Na voz de Pedro
Após me despedir de todos e sair ouvi um grito dizendo para esperar.
Mesmo que conhecesse bem aquela doce voz de Mayara, acredito que devido ao choro e talvez até tranquilizantes ela não me pareceu familiar. Quando me virei, no qual não foi minha surpresa era ela que veio correndo até mim.
Vi que seus pais olhavam assustados e tia Julia fingiu dar um sorriso em minha direção. Não vi seu filho.
Mesmo com os olhos inchados de chorar ela continuava linda. Não esperava que ela tivesse aquela reação, muito menos esperava abraços e beijos dela que de fato não aconteceu.
Chegando perto ela me disse:
- Desculpa Pedro sei que tu deve estar com um pressa, mas eu só queria saber se algum dia eu posso te ligar.
Na hora respondi:
- Com relação a pressa não, eu vim justamente para te oferecer minhas condolências e solidariedade.
Nesse momento ela me abraçou forte e complementei:
- A vida é feita de escolhas e decisões, se essa for sua escolha, a minha decisão você sabe qual será, estarei sempre te esperando.
Após isso beijei sua testa e parti. Ao me distanciar notei que ela ficou ali vendo e notei que sua expressão já não era mais de tanta tristeza. Naquele momento meu coração se encheu de esperança, mesmo sabendo que o processo do luto era lento. Mas 18 anos depois, talvez o tempo não seria um martírio tão pesado de se carregar.
Saindo dali fui de carro para o aeroporto. O avião estava à minha espera e retomamos até nossa cidade.
Meu piloto era quase um terapeuta, entretanto naquele momento eu precisava me reservar. Ele fez alguns questionamentos mas diante de minhas poucas palavras sentiu que precisava me deixar raciocinar.
Ao chegar em minha cidade fui para casa assim que desembarquei, precisava colocar as ideias no lugar e depois descansar.
Foi um dia pesado, cheio, mas que no fundo me deu uma esperança de vida que em 18 anos não tive.
Em casa optei em fazer coisas básicas. Uma delas era descartar coisas. Sempre que eu preciso pensar eu abro um armário e começo a tirar tudo o que não preciso mais. Era uma estratégia relaxante. Não era limpeza, eu tinha empregadas para isso, inclusive uma que morava em minha casa. Se tornava relaxante isso porque me ajudava a pensar.
Fui até o meu closet e comecei a puxar roupas. Separei duas malas enormes com roupas para a doação. Naquela semana teríamos um evento beneficente do centro espírita e ia aproveitar o momento para isso.
Após isso jantei, uma comida deliciosa preparada pela minha cozinheira. Ela fez o meu prato predileto. Arroz, feijão, bife e batata frita. Não era nada fitness. Mas para quem passou o dia todo com café e pão de queijo, aquilo era o legítimo banquete dos deuses. E sejamos razoáveis, do rico ao pobre, arroz e feijão é o melhor prato do sul do mundo!
Antes de deitar tomei um bom banho, ia tomar de banheira mas decidi deixar para o dia seguinte. Havia acabado os sais de banho e também já estava ficando tarde.
No outro dia acordei cedo e fui para a empresa. Cheguei perto das 7:00 e enquanto ligava o meu notebook preparei o meu chimarrão. Quando iniciou o expediente fui para o parque fabril cumprimentar os colaboradores. Era uma prática minha, foi ali que eu comecei e sempre respeitei todos eles. Nesse dia ainda mergulhei no trabalho, resolvi problemas importantes e no final do dia ainda me reuni de forma virtual com um cliente potencial.
Por volta das 17 horas mandei uma mensagem ao Luka pedindo para trocar uma ideia com ele. Na hora ele topou e fui até o centro espírita. Aquele local era muito especial. Ao chegar lá toda a tensão do dia tinha acabado.
Ele de início me encheu de perguntas, começou falando:
- Como foi voltar ao seu passado Pedro?
Respondi a ele:
- Te confesso que não tinha esperanças. Mas quando cheguei ao local e recebi o abraço dela meu coração se encheu de alegria.
Ele logo me respondeu:
- Pedro 18 anos se passaram, não crie nem alimente expectativas. O processo de luto requer cuidado. Não force nada, dê o tempo necessário a ela. Mas de antemão lhe aviso, o processo de elaboração de luto dura meses, as vezes até anos.
Aquilo tinha sido uma pancada profunda. Não esperava ter ela em meus braços agora, mas anos? Logo lhe respondi:
- E o que eu faço durante esse tempo todo?
Ele não tardou em responder:
- Viva meu amigo. Seja você mesmo, o mesmo Pedro que tu sempre foi.
Eu em dúvida lhe pedi:
- Mas esse Pedro aqui? O caçador de uma noite? E se ela souber que eu estou me envolvendo com outras mulheres?
Luka me respondeu:
- E você acredita que ela não sabe? Assim como Julia trazia as coisas sobre ela para ti tu acha que o processo inverso não ocorria? Meu amigo, a vida tem que ser aproveitada cada momento. Degustar dos bons momentos é uma dadiva. Não atrase mais 18 anos de sua vida por um amor que você nem sabe se realmente ainda vai acontecer. Não alimente expectativas, não mude a sua vida por isso.
Aquelas palavras foram muito bem absorvidas por mim. Eu não podia esperar mais 18 anos. Se acontecesse seria maravilhoso, do contrário eu continuaria sendo o mesmo Pedro.
Independente do que aconteceria, ficando ou não com ela, algo mudou em minha vida. Voltar ao passado me fez descarregar um fardo que eu carregava nas costas. Aos poucos a minha mudança foi sendo notada. Minha secretaria notou minha animação e até alguns outros colaboradores vinham comentando sobre.
Nas ruas também se via um novo Pedro, que cumprimentava todo mundo. Parecia um político. O sorriso no rosto novamente apareceu e até mesmo algumas piadinhas.
Para vocês terem uma ideia tive que comprar livrinhos de piada e até mesmo pesquisar coisas na internet. Piada era algo raro em minha vida e as minhas eram de 20 anos atrás. Um dia aceitei um convite para jantar com uns conhecidos. Não vou chamar eles de amigos, amigos eu levo para minha casa. Na janta, realizada em um clube da cidade, notei que por mais que tentasse não conseguia ser engraçado. Minhas piadas eram tão antigas que o povo nem ria mais. Mas independente disso, era uma nova pessoa, totalmente diferente da pessoa que existia dias antes disso.
Depois de um mês ainda não tive contato nenhum por parte da Mayara. Entendia perfeitamente. Luka havia me dito que o luto iria longe. Julia não me falava nada, parece até que fazia de forma proposital para não me alimentar falsas expectativas.
Estava há mais de 30 dias sem sexo. Não estava subindo pelas paredes. Todavia eu precisava me sentir vivo. Não queria envolvimento com ninguém a não ser Mayara. Entretanto, quando isso iria acontecer? Ou ainda a principal pergunta, isso realmente iria acontecer?
Naquele dia fui até a academia. Agora meus amigos vos pergunto, por que eu tinha uma mansão e não tinha academia? Sim, eu tinha uma academia dentro da minha casa. Entretanto, eu era solteiro. Nem viúvo posso me considerar porque Carla desapareceu sem dar notícia, além de que morávamos juntos, não éramos casados, embora o peso era o mesmo. Como todo solteiro, academia é sempre uma boa opção para contatinhos, sim galera, os famosos contatinhos, nem que fosse para apenas uma noite.
Naquele dia estava no local uma personal linda, que recém tinha rompido com o namorado. Já havíamos conversado e flertado no passado, em uma dessas brigas dela com o agora ex, mas sempre deixei claro que se tivesse algum envolvimento seria sexo. Conversando com ela me falou que tinha rompido de vez, que dessa vez era para sempre (sempre é para sempre), que estava muito triste.
Na hora falei a ela:
- Lembra a música: a dor de amor é com outro amor que a gente cura.
Ela na hora me disse:
- Amor eu não quero, agora sexo estou a disposição. Quem sabe eu vire a caçadora de uma noite!
Pensei em Mayara? Sem dúvidas, pensava nela desde os 16 anos. Mas naquele momento Mayara não era minha e mesmo com a esperança que eu fiquei, nada dizia que ela ainda seria minha algum dia.
Lembrei do que Luka disse, viva Pedro, viva! Na hora respondi a personal:
- Topa um jantarzinho?
Ela na hora aceitou e disse que iria tomar banho antes. Falei a ela que pegasse a roupa e que poderia tomar banho na minha casa. Ela na hora disse:
- Banho acompanhada ou sozinha?
Eu na hora respondi:
- Sim senhora, você decide.
Enquanto esperava ela ir buscar a mochila dela, pedi a minha cozinheira preparar uma refeição mais proteica, ela era toda fitness e eu também. Jantamos, ficamos na sala conversando besteiras e degustando um vinho tinto. Depois disso ela pediu sobre o banho, encaminhei ela até a minha suíte. Ela ao entrar no local já disse:
- Uau Pedrão! Que honra! Sempre me diziam que você levava as mulheres para o motel, muito bom saber que tu me trouxe aqui.
Ela tomou banho na minha suíte e após o banho falei a ela:
- Bora tirar esse atraso caçadora!
A joguei imediatamente na cama, beijei sua boca, seu pescoço, dei um verdadeiro banho de língua naquele corpinho sarado.
Era muito gostosa, toda malhada, uma delicinha. Fiz um sexo oral nela caprichado, bucetinha perfeita com um néctar dos deuses! Lambi aquela buceta em cada pedacinho de sua extensão. Ela delirava de prazer até explodir em um orgasmo em minha boca.
Ela me olhava com aqueles olhos de tesão e dizia:
- Hoje eu sou a puta do caçador de uma noite! Amanhã serei eu a caçadora!
Chegou a hora dela retribuir, se posicionou, puxou meu pau e colocou em sua boca. Que chupada maravilhosa, ela sabia o que fazia. Lambia meu pau como se fosse um pirulito, colocava quase inteiro naquela boquinha deliciosa. Optei em não gozar naquele momento.
Após o oral coloquei ela na cama, meti a camisinha (sempre) e na posição de frango assado penetrei sua bucetinha linda.
Durante todo o ato na hora que bombava ela me olhou nos olhos e disse:
- Se eu soubesse já tinha dado para o caçador antes! Que delícia Pedro, fode essa puta que sempre foi mal comida!
Bombei firme ali por 5 minutos e vi que ela estava gozando novamente. Refeita do orgasmo a virei de quatro e voltei a bombar em sua bucetinha deliciosa. Era bem apertadinha, acho que o ex não era muito fã de utilizar.
O entra e sai fazia um barulho grande e para completar o clima ela gemia e delirava alto de prazer. Certamente minha empregada deve ter ouvido. Eu sempre fui muito ativo e modéstia parte na cama nunca tive dificuldades para satisfazer uma mulher.
Estava ali, comendo de quatro uma das mulheres mais deliciosas da cidade, que delirava e rebolava no meu pau como louca, estava muito bom. Por fim, tirei a camisinha e gozei em seu rosto. a safada puxou a linguinha na lateral da boca e lambeu aquele esperma que tinha ali.
Fomos tomar um banho juntos e ali mais uma deliciosa sessão de sexo, em baixo do chuveiro, ela com as pernas em volta da minha cintura e eu socando forte. Gozei na camisinha durante aquele ato enquanto ela me beijava "apaixonada", só que não! hehehe
O melhor de tudo é que me despedi dela e vida que segue. Era só sexo mesmo, era o que ela e eu queria e era o que eu queria. Nem dormimos juntos, até ofereci, entretanto me disse que tinha que ir para casa porque tinha receio do que os pais pensariam (ela morava com eles ainda). Pais, sei...
Ela voltou para o ex dias depois. Fiquei com remorso? Não. Mesmo com a Mayara em meus pensamentos não tive remorso algum. Estava vivo. Eu era o Pedro, caçador de uma noite e assim permaneceria até que aquela ligação acontecesse!
Naquela mesma noite, um sonho começaria a mexer com a paz de Pedro.
Continua...