POLO NARRANDO
Saí do quarto com o prato de comida praticamente intocado, não sei o que fazer, ele está mal, agora eu preciso ser forte por ele, do jeito que ele está parece ser algo grave.
Andrea: ele não gostou da comida.
Eu: ele falou que está maravilhosa, só que agora desce.
Azucena: isso não é normal, o certo é ele estar cheio de fome, não comeu nada desde de manhã.
Eu: tenho certeza que ele não está bem, e eu não sei o que fazer, faz alguns dias que vejo ele estranho, muito cansado mesmo quando não fez nada.
Andrea: deve ser a velocidade e o trabalho, que preparar esse casamento está exigindo dele.
Eu: não mãe, eu já notei ele estranho antes mesmo disso começar, essa sobrecarga parece que só fez piorar a situação dele.
Azucena: ele está agindo da mesma maneira do Ander, quando descobrimos a leucemia, isso seria muita coincidência.
Andrea: o que.
Azucena: Ander foi adotado, quando eu fui buscar ele, a assistente social me falou que ele tem um irmão gêmeo, ela também me falou que a mulher deixou ele porque só precisava de 1 filho.
Andrea: bom nós todas sabemos que Laura é bem capaz disso.
Eu: isso pode ser verdade, pois além dele e do gêmeo, pouco depois ele teve mais dois gêmeos também.
Andrea: e onde estão esses dois.
Eu: ele acabou de achar o pai e um desses irmãos que ficou com o pai.
Azucena: como essa mulher é cruel.
Andrea: deixou a família toda separada, mais você pode estar certa, de fato Ander e Ricardo podem ser irmãos.
Eu: amanhã vou levar ele no hospital.
Andrea: e essa boneca o que está fazendo aqui.
Escutei uma voz na minha cabeça, me falando para ir no quarto, que a coisa está feia.
Eu: foi você quem falou na minha cabeça boneca Mariana.
A boneca respondeu com um pequeno gesto, o que será que está acontecendo, será que ele está piorando, deixa eu correr lá e ver.
Eu: amor você está melhor.
Ricardo: está do mesmo jeito.
Eu: vou te levar no hospital agora mesmo, você está queimando.
NARRADOR ORIGINAL.
Eu: Polo me leva.
Polo: então vamos, se levante
Eu estou tão fraco que não consigo nem ficar em pé.
Polo: tenha força, pelo menos até chegarmos no carro, vamos amor.
Não sei como, mas eu consegui.
Polo: pronto amor, agora nós vamos para o hospital, logo você vai estar melhor.
Eu: sim nós vamos para o hospital e com certeza eu vou melhorar logo.
Cheguei no hospital e logo fui atendido pelo médico, o ruim é ter que ficar esperando os exames, a ansiedade de saber os resultados está acabando comigo, já não tenho muito mais força.
Polo: amor calma, logo o médico chama.
Demorou umas três horas para ser chamado de novo.
Polo: vem amor o Dr. Castro, está chamando.
Dr. Castro: vamos abrir seus exames e ver o que está acontecendo com você.
Ele pegou e abriu o exame, e ficou olhando do exame para mim e de mim de volta ao exame.
Eu: fala de uma vez prefiro desse jeito.
Dr. Castro: você tem leucemia, nós vamos começar imediatamente com a quimioterapia.
Eu: maravilha, câncer, quimioterapia, noites sem dormir preparando um casamento, não sei de onde vou tirar força e principalmente tempo para tudo isso, bom mais eu dou um jeito.
Polo: isso você sempre arruma uma maneira quando as coisas estão difíceis, agora não vai ser diferente.
Eu: não mesmo, e essa quimioterapia que hora vai ser.
Dr. Castro: agora mesmo, é só me acompanhar, já te falar antes que você faça a pergunta, seu cabelo ira cair.
Eu: mas eu sei disso muito bem, por isso não perguntei.
Dr. Castro: muito bem, você parece que tem chance de vencer a doença muito mais rápido que outras pessoas.
Polo: tomara que o doutor esteja certo.
Eu: isso demora né.
Dr. Castro: infelizmente demora um pouco sim.
Eu: ok, isso me deixa com tempo para pensar, e tenho muita coisa para pensar.
Fiquei pensando em que tipo de mesa e cadeira eu ia alugar para meus convidados se acomodarem, que tipo de roupa os garçons vão usar, e fiquei pensando nessas coisas até que Polo me avisa que acabou.
Polo: vem podemos ir para casa agora, nem sei se quero imaginar as coisas que você estava pensando.
Eu: amor não é nada demais, só em coisas para o nosso casamento, que tipo de mesa e cadeira, como vão ser as toalhas de mesa, como que os garçons vão se vestir e consegui adiantar muita coisa.
Polo: você não parece muito preocupado, na verdade parece que você nem recebeu a noticia que está com câncer.
Eu: amor eu não estou preocupado, eu sinto dentro de mim, que isso não vai me matar, vou fazer meu tratamento ao pé da letra.
Polo: eu queria ser forte como você é.
Eu: meu amor, cada pessoa tem a sua força, cada pessoa tem a sua área de força, eu sou muito forte psicologicamente.
Polo: mais chegando em casa, você vai direto para cama, já está a duas noites sem dormir.
Eu: dessa vez você me convenceu, eu preciso mesmo dormir, e eu também estou morrendo de fome.
Polo: isso vai comer bastante hoje, deixar a sogra bem feliz.
Eu: ai meu Deus, o que significa isso, mais antes de dormir tem uma coisa que eu quero fazer, para me sentir seguro dentro de minha casa.
Polo: agora que você falou em seguro, sabia que foi a boneca Mariana quem falou para mim que você estava pior.
Eu: sim eu acredito muito nisso, pois eu acho que aquela boneca não é demoníaca, eu acho que ela é boa.
Polo: desde o aviso de ontem a noite eu também acho.
Eu: sabe eu acho que a família se livrou do item errado.
Depois desse pequeno dialogo sobre a boneca eu fiquei quieto, até chegarmos em casa.
Polo: agora você se prepara.
Assim que entramos já vieram os meninos perguntar.
Gusman: o que o médico disse.
Andrea: calma garotos deia ele respirar.
Ander: mais nós queremos saber, estamos preocupados.
Eu: nossa parece até procissão para nossa senhora.
Begônia: ele parece bem agora, mas nós gostaríamos de saber.
Eu: ok, leucemia acabei de sair da minha primeira sessão de quimioterapia e não, não estou assustado, não estou preocupado, e também não estou com medo nem da doença e nem de morrer.
Andrea: que bom, você está forte e é isso que importa.
Eu: na verdade estou morrendo de fome, agora acho que vou comer alguma coisa e depois dormir, já estou a duas noites sem dormir.
Polo: eu pego alguma coisa para você comer.
Eu: obrigado.
Enquanto ele pegava alguma coisa para eu comer, me levantei e fui em direção a boneca Mariana.
Eu: muito bem agora eu vou te sentir de verdade, ah mais isso é o que eu pensava de você boneca Mariana.
Gusman: o que você sentiu.
Eu: essa boneca é boa, ela me falou que não foi ela quem matou a criança e sim o boneca Pedro, a função dela era proteger a criança.
Gusman: então a boneca Mariana é boa.
Depois que eu comi, eu estava pronto para ir dormir, mais estou com medo de ser atacado durante meu sono, então eu peguei a boneca.
Eu: boneca Mariana, posso te fazer uma pergunta.
Por incrível que pareça a cabeça da boneca deu um leve aceno.
Eu: boneca Mariana, quero saber se você pode me proteger enquanto eu durmo.
Novamente a boneca acenou positivamente com a cabeça.