que desconfiando:
- Você gostaria de sair sozinha com ele? - Falei sem nem saber de onde isso brotou, mas quando vi já tinha falado.
- Não. Não quero. - Respondeu de imediato: - Talvez se tivéssemos terminado a noite de outra forma, poderia rolar alguma coisa novamente, mas não sei que iria sozinha.
- Tem certeza? - Insisti.
- Tenho. - Ela frisou: - Por que? Está duvidando de mim ou quer convidá-lo para tirar tudo a limpo?
- Você quer? - Perguntei.
Ficamos ambos nos olhando por algum tempo em silêncio. Parecia que ninguém tinha uma resposta pronta:
- Ah, não sei. Acho que não... - Ela disse.
- Convide ele. Vamos resolver de vez essa sociedade ou separar de vez... - Eu disse.
- Separar? - Ela disse aflita, enquanto me encarava.
- Separar a sociedade...
- Que sociedade? Do que você está falando? - Ela perguntou: - Não entendi.
- É que sócios dividem... - Respondi sem olhar diretamente para ela.
- Ah, tá. Dividem, né!? - Deu uma risada: - Agora virei propriedade comum...
- Não comum. Mas que foi partilhada ontem à noite, foi. Ah, se foi. - Complementei enquanto ria.
- Ah, vá... - Caiu na risada.
- Você que sabe.
Ela estava nos últimos detalhes de sua “produção”: vestido curto, sandália de meio salto, maquiagem, cabelo preso. Enfim, produziu-se para ser notada:
- Sabe que não sei qual calcinha colocar? - Ela disse sem nenhuma pretensão.
- Seu vestido nem é tão curto assim! Por não vai sem?
Ela só me olhou, levantou uma sobrancelha para mim, enquanto segurava duas calcinhas nas mãos e as guardou em seguida:
- Quer saber, vou sem mesmo. Qualquer coisa, você me protege! - Disse.
- Ahammm. Safada!... – Disse, rindo.
Algum tempo depois descemos para sairmos e quem estava nos esperando na portaria da pensão? Ele mesmo, Caio, o comedor incauto. Ele, quando nos viu, se levantou, arrumou sua roupa e veio em nossa direção. Ao tentar cumprimenta-la com um beijo no rosto, ela acabou se atrapalhando ao virar o rosto, acabando por fazerem se dar um selinho. Vi que foi sem querer, tanto que ela ficou roxa imediatamente. Aliás, ambos ficaram ali tensos, me olhando. Para quebrar o gelo, o cumprimentei com um forte e firme aperto de mãos, olhando fixamente nos olhos:
- Olha. Eu queria pedir desculpas por hoje e... - Começou dizendo.
- Aqui não é lugar, nem hora para isso. - Interrompi: - Estamos de saída para jantar.
- É de saída. - Ela confirmou.
- Se ela não se opor e você quiser nos acompanhar, fique a vontade. - Eu acabei dizendo para tentar aliviar um pouco o clima.
Imaginei que ele não fosse aceitar, mas aceitou. Saímos então rumo a praia porque havia uma pizzaria próxima da pensão.
O local tinha movimento, mas não estava cheio. Poderíamos ficar bastante à vontade. Sentamos os três e os dois estavam calados. Pedi uma rodada de chope e, pouco a pouco, fomos conversando e eles foram se soltando. Nossa pizza chegou. À certa altura, o papo começou a se inclinar para as lembranças da noite anterior:
- Então, gente... Olha só. - Caio tentava achar as palavras: - Eu queria pedir desculpas a vocês pelo que aconteceu lá no motel. Eu errei e realmente estou arrependido por ter deixado as coisas saírem do controle...
- Porque a gente não deixa isso pra lá? Já aconteceu e já superamos, não foi “Mor”? - Perguntou-me ela.
- Não saiu do controle apenas. A questão de vocês terem ido transar na salinha eu relevaria com facilidade, mesmo porque eu tenha acordado com a movimentação de vocês na cama. - Disse, bebi um pouco de chope e retomei: - Mas vocês foram totalmente imprudentes ao fazerem sexo sem proteção, ela porque não te conhecia e você por não conhecia ela.
Eles ficaram calados, ouvindo:
- Já pararam para imaginar o tamanho da merda se um de vocês tivesse alguma doença transmissível. Vocês tem vidas fora daqui, família, projetos, futuro e colocaram tudo em risco por conta de uma noitada. – Continuei: - Ela já está perdoada. Apesar de ser mais madura que você, talvez seja tanto quanto novata no que se refere ao sexo.
- É. Eu sei. Eu também poderia ter evitado... - Ele começou a dizer.
- Poderia, mas não evitou. - O interrompi: - Você apesar de ser novo, Caio, também é um novato nas coisas do sexo. Mas errou e foi canalha, porque nós, homens, temos a obrigação de proteger as mulheres com que nos relacionamos e principalmente cuidar dos sentimentos delas. Isso é ser cavalheiro na relação, ser um homem de verdade.
O clima estava ficando pesado, chato e eu não queria que ficasse assim. Ele, na verdade, era realmente só um molecão que mal havia saído das fraldas. Não parecia de feito por mal. Talvez só não tivesse tido a maturidade necessária para se relacionar dentro da relação de um casal liberal:
- Fica tranquilo, Caio. Também não estou bravo com você. Já te perdoei também. Acho que todos nós erramos um pouco, cada qual a seu jeito. Então, o que melhor temos a fazer e esquecer a parte ruim e guardar somente a boa em nossa memória. - Falei.
Eles esboçaram um sorriso:
- Então, proponho um brinde. - Levantei meu copo e disse: - Às novas amizades e à paz que só o verdadeiro perdão pode nos possibilitar.
Eles levantaram seus copos e brindamos.
Pedimos mais uma rodada de chope e continuamos conversando. Agora a conversa tornou-se realmente agradável, leve. Depois de um tempo já estávamos conversando sobre a noite passada:
- E aí, Caio? Gostou do desempenho dela? - Perguntei.
- Desempenho dela?! Ela quase me esfolou vivo. Se você não estivesse lá para me ajudar, nem sei se teria saído caminhando. Essa mulher é foda, literalmente foda.
- Ah, para com isso gente. Assim fico com vergonha. - Ela emendou.
- Agora você fica com vergonha, né? Ontem quando estava dando o cuzinho, não ficou. - Eu emendei.
De repente, um silêncio. Daí me lembrei que ele havia comido o cuzinho dela na salinha, às escondidas e sem proteção. Comecei a rir:
- Foi mal, gente. Esqueci.
Então, eles também riram:
- Você nem imagina, Caio. - Falei e já emendei: - Sabia que essa safada está sem calcinha novamente?
- Não acredito. – Ele disse, já rindo.
Minha esposa deu uma olhada ao redor e, pegando na mão do Caio, colocou-a por baixo de seu vestido em direção a sua bucetinha:
- Tá vendo, Caio? Lembra do que aconteceu ontem depois disso? - Ela perguntou, olhando em seus olhos.
- Ora, se vocês estiverem a fim, eu topo. – Respondeu ele.
- Não. Hoje você vai ficar só no “gostinho”. - Ela disse.
Quando ele puxou sua mão dava para ver que estava úmida de sua excitação. Ele, repetindo a noite anterior, lambeu-o dedo, discretamente.
Terminada a pizza e após um bom número de chopes que não sei quantificar, saímos e fomos dar um volta pela praia. Andávamos os três, lado a lado, ela no meio, até que ela nos puxou para ficarmos juntos dela:
- Gente, tá frio ou eu estou doente. Vejam se me esquentam! - Ela disse, rindo: - Não vão pensar besteira, hein?!
Devia fazer uns 40ºC. Fomos andando até o final da praia, onde havia uma pedras e decidimos continuar andando até onde fosse possível. Encontramos um local no meio das pedras totalmente isolado da praia, sem nenhuma pessoa.
- Bem, já que meu maridinho me trouxe aqui, eu gostaria de me despedir do Caio, rapidinho. Fica aí no canto, “Mor”, e aproveita a cena - Ela disse soltando minha mão e encostando o Caio num paredão.
A danada nem parecia aquela mulher tímida, insegura e triste de horas atrás. Parece que toda a experiência havia lhe dado uma segurança, uma força, uma certeza de seu poder feminino, que nada mais parecia ser obstáculo para ela.
Começaram a se beijar e ela própria colocou as mãos do Caio em sua bunda enquanto acariciava seu pau por cima de sua bermuda. Como o amasso estava animado resolvi encoxá-la por trás também, mas ela se virou para mim e mandou que me afastasse para assistir melhor, mesmo porque eu poderia comê-la quando quisesse em casa e ele não.
Deu mais alguns beijos nele e desceu até a altura de sua bermuda, tirando seu pau duríssimo para fora. Passou então a beijá-lo, lambê-lo e sugá-lo com vontade, fazendo Caio gemer. De repente, sem que esperássemos, um pescador local apareceu onde estávamos e surpreso não conseguiu fazer outra coisa senão olhar.
- Se quiser assistir, fique à vontade, mas nada de fotos ou vídeos, é claro. – Eu disse: - Fique aí do lado e aproveite a cena.
Ela acelerou os movimentos e, quando o Caio, começou a gemer mais alto, ela pediu uma camisinha para ele.
- Foi mal. Estou sem nenhuma. - Ele respondeu.
- “Mor”, me dá uma camisinha. - Ela mandou, enfática.
- Sinto muito, mas eu também não tenho nenhuma.
- “Ói”, eu tenho lá em casa. Fica aqui pertinho. Se “ocê” “quisé” eu “dô”, mas só se “ocê” “dé” pra mim “tamém”. - Disse o pescador que assistia tudo até então calado.
Ela arregalou os olhos e parece só aí ter se dado conta de que podia ter extrapolado o limite do bom senso novamente:
- Obrigada, mas não. Infelizmente para você, Caio, também a brincadeira acaba por aqui. Fim do show, gente. - Disse, se levantando e ajeitando sua roupa.
Caio ficou com aquela cara de “criança quando tiram o doce”, mas ela estava certa: o risco não se justificava em nenhuma hipótese. Ele então se arrumou da melhor forma possível. Voltamos para o caminho da pensão novamente.
- Poxa, você vai me deixar desse jeito? - Protestou Caio.
- Vou sim. Que sirva de lição para você nunca mais sair sem uma camisinha no bolso. Já passou da hora de você virar “hominho”. - Disse ela, rindo.
- Pô. Mas ontem a gente transou sem. – Ele disse e perguntou: - E se eu for comprar?
- Não. Agora meu fogo já baixou. Além do mais, como eu já havia te explicado, vamos voltar para casa amanhã e queremos descansar.
Ele se resignou, não satisfeito, mas se resignou. Próximo da pensão despedimo-nos do Caio. Ela ainda lhe deu um belo beijo na boca, mas só.
Entramos então na pensão sem olhar para trás:
- Você queria ter dado pra ele novamente, não queria? - Perguntei.
- Ué!? Se você estivesse junto, porque não? - Respondeu e perguntou: - Ou não podia mais?
Apenas olhei para ela e sorri, deixando subentendido que, comigo, é claro que poderia. Fomos para nosso quarto, deitamos na cama, onde ficamos abraçados e assistindo TV até o sono chegar, o que não demorou muito.
ADENDO.
Deixa eu fazer uma colocação.
A parte final deste conto NUNCA aconteceu. Da saída da pizzaria até nosso retorno à pensão foi TUDO SOMENTE um exercício de criação de minha parte.
Porque fiz isso? Eu quis ver até onde o leitor entende o que se passa realmente no mundo liberal e o que é pura hipocrisia em seu modo de agir. Vi pessoas postando, comentando que ela é puta, que eu sou corno, etc. Aí voltamos a velha hipocrisia e machismo enraizada na sociedade: O homem tem que ser machão, comedor, pegador; mulher tem que tímida, submissa, obediente, pura e casta. Se o homem não se adapta a esses padrões, ele é corno; se ela não se adapta a esses padrões, ela é puta.
Mas não é assim no mundo liberal. Aqui eles buscam extravasar sua busca pelo prazer sexual com outras possibilidades que aqueles que se deixam limitar pelos preconceitos ou pela própria sociedade nunca alcançarão.
Eu pessoalmente agora começo a pensar se este ainda seria o melhor canal para apresentar nosso ponto de vista e as aventuras e desventuras pelo estilo de vida que adotamos, não porque eu tenha me ofendido com as colocações, mas porque, no final, as únicas coisas que irão enxergar serão um corno e sua puta, e nunca um casal e suas aventuras.
Fica a dica: julguem menos, porque um dia vocês poderão ser os réus.