Guilherme estava diferente e isso eu podia muito bem notar nele, seus lábios estavam mais definidos, mesmo seu rosto estando mais seco, ele não estava um magro anêmico, mas estava magro. Estava diferente e isso me deixava intrigado, o sótão de casa não estava cheirando a mofo, o que isso me agradou e muito.
A mesa pequena de chá estava posta com lenços rosas e xícaras fumegando com o aroma de cidreira, eu amava aquele chá. Olhei em volta e vi caixas ainda fechadas e conservadas, meus olhos foram para a janela redonda do sótão direto para fora da casa, por entre as árvores se via um carro preto, um Honda Civic com janelas fechadas.
Não era estupido o bastante, mas sabia que vindo de meu irmão eu poderia esperar tudo, sentei na mesa e cheirei o chá.
“Tome, não coloquei veneno ou clonazepam nele. - Brincou Guilherme que me olhou com aqueles olhos verdes intensos”
“ Não confio em você, meu querido. - Respondi passando o dedo em meus lábios e enfiando no bolo. - Não sei porquê me trouxe aqui, mas se foi para algo ruim, sei que…”
“Você deve ter avisado seu cachorro de estimação sobre onde iria, e eu poderia jurar que está dentro daquele carro preto lá fora. - Murmurou Guilherme sentando com uma perna cruzada - Você é muito previsível meu querido”
“Não sou tão previsível assim maninho, apenas estou tomando cuidado, estou valendo muito agora, que vou me casar com o Rei dos olhos azuis - respondi de forma cautelosa, a faca de pão não poderia cortar, mas poderia ser algo pior, tentei sentir alguma mudança de Gui, mas nada”
“Hum. O novo escravo de Gabriel - Desdenhou Guilherme tomando um gole de seu chá - Mas não é disso que vim falar com você. Estou aqui para conversa em paz”
Guilherme disse balançando um lenço branco, e rapidamente ele sorriu.
“Está fazendo isso para quem? - perguntei nervoso”
“Para seu cachorro que deve está me olhando do prédio a duas casa daqui. - Ele me encarou novamente - Não me formei com honras na aeronáutica atoa, e sei bem o que é uma guerra, quando estou nela. Você mais do que ninguém deveria saber disso, já que mamãe te chamava de Filho de Atena.”
“Até hoje eu nunca entendi do que isso significava, sempre questionei isso mais nunca entendia. - disse desanimado e encarou Guilherme. - Como você era conhecido como filho de Hermes”
Guilherme deu de ombros, mas via em seu rosto que isso era mais profundo, que para ele tinha um significado maior do que apenas um apelido.
”Mamãe dizia que eu tinha uma grande lábia desde de pequeno, que poderia roubar qualquer coisa sem ser pego, ja que pegava seus bombons sem ela ver, e também dizia que eu jamais ia me perder, eu tinha um caminho guardado.- ele riu decepcionado, seus olhos marejados me encararam. - Mamãe falava demais. Enfim, eu vim em missão de pais Filho de Atena”
“O que você quer? Guilherme. Estou ficando impaciente com tudo isso.”
“ Apenas tomar café com você. Não posso mais celebrar mais nada com meu irmão? - Sua voz soava triste e verdadeira, seus olhos me passava alguma coisa que eu não entendia - Tome o chá, você vai gostar”
Guilherme me encarou de uma forma estranha, mas suavizou quando tomou o gole do chá e logo em seguida, arqueou a sobrancelha. Ele queria me falar alguma coisa,
até um pequeno ponto apareceu rapidamente em seu peito.
Guilherme estava sendo vigiado, ele estava quase sendo morto. Isso me desesperou por um breve momento e fez minha mente não estragar tudo, embaixo da sua xicara tinha uma pequena frase de tras para frente.
Siga-me!.
Se eu não fosse tão esperto, e ele ter me indicado, eu não entenderia bem.
“E vai voltar dessa vez? Não vai fugir como fez da última vez?”
Guilherme estava sendo viagiado, primeiro ponto, pelos olhos vermelhos? Acho que não, todos ou uma boa parte foram mortos a alguns meses, Gabriel me disse que os que restaram não conseguiriam se levantar novamente.
“Acho que não, Nossa mãe não queria a família separada, além do mais surpresas acontecem sempre, tomamos caminhos diferentes, mais sempre retornamos para algo que é nosso. - Os olhos de Guilherme se tornaram calmos - Eu vou voltar sim, sabe que não posso ficar longe de você e do papai."
“Eu espero mesmo Guilherme, estou ansioso para retornar a família novamente como era, alguma chance de isso acontecer? - perguntei sendo levado pela conversa - Papai sente sua falta, ele fica sentado na frente da casa nova, esperando sua volta."
Guilherme sorriu tristonho, seus olhos verdes percorreram toda o sótão, ele se virou e andou mas alguns passos para a janela.
"Eu visitei papai alguns dias, ele não me reconheceu, acho que o choque de ter sido afastado e ter perdido seu filho assim o levou a ficar um pouco louco."
"Papai vai melhorar, estou cuidando disso pessoalmente, apenas volte Guilherme, posso fazer tudo mudar, com o poder que Gabriel tem, eu posso!"
Ouvi um Tic Tac perto, como se um relógio tivesse sido ligado. Guilherme olhou para a janela e andou mas alguns passos, ele olhou bem para onde tinha dito que tinha alguém a alguns minutos atrás, e sorriu dando um tchauzinho com a mão.
Soltei um riso fraco de canto da boca, Guilherme estava sendo Guilherme, até naquele momento.
“Coma o bolo, acho que vai gostar, esse bolo sempre me fazia lembrar de coisas que esqueci. - Guilherme sorriu e pegou mordeu um pedaço - E fora que ele está delicioso.
Olhei o pedaço de bolo que estava posto em cima do pequeno prato, e encarei o mesmo, ele olhou para o lado e voltou seu olhar para mim, seus olhos estavam me advertindo sobre.
Comecei a comer e pequenos pedaços de papéis enrolados apareciam conforme eu comia tudo, comecei a guarda discretamente os pequenos rolos, em meu bolsos do casaco. Guilherme colocou uma música que conhecia bem, era a música preferida de nossa mãe.
“ Lembra quando ela saia ou bebia com nossas tias e ela ouvia essa música? Era a cara dela - Guilherme Começou a dançar na minha frente, me dando a chance perfeita para chegar próximo demais dele”
“Quem está te vigiando? São os homens dos olhos azuis? Ou só alguma mafia que não sei ainda?"
“Olhos vermelhos! Eles não morreram, ainda estão por aí sob nova direção, você não pode confiar tanto assim em seu futuro esposo - Guilherme me pegou pela mão e girou comigo. - Mas tem alguém que quer falar com nós dois, use esses papéis e decifra onde ela estará te esperando. Ela quer a família perto, e sei que ela vai amar te ver."
Ele me girou novamente, e nesse momento eu fiquei bem na frente dele.
“Vou te ver de novo irmãozinho. - Prometeu ele - E me desculpas novamente por tudo que fiz e vou fazer ainda, é por amor."
“Espero”
Ele saiu correndo da casa, e só teve tempo de sair da mira e ouvir os disparos de balas, eu me joguei usando mesa de chá como protetor, embaixo dela tinha uma arma de longo alcance desmontada. Armei ela o mas rápido possível e as balas ainda estavam disparando.
Poderia me acerta, porém eu tinha munição e mirei bem aonde estava vindo e disparei a primeira bala, a segunda ficou pronta e disparei novamente. O cartucho tinha dez balas e fui disparando uma atrás da outra.
Corro descendo a casa e vejo no chão meu guarda costa nocauteado, deveria ter encontrado Guilherme, porém já no chão, eu tive que o acordar, antes que mas uma pessoa poderia estar no chão e essa pessoa seria eu.
Ele ainda estava meio grougue e tive que carregar a maior parte de seu peso, o coloquei no carro, ainda sim sendo alvejado.
A eleição de Gabriel tinha sido unânime, um Marco em toda história dos Olhos azuis, apenas uma pessoa em toda história poderia ter feito isso e foi o primeiro Rei, o restante sempre houve guerra pelo trono, mas Gabriel conseguiu algo que vai ficar marcado em sua linhagem.
Júpiter e Vênus estavam radiantes como sempre, na mansão da família os 4 tomavam café ma frente de sua piscina olímpica.
"A coroação será hoje meu filho? - perguntou Vênus tomando um gole de seu suco"
"Estou organizando, eu espero que sim. Não só minha coroação como a eleição de meus 6 novos imperadores escolhidos a dedo, eu daria um cargo para Félix, mas o mesmo não está tão afim assim."
Feliz resmungou e logo em seguida foi repreendido.
"Céus, jamais vou querer trabalhar com meu irmão nos olhos azuis, já não suporto ele em casa imagina na organização."
"Não fale assim com seu irmão. - Vênus se enchia de orgulho por ser filho está tomar a coroa. - Sempre soube que meus filhos seria grandes."
"Tenho muito trabalho pela frente, já tenho meus problemas pessoais com o casamento, ainda tenho a nomeação de meus imperadores e fora que estou reorganizando todo uma nação, perdemos muitos e antes da coroação vamos celebrar os mortos do ataque da facção dos olhos vermelhos."
Gabriel encarava a propriedade, um grande casarão que emendava com uma piscina enorme, os empregados andavam pela casa, ou tomavam banho na piscina.
Júpiter encarava o grande tablet vendo as notícias do mundo, já que seu trabalho ou um deles, era ser um diplomata. Ele encarava as notícias tomando seu café.
"Ainda estou preocupado com o que pode está vindo, a facção que nos atacou e levou seu irmão ainda está por aí. - Júpiter encarou Félix que fingiu não estar preocupado. - Se não fosse rápido, tinhamos perdido seu irmão. Que Oxalá lhe abençoe por isso meu filho."
"Não é só você que está preocupado, senhor Júpiter. - A voz melodiosa e com um sotaque de mandarim fez o sorriso de Júpiter abrir mas ainda. - Estamos todos averiguando onde está o restante da facção. Vamos proteger nosso rei e Atlântida."
Yixing estava com roupas sociais como sempre, um terno e calça risca giz, um chapéu grande, logo atrás dele estava sua mascote e esposa Charlote, a ruiva que Gabriel ajudou a viver melhor e que foi seu grande amor quando ainda era um garoto.
"Bom dia senhor Yixing. - Disse Vênus se levantando e indo abraçar o mesmo e sua mascote. - Senhora Charlotte, espero que não tenha tomado cafe. Agradeço por ter ajudado meus meninos."
Charlote sorriu envergonhada.
"Bem, posso fazer isso num outro dia. Mas vim buscar meu Rei e melhor amigo para resolvermos alguns assuntos!".
Gabriel se levantou e beijou sua mãe e pediu a benção de seu pai, Félix ficou para trás, já que estava ficando com seus pais por esses dias depois do atentado.
"Félix, me ligue qualquer coisa."
Andaram e esperam está só os três sozinhos.
"Não surte, eu acabei de ser informada que Dominik sofreu um atentado. - A voz de Charlote tentava ser o mais calma possível. - Ele sofreu um atentado por causa de uma certa pessoa. Mas ele está bem, deve está na casa de vocês."
Por um momento Gabriel iria surtar, mas se controlou e respirou fundo, seus olhos azuis se voltaram para os dois.
"Dominik sabe se cuidar, ele me mostrou que é bom em armas, fora que deixei uma pessoa bem instruída para defende-lo. - Gabriel voltou a andar, sentido o calor do sol de nove horas em seu rosto. - Tenho coisas mas urgente a ver isso."
"Nossa, jurava que ia surta ou algo assim. Mas está indo bem até agora. - Charlotte brincou e logo sorriu descontraindo. - Temos uma coroação a cumpri hoje, a cerimônia está indo conforme orquestrado."
"Eu já tenho os nomes de quem vou nomear, ainda está como imperador Yixing, sei que posso contar contigo. Iria dar um dos cargos ao meu irmão como disse a vocês, mas ele mesmo não quer. Lúcifer ficará com o lugar dele."
Yixing revirou os olhos, ele detesta o rapaz por como sua personalidade era e como ele gostava de guarda segredos e usá-los ao seu favor. Lúcifer tinha um jogo que era bem pior e Gabriel o tinha o mas perto, ele teria que ter alguém ao seu lado com o caráter de Lucifer.
"Sei que sou novo no reinado, mas acho que consigo realmente manter e próspera os olhos azuis. - Disse Gabriel, mas para si próprio do que para os dois."
"Antes de entramos no carro, saiba Gato, que sou eternamente agradecida pelo que fez a mim, pelo que se propôs a fazer. Estou contigo e sabe que vou lhe apoiar."
Gato sorriu para seu ex amor. Ainda doía um pouco, mas ele estava sentido que fez a escolha certa, ele achou alguém que poderia lhe amar incondicionalmente, mas novamente a dor de cabeça abateu a si.
Ele estava surtando a alguns dias, desde de seu plano ter dado certo, matar todos os olhos azuis e tomar o poder em algo arriscado, ele sabia o quão poderia dar errado, mas foi tudo bem planejado.
"Gato, está bem?"
Charlote estava silenciosa, ela olhava para Gato sabendo que boa parte do trabalho também veio dos contatos dela e de Guilherme.
"Estou, apenas estou cansando, temos que ir, o dia vai ser longo."
