Meu nome é Rogério, tenho 28 anos e sou empresário. Trabalho com importação e exportação, então minha rotina é sempre agitada, cheia de compromissos e viagens. Mas quando chego em casa, tudo faz sentido, porque é onde está a minha Jéssica.
Nós estamos casados há quatro anos, mas nos conhecemos há quase oito. Ela tem 26 anos, é médica, e desde que a vi pela primeira vez, me apaixonei perdidamente. Ela é tudo o que um homem poderia pedir. Além de ser incrível profissionalmente, é linda, de uma forma quase surreal. Tem o corpo esculpido por horas de academia e uma disciplina invejável. Ela tem 1,71, pele amendoada e lindos cabelos castanho-claro. Barriga tanquinho, seios e bundinha pequenos, mas bem proporcionais ao seu corpo escultural. Não temos filhos ainda, e isso é algo que discutimos vez ou outra, mas por enquanto estamos focados nas nossas carreiras e em aproveitar a vida a dois.
Nos casamos cedo, quando a Jéssica ainda estava na metade do curso de medicina. E temos um casamento feliz e regado a sexo intenso quando estou em casa. Por isso, sempre tive certeza de que ela é completamente fiel.
Quando casamos, nos mudamos para o nosso atual apartamento em um condomínio de classe média alta, um lugar lindo, duas torres com trinta andares cada, parquinho, salão de festa, churrasqueira, pista de caminhada, quadra de tênis e uma enorme piscina.
Lembro bem de quando nos mudamos, uns quatro anos atrás. Eu era mais jovem, impulsivo, exibicionista, idiota. Queria que todos vissem como eu tinha conquistado uma mulher incrível e gostosa e fiz coisas que, hoje, julgo impensáveis e vergonhosas.
Um exemplo foi no segundo dia lá. Estávamos ainda em modo coelho, “inaugurando” cada cômodo da casa com nossa foda e suor quando, em uma pausa, ouvi a campainha. Eu estava bem a vontade de camiseta e um shorts bem folgado. Um velhinho veio se apresentar. Ele morava no apartamento ao lado e eu o convidei para entrar. Devia ter uns 59/60 anos.
A Jéssica não tinha percebido que tínhamos visita e apareceu com uma camisola transparente realçando o bico de seus seios e uma calcinha de renda bem pequena.
O velhinho pareceu ter um ataque cardíaco olhando para o corpo seminu da minha esposa. Estava vidrado nela, seus olhos nem piscava, a comendo por inteira. Notei que a pipa do vovô ainda subia e pensei “Por que não?”.
Quando a Jéssica fez que ia voltar para o quarto e vestir algo mais adequado para uma anfitriã, eu a puxei pelo braço e comecei a beijá-la com vontade. Ela tentou resistir, mas logo se rendeu aos meus beijos. Só então, eu derrubei a camisola no chão, deixando-a apenas de calcinha e permitindo que o velho visse seus seios pequeninos e durinhos, que tinham biquinhos rosas que apontavam para o teto. Ela suspirou pelo susto, mas eu continuei a beijando.
— O que acha da minha mulher? — perguntei.
— Isso... é loucura... — dizia a Jéssica entre beijos. — Você... é... louco...
Comecei a rir. Era mesmo loucura e corrupção. Na época, meu pareceu bem excitante fazer esse vizinho cujo nome ainda não conhecia e a minha esposa serem corrompidos a ponto de se tornaram uma exibicionista e um voyeur. Eu era um idiota. Baixei a minha calça, mostrando aos dois o meu cacete duro.
A Jéssica engoliu a seco, entendendo que iríamos até o final. Acariciei seu rosto e comecei a baixar levemente sua cabeça, contra o meu caralho. Ela se ajoelhou na minha frente e abocanhou o meu cacete. Ela chupou, lambeu, mamou e sugou. Olhando para o vizinho e vendo que ele já tinha baixado a calça e começado a bater uma punheta, meu pau começar a dar solavancos de prazer na boca da minha esposa.
— Jéssica, nós temos o dever moral de fazer esse pobre senhor atingir o orgasmo.
A Jéssica já estava dentro do clima e, com isso, tirei a calcinha dela, deixando o desconhecido ver a bucetinha apertadinha e de pelinhos ralinhos da minha esposa. Me sentei na poltrona e ela se sentou no meu colo de costas para mim. Assim, ela cavalgaria com ele vendo todos os detalhes e conosco vendo nosso convidado de honra.
Eu e a Jéssica demos um verdadeiro show para o vizinho naquela tarde. Fodemos com cavalgada, de quatro, de ladinho, etc. E o senhorzinho se acabou na punheta e acabou gozando uma porra bem branca no chão quando ainda estávamos na metade.
Ele não parava de encarar diretamente os olhos da Jéssica, acompanhando a cara de prazer da minha esposa. Eu notava que ela retribuía os olhares, era quase mágica a sintonia dessa troca de olhares. Não desgrudavam a cada subida e descida, o que me deu um pouco de ciúmes. Ela parecia excitada e ele, fascinado.
Eu acabei gozando dentro da minha esposa. Após o orgasmo, Jéssica praticamente se deitou por cima de mim poltrona, sentindo o leite se espalhando todo para dentro da buceta, em completo estado de repouso naquela posição.
Nossos corpos permaneceram colados, enquanto eu sentia o leite escorreu pelas nossas pernas. Foi quanto ela deu uma última reboladinha e tirei de dentro meu cacete, já meia bomba. O velhinho não parou de olhar para a buceta da Jéssica e o meu cacete saindo dela, e nem fez questão de disfarçar.
Foi quando a Jéssica se levantou, sem receio do velhinho ver seu corpo nu, suado e gozado. Sem tirar os olhos um do outro, ela passou perto dele no caminho do banheiro e deu um meio sorriso, que o velho retribuiu com uma piscadinha de olho.
Assim que ela saiu da sala, a ressaca moral veio com tudo, de todos os lados. O vizinho não sabia onde pôr a cara, pediu um milhão de desculpas e se prontificou a limpar o chão. Eu também percebi a merda que fiz, pois nem o conhecia. Também pedi várias desculpas e inventei uma justificativa qualquer com vários tequiniquês pseudo-médico para ele acreditar, implorando que ele guardasse segredo sobre esse... infeliz incidente. O senhorzinho prometeu segredo.
Ele foi se arrumar no outro banheiro e eu, desesperado para ele sair logo, fiz questão de limpar eu mesmo o chão galado. Depois de nos despedirmos rapidamente, eu fui para o banheiro da suíte. A Jéssica estava debaixo da ducha, como que me esperando.
— Te amo, Rogério. Você é homem mais maravilhoso do mundo.
— “Mas”?
— Nunca mais faça isso.
Eu sabia que ela estava certa em me passar um sermão e ficar de mal comigo. Estava pronto para ser penalizado. Mas, talvez por notar meu arrependimento ou por estar arrependida de ser minha cúmplice, ela parecia querer cimentar isso o mais rápido possível.
— Desta vez, foi um pouco divertido. Mas me prometa que nunca mais vai fazer isso.
— Prometo.
Só essa experiência inicial, já me fez perceber que a minha vida naquele condomínio seria, no mínimo, muito agitada.
Durante os dias que se seguiram, a Jéssica também foi à casa dele pedir desculpas e segredo. Acabou que ele e a esposa (que nada soube) se tornaram nossos primeiros amigos no prédio.
Seus nomes eram seu Arnaldo e dona Ângela. Ele era um velhinho simpático e magricela. Ela parecia a dona Benta: mais de 60 anos e menos de 70, gordinha de corpo flácido, cabelos grisalhos. Seus seios eram médios para grandes, mas já caídos. Os dois eram antigos funcionários públicos aposentados, com certas regalias. Vez por outra, os visitávamos ou saíamos com eles para fazer-lhes companhia.
Depois disso, conhecemos alguns funcionários. Como o prestativo zelador Zé Maria e o porteiro bonachão, seu Geraldo. Esse era um nordestino sessentão que, vez por outra, eu via manjando o corpo da Jéssica, mas isso me fazia rir. Também tinha o porteiro João, com seus 50 anos, forte, simpático, 1,80, cabelo grisalho, boa praça. E o zelador Astolfo, que era um senhor com cara de bonzinho que a gente olhando não diria nem que ele faz sexo.
Eis que se passaram alguns anos desde esse evento infeliz e muita coisa mudou. Com o tempo, fomos fazendo novas e profundas amizades no prédio. Primeiro, ela fez amizade com a dona Odete, uma senhora de uns cinquenta e poucos anos bastante extrovertida, que morava com o marido Carlos. Depois, ela conheceu a Andréia, uma loira de 40 anos, cujo marido trabalhava numa plataforma de petróleo. Ela era bunduda e coxuda. Pensem na Paola Oliveira, elas são bem parecidas.
Por minha vez, à medida que a Jéssica estreitava laços com a Odete, eu fui aumentando minha amizade com o marido dela, Carlos. Ele tinha 53 anos e era professor em uma universidade pública. Tinha uma barriga de chope e a calvície começava a tomar conta do topo da cabeça.
Carlos e Odete eram casados há trinta anos e tinham uma relacionamento aberta. Para mim e Jéssica, que éramos mais “conservadores” nisso, não entendíamos muito, mas parecia funcionar para os dois. Era mais uma amizade profunda do que um casamento no sentido tradicional. “Sexo é prazer, amor é sentimento. Sexo é só prazer e diversão. O que vocês fazem é amor.”, eles tentavam nos explicar.
A dona Odete ainda tinha sua coleção de amantes no prédio e em outros lugares. Eu soube que até uns dez anos atrás, o Carlos também era metido a comedor, passando o rodo na faculdade e tendo feito até um grupo de WhatsApp com suas amantes e conquistas casuais, meio que uma coleção meio que um harém. A Jéssica achou isso nojento e objetificador quando soube. Mas ele foi envelhecendo e parou de agir assim, ou de ter sucesso. Nunca nos contou se arquivou o grupo ou se apenas testemunhou impotente as mulheres saindo dele ao longo do tempo. Atualmente, ele parecia quase casto. Estava em uma crise de meia-idade e eu temia que entrasse em depressão.
Carlos foi se tornando como como um irmão mais velho para mim. Ele era bastante conselheiro, simpático e sempre disposto a ajudar, sempre estando por perto em todas as nossas dificuldades e nossos sucessos. Tanto eu quanto Jéssica gostávamos bastante dele, tínhamos como um verdadeiro irmão mais velho mesmo.
Quanto à Jéssica, depois de fazer amizade com Odete e Andréia, apresentou uma à outra, fazendo-as também se tornarem grandes amigas. Eu ficava feliz com a ideia da minha esposa ter muitas amizades, mas às vezes pensava se ela não poderia também conhecer pessoas da nossa faixa etária. Existiam algumas moradoras com seus 28 a 32 anos, como Carolina, Rebecca e Eliana. Mas a Jéssica adorava a companhia das duas e das opiniões delas sobre o cotidiano ou mesmo política.
Nossa amizade com seu Arnaldo e dona Ângela também se manteve e evoluiu um pouco. Depois de ter ficado nua na frente do nosso idoso vizinho, Jéssica passou a se preocupar menos com os olhares gulosos dele para ela e com o fato dele sempre elogiar a beleza dela. Contudo, o seu Arnaldo nunca tomou nenhuma iniciativa além, se contentando em comer a minha esposa com os olhos. Assim, conversávamos sem constrangimento e, para não melindrar a dona Ângela, aquele incidente passou a ser nosso segredo.
Todos os domingos, quando a Jéssica descia para a piscina, era um show. Naquele, as coisas não foram diferente, com ela e a Eliana tomando banho de sol à beira da piscina.
Jéssica, sempre radiante, usava um biquíni que realçava sua pele amendoada e o corpo esguio. O corte do biquíni destacava suas coxas torneadas e a sutileza de seus seios.
A seu lado, Eliana parecia competir pelo posto de deusa do sol. Com seus longos cabelos escuros caindo pelas costas e um biquíni que deixava pouco à imaginação, ela exibia suas pernas e coxas bem torneadas, seu sorriso cativante, e seus olhos verdes que brilhavam ao sol. Até mesmo a Jéssica admitia que a Eliana era a mulher mais gostosa do condomínio. Pensem na Sydney Sweeney de cabelos morenos e bronzeada. É a Eliana. Casada, 30 anos, sem filhos, era engenheira de profissão e fotógrafa por hobby.
Comandando a churrasqueira, eu notava os olhares gulosos dos homens e a inveja das mulheres em relação tanto à Jéssica quanto à Eliana. O único que me incomodou um pouco foi o Lucério. Com 53 anos e divorciado, ele era um sujeito mais ou menos da minha altura, porém muito magrelo e com a postura meio curvada. O problema era que ele olhava para aqueles dois lindos rabos virados para cima sem nem piscar, como quem tivesse decidido que seriam dele e que era só questão de tempo para comê-las.
Apenas com uma sunga de praia, ele olhava as duas de cima para baixo com um risinho safado no canto da boca, dando uma discreta e marota pegada na vara, como quem não quer nada, ajeitando o elástico. Mas ninguém percebeu, muito menos as duas.
Perto do almoço, fomos subir para casa. No caminho, encontramos o seu Geraldo indo resolver alguma coisa no 19º andar. Ele nos cumprimentou com educação e olhou frustrado para o elevador de serviço que ainda estava no penúltimo andar. Eu sabia que alguns moradores (e o síndico) não gostavam que os funcionários pegassem o elevador principal, mas como não tinha nenhum desses vendo, sugerimos que o seu Geraldo ganhasse tempo e entrasse conosco no elevador.
No caminho, ele e a Jéssica ficaram conversando. Do lado, eu fingia mexer no celular, mas estava ciente de que ele a olhava buscando um ângulo para ver o decote do biquini sem ficar tão na cara e, quando nós saímos, ele olhou para bunda dela. Eu dei uma risada da safadeza do porteiro, pois sabia que era safado, mas inofensivo.
Um dia passei a ter uma visão diferente dele.
Em um sábado, cheguei da quadra de tênis, onde estava praticando com o Carlos, pouco depois da hora do almoço. A Jéssica estava recebendo a visita da Andréia. Elas já tinham almoçado e estavam “fazendo a digestão” na sala de estar conversando. Assim que entrei pela porta da sala, eu fui cumprimentar a Andréia e dar um beijo na Jéssica, antes de ir para o quarto tomar banho.
Logo, notei que as duas estavam bebendo. A Jéssica até que bebe socialmente, mas muito pouco e praticamente nunca fica bêbada. Ela era famosa por ser “a motorista das amigas” na faculdade por isso. A Andréia tinha um sorriso meio safado e era meio desbocada, falando sobre sexo, boquetes, e paus.
Preferi me fazer como se não estivesse lá, para deixa-las à vontade e me tranquei no quarto. No entanto, a curiosidade bateu forte. E se a Jéssica fosse falar sobre a minha performance na cama? Assim, mesmo sabendo que isso era um tanto errado, voltei e fiquei escondido no corredor. Tomei cuidado para não ser visto, não conseguia ver também, mas ouvia tudo.
— Sério? O seu Geraldo? — comentou a Jéssica, com tom de surpresa. — Não acredito!
— Pois eu juro, mulher!
— Ele foi na tua casa ajudar com o vazamento na pia e acabou metendo na cama do teu marido?
— Com todos os detalhes que já te contei — garantiu Andréia.
— Estou passada! — A Jéssica provavelmente via o nordestino como uma versão porteiro do Papai Noel. Completamente assexual.
— Tu nem imagina o que ele fez depois!
— Pois, conta!
— Depois que eu engoli aquele leite todo e a gente foi começar a se vestir, ele mudou completamente. Era todo leão machão na cama e virou um gatinho tímido na hora de pedir uma lembrança da ocasião: a calcinha que eu estava usando na trepada.
— Que ousado! E você?
— Eu dei! — Andréia soltou uma risada nessa hora. — Já tinha dado a buceta e o cu, dar uma calcinha era moleza.
— Que história mais louca...
— E vocês fizeram outras vezes?
— Eu gosto de variar meus machos, mas admito que, uma vez por mês, gosto de chamar ele lá no apartamento e tomar um leitinho batido.
As duas riram.
— A Odete também já transou com o seu Geraldo — revelou Jéssica. — Na verdade, ela já...
— Transou com todos os porteiros e zeladores — completou Andréia. — Eu sei. Também já dei para o Zé Maria.
— Me pergunto se eles se ajudam entre si para conquistar as condôminas, já que dividem tantas amantes.
— Que nada! — revelou Andréia. — Todos eles têm um ego sexual imenso e competitivo. O seu Geraldo já comeu umas dez mulheres aqui do prédio.
Andréia listou aqui os nomes das que ela conhecia e a minha surpresa foi a dona Ângela estar na lista. Nunca imaginava que ela tivesse traído o seu Arnaldo. Pareciam um casal tão unido.
— E não duvide, eles estão na tua espreita — completou Andréia, como uma mistura de alerta e convite. — Se tu der mole, um deles vai te comer.
— Nada a ver. Eles sempre foram meus amigos.
— Não se engane — retrucou Andréia. — Amigos, amigos. Sexo à parte. O seu Geraldo se acha o patrono dos funcionários comedores de condôminas e sempre foi doido para comer as mulheres mais gostosas do prédio, como você, a Eliana e a Rebecca. E o Zé Maria tem um espírito de competitividade absurdo. Não pode se sentir pressionado a disputar nada. Seria capaz de te fazer sua putinha só para passar na cara do seu Franscisco.
— Duvido... — desdenhou Jéssica.
— Quem avisa amiga é...
Depois disso, eu me afastei pensativo. Um lado meu estava curioso para saber mais e morrendo de ciúmes da minha esposa ser tão visada. Por outro, eles nunca fizeram nada inapropriado com ela, que eu testemunhasse ou soubesse.
Quanto à dona Odete, a história era um pouco diferente. Eu não sabia, mas já imaginava que ela tivesse um caso com todos os funcionários. Ela era nossa amiga, mas desde que soubemos do relacionamento aberto entre ela e Carlos, também soubemos que ela passava o rodo em geral. E muitas vezes dava em cima até mesmo de mim e da Jéssica, querendo sexo casual com ambos.
Para a Jéssica, essas investidas da dona Odete com certeza eram um tabu. Ela não é bi, não tem tesão em mulher, mas também não queria largar a amizade por alguns flertes. Ela não toparia transar com a melhor amiga e sabia que eu não toparia transar com ela. Nem mesmo um selinho. Claro que isso nunca impediu a Odete de sondar nossas defesas com seus flertes oportunísticos.
— Você sabe que isso seria um caminho sem volta — argumentei com Jéssica uma vez, quando falamos a sós sobre isso. — Depois de começar não tem mais parada. Ela e o Carlos são nossos amigos, quase família. Seria errado demais com ele.
Alguns dias se passaram até a noite da próxima reunião do condomínio. Não íamos para todas as assembleias, mas senti que minha presença seria necessária desta vez. Gosto de manter uma aparência discreta, mas apresentável. Mas, por ter ido direto do trabalho, acabei mantendo o terno cinza claro.
A porta do auditório estava aberta, e ali, de pé ao lado dela, estava o seu Zé Maria, um dos zeladores mais antigos do prédio. Um homem de sessenta e poucos anos, pele queimada de sol, olhos castanhos e cabelos grisalhos cuidadosamente penteados. Eu o cumprimentei com um aceno de cabeça e um sorriso cordial. Conversamos rapidamente sobre a vida e ele me contou que o micro-ondas da copa dos funcionários continuava quebrado há três meses. Eles tinham que escolher entre comer coisas que não esfriassem, pagar mais pelas quentinhas ou tentar almoçar em um prédio vizinho. O síndico alegava que estavam com problemas com orçamento para não consertar. O mais estranho era que o síndico nunca comentara nada sobre isso nas reuniões anteriores.
Ao entrar, notei algumas pessoas já presentes. Eliana estava sentada na terceira fileira, digitando algo freneticamente no celular. Ela vestia um vestido verde escuro, elegante e sóbrio, que realçava seus cabelos morenos. Seus óculos de armação fina davam-lhe um ar intelectual. Do outro lado, Odete e Jéssica conversavam em tom baixo. Odete usava um tailleur rosa pálido e segurava uma bolsa que parecia pesar mais do que deveria. Jéssica examinava alguns papéis enquanto discutia com a amiga. Ela usava uma blusa branca leve e uma saia lápis preta. Seus cabelos castanho-claros caíam soltos pelos ombros.
Além delas, vi que Andréia estava sentada na primeira fileira, cruzando as pernas de maneira elegante. Ela sempre fazia questão de se posicionar na frente. Seu Arnaldo estava logo atrás, revisando alguns documentos.
Carlos e Jonas chegaram quase ao mesmo tempo, conversando animadamente. Carlos, com sua barriga de chope e camisa polo azul, gesticulava energicamente, enquanto Jonas, mais magro e alto, ria das piadas do amigo. Ambos me viram e acenaram em minha direção. Caminhei até eles, cumprimentando-os com um aperto de mão firme.
— Rogério, meu amigo! — exclamou Carlos, apertando minha mão com entusiasmo. — Pronto para mais uma sessão de tortura?
— Sempre pronto, Carlos. Alguém tem que manter a ordem por aqui — respondi com um sorriso.
— Se depender do Lucério, hoje vamos ter uma boa discussão — comentou Jonas, revirando os olhos.
— Ouvi dizer que ele tem uma proposta polêmica para apresentar — disse Carlos. — Vamos ver no que vai dar.
Fui me sentar ao lado da Jéssica, próximo ao meio do auditório. Após alguns minutos de espera, o síndico, doutor Alberto, um homem na casa dos cinquenta anos, alto e de postura rígida, pegou o microfone e anunciou o início da assembleia. Os funcionários do prédio, incluindo seu Geraldo, seu Zé Maria e os demais porteiros e zeladores, permaneceram na parte de trás da sala durante os anúncios iniciais. Após algumas notas administrativas e informes rotineiros, o síndico agradeceu aos funcionários pelo trabalho dedicado e dispensou-os para que pudessem retornar às suas atividades.
Observei enquanto eles saíam em silêncio, alguns trocando olhares discretos, talvez já sabendo o que estava por vir. Havia uma certa tensão no ar. Assim que a porta se fechou atrás do último funcionário, o síndico ajeitou os óculos no rosto e retomou a palavra.
— Dando sequência à nossa pauta, temos uma proposta a ser apresentada pelo senhor Lucério, morador do 803-B. Ele solicita a implantação de um sistema de portaria eletrônica e a terceirização dos serviços de zeladoria. Segundo o que foi apresentado, essa mudança resultaria em uma economia de aproximadamente 20 reais no valor mensal do condomínio para cada apartamento.
Um murmúrio percorreu a sala. Alguns rostos demonstravam surpresa, outros já pareciam tentados com a ideia. Olhei em direção a Lucério, que se levantou com um ar confiante e se dirigiu ao centro da sala, preparando-se para defender sua proposta. Enquanto ele organizava seus papéis, comecei a pensar nas implicações.
O meu lado ciumento e inseguro, calculava que isso mataria de vez qualquer risco de um dos porteiros ou zeladores darem em cima ou seduzirem a Jéssica. Essa tentação seria afastada. Mas meu lado racional me lembrava que eu conhecia bem todos eles e sempre os considerei profissionais e dedicados. Muitos trabalhavam ali há décadas, conheciam cada morador, cada detalhe do edifício. E se eu não tivesse confiança na Jéssica, não estaria sendo digno do amor e fidelidade que ela sempre me deu.
Além disso, a ideia de demiti-los para economizar uma quantia tão irrisória me parecia não apenas mesquinha, mas também desumana. Pensei nas famílias deles, na dificuldade que seria encontrar novos empregos em uma idade já avançada. Uma economia de 20 reais para cada condômino não justificava, aos meus olhos, o sacrifício dessas pessoas.
Olhei ao redor, tentando captar as reações dos demais. Eliana mantinha uma expressão neutra, mas seus olhos estavam fixos em Lucério, indicando interesse pelo que seria dito. Jéssica sussurrava algo para a dona Odete ao lado, que acenava levemente com a cabeça, parecendo também não muito convencido da proposta. Nessa hora, eu lembrei que a Odete era amante contumaz de quase todos os porteiros e zeladores. E a Jéssica sabia disso.
Lucério começou sua apresentação com voz firme e postura assertiva.
— Boa tarde a todos. Como mencionado pelo síndico, trago hoje uma proposta que acredito ser de grande benefício para todos nós. Após uma análise detalhada, concluí que a implantação de um sistema de portaria eletrônica e a terceirização dos serviços de zeladoria nos proporcionariam não apenas uma economia financeira significativa, mas também melhorias na segurança e eficiência do nosso condomínio...
Ele fez uma defesa bem técnica, analisando a situação em termos de orçamento e eficiência. Conhecia a retórica do Lucério e sabia que muitos iriam concordar com ele. Se ninguém fizesse nada em defesa dos funcionários, ele venceria. Seu Geraldo, seu Zé Maria e os demais seriam demitidos. Meu lado racional venceu meu lado ciumento e, logo após a apresentação do Lucério, me levantei pedindo a palavra.
— Senhoras e senhores, com todo o respeito ao nosso colega Lucério, eu preciso expressar minha oposição a essa proposta. Estamos falando de pessoas que trabalharam aqui por anos, décadas até. São mais do que funcionários, são parte da nossa comunidade — disse, com firmeza.
Jéssica fez um sinal para falar em seguida.
— É uma questão de humanidade. Eles conhecem nossas rotinas, nossos filhos, nossos hábitos. Não é só uma questão financeira, é uma questão moral. Eles têm famílias, responsabilidades. Não podemos descartá-los como números em uma planilha — completou Jéssica, com convicção. Se ela acreditava que os funcionários competiam entre si para saber quem a comeria primeiro, não considerou isso como motivo para demiti-los.
Era evidente que aquelas palavras encontravam eco entre os presentes. Odete foi a próxima a se pronunciar, talvez motivada pelo apoio já demonstrado por mim e Jéssica.
— Concordo com o que foi dito. Conheço o seu Geraldo desde que me mudei para cá, ele sempre foi atencioso e respeitoso. Seria desumano demitir alguém como ele para economizar tão pouco — declarou Odete, sem, claro, mencionar que gostaria de proteger o emprego de alguns de seus paus amigos.
— Olha, eu também não vejo sentido em demitir funcionários que conhecemos há tanto tempo. A economia é mínima, e o impacto na vida deles seria enorme. Não acho que devemos fazer isso — disse Andréia, talvez também pensando em preservar o emprego dos seus amantes casuais.
No entanto, nem todos estavam convencidos.
— Eu entendo os argumentos de todos, mas acho que estamos perdendo a oportunidade de modernizar o prédio e reduzir custos. Não é só uma questão de economia, é também de eficiência. A portaria eletrônica pode oferecer mais segurança e menos margem para erros humanos — argumentou Jonas, com a segurança de quem estava acostumado a fazer contas frias.
Carlos, que até então parecia inclinado a apoiar Jonas, mudou de postura ao olhar para mim e Odete.
— Bem, pensando melhor, talvez seja realmente mais sensato manter os funcionários. Eles conhecem bem o prédio e, como foi dito, são de confiança. Vou votar com a favor dos funcionários — disse, acenando com a cabeça para mim.
Finalmente, a votação aconteceu. As mãos se levantaram uma a uma, e o resultado foi claro: a proposta pela manutenção dos empregos venceu com 60% dos votos. Enquanto o síndico contabilizava os votos e anunciava o resultado, senti uma pontada de alívio por ter votado de acordo com meus princípios em vez de pensar em ciúmes ou riscos imaginários.
Muitos dos porteiros e zeladores já estavam na faixa etária onde encontrar um novo emprego seria difícil, senão impossível. Se a proposta tivesse vencido, suas vidas teriam sido viradas de cabeça para baixo por uma decisão mesquinha.
Enquanto saiamos do auditório, comentei sobre o micro-ondas quebrado com a Jéssica e decidimos comprar um novo micro-ondas e doá-lo para a copa dos funcionários. Sabíamos que isso não mudaria o mundo, mas talvez tornasse o dia a dia deles um pouco mais fácil.
Na porta do auditório, fomos parados pelo seu Lucério. Ele não disse nada, apenas nos olhou com um olhar um tanto vingativo. Depois, soltou um olhar faminto para a Jéssica, parecendo um predador espreitando uma indefesa gazela. Então, nos cumprimentou pela vitória e saiu.
Claro que os nossos problemas não terminaram aí. Na verdade, eles haviam acabado de começar.
Por isso, você, leitor? O que você acha? Eu fiz certo em ajudar os funcionários do condomínio, mesmo depois da fofoca sobre eles estarem de olho na minha esposa?
A) Eu fiz a coisa certa e os porteiros e zeladores nunca vão tentar se engraçar para os lados da Jéssica porque seria muito filhadaputisse deles.
B) Eu fiz a coisa certa, mas isso não muda o fato de que os porteiros e zeladores vão dar em cima da Jéssica em algum momento.
C) Eu fiz a coisa errada, pois não deveria ajudar aqueles que podem dar em cima da minha esposa.
Antes de encerrar, gostaria de pedir para que vocês deixem nos comentários para o que vocês torcem que aconteça nos próximos capítulos nessa história:
1) Que durante a história, role muita putaria entre os vizinhos e amigos, mas que eu e a Jéssica sejamos apenas testemunhas, permanecendo fiéis um ao outro. Apesar dos conflitos vindouros, que a nossa história seja uma história de amor sem traições.
2) Que o nosso vizinho seu Arnaldo seduza e coma a Jéssica.
3) Que o porteiro seu Geraldo ou o zelador Zé Maria seduza e coma a Jéssica, para eu aprender a não ser tão bonzinho com todos.
4) Que a nossa amiga dona Odete seduza e coma a Jéssica, apesar de toda a amizade entre as duas famílias.
5) Que o nosso amigo Carlos seduza e coma a Jéssica, a colocando no grupo de WhatsApp de conquistas, apesar de toda a amizade entre as duas famílias.
6) Que o nosso vizinho seu Lucério seduza e coma a Jéssica, como uma vingança por nós termos interferido nos planos dele para o condomínio.
7) Que o nosso vizinho seu Lucério coma eu e a Jéssica ao mesmo tempo, como uma vingança por nós termos interferido nos planos dele para o condomínio.
8) Que eu coma a nossa vizinha Andreia.
9) Que eu seja seduzido e coma a nossa amiga dona Odete, apesar de, no papel, ela ser a esposa do meu melhor amigo.
10) Que eu coma a nossa vizinha Eliana.
Coloquem nos comentários o que vocês torcem ou preferem que venha a acontecer nos próximos capítulos. Daqui a 15 dias, postarei a continuação.